Peter Jackson, diretamente do Facebook, explica a decisão – tornada pública apenas alguns dias atrás por seu diretor de fotografia, Andrew Lesnie – de filmar O Hobbit a 48 frames por segundo, duas vezes a velocidade usada normalmente.
“A chave para entender isso é que este processo requer uma velocidade de 48fps na gravação e projeção, ao contrário dos tradicionais 24fps (os filmes foram rodados em 24fps desde finais dos anos 1920). Assim, o resultado é uma velocidade real, mas com um aumento considerável na clareza e suavidade. Cada segundo em 24fps parece correto (e temos visto milhares de filmes assim nos últimos 90 anos), mas ainda assim tem uma notável distorção em cada quadro, nos movimentos rápidos, e se a câmera se move com velocidade ela pode vibrar dando um efeito estroboscópico”.
“Gravando e projetando a 48fps, são resolvidos muitos destes problemas. A imagem é muito mais realista e mais fácil de ver, especialmente em 3D. Vimos testes e doses diárias de O Hobbit nos últimos meses em 48fps, e muitas vezes nos sentamos por mais de duas horas sem perceber qualquer tipo de cansaço visual derivado do 3D. Parece ótimo e nos acostumamos a este tipo de projeção a ponto de qualquer outra experiência cinematográfica parecer primitiva”.
“Originalmente, 24fps foi escolhido com base em requisitos técnicos da época do som. Eu suspeito que era a velocidade mínima necessária para se obter algum tipo de fidelidade de áudio nas primeiras faixas de som ótico. Eles estabeleceram esta velocidade mínima para o custo do material dos filmes. O filme de 35 mm é caro, e o custo por metro (para comprar o material negativo, manipular e imprimir) tem sido uma parte importante de qualquer orçamento para um filme”.
Peter Jackson também compara essa transição a que existiu anos atrás do vinil para o CD.
“Os puristas do cinema vão criticar a falta de desfocagem e efeitos estroboscópicos, mas todos da nossa equipe – muitos dos quais são puristas – já estão convertidos. Você se acostuma com esse novo olhar muito rapidamente e torna-se uma experiência visual muito mais realista e confortável. É semelhante ao momento em que os discos de vinil foram substituídos pelos CDs digitais”, diz.
Ainda segundo o diretor, a Warner Bros apoiou totalmente a iniciativa e disse estar esperançoso de que haverá cinemas suficientes capazes de exibir filmes a 48fps quando a primeira parte de O Hobbit estrear. No entanto, disse ainda não saber qual será a realidade no momento em que isso acontecer, mas que estão trabalhando cuidadosamente com a Warner sobre isso.
As duas imagens desta notícia também foram postadas no Facebook. Lá, Jackson também anunciou que um curto vídeo sobre a produção, focado justamente sobre os resultados deste sistema de gravação, será lançado brevemente. Vamos esperar.