Quem responde é o americano Michael Drout, professor do Wheaton College e um dos principais especialistas no estudo acadêmico da obra de Tolkien da atualidade.
Quem quiser ler a resenha de Drout sobre o último filme da Hexalogia do Anel na íntegra pode conferir o blog dele. Mas achei que valia a pena traduzir aqui a lista dos acertos do filme de acordo com Drout (no post completo, ele também criticou as muitas falhas que viu na obra de Peter Jackson).
Vamos à lista, entonces. Diga lá, professor Drout:
“- Os ambientes, a arquitetura, os artefatos e a atenção aos detalhes são ainda mais soberbos do que o que vimos na primeira trilogia do cinema;
– Os atores, na maior parte das vezes, são excelentes, e na verdade as performances deles salvaram diversas cenas mal escritas;
– O ataque de Smaug à Cidade do Lago é muito mais horrendo do que no livro. O sofrimento daquele povo diante do ataque aéreo é emocionalmente muito poderoso;
– Não temos muitos Easter Eggs, mas os que notei são legais, especialmente Gandalf usando o Anel do Fogo na batalha de Dol Guldur, o uso do termo “were-worms” [na tradução em português ficou homens-serpentes, mas são aqueles megavermes do filme, na verdade] — embora eles, em si, sejam supérfluos –, a menção ao dragão gelado no segundo filme…
– Embora eu não ache que o que vimos no filme foi o que Tolkien imaginou a respeito do combate entre o Conselho Branco e Sauron em Dol Guldur, gostei de ver a Galadriel ficando toda assustadora;
– Porco-Guerreiro de Armadura, Alce de Guerra, Bodes Militares;
– E, para mim, o melhor elemento ligado à tradição dos livros: Thranduil é um elfo estilo Silmarillion. Arrogante, desdenhoso dos meros mortais, emocionalmente incompreensível, cheio de cicatrizes emocionais e falhas: ele não é Thingol (ideia original de Tolkien para a identidade do Rei Élfico do livro), mas está mais para Celegorm ou Curufin, um dos filhos de Fëanor, em todo o seu poder, beleza e competa cuzãozice [estou traduzindo “jerkitude” aqui]. Dou a Jackson o crédito de criar um elfo diferente dos que vimos antes.
Foi bom ver a Terra-média de novo. O preço que pagamos em termos da história foi alto, mas se foi disso que precisamos para reconstruir esse mundo e ter outro vislumbre dele, provavelmente valeu a pena.”