“Eu disse para ele [Del Toro], por muito tempo, para sair dessa coisa, porque só há espaço para um capitão no navio. Instintivamente, eu sabia que Peter [Jackson] iria assumir e fazer o filme. Guillermo, a seu crédito, não me escutava e queria continuar a fazê-lo e teve alguns grandes projetos – e tenho visto todos os projetos. É claro que ele teria feito um trabalho espetacular, mas não queremos todos ver Peter a fazê-lo? Ele deve fazê-lo e Guillermo deve fazer suas coisas. Isso é o que eu disse a ambos – vocês devem apenas ficar cada um em seu canto.”
Teria o conselho de Cameron também influenciado Del Toro? No fim de julho passado, na Comic-Con 2010, Del Toro deu mais algumas explicações sobre sua saída de “O Hobbit”, e disse que os problemas financeiros da MGM não foram os únicos fatores que o levaram a tomar a decisão drástica de pular fora da cadeira de diretor do projeto:
“As pessoas cismam em culpar a MGM, quando na verdade a decisão veio de muitos fatores juntos. De forma alguma foi somente a MGM. Filmes como ‘O Hobbit’ são muito complicados, tanto economicamente como politicamente. Você tem que obter a benção de três estúdios”, disse Del Toro.
Quando foi questionado se diferenças criativas entre ele e Peter Jackson também contribuíram para sua desistência da direção, o diretor mexicano disse que não.
“Nós estávamos na fase em que a colaboração era boa. Se tivesse que acontecer algum problema, nós nunca chagamos a este estágio”, completou.
Algumas coisas devem ter acontecido nos bastidores dessa produção tão enrolada que nós não sabemos e, talvez, nunca saberemos. Se houve mesmo um conflito de visões entre Del Toro e Jackson eles jamais vão admitir. Mas essa era uma possibilidade muitas vezes debatida entre os fãs. No fim das contas, James Cameron parece ter tido razão, e dois capitães num navio parece tão pior quanto um navio sem capitão. E o resultado pode ser um só: motim e deserção da tripulação!
Fontes: The Herald Sun e CineClick