É com profundo pesar que anunciamos a morte do ícone do cinema Sir Christopher Lee, aos 93 anos. Lee morreu em um hospital de Londres, onde estava internado devido a insuficiência respiratória e cardíaca, informou o The Telegraph. Também segundo o noticiário britânico, a morte de Christopher Lee aconteceu no último domingo, dia 07 de junho, devido a complicações desse quadro. No entanto, a informação somente foi divulgada à imprensa hoje, 11/06.
A esposa do ator adiou a notícia, pois queria avisar todos os familiares antes. Christopher Lee deixa a esposa, a ex-modelo Birgit ‘Gitte’ Lee, com quem era casado desde 1961, e uma filha, Christina, de 53 anos.
Christopher Frank Carandini Lee nasceu em 27 de maio de 1922. Sua carreira como ator aconteceria nos anos 1940, tornando-se mais conhecido na década seguinte.
Conde Drácula, A Múmia, Rasputin, Dr. Fu Manchu, Dr. Jekyll e Mr. Hyde, Conde Dooku, Saruman, Sherlock Holmes, Francisco Scaramanga, o Homem com a Pistola de Ouro e centenas de outros personagens interpretados no cinema e televisão, fizeram com que Sir Christopher fosse conhecido e admirado por muitas gerações de fãs até os dias de hoje.
De fato, quando soube da produção, o ator inglês fez teste para interpretar o Mago Cinzento. Porém, dada sua imponência física e vocal, ele foi a primeira e única escolha de Peter Jackson – fã de Christopher Lee pelos seus filmes de horror, dos estúdios Hammer – para interpretar o mago Saruman, o Branco – e, na verdade, a primeira escolha de todo o elenco.
Sir Christopher também é um condecorado veterano da Segunda Guerra Mundial, onde serviu como voluntário na Força Aérea Real Britânica e, mais tarde, como oficial de inteligência do Long Range Desert Group. Sobre isso, Lee declarou certa vez: “Eu fiz parte do Serviço Aéreo Especial [SAS], mas nós somos proibidos – seja no passado, no presente ou no futuro – de falar sobre quaisquer operações específicas. Vamos dizer apenas que eu estava nas Forças Especiais e deixar por isso mesmo”.
Porém, segundo o diretor Peter Jackson, em depoimento nos documentários do material extra da edição estendida da trilogia O Senhor dos Anéis, sua mórbida experiência enfrentando nazistas no último grande conflito mundial serviu de inspiração para a morte de Saruman, na versão estendida de O Retorno do Rei. Christopher Lee fez questão de fazer Saruman morrer exatamente como um homem morre ao levar uma adaga nas costas, ato provocado por Gríma Língua de Cobra (Brad Dourif). O som aspirado, produzido por alguém ao levar a facada, segundo Lee, é exatamente como o que ele fez no filme.
Christopher Lee Também serviu como um dos consultores da trilogia sobre as obras e personagens de Tolkien, dado seu grande conhecimento sobre as obras o autor inglês. Assim, ajudou dando dicas à equipe de maquiagem prostética de como projetar algumas criaturas da Terra-média. E, aos 90 anos, quando parecia que sua saúde já debilitada o impediria de participar da trilogia O Hobbit, o ator mostrou toda a sua força mais uma vez reprisando o papel que o marcou na mente dos fãs de Tolkien.
Primo de Ian Fleming, o criador do Agente 007, e filho de uma condessa italiana, sua nobre linhagem familiar, segundo Lee, remonta ninguém menos que o Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Carlos Magno (742-814), o rei dos Francos. Porém, foi por seus serviços prestados à Grã-Bretanha, seja como soldado na guerra, seja como ator ou filantropo, Christopher Lee foi nomeado Cavaleiro do Império Britânico, em 2009, podendo então ostentar o título de “Sir”.
Além de ator, tinha formação musical clássica e em 2010 lançou o álbum “Charlemagne: By the Sword and the Cross”, um álbum conceitual de metal sinfônico, em que atua como seu antepassado famoso, Carlos Magno. Aos 90 anos, lançou seu segundo álbum de Heavy Metal e continuou sua empreitada como metalhead até 2014, quando lançou “Metal Knight”, sobre Don Quixote De La Mancha. Sobre essa versatilidade toda, chegou a declarar: “Deve-se tentar qualquer coisa que puder em sua carreira, exceto Folkdance e incesto”.
Em 2011 foi agraciado com o prêmio BAFTA, conhecido como o “Oscar britânico”, por sua contribuição como ator para o cinema e tv da Grã-Bretanha. O prêmio foi entregue por um dos diretores preferidos de Lee, Tim Burton, com quem o ator colaborou em diversos filmes. Na ocasião, ovacionado em pé por todos os presentes na cerimônia, e muito emocionado, Sir Christopher Lee declarou que jamais se aposentaria. Disse:
“Eu odeio ser um ídolo. Como dizia o meu querido [ator] Boris [Karloff], não vou pendurar as chuteiras até morrer”.
E foi exatamente o que ele fez. Segundo o IMDB, seus últimos trabalhos podem ser conferidos nos filmes O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos (2014), Angels in Notting Hill (2014), Extraordinary Tales (voz, 2015) e 11th, que será lançado em 2016.
Estas poucas linhas acima não fazem justiça a tudo que Christopher Lee fez e representou como ator e ser humano, não fazem justiça a sua incrível biografia, mas, e citando algumas das postagens web a fora, que repercutiram a notícia de sua morte, chegamos a conclusão que Christopher Lee não morreu, ele viveu! Viveu intensamente e viverá para sempre na enorme quantidade de filmes (quase 280 deles) e personagens que nos legou.
Confira abaixo Christopher Lee recitando o Verso do Anel em inglês e na Língua Negra de Mordor. Numa demonstração do que foi considerado uma das mais poderosas vozes do cinema.
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Fica aqui nossa singela homenagem a esta lenda e ícone do cinema que, certamente, deixa hoje a chamada sétima arte um pouco mais pobre, além do enorme sentimento de perda para seus fãs, que sempre o chamaram carinhosamente de Chris Lee.
Námarië, Sir Christopher.