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Mitos Transformados VII – Notas sobre os motivos no Silmarillion

The Histoy of Middle-earth XEste ensaio é encontrado em duas formas. A mais antiga (‘A’) é um texto bastante curto, manuscrito, contendo quatro páginas, entitulado ‘Algumas notas sobre a ”filosofia” do Silmarillion’; é rapidamente expresso e não possui um final claro. O segundo (‘B’) é uma versão grandemente ampliada contendo doze páginas, também manuscritas, de uma expressão mais cuidadosa e iniciando com uma bela caligrafia, mas encerrado também sem um fim, de fato no meio de uma frase. Este é entitulado ‘Notas sobre os motivos no Silmarillion’.

A relação entre as duas formas é tal que em sua maior parte não é necessário fornecer nenhum trecho de A pois todo seu conteúdo é encontrado inserido em B. A partir do ponto onde os Valar são condenados pela elevação das Pelori, contudo, os textos divergem. Em B meu pai insere uma longa amenização da conduta dos Valar, e o ensaio se encerra antes do assunto da seção que encerra A fosse atingida (ver nota 6); esta, portanto, é fornecida no final de B.

O texto de B é subsequentemente dividido e marcado como três seções distintas, sendo elas (i), (ii) e (iii).

Notas sobre os motivos no Silmarillion


(i)

Sauron foi ‘superior’, efetivamente, na Segunda Era do que Morgoth ao fim da Primeira. Porque? Por que, embora ele fosse muito inferior em estatura natural, ele ainda não havia caído tão baixo. Eventualmente ele também dispersou seu poder (de ser) no empreendimento de ganhar controle sobre  outros. Mas ele não foi obrigado a dispender tanto de si mesmo. Para obter domínio sobre Arda Morgoth deixou que a maior parte de seu ser passasse para os constituintes físicos da Terra – de forma que todas as coisas que nascessem na Terra e vivessem nela e por ela, animais ou plantas ou espíritos encarnados, seriam passíveis de ‘mácula’. Morgoth no período da Guerra das Jóias se tornou permanentemente ‘encarnado’: por esta razão ele tinha medo, e travou a guerra quase inteiramente por intermédio de aparatos  ou de subordinados e criaturas dominadas.

Sauron, contudo, herdou a ‘corrupção’ de Arda, e apenas gastou seu poder (muito mais limitado) nos Anéis; pois eram as criaturas da terra, em suas mentes e vontades, que ele desejava dominar. Nesta forma Sauron também foi mais sábio do que Melkor-Morgoth. Sauron não era um iniciante em discórdia; e ele provavelmente conhecia mais da ‘Música’ do que Melkor, cuja mente sempre esteve repleta com seus próprios planos e aparatos, e dava pouca atenção a outras coisas. O momento de maior poder de Melkor, portanto, foi no início físico do Mundo; um vasto desejo demiúrgico por poder e a realização de sua própria vontade e desígnios, em uma grande escala. E mais tarde após as coisas terem ficado mais estáveis, Melkor estava mais interessado em e mais capaz de lidar com uma erupção vulcânica, por exemplo, do que (digamos) uma árvore. É de fato provável que ele simplesmente não fosse consciente das produções menores e mais delicadas de Yavanna: tais como pequenas flores. *

(* [nota de rodapé ao texto] Se tais coisas fossem forçadas à sua atenção ele se enfurecia a as odiava, como vindo de outras mentes que não a dele mesmo.)

Portanto, enquanto ‘Morgoth’, quando Melkor foi confrontado pela existência de outros habitantes de Arda, com outras vontade e inteligências, ele se enraiveceu pelo mero fato de suas existências, e sua única noção que tinha de lidar com elas era pela força física, ou do medo dela. Seu único e último objetivo era a destruição das mesmas. Elfos, e ainda mais Homens, ele desprezava por causa de suas ‘fraquezas’:  que são a falta de força física, ou poder sobre ‘matéria’; mas ele também os temia. Ele estava ciente, ao menos originalmente quando ainda era capaz de pensamento racional, ele não os poderia ‘aniquilar’ **: isto é, destruir seus seres; mas suas ‘vidas’ físicas e formas encarnadas se tornaram gradativamente em sua mente a única coisa que valia a pena ser considerado (+).

(** [nota  entre parênteses inserida no texto] Melkor não poderia, é claro, ‘aniquilar’ nada que fosse feito de matéria, ele poderia apenas arruinar ou destruir ou corromper as formas dadas à materia por outras mentes em suas atividades sub-criativas.)

(+ [nota de rodapé sem indicação de referência ao texto] Por isto)

Ou ele se tornou tão avançado em Mentir que mentiu até mesmo para si mesmo, e fingiu que poderia destruí-los e livrar Arda completamente deles. Por isso ele tinha como objetivo sempre quebrar vontades e subordiná-las ou absorvê-las em sua própria vontade e ser, antes de destruir seus corpos. Isto era niilismo irrestrito e negação seu único último objetivo: Morgoth, sem dúvida, se tivesse sido vitorioso, teria destruído mesmo suas próprias ‘criaturas’, como os Orcs, quando tivessem cumprido seu único objetio ao utilizá-las: a destruição de Elfos e Homens. A impotência e desespero finais de Melkor advem disso: que enquanto ao mesmo tempo os Valar (e na devida proporção Elfos e Homens) podiam amar a ‘Arda Desfigurada’, isto é, a Arda com um ingrediente-Melkor, e podiam ainda curar este ou aquele ferimento, ou produzir a partir de seu próprio desfigurar, do estado em que estava, coisas belas e amáveis, Melkor não podia fazer nada com Arda, a qual não era de sua mente e estava interconectada com os trabalhos e pensamentos de outros: mesmo deixado sozinho ele poderia apenas continuar tempestuosamente até tudo estar nivelado e de volta ao caos sem forma. E mesmo assim ele teria sido derrotado, porque continuaria tendo ‘existido’, independente de sua própria mente, e um mundo em potencial.

Sauron nunca atingiu este nível de loucura niilística. Ele não se opunha à existência do mundo, desde que pudesse fazer com ele o que quisesse. Ele ainda tinha os resquícios de propósitos positivos, que surgiram do bem da natureza da qual ele se originou: havia sido sua virtude (e também, portanto, a causa de sua queda, e do seu retrocesso) amar a ordem e a coordenação, e desgostar toda confusão e fricção excessiva. (Foi a aparente vontade e poder de Melkor em realizar seus desígnios rapidamente e com maestria que inicialmente atraiu Sauron a ele). Sauron fora, de fato, muito semelhante a Saruman, e dessa forma o compreendia rapidamente e poderia adivinhar o que possivelmente pensaria e faria, mesmo sem a ajuda dos palantíri e de espiões; enquando Gandalf o eludia e confundia. Mas, assim como todas as mentes desta origem, o amor (originalmente) ou (mais tarde) mera compreensão por parte de Sauron de outras inteligências individuais era correspondentemente mais fraco; e mesmo sendo o único bem em, ou motivo racional para, todo este ordenamento e planejamento e organização ser o bem de todos os habitantes de Arda (mesmo admitindo o  direito de Sauron como seu senhor supremo), seus ‘planos’, a idéia vinda de sua própria mente isolada, tornou-se o único objetivo de sua vontade, e um fim, o Fim, em si mesma*.

(razão pela qual ele mesmo veio a temer a ‘morte’ – a destruição de sua forma física assumida – acima de tudo, e procurar evitar qualquer tipo de dano a sua própria forma)

Morgoth não possuía um ‘plano’: a menos que a destruição e redução a nada de um mundo no qual ele tinha apenas uma parte possa ser chamada de ‘plano’. Mas isto é, claro, uma simplificação da situação. Sauron não poteria ter servido Morgoth, mesmo em seus últimos estágios, sem se tornar infectado por seu desejo por destruição e sua raiva contra Deus (a qual deve terminar em niilismo). Sauron não poderia, claro, ser um ateísta ‘sincero’. Embora um dos espíritos menores criados antes do mundo, ele conhecia Eru, de acordo com sua capacidade. Ele provavelmente enganou a si mesmo com a noção de que tendo os Valar (incluindo Melkor) falhado, Eru tinha simplesmente abandonara Eä, ou pelo menos Arda, e não se importaria mais com ela. Ele parece ter interpretado a ‘mudança do mundo’ na Queda de Numenor, quando Aman foi removida do mundo físico, desta forma: Valar (e Elfos) foram removidos do controle efetivo, e Homens colocados sob a maldição e ira de Deus. Quando pensava nos Istari, especialmente Saruman e Gandalf, ele os imaginava como emissários dos Valar, procurando reestabelecer o poder perdido e ‘colonizar’ a Terra-média, como um mero esforço de imperialistas derrotados (sem o conhecimento ou sanção de Eru). Seu cinismo, o qual (sinceramente) considerava os motivos de Manwë como precisamente os mesmos que os seus, parecia completamente justificado em Saruman. Gandalf ele não compreendia. Mas certamente ele já hvai se tornado maligno, e portanto estúpido, o sucifiente para imaginar que o comportamente diferente deste era simplesmente devido a uma inteligência mais fraca e a falta de um firme propósito imperioso. Ele seria apenas um Radagast um pouco mais esperto – mais esperto por ser mais lucrativo (mais produtivo em poder) ficar absorvido no estudo de pessoas do que no de animais.

Sauron não era um ateísta ‘sincero’, ele pregava o ateísmo, porque reduzia a resistência a si mesmo (e ele parara de teme as ações de Deus em Arda).  Como visto no caso de Ar-Pharazon. Mas lá foi visto o efeito de Melkor sobre Sauron: ele falava de Melkor nos próprios termos de Mekor: como um deus ou mesmo como Deus. Isto pode ter sido o resíduo de um estado o qual era de uma certa forma uma sombra de bem: a habilidade em Sauron de pelo menos admiriar ou admitir a superioridade de um ser que não ele mesmo.

(* [nota de rodapé ao texto] Mas sua capacidade de corromper outras mentes, e mesmo cooptar seus serviços, era um resíduo do fato de que seu desejo original por ‘ordem’ tinha realmente considerado o bom estado (especialmente bem-estar físico) de seus ‘sujeitos’.)

Melkor, e mais ainda o próprio Sauron mais tarde, ambos lucraram com esta sombra escurecida do bem e os serviços dos ‘adoradores’. Mas pode ser duvidoso mesmo se tal sombra de bem estava sinceramente operativa em Sauron àquele tempo. Seu motivo mais sagaz é povavelmente assim expresso. Para alienar um dos tementes-a-Deus de sua lealdade é melhor propor outro objeto invisível de lealdade e outra esperança de benefícios; propondo a ele um Senhor que irá sancionar o que ele deseja e não proibi-lo. Sauron, aparentemente um rival derrotado na disputa pelo poder mundial, agora um mero prisioneiro, dificilmente poderia propor si mesmo;  mas como antigo servo e discípulo de Melkor, a adoração de Melkor o elevará de prisioneiro a sumo sacerdote. Mas embora o real motivo fosse a destruição dos Numenorianos, este era um motivo particular de vingança contra Ar-Pharazon, pela humilhação. Sauron (ao contrário de Morgoth) ficaria satisfeito com a existência dos Numenorianos, como seus seguidores, e de fato usou muitos deles os quais ele corrompeu à sua lealdade.

(ii)

Ninguém, nem mesmo um dos Valar, pode ler a mente de outro ‘ser igual’:*  ou seja, não pode ‘vê-lo’ ou compreendê-lo completa e diretamente por simples inspeção. Pode-se deduzir muitos de seus pensamentos, a partir de comparações genéricas levando a conclusões relativas à natureza e tendências das mentes e pensamentos, e do conhecimento particular de indivídeuos, e circunstâncias especiais. Mas isso não é leitura ou inspeção de outra mente e sim dedução relativa ao conteúdo de uma sala fechada, ou eventos que acontecem fora de vista. Tampouco a assim chamado ‘transferência de pensamento’ é um processo de leitura-mental: nada mais é do que a recepção, e interpretação pela mente receptora, do impacto de um pensamento, ou padrão de pensamento, emanando de outra mente, a qual tanto é a mente em sua totalidade por si mesma quanto a distante visão de um homem correndo é o próprio homem. Mentes podem exibir ou revelar a si mesmas a outras mentes pela ação de suas próprias vontades (embora seja duvidoso se, mesmo desejando ou permitindo isso, uma mente pode realmente revelar a si mesma completamente a outra mente).

(* [nota marginal]  Todas as mentes racionais ??? espíritos derivando diretamente de Eru são ‘iguais’ – em ordem e posição – embora não necessariamente ‘covalentes’ ou de mesmo poder original.)

É, portanto, uma tentação para as mentes de maior poder governar ou conter a vontade de outras, e mais fracas, mentes, de forma a induzi-las ou forçá-las a se revelar. Mas forçar tal revelação, ou induzi-la por qualquer mentira ou engano, mesmo por supostamente ‘bons’ propósitos (incluindo o ‘bem’ da pessoa assim persuadida ou dominada), é absolutamente proibido. Fazê-lo é um crime, e o ‘bem’ nos propósitos daqueles que cometem este crime rapidamente se corrompe.

Portanto muito poderia ‘acontecer às costas de Manwë’: de fato o âmago de todas as outras mentes, grandes e pequenas, estavam ocultas dele. E com respeito ao Inimigo, Melkor, em particular, ele não podia penetrar por visão-mental à distância seu pensamento e propósitos, uma vez que Melkor permanecia em uma vontade fixa e poderosa em ocultar sua mente: o que, fisicamente expresso, tomava forma na escuridão e nas sombras que o envolviam. Mas Manwë podia usar, claro, e usou, seu grande conhecimento, sua vasta experiência de coisas e de pessoas, sua memória da ‘Música’ e sua própria far sight, e as notícias trazidas por seus mensageiros.

Manwë, como Melkor, praticamente nunca é visto ou ouvido fora ou distante de seus próprios salões e residência permanente.  Por que isso? Por nenhuma razão muito profunda. O Governo é sempre no Salãobranco. Rei Arthur normalmente está em Camelot ou Caerlon, e novidades e aventuras chegam até lá e surgem de lá. O ‘Rei Mais Antigo’ obviamennte não será derrotado ou destruído totalmente, pelo menos não antes de algum ‘Ragnarok’ (1) final – o qual mesmo para nós está no futuro, de forma que ele não pode ter ‘aventuras’ reais. Mas, se você o mantém em casa, o resultado de qualquer evento em particular (uma vez que não pode resultar em um ‘cheque-mate’ final) pode permanecer em suspense literário. Mesmo na guerra final contra Morgoth é Fionwe filho de Manwë que personifica o poder dos Valar. Quando movermos Manwë será a última batalha, e o fim do Mundo (ou da ‘Arda Desfigurada’) como os Elfos diriam.

[A permanência de Morgoth ‘em casa’ tem, como descrito acima, uma razão bastante diferente: seu medo de ser morto ou mesmo ferido (o motivo literário não está presente, pois uma vez que ele está em oposição contra o Rei Mais Antigo, o resultado de qualquer uma de suas ações está sempre em dúvida).]

Melkor ‘encarnou-se’ (como Morgoth) permanentemente. Ele o fez para controlar o hroa (2), a ‘carne’ ou matéria física de Arda. Ele tentou identificar-se com ela. Um procedimento mais vasto e mais perigoso,, embora similar em operação a Sauron com os Anéis. Portanto, fora do Reino Abençoado, toda matéria presumivelmente tinha um ‘ingrediente Melkor’ (3), e aqueles que possuíam corpos, alimentados pelo hroa de Arda, tinham uma tendência, pequena ou grande, em direção a Melkor : não havia nenhum deles completamente livre dele em sua forma encarnada, e seus corpos tinham um efeito sobre seus espíritos.

Mas desta forma Morgoth perdeu (ou trocou ou transmutou) a maior parte de seus poderes ‘angelicais’ originais, de mente e espírito, enquanto ganhava um terrível domínio sobre o mundo físico. Por esta razão ele tinha que ser enfrentado principalmente através de força física, e uma enorme ruína material era a provável consequência de qualquer combate direto com ele, vitorioso ou não. Esta é a principal explicação pela constante relutância dos Valar em confronta Morgoth em batalha aberta. A tarefa e problema de Manwë eram muito mais difíceis do que os de Gandalf. O poder de Sauron, relativamente menor, estava concentrado; o vasto poder de Morgoth estava disseminado.  O todo da ‘Terra-média’ era o Anel de Morgoth, embora temporariamente sua atenção estivesse principalmente no Noroeste. A menos que rapidamente bem sucedida, Guerra contra ele poderia muito bem terminar reduzindo toda a Terra-média ao caos, possivelmente mesmo toda Arda. É fácil dizer: ‘Era a tarefa e função do Rei Mais Antigo governar Arda e tornar possível aos Filhos de Eru viveram nela sem serem molestados’. Mas o dilema dos Valar era este:  Arda só poderia ser liberada por uma batalha física; mas um provável resultado de tal batalha seria a irrecuperável ruína de Arda. Além disso, a erradicação final de Sauron (como um poder direcionando o mal) era alcançável pela destruição do Anel. Tal erradicação de Morgoth não era possível, uma vez que isso requereria a completa desintegração da ‘matéria’ de Arda. O poder de Sauron não estava (por exemplo) no ouro propriamente dito, mas em uma forma particular feita de uma porção em particular do total de ouro. O poder de Morgoth foi disseminado através do Ouro, embora não fosse absoluta em qualquer lugar (pois ele não criou o Ouro) também não estava ausente de parte alguma. (Era este elemento-Morgoth na matéria, de fato, o pré-requisito para a tal ‘magia’ e outras malignidades que Sauron pratricava com ele e sobre ele.)

É bastante possível, claro, que certos ‘elementos’ ou condições da matéria tenham atraído a atenção especial de Morgoth (principalmente, exceto no passado remoto, por razões de seus próprios planos). Por exemplo, todo o ouro (na Terra-média) parece ter tido um aspecto especialmente ‘maligno’ – mas não a prata. A água é representada como sento quase inteiramente livre de Morgoth. (Isto, é claro, não significa que qualquer mar, corrente, rio poço ou mesmo repositório de água em particular não pudesse ser envenenada ou maculada – todas as coisas podiam).

(iii)

Os Valar ‘esvaecem’ e se tornam mais impotentes, precisamente na proporção em que a forma e constituição das coisas se tornaram mais definidas e fixas. Quanto maior o Passado, mais precisamente definido o Futuro e menos espaço para mudanças importantes (ação ilimitada, em um plano físico, que não seja destrutiva em propósito). O Passado, uma vez ‘atingido’, se tornava parte da ‘Música encarnada’. Apenas Eru teria permissão ou poderia alterar a ‘Música’. O último grande esforço, deste tipo demiúrgico, feito pelos Valar foi a elevação da cadeira das Pelori à sua grande altura. É possível ver isto como, se não realmente uma má ação, pelo menos uma ação equivocada. Ulmo a desaprovou (4). Ela tinha um bom, e legítimo, objetivo: a preservação incorrupta de ao menos uma parte de Arda. Mas pareceu ter um motivo egoísta ou negligente (ou desesperado) também; pois o esforço para preservar os Elfos incorruptos lá se provou falho se eles fossem deixados livres: muitos haviam recusado ir ao Reino Abençoado, muito haviam se revoltado e o deixaram. Por outro lado, com relação aos Homens, Manwë e todos os Valar sabiam muito bem que eles não poderiam ir a Aman de forma alguma; e a longevidade (co-extensiva com a vida de Arda) dos Valar e Eldar era expressamente não permitida aos Homens. Portanto o ‘Ocultar de Valinor’ chegou perto de imitar a possessividade de Morgoth com uma posssessividade rival, fixando um domínio privado de luz e benção contra um de escuridão e dominação: um palácio e um jardim prazeiroso (5) (bem cercado) contra uma fortaleza e uma masmorra (6).

Esta aparência de indolência egoísta nos Valar na mitologia como contada (embora eu não a tenha explicado ou comentado) eu acredito ser apenas uma ‘aparência’, e uma na qual estamos aptos a acreditar como verdade, uma vez que todos somos afetados em algum grau pela sombra e mentiras de seu Inimigo, o Caluniador. Deve ser lembrado que a ‘mitologia’ é representada como sendo dois palcos afastados de um registro verdadeiro: é beseada inicialmente nos registros e conhecimentos Élficos sobre os Valar e seus próprios negócios com eles; e estes nos alcançaram (fragmentariamente) apenas através de relíquias das tradições Numenorianas (humanas), derivadas dos Eldar, em seus trechos mais antigos, embora mais tarde suplementada por histórias e contos  antropocêntricos (7). Estes, se verdade, chegaram através dos ‘Fiéis’ e seus descendentes na Terra-média, mas não podiam escapar de todos do enegrecimento devido à hostilidade dos Numenorianos rebeldes aos Valar.

Mesmo assim, e baseando nas histórias como recebidas, é possível ver o assunto de outra forma. O fechamento de Valinor contra os rebeldes Noldor (que a deixaram voluntariamente e depois de avisados) era em si mesmo justo. Mas, se ousarmos tentar penetrar na mente do Rei Mais Antigo, atribuindo motivos e procurando falhas, há coisas a lembrar antes de darmos nosso veridicto. Manwë era o espírito de maior sabedoria e prudência em Arda. Ele é representado como tendo maior conhecimento da Música, como um todo, do que o possuído por qualquer um com uma mente finita; e apenas ele de todas as pessoas ou mentes daquele tempo é representado como tendo o poder de recorrer diretamente a e se comunicar com Eru. Ele deve ter entendido com grande clareza o que podemos perceber apenas de relance: que era o modo essencial do processo da ‘história’ em Arda que o mal deveria constantemente surgir, e que dele um novo bem deveria constantemente advir. Um especial aspecto disso é a estranha maneira pela qual os males do Desfigurador, ou seus herdeiros, são transformados em armas contra o mal. Se considerarmos a situação após a fuga de Morgoth e o reestabelecimento de sua fortaleza na Terra-média, veremos que os heróicos Noldor eram a melhor arma possível com a qual manter Morgoth em cheque, virtualmente sob cerco, e de qualquer forma totalmente ocupado, no limite norte da Terra-média, sem o provocá-lo a um fenesi de destruição niilística. E no meio termo, Homens, ou os melhores elementos na Humanidade, se livrando de sua sombra, entraram em contato com um povo que tinha realmente visto e experimentado o Reino Abençoado.

Em sua associação com os beligerantes Eldar os Homens foram elevados à sua máxima estatura alcançável, e pelos dois casamentos a transferência a eles, ou infusão na Humanidade, da mais nobre linhagem-Élfica foi obtida, em prontidão para o ainda distante, mas inevitável, dia nos quais os Elfos iriam ‘esvaecer’.

A última intervenção dos Valar através de força física, terminando com a destruição de Thangorodrim, pode ser vista não como relutante ou mesmo desnecessariamente atrasada, mas cronometrada com precisão. A intervenção veio antes da aniquilação dos Eldar e dos Edain. Morgoth embora localmente triunfante negligenciou a maior parte da Terra-média durante a guerra; e com isso ele foi de fato enfraquecido: em poder e prestígio (ele perdeu e falhou em recuperar uma das Silmarils), e acima de tudo em mente. Ele ficou absorvido em ‘reinar’, e embora fosse um tirano de tamanho ógrico e poder monstruoso, isto foi uma vasta queda mesmo de sua anterior iniquidade de ódio e seu terrível niilismo. Ele caiu a ponto de apreciar ser um rei-tirano com escravos conquistados, e vastos exércitos obedientes (8).

A guerra foi bem sucedida, e a ruína limitada à pequena (embora bela) região de Beleriand. Morgoth foi então de fato feito prisioneiro em forma física (9), e naquela forma tomado como um mero criminoso para Aman e entregue a Namo Mandos como juiz – e executor. Ele foi julgado, e eventualmente levado para fora do Reino Abençoado e executado: isto é, morto como um dos Encarnados. Ficou então claro (embora deva ter sido compreendido antes por Manwe e Namo) que, embora ele tenha ‘disseminado’ seu poder (sua maligna e possessiva e rebelde vontade) longe e amplamente na matéria de Arda, ele perdeu o controle direto disso, e tudo que ‘ele’, enquanto um resto sobrevivente de um ser inteiro,  manteve como ‘si mesmo’ e sob controle era o espírito terrivelmente diminuído e reduzido que habitava seu auto-imposto (mas agora amado) corpo. Quanto este corpo foi destruído ele estava fraco e inteiramente ‘desabrigado’, e àquele tempo  perplexo e ‘desancorado’ como estava. Nós lemos que ele então foi arremessado no Vazio (10). Isto deve significar que ele foi colocado fora do Tempo e Espaço, toalmente fora de Eä; mas se assim o foi então isto implicaria em uma intervenção direta de Eru (com ou sem súplica dos Valar). Isto pode, contudo, se referir inacuradamente * à extrusão ou fuga de seu espírito de Arda.

(* [nota de rodapé ao texto] Uma vez que as mentes dos Homens (e mesmo dos Elfos) eram inclinadas a confundir o ‘Vazio’, enquanto o conceito de Não-ser, fora da Criação ou Eä, com o sentido de vastos espaços dentro de Eä, especialmente aqueles concebidos para se situarem no insular ‘Reino de Arda’ ( o qual nós deveríamos provavelmente chamar o Sistema Solar).)

Em qualquer caso, ao buscar absorver ou melhor infiltrar-se através da ‘matéria’, o que então restava dele não era mais poderoso o suficiente para revestir-se novamente. (Ele ficaria então fixo no desejo de o fazer: não havia ‘arrependimento’ ou possibilidade de: Melkor havia abandonado para sempre todas as ambições ‘espirituais’, e existia quase unicamente como um desejo de possuir e dominar a matéria, e Arda em particular). Ao menos ele não poderia ainda revestir-se. Não precisamos supor que Manwe foi enganado ao supor que isto tenha sido uma guerra para acabar com as guerras, ou mesmo para acabar com Melkor. Melkor não era Sauron. Nós falamos deles como ‘enfraquecido, diminuído, reduzido’; mas isto é em comparação com os grandes Valar. Ele havia sido um ser de imensa potência e vida. Os Elfos certamente mantinham e ensinavam que os fëar ou ‘espíritos’ podiam crescer com vida própria (independentemente do corpo), assim como poderiam ser feridos e curados, ser diminuídos e renovados (11). Poder-se-ia esperar, portanto, que o espírito negro do ‘restante’ de Melkor, eventualmente e após longas eras crescesse novamente, e mesmo (como alguns defendem) recuperar para si alguma parte de seu poder anteriormente dissipado. Ele o faria (mesmo Sauron não poderia) devido à sua relativa grandeza. Ele não se arrependeu, ou finalmente se livrou de sua obsessão, mas mantinha ainda resquícios de sabedoria, de forma que ele ainda poderia buscar seu objetivo indiretamente, e não simplesmente cegamente. Ele descansaria, buscaria curar a si mesmo, se distrairia com outros pensamentos e desejos e aparatos – mas tudo simplesmente para recuperar força suficiente para retornar a atacar os Valar, e à sua antiga obsessão. Enquanto crescesse ele se tornaria, como fora, uma sombra escura, aguardando nos confins de Arda e a desejando.

De qualquer forma a destruição das Thangorodrim e a extrusão de Mekor foi o fim de ‘Morgoth’ como tal, e daquela era (e muitas eras depois). Foi também, portanto, em um sentido o fim da função e tarefa primordiais de Manwe enquanto Rei Mais Antigo, até o Fim. Ele havia sido o Adversário do Inimigo.

É bastantante razoável supor que Manwe soubesse que sem tardar (pois ele via o ‘tempo’) o Domínio dos Homens começaria, e a criação da história então seria transferida a eles: para sua batalha com o Mal arranjos especiais haviam sido feitos! Manwe sabia de Sauron, é claro. Ele havia comandado que Sauron viesse perante ele para julgamento, mas deixou espaço para o arrependimento e a reabilitação final. Sauron recusou e fugiu, escondendo-se. Sauron, contudo, era um problema com o qual os Homens teriam que lidar afinal: a primeiras de muitas concentrações do mal em pontos-de-poder definidos que eles teriam que combater, assim como era também a última daquelas formas ‘mitológicas’ personalizadas (mas não-humanas).

Deve ser notado que a primeira derrota de Sauron foi obtida pelos Numenorianos sozinhos (embora Sauron não foi de fato derrotado pessoalmente; sua ‘catividade’ foi voluntária e um truque). Na primeira derrota e desencarnamento de Sauron na Terra-média (ignoranto o assunto de Lúthien) (12)


Aqui a versão longa em B se interrompe, ao pé da página. Eu forneço agora a conclusão da versão A a partir do ponto onde o texto diverge (ver nota 6), começando com a sentença correspondente a B ‘O último esforço maior, deste tipo demiúrgico, feito pelos Valar… ’


O último esforço maior, deste tipo demiúrgico, feito pelos Valar foi a elevação das Pelori – mas este não foi um ato bom: chegou próximo a imitar Morgoth em sua própria maneira de agir – à parte o elemento de egoísmo em seu objetivo de preservar Aman como uma região abençoada para viver.

Os Valar eram como arquitetos trabalhando com um plano ‘passado’ pelo Governo. Eles se tornaram menos e menos importantes (estruturalmente!) enquanto o plano se tornava mais e mais completo. Mesmo na Primeira Era nós os vemos após incontáveis eras de trabalho já perto do fim de seu tempo de trabalho – não de sabedoria ou conselho. (Quanto mais sábios eles se tornavam menos poder eles tinham para fazer qualquer coisa – exceto por aconselhamento).

De forma similar os Elfos esvaeceram, tendo introduzido ‘arte e ciência’ (13). Homens também irão ‘esvaecer’, caso se prove que é o plano que as coisas deverão continuar, quando eles completarem sua função. Mas mesmo os Elfos tinham a noção de que este não seria o caso: que o fim dos Homens seria de alguma maneira associado com o fim da história, ou como eles chamavam ‘Arda Desfigurada’ (Arda Sahta), e a obtenção da ‘Arda Curada’ (Arda Envinyanta) (14). (Eles não parecem ter sido claros ou precisos – como poderiam ser! – se Arda Evinyanta era um estado permanente, o qual portanto poderia ser aproveitado apenas ‘fora do Tempo’,  como era: examinando o Conto como um todo englobado; ou um estado de benção intacta dentro do Tempo e em um ‘lugar’ que era de alguma forma um descendente linear e histórico de nosso mundo ou ‘Arda Desfigurada’. Ele frequentemente parecem ter querido dizer ambos. ‘Arda Imaculada’ não existia de fato, mas permanecia em pensamento – Arda sem Melkor, ou melhor, sem os efeitos dele ao se tornar maligno; mas esta é a fonte da qual todas as idéias de ordem e perfeição são derivadas. ‘Arda Curada’ é portanto o encerramento do ‘Conto de Arda’ o qual leva em consideração todos os feitos de Melkor, mas que devem, de acordo com a promessa de Iluvatar, serem vistos como bons; e também um estado de reparação e benção além dos ‘círculos do mundo’.) (15)

O Mal é fissíparo. Mas infértil em si mesmo. Melkor não poderia ‘gerar’, ou ter qualquer esposa (embora tenha tentado violar Arien, isto seria para destruí-la e distanciá-la (16), não para gerar uma descendência ígnea). A partir das dissonâncias na Música – isto é, não diretamente de nenhum de seus dois temas (17), de Eru ou de Melkor, mas a partir de sua dissonância de um em relação ao outro – coisas malignas surgiram em Arda, as quais não se originaram de qualquer plano direto ou visão de Melkor: eles não eram ‘seus filhos’; e, portanto, uma vez que todo o mal odeia, o odiava também. A progenitura das coisas estava corrompida.  Então Orcs? Parte da idéia Elfo-Homem dando errado. Em relação aos Orcs, os Eldar acreditavam que Morgoth de fato os ‘gerou’ capturando Homens (e Elfos) no início e ampliando ao máximo quaisquer tendências corruptas que eles possuíssem.


Apesar de seu estado incompleto (seja devido à perda da conclusão da versão completamente desenvolvida do ensaio ou ao seu abandono, ver nota 6) este é o mais completo registro que meu pai escreveu de como, em seus anos tardios, veio a ‘interpretar’ a natureza do Mal em sua mitologia; nunca em nenhum outro lugar ele escreveu tal exposição da natureza de Morgoth, ou seu declínio, e de sua corrupção de Arda, nem explicitou a distinção entre Morgoth e Sauron: ‘o todo da Terra-média era o Anel de Morgoth’.

Situar este ensaio em relação sequencial aos demais escritos ‘filosóficos’ ou ‘teológicos’ fornecidos neste livro [HoME XI] com qualquer grau de certeza parece dificilmente possível, embora Fionwë filho de Manwë (ao invés de Eonwe arauto de Manwe) pode sugerir que ele se situa em um período relativamente antigo com relação a eles. Ele mostra uma semelhança evidente em tom a muitas das cartas de exposição que meu pai escreveu no final dos anos 1950 e de fato parece-me muito possível que a correspondência que se seguiu à publicação de O Senhor dos Anéis tenha tido parte significativa no desenvolvimento desta examinação das ‘imagens e eventos’ da mitologia (18).

NOTAS

1. Ragnarok: ‘o Destino dos Deuses’ (Nórdico Antigo): ver HoME IX

2. hroa: assim escrito aqui e na segunda ocorrência abaixo (e no texto A), não como em outros lugares hröa, onde significa o corpo de um ser encarnado. A palavra usada para ‘matéria física’ no Leis e Costumes era hrón, mais tarde alterada para orma (nota 26); no Comentário sobre o Athrabeth e no ‘Glossário’ de nomes a palavra é erma.

3. Sobre esta sentença ver p. 271

4. Condenação explícita, fortemente expressa aos Valar pelo Ocultar de Valinor é encontrado na história de mesmo nome em O Livro dos Contos Perdidos (HoME I), mas desaparece em versões posteriores. Da história antiga eu registrei (HoME I) que ‘no Silmarillion não há vestígios do tumultuoso conselho, nenhuma sugestão de desacordo entre os Valar, com Manwe, Varda e Ulmo ativamente desaprovando o trabalho e se distanciando dele’, e eu comentei:

É muito curioso observar que a ação dos Valar aqui surge essencialmente da indolência misturada com medo. Em nenhum lugar a concepção inicial de meu pai sobre os indolentes Deuses aparece mais claramente. Ele manteve, contudo, de forma bastante explícita que a falha deles em travar guerra contra Melko àquele tempo e naquele lugar fora um erro profundo, diminuindo a si mesmos, e (assim parece) irreparável. Eu seu escritos posteriores o Ocultar de Valinor de fato permaneceu, mas apenas como um grande fato de mitológica antiguidade; não há nenhum indício de sua condenação.

As últimas palavras se referem à narrativa constante no Silmarillion. A desaprovação de Ulmo agora reaparece, e é uma evidência adicional de seu isolamento nos conselhos dos Valar (ver nota 11); isto é, suas palavras a Tuor em Vinyamar (tendo falado a ele, entre outras coisas, da ‘ocultação do Reino Abençoado’, embora o que ele disse não seja registrado): Portanto, embora nestes dias de escuridão eu pareça me opor à vontade de meus irmãos, os Senhores do Oeste, dos quais faço parte, para o que fui indicado antes da criação do Mundo’ (Contos Inacabados).

5.  No original pleasaunce (=  pleasance):  um ‘jardim prazeiroso’. Meu pai uso a palavra várias vezes em O Livro dos Contos Perdidos, por exemplo com relação aos jardins de Lorien.

6. A este ponto meu pai mais tarde escreveu no manuscrito:  ‘Ver a forma original curta de Esvaecer dos Elfos (e Homens)’. Esta parece uma clara indicação de que B não foi completado, ou que se o foi a conclusão foi perdida logo no princípio.

7. Confira a afirmação sobre este assunto no breve texto I

8. Uma vez que esta discussão é introduzida em justificação para o Ocultar de Valinor, o ponto em que argumento se baseia parece ser que a história da Terra-média nos últimos séculos da Primeira Era não teriam sido possíveis de conclusão se Valinor tivesse continuado aberta ao retorno dos Noldor.

9. Assim, claro, como aconteceu a Melkor muito antes, após o saque a Utumno.

10. Confira na conclusão de QS (HoME V): ‘Mas o próprio Morgoth os Deuses atiraram através da Porta da Noite no Vazio Atemporal, além das Muralhas do Mundo’.

11. O seguinte foi adicionado marginalmente após a página ter sido escrita:

Se eles não mergulharam abaixo de certo nível. Uma vez que nenhum fëa poderia ser aniquilado, reduzido a zero ou à não-existência,  não é claro o que significa. Portanto Sauron é dito ter caído abaixo do ponto de recuperação, embora anteriormente tenha se recuperado. O que provavelmente significa é que um espírito ‘malicioso’ se torna fixado em um certo desejo ou ambição, e se não pode se arrepender então seu desejo se torna virtualmente seu ser como um todo. Mas o desejo pode estar completamente além da fraqueza para onde caiu, e ele será incapaz de retirar sua atenção do desejo inalcançável, mesmo para cuidar de si mesmo. Permanecerá para sempre em impotente desejo ou memória do desejo.

12. Uma referência para a lenda da derrota de Sauron por Luthién e Huan na ilha de Tol-in-Gaurhoth, onde Beren foi aprisionado (O Silmarillion).

13. Confira na Carta #181 (1956): ‘Neste mundo mitológico os Elfos e Homens são parentes, em suas formas encarnadas, mas com relação a seus “espíritos” para o mundo representam diferentes “experimentos”, cada um dos quais com sua própria tendência natual, e fraqueza. os Elfos representam os aspectos artísticos, estéticos e puramente científicos da natureza Humana elevados a um nível mais alto do que o de fato visto nos Homens’.

14. No texto FM2 de ‘Finwe e Miriel’ (HoME XI, nota de rodapé) ‘Arda Desfigurada’ é Arda Hastaina. Arda Envinyanta, em ambas as ocorrências, foi inicialmente escrita Arda Vincarna.

15. Com relação a esta passagem em parenteses confira especialmente  a nota (iii) no final de Leis e Costumes;

16. No original ‘distain’, um antigo verbo significando ‘manchar’, ‘descolorir’, ‘profanar’.

17. Os Três Temas de Iluvatar na Música dos Ainur são aqui tratados como um único tema, em oposição ao ‘tema’ discordante de Melkor.

18. Em uma carta de junho de 1957 (Carta #200) ele escreveu:

Eu lamento que tudoisso pareça monótono e ‘pomposo’. Mas assim o são todas as tentativas de ‘explicar’ as imagens e eventos de uma mitologia. Natuaralmente as histórias surgem primeiro. Mas isto é, suponho, algum teste de consistência de uma mitologia como tal, se é capaz de algum tipo de explicação racional ou racionalizada.

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