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Entrevista com Sir Ian “Gandalf” McKellen para o Omelete

Confira mais uma entrevista que o brazuca Omelete conseguiu com o elenco de O Hobbit! Dessa vez o entrevistado foi o talentoso e humorado Sir Ian McKellen, o eterno Gandalf. De acordo com o site brasileiro, de todos os entrevistados McKellen foi o mais disposto a falar sobre tudo relacionado à produção dos filmes. No entanto, destacamos aqui apenas os trechos relacionados ao personagem Gandalf e sua relação com outros personagens. Para ler a entrevista completa, acesse o Omelete.

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O livro não deixa claro o motivo de Gandalf ajudar os anões a recuperar o ouro, assim como também não é explicado porque ele escolhe Bilbo como o ladrão. Como o ator que vai viver o personagem, mesmo que não haja resposta para essas perguntas, você tenta respondê-las para si mesmo?

Se você está interpretando o papel ou escrevendo o roteiro do filme, essa pergunta é inevitável. Uma vez que a decisão de transformar o breve livro em três filmes foi tomada, a resposta acabou sendo encaixada em meio à trama. Então, quando Gandalf deixa os anões para que eles sigam sozinhos com o trabalho, acabamos descobrindo porque ele os apoia – e isso acaba envolvendo a Terra-média como um todo, inclusive os magos e elfos.

No livro d’O Hobbit, Gandalf parece ser um personagem bem mais dissimulado do que nas outras histórias. Ele parece saber mais sobre a história do que os outros personagens, ou até mesmo os leitores, sabem. Você acha que ele só foi descrito de forma mais simples ou…

É um dilema. Um pouco de cada, depende da situação. No geral, ele só quer ficar de olho nos anões. Especialmente Thorin, que está um pouco fora de controle e não é facilmente controlado. A questão é se Thorin vai ceder e fazer as coisas da maneira de Gandalf ou se Gandalf vai ter de… Ele chega a perder a paciência com Thorin em um ponto.

Então quer dizer que veremos mais da relação de Gandalf e Thorin no filme do que vemos no livro?

Não sei dizer isso. Uma vez que recebo o roteiro, mesmo que ajude voltar ao livro, eu não os comparo. Mas posso dizer que existe uma constância na relação deles durante o filme. Peter me disse logo no começo das filmagens que haveria uma cena no Bolsão em que os anões bebiam e comiam de monte. Ele achou que seria divertido ver Gandalf meio embriagado. Eu fiquei horrorizado com isso. Gandalf não fica bêbado! Mas agora, um ano depois, eu entendi qual era a intenção de Peter: dar leveza. Ele conseguiu contratar ótimos comediantes e Gandalf acaba sendo parte disso, mas a pressão sai um pouco de mim quando Billy Connolly, Barry Humphries, Stephen Fry e Martin Freeman estão no elenco.

Você se lembra de alguma cena que está nos livros e não está no filme, ou vice-versa?

Sim, existem cenas que não estão nos livros, mas isso não quer dizer que elas não estão na cabeça de Tolkien. Philippa [Boyens], com quem eu mais falei sobre o roteiro, sempre fazia referências a partes do livro que eu acabei ignorando. Ao contrário do Senhor dos Anéis, que teve de ser cortado para caber em três filmes, O Hobbit teve de ser ampliado. Logo no início eu tive uma ideia: achei que seria legal não fazer um filme sobre O Hobbit, mas sim uma série de TV. Fazer tudo que está no livro com extremo detalhamento, talvez levasse 13 episódios de uma hora de duração cada, não sei. Mas não sou produtor nem roteirista.

Gandalf muda de personalidade com bastante facilidade durante a história – uma hora ele é todo amigável e no minuto seguinte já fica sério. Isso é algo que vem naturalmente para você ou existe um estudo prévio?

Não sei ao certo, mas estou trabalhando mais com base na memória que tenho do personagem. É o mesmo Gandalf. No entanto, foram três filmes e em dois deles eu era Gandalf, o Branco. Eles não são parecidos entre si e eu nunca gostei muito do Branco. Ele é um homem que tem uma missão, é um comandante que trabalha no limite de suas forças. Já o Cinza, e Peter concorda comigo, é uma pessoa muito mais agradável, mais humano, cheio de vida – principalmente quando ele está com os hobbits. Como só existe um hobbit nessa história, acho que quando Gandalf está com ele acaba ficando mais como o cinza. Ele não gosta muito dos anões.

Você assistiu aos filmes do Senhor dos Anéis pra refrescar sua memória sobre o Cinza?

Não, não sou esse tipo de profissional. Eu até pensei em fazer isso, mas é doloroso assistir a si mesmo atuando porque não há nada que você possa fazer pra mudar qualquer coisa. Mas eu cheguei a assistir uns pedaços dos filmes e cheguei a me perguntar se estava fazendo aquilo tudo de novo. Só acho que o Gandalf d’O Hobbit deveria ser um pouco mais novo – mas também, quando se tem 67 mil anos as coisas não mudam muito em apenas 60 anos.

Parece que a dinâmica e a energia entre Gandalf e esse novo grupo é bem diferente. Como você lidou com isso?

As relações de Gandalf são mais com Bilbo e Thorin do que com os outros anões. Então vejo todos mais como um grupo do que como indivíduos, assim como é no livro. Acho que o filme deixou Gandalf um pouco menos mandão do que ele é no romance. Mas ele apoia a jornada com muito mais entusiasmo do que o resgate do anel. Por isso ajuda bastante que sempre fique claro o que está acontecendo em outras partes da Terra-média, o que os anões tem feito, quem está atraindo a atenção de inimigos antigos e recentes, ameaçando acordar o dragão – que agora está crescido. Se eles vão mexer com esse tipo de coisa, Gandalf acha importante estar por perto. E ele está certo.

O que você já viu do filme finalizado?

Eu já vi a cena finalizada, aquela em que Gandalf e Saruman aparecem juntos. É bem peculiar. Já vi boa parte do filme, bastante da primeira parte, e está ficando lindo. Mas devo dizer que ainda não vi nada em 48 quadros por segundo e estou bem animado com o formato.

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