Pois é, pessoal, foram duas semanas de muita participação, várias perguntas legais (outras nem tanto), e aqui estamos nós! Hora de anunciar os vencedores da promoção para ganhar um livro da coleção 100 Perguntas da Superinteressante, inteiramente dedicado a SdA e escrito por este Cisne que vos fala!
Esse tipo de decisão sempre pode ser decepcionante para algumas pessoas. O nosso critério foi escolher respostas criativas, corretas e variadas – por isso, demos espaço para uma bem humorada tb. Bem, vamos a elas abaixo:
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Quais obras influenciaram Tolkien?
Beowulf, um poema anglo-saxão, é uma das obras que mais influenciaram Tolkien. O poema é muito importante na literatura inglesa, apesar de acontecer na Escandinávia e na Dinamarca. A história conta, principalmente, sobre as lutas entre o guerreiro Beowulf e três criaturas.
A primeira delas, Grendel, é um monstro que espalhava o terror pela Dinamarca, fazendo com que seu rei pedisse ajuda a Beowulf (que vivia na Escandinávia) para mata-lo. Beowulf confronta Grendel, e o fere mortalmente antes do monstro fugir.
A mãe de Grendel aparece para vingar a morte do filho. Beowulf vai até a caverna dos monstros, mata a mãe e corta a cabeça de Grendel, já morto, e a leva para o rei da Dinamarca, como símbolo da futura paz.
Mais tarde, Beowulf torna-se rei da Escandinávia e, já idoso, assiste sua terra sendo atacada por um dragão. Mesmo com a idade, vai atrás da fera sem medo. É morto, mas um de seus homens – Wiglaf – vinga sua morte, cravando sua espada na cabeça do dragão.
O poema, naturalmente, é muito mais do que uma simples sucessão de cenas de luta. É a mais famosa obra de seu tempo por seu estilo, seus detalhes reveladores e seus grandes temas. E como diz David Colbert, em “O Mundo Mágico do Senhor dos Anéis”, “Tolkien pegou emprestado um pouco de cada um desses ingredientes”.
Podemos fazer várias comparações entre o poema Beowulf e as obras de Tolkien. Os ambientes em que se passam as duas histórias são semelhantes (em O Senhor dos Anéis, Legolas descreve O Palácio Dourado com a mesma expressão que descreve o salão de hidromel em Beowulf: “A luz dele brilha por toda região”); alguns nomes em O Senhor dos Anéis são derivados do poema (o nome dos orcs de Tolkien vem de orcneas, uma palavra usada para os monstros em Beowulf); e as histórias tem pontos parecidos (no Senhor dos Anéis, uma espada cravada num Cavaleiro Negro se dissolve devido ao mal que ele contém, exatamente como a espada de Beowulf quando toca o sangue do horrendo monstro Grendel).
Para Tolkien, ler Beowulf era como uma diversão. Todo ano, ele o lia para seus novos alunos. Um ex-aluno disse em “J.R.R.Tolkien: Uma Biografia” que Tolkien “…conseguia transformar uma sala de aula em um salão de hidromel, (…) e nós éramos os convivas que se banqueteavam”.
Mas não foi apenas Beowulf que influenciou Tolkien. O professor usou elementos da mitologia nórdica das histórias do “Edda Antigo” também. Em “O Senhor do Senhor dos Anéis”, Lin Carter cita versos que contém os nomes dos anões de O Hobbit:
“Então buscaram os deuses seus assentos reunidos
Os sagrados, e um conselho estabeleceram
Para descobrir quem deveria criar a raça dos anões
A partir do sangue de Brimir e das pernas de Blain.
Lá estava Motsognir o mais poderoso
De todos os anões e Durin ao lado;
Muitos semelhantes aos homens eles fizeram,
Os anões na terra, como disse Durin.
Nyi e Nithri, Northri e Suthri,
Austri e Vestri, Althjof, Dvalin,
Nar e Nain, Niping, Dain
Bifur, Bonfur, Bombur, Nori,
An e Onar, Ai, Mjothvitnir.
Vigg e Gandalf, Vindalf, Thrain,
Thekk e Thorin, Thror, Vit e Lit,
Nyr e Nyrath – agora eu contei –
Regin e Rathsvith – a lista está certa.
Fili, Kili, Fundin, Nali,
Heptifili, Hannar, Sviur,
Frar, Hornbori, Fraeg e Loni,
Aurvang, Jarí, Eikinskjaldi.
A raça dos anões do grande grupo de Dvalin
Chegando até Lofar a lista devo citar;
As rochas eles deixaram, e pelas terras úmidas
Nos campos de areia buscaram um lar.
Eram Draupnir e Dlogthrasir,
Hor, Haugspori, Hlevang, Gloin,
Dori, Ori, Duf, Andvari,
Skifir, Virfir, Skafith, Ai.”
Podemos ver que Tolkien tirou até o nome de Gandalf dos versos acima. Ainda sobre Gandalf, no mesmo “Edda Antigo” há a história de Odin, o mais poderoso deus da mitologia nórdica, e há muitas conexões entre o mago do Senhor dos Anéis e Odin. Os dois são representados da mesma forma (velhos de barbas compridas com cajados), têm poderes sobrenaturais, e parecem estar sozinhos em uma demanda que outros não conseguem entender. Enquanto Gandalf cavalga Scadufax, o cavalo mais veloz entre todos da Terra-média, Odin cavalga Sleipnir, que possui oito patas sendo o mais veloz da mitologia nórdica. Claro que apesar de ter influenciado na construção de Gandalf, o mago e Odin tem suas diferenças. Odin, por exemplo, é o deus supremo enquanto Gandalf parece estar obedecendo a ordens de uma autoridade maior; o deus gosta de tesouros, enquanto o mago não se importa com riquezas. As diferenças entre os dois são tão importantes quanto às semelhanças.
Uma das mais grandiosas lendas do “Edda Antigo” é a história de Sigurth, o Matador de Dragões, que pegou o fabuloso tesouro dos Nibelungos. No tesouro, há anéis de ouro, e o dragão profetiza ao seu matador que “os anéis serão vossa perdição”. Mais tarde, quando o rei Gunnar pega o tesouro de Sigurth e de sua esposa Guthrun, ela diz: “Gunnar, nenhuma alegria o ouro vos dará, os anéis em breve vossos assassinos serão”. Grande influência de tais anéis no poderoso Anel do Senhor dos Anéis.
Tolkien teve ainda muitas outras obras influentes, como o épico alemão “Nibelungenlied” e as histórias do Rei Arthur, pois o seu conhecimento em literatura e mitologia européias era muito grande.Talvez seja por todos esses elementos combinados que as obras de Tolkien sejam tão grandiosas, influenciando, por sua vez, tantas obras de hoje e encantando milhões de leitores em todas as partes do mundo.
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Pergunta: “Qual fim tomou os membros da Sociedade do Anel?”
Resposta: O corpo de Boromir seguiu o fluxo do Rio Anduin até, acredita-se, ter chegado à Baía de Belfalas. Frodo, Sam e Gandalf foram para as Terras Imortais, no Oeste, para aonde foram posteriormente Legolas e Gimli. Aragorn, Merry e Pippin, ao falecerem, foram sepultados no Reino de Gondor.
[b]Nota da equipe Valinor[/b]: é bom lembrar que Frodo e Sam, assim como Bilbo, não se tornaram imortais, mas morreram pacificamente em Tol Eressëa.
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Como é que as árvores (não os Ents) de Fangorn ou
mesmo da Floresta velha, andavam enquanto ainda
estavam fincadas no solo SEM FAZER AQUELA REVOLUÇÃO
ENORME DE TERRA PARA TODOS OS LADOS? (em letras
maiusculas é a pergunta propriamente dita)
(eu perguntaria ainda se elas saem do chão com
raiz e tudo, mas acho que não… acho que navegam
pelo chão como se fosse um mar… o problema é
que solo não é mar oO’)
Resposta: deve ser uma combinação de milhões de
microraizes-dedinhoos que vão revolvendo a terra,
em cooperativa com as minhocas que afofam a terra
para as árvores sairem para passear. Pois com a
terra fofa deixada pelas minhocas as
microraizes-dedinhos não ficariam ralados para
dar “braçadas” no solo durante a natação das
árvores.
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É isso, galera! Parabéns aos ganhadores e tb a quem participou. Os vencedores, por favor, entrem em contato comigo no e-mail [email]rj.lopes@terra.com.br[/email] para me darem seu endereço de correio e receberem o livro. Abração!