O revólver Webley MK VI, que o segundo tenente John Ronald Reuel Tolkien usou na linha de frente durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), será exposto a partir deste mês no Museu Imperial de Guerra em Manchester, Inglaterra.
A arma, que era uma versão atualizada do Webley Mk V – o revólver padrão dos oficiais britânicos com a eclosão da Primeira Guerra Mundial – ficará exposta no principal espaço de exposições do Museu Imperial.
Breve história de J. R. R. Tolkien na Primeira Guerra
Tolkien se formou na Universidade de Oxford em junho de 1915 e logo obteve um posto no exército britânico como segundo tenente. Em junho de 1916 foi enviado com o 11 º Batalhão “Lancashire Fusiliers” ao Norte da França. Tolkien lutou entre junho e novembro de 1916 no Somme, local de uma terrível batalha em que mais de um milhão de pessoas foram mortas. Devido às péssimas condições nos campos e trincheiras, lutando sob intenso fogo inimigo, Tolkien contraiu “febre de trincheira” e foi afastado da frente de batalha. Ele foi enviado para o hospital em Birmingham, West Midlands, onde permaneceu incapacitado pelo resto da guerra, e assim começou a escrever as primeiras versões de suas histórias da Terra-média, ou seja, textos que mais tarde fariam parte de O Silmarillion.
Apesar de sua obra não ser alegórica (e Tolkien sempre fez questão de frisar isso), o próprio autor admitia que partes significativas de O Silmarillion e O Senhor dos Anéis deviam alguma coisa às suas traumáticas experiências durante a Grande Guerra.
“As pessoas pensam sobre a Segunda Guerra Mundial, mas foi a Primeira Guerra Mundial que em grande medida deu forma a sua escrita”, disse John Garth, autor do livro “Tolkien and the Great War”. Garth afirma que o personagem principal de O Senhor dos Anéis, Frodo Bolseiro, pode verdadeiramente ser comparado com um jovem oficial e suas “experiências de guerra traumatizantes”. Do principal companheiro de Frodo em sua jornada até Mordor, por sua vez, Garth disse: “Tolkien disse nomeadamente que Samwise Gamgee era uma espécie de homenagem aos subalternos que ele havia conhecido na Primeira Guerra Mundial”.
Fonte: DailyMail