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Entrevista com Azog, o Profanador!

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O ator Kiwi Manu Bennett é conhecido atualmente por seu trabalho na série Spartacus: Blood and Sand [filmada na Nova Zelândia], onde interpreta o escravo parrudo Crixus. Seu desempenho chamou a atenção de Peter Jackson, levando-o a lançar Bennett como o imenso Orc pálido da trilogia O Hobbit, Azog. Agora, com O Hobbit saindo em Blu-ray e DVD, ele fala à revista britânica Empire Online sobre o personagem e como chegou ao papel, inicialmente dado a outro ator, além de revelar o nome de seu animalzinho de estimação, o temível warg branco.

 

Como você foi parar em O Hobbit?

Eu estava chegando ao final de Spartacus e pensando: “Como é que eu vou terminar isso? Vou acabar em uma série policial ou de hospital?” Eu estava com muito medo, requisitado em sets de arenas ou vendo 1.000 soldados em batalha. Mas, então, eu tive essa chamada da Nova Zelândia. Peter Jackson já havia lançado alguém como Azog, mas quando chegou à sala de edição, ele não tinha certeza de que estava funcionando. Eu tinha feito um teste para esse papel anteriormente e então eles pensaram em mim. Como eu estava filmando os últimos três episódios de Spartacus, eles tiveram que correr comigo nos fins de semana. Eu terminava e ia direto para Wellington, mudando o traje de gladiador para o traje verde [de captura de movimento].

Parece que houve uma grande pressão sobre você com relação ao tempo…

Eu estava no estúdio fazendo as coisas para Azog quatro semanas antes da estreia! De certa forma eu era o ingrediente final para a coisa toda. Ser chamado tão tarde significa que eu perdi toda a campanha promocional. Não havia imagens ou cenas de Azog nos trailers, porque nada estava disponível ainda. Quando eu estive em Nova York recentemente, vi um jogo do Lego para o cenário com as árvores em chamas e as pinhas de fogo, e tinha um pequeno boneco de Bolg (o filho barbudo de Azog, que aparece em A Desolação de Smaug e em Lá e De Volta Outra Vez), não de Azog. Isso porque o projeto que acabou como Bolg foi originalmente concebido para Azog. Azog ia ser um gigante de dois metros, feito com próteses, mas Peter mudou de ideia e decidiu fazer com algo menos volumoso, e preferiu com a captura de movimento. Eu acho que sua decisão surpreendeu a todos na época.

Nós não vimos Bolg na tela ainda, mas é difícil imaginar uma dinâmica de pai e filho entre Orcs…

(Risos) Eu não acho que haverá uma cena com mamadeira. E não sei se eles jogarão cricket ao lado do campo de batalha. Mas aqui vai uma curiosidade interessante: o cara que faz o Bolg, e que foi originalmente escalado como Azog, estudou na minha escola em Newcastle, Austrália. Ele é conhecido como Conan Stevens, e era realmente muito alto e magro na época. Eu estava lá no dia em que ele foi atormentado por um cara um ano à frente de nós, no recreio – todo mundo estava olhando e Conan de repente, com seus grandes e longos braços, derrubou o cara de bunda no chão. E foi aí que ele mudou. Ele deixou de ser só ossos para estar na equipe de rugby dentro de um mês. Em seguida, ele se tornou um ator e se juntou a nós em Spartacus [Conan Stevens também atuou na primeira temporada de Game of Thrones como Sor Gregor Clegane, a Montanha que Cavalga]. Eu o convidei um dia para ir a minha casa e ele disse: “Eu só consegui o papel de Azog.” E eu disse, “Porra, seu filho da mãe! Fiz teste para esse papel!” Comemoramos, e depois, sei lá para quais propósitos criativos, Peter decidiu usá-lo como Bolg e pediu-me para fazer Azog. É só uma coincidência muito engraçada. E eu estava lá no momento decisivo, quando ele se tornou o Azog da nossa escola.

E agora vocês estão aterrorizando a Terra-média juntos. Parece que Peter Jackson é um fã de Spartacus

Sabe como é, quando eu comecei na Weta no meu primeiro dia, eu estava muito nervoso. Eu estava sentindo aquela tensão pré-entrevista de emprego, ou sei lá o que. E foi como se houvesse por lá uma contagem regressiva quando Peter aproximou-se do edifício: “Peter, está no estacionamento, Peter está no prédio!” Então, com passos curtos, um amigável e despretensioso barbudo com roupa muito casual surge. É como O Mágico de Oz, quando o cara sai de trás do espelho – que é exatamente o que Peter Jackson é. Completamente despretensioso. E a primeira coisa que ele me disse foi: “Manu, estamos muito honrados em ter você aqui. Eu sou um grande fã de Spartacus e adoro o seu trabalho na série. Nós sabemos que você vai fazer um trabalho fantástico aqui.” E nós fomos direto para cima do cavalo –. Ou melhor, do warg, devo dizer – e descobri rapidamente o que eu ia fazer.

Como você se aproximou do personagem?

Na noite em que fui escalado, saí e comprei O Império Contra-Ataca e Tubarão. Meu objetivo era obter uma voz tão sinistra quanto a de Darth Vader e o aspecto físico ameaçador do tubarão. É tão fácil fazer essas enormes feras  – esses personagens ferozes. Mas eu queria ter essa presença circulando constantemente, que de repente ataca aleatoriamente. Peter permitiu-me fazer um monte de ajustes. Sendo um Maori, na cena em que estou batendo em Thorin, balancei para trás em meu warg, levantei meus olhos para cima e fiz este olhar que, no mundo Maori é chamado de ‘pukana’. Você mostra ao inimigo o branco dos seus olhos. Simplesmente aconteceu instintivamente e no final da tomada, eu disse, “Peter, eu acho que fiz um pukana!” Eu não pensei que ele fosse usá-lo, mas quando fui para a estreia com um grupo de amigos Maori, lá estava ele.

Quando falamos com [a roteirista] Philippa Boyens, ela disse que você tinha muitas admiradoras no set. Ela também disse que camisetas foram feitas onde se lia: “Azog pode me profanar a qualquer hora.”

Eu não sei quantas dessas garotas realmente querem ser pegas por Azog! (Risos) No traje verde com as esferas de captura de movimento, já seria uma imagem completamente diferente.

Alguma vez você se perguntou o que exatamente é que Azog, o Profanador, profanou?

Não! É engraçado, porque eu me lembro de ter essa discussão com a minha agente, quando eu originalmente fui fazer o teste para ele. Minha agente é alemã e eu sempre faço piadas com ela sobre as preferências sexuais dos alemães. (Risos) Ela disse, “Manu, eu acho que você apenas tem que ser algum tipo de torturador de hobbits, mal e pervertido.” Isso foi o que ela recomendou para mim.

Na captura de movimento foi divertido ou cansativo?

Foi difícil, mas também divertido. Totalmente ao acaso, eu esbarrei em Andy Serkis na Comic-Con um ano antes de me lançar em O Hobbit, e conversamos por uma hora sobre a captura de movimento e sua nova empresa em Londres. Ele disse-me então, “A captura de movimento está se expandindo, porque você deixar o seu próprio corpo trabalhar. É como Tron, sendo sugado em um videogame. Você já não existe e tudo o que resta é o papel.” Quando comecei a trabalhar – e eu literalmente segui os passos de Andy, aqueles que ele tinha usado para fazer Gollum – eu não atuei com outros atores. Eu não encontrei Richard Armitage [Thorin] até a estreia. Então eu tive que criar um mundo emocional para Azog. Lembro-me de estar sentado em um cavalo pummel, imaginando que era um lobo gigante. Eu liguei para Peter, que estava na cabine de controle, descalço, e ele me perguntou que tipo de relação eu tinha com meu warg. Porque eu achava que tinha que ser como um tipo de Lone Ranger e Silver, esse tipo de coisa, com uma ligação entre os dois.

Será que a ligação se estende a ponto de dar nome ao warg?
 
Sim, eu realmente o chamo de Daisy. (Risos) Na verdade, veio com uma camiseta que dizia: “Um warg é o melhor amigo de um orc.”

Legal. Há uma versão estendida de Uma Jornada Inesperada saindo neste Natal. Será que vai conter alguma cena  adicional de Azog?

Não, porque quando eu fui levado para o estúdio, eles já tinham terminado o filme. Em algumas das cenas eu tive que atuar em quadros onde fui colocado sobre o desempenho de Conan. Elas ficaram bastante frenéticas enquanto estávamos na busca pela voz do personagem. Os caras do som foram lançando rosnados de leopardo enquanto soltava a minha voz de barítono super profunda.

Você está voltando para a Nova Zelândia neste verão para filmar mais cenas. Pode nos dar alguma dica sobre o que elas envolvem?

Não realmente, porque eu ainda não vi o roteiro. Mas Peter disse-me que ele vai construir Azog ao longo dos próximos dois filmes, então eu tenho muito que fazer. Sua motivação é caçar um pouco o velho Thorin Escudo de Carvalho, o cara que arrancou o seu braço fora, e cortar alguns membros em troca. Ele deseja vingança.

Isso e conseguir alguma comida de warg de boa qualidade para Daisy?

Nunca há o suficiente quando se tem outros wargs a sua volta! Mas é engraçado você dizer isso, porque eu não quero entregar nada, mas Daisy tem um papel a desempenhar. E eu juro a você: Azog sempre estará muito atento a ela. Essa relação é uma preocupação constante na série.

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