Eles, os Anões!

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Escrito por Cassiano Ricardo Dalberto

Gimli, por John Howe

Vamos falar sobre Anões. Eu imagino que a atuação que John Rhys-Davies fará de Gimli irá resultar em alguns Web sites de homenagem tanto para o autor quanto para o personagem. Neste momento eu não consigo encontrar nada útil pesquisando Anões. Oh, existem dezenas, talvez centenas de Web sites que mencionam o fato de que os Anões eram uma das raças da Terra-média, e podem citar os Apêndices de alguma maneira e reprocessar o que todo mundo com uma cópia de O Senhor dos Anéis e talvez mesmo O Silmarillion podem facilmente descobrir virando algumas poucas páginas.

 
 
 
Mas alguém realmente conhece o papel total dos Anões de Tolkien? Tolkien conhecia todo o papel? Bem, provavelmente nem o próprio Tolkien conhecia o suficiente sobre seus Anões para escrever além do que foi publicado, mas uma grande quantidade de informação veio à luz através dos anos. Vamos dar uma olhada em como a civilização dos Anões surgiu, e ver o que Tolkien nos contou, e o que nós podemos razoavelmente inferir sobre isso. Mas é importante compreender como a concepção de Tolkien sobre os Anões se desenvolveu, pois como suas idéias mudaram também mudou sua história imaginária.

A maioria das pessoas sabe que aos Anões de O Hobbit foram dados nomes retirados da mitologia nórdica de uma maneira particularmente casual. Quando Tolkien visualizou a demanda para uma continuação dessa história popular como uma oportunidade para publicar alguma coisa de sua mitologia pessoal, ele confrontou-se com a necessidade de incorporar aos nome nórdicos dos Anões em um mundo complexo que ele vinha inventando há anos.

Inicialmente Tolkien tentou explicar os nomes como uma “concessão editorial”: “Estes Anões não são como os Anões de contos mais conhecidos. A eles foram dados nomes nórdicos, é verdade; esta foi uma concessão editorial. Muitos nomes na língua própria ao período poderia ser alarmante…” [J.R.R. Tolkien, “Letters of J.R.R. Tolkien”].

De fato, Tolkien foi ligeiramente desistimulado pelo uso inicial de nomes nórdicos. A história de O Hobbit era, apesar de tudo, planejada originalmente para entreter seus filhos. Tolkien inventou muitos contos, a maioria dos quais foram perdidos por nunca terem sido escritos ou apenas começados. Mas é aparente de pelo menos três dos contos de fadas de Tolkien que ele gostava de emprestar nomes de sua mitologia linguisticamente inspirada para proporcionar alguma cor e profundidade a estas histórias.

Então, Elrond e a Queda de Gondolin se intrometem nos negócios de Bilbo com os Anões, e mais tarde existe uma referência obscura ao misterioso conflito de Thingol com uma família de Anões não relacionada ao povo de Thorin Escudo-de-Carvalho. Em Roverandom o cão de brinquedo encantado vaga através do mundo e eventualmente é trazido próximo ao litoral de Aman, o Reino Abençoado, que aparece novamente como a fantástica Terra dos Elfos visitada pelo Ferreiro em Smith of Wootton Major.

O empréstimo casual de elementos da mitologia nunca foi intencional, mas sim boa sorte ao contar histórias. Contadores de histórias frequentemente reusam as mesmas idéias, nomes, temas, e mesmo descrições para manter suas histórias movimentadas. A repetição de passagens inteiras é comum nas tradições orais onde poetas e contadores de histórias memorizam grandes sagas em pedaços e recontam os antigos contos com frases e descrições familiares que podem ou não ser usadas da mesma forma a cada nova narrativa.

Em dezembro de 1937, J.R.R. Tolkien escreveu a E.G. Selby: “Eu não aprovo muito O Hobbit por mim mesmo, preferindo minha própria mitologia [da qual ele apenas se aproxima] com sua nomenclatura consistente – Elrond, Gondolin e Esgaroth escaparam dela – e história organizada, a esta multidão de Anões saído do Voluspa nomeados como nos Eddas, Hobbits modernos e Gollums [inventados em uma hora ociosa] e runas anglo-saxãs.” [Christopher Tolkien, “The Return of the Shadow”].

Claramente quando Tolkien publicou pela primeira vez O Hobbit ele o viu como um trabalho separado, um conto que sustentava-se por si mesmo e que meramente emprestara algumas coisas, por motivo de conveniência, de uma mitologia maior e mais antiga que àquele tempo havia sido dividida apenas com a família, C.S. Lewis e outros conhecidos próximos.

Christopher Tolkien discute este assunto com alguma extensão no The Peoples of Middle-earth: “Neste, a “língua de Valle = Escandinavo [utilizada pelos Anões daquela região]” mostra claramente um obstáculo maior, talvez o obstáculo principal, para uma “autentificação” coerente ser resolvida a este tempo. Quando meu pai escreve O Hobbit ele certamente não tinha noção de os nomes em escandinavo antigo dos Anões requeririam qualquer explicação, dentro dos termos da história: aqueles eram seus nomes e aquilo era tudo que deveriam ser… mas agora este inescapável elemento Nórdico teria que ser considerado; e daquela “multidão de Anões saído do Voluspa nomeados como nos Eddas” surgiu a concepção de que os Anões tinham “nomes externos” derivados das línguas dos Homens com os quais tinham contatos…” [Christopher Tolkien, “Peoples of Middle-earth”].

Esta aparente dificuldade, tão facilmente resolvida por uma nota rapidamente rabiscada que definiu a ficção linguística que Tolkien utilizou para explicar os relacionamentos das linguagens que ele empregou em O Senhor dos Anéis, eventualmente levou Tolkien a inventar uma complexa e [para mim, pelo menos] interessante história para os Anões que originalmente ele não previra. Claro, tudo que ocorreu na Segunda e Terceira Era foi planjeado diretamente como um resultado do fato de Tolkien ter concordado em escrever uma continuação para O Hobbit, com exceção da história de Númenor. Sua queda, pelo menos, já tinha sido escrita em forma de história por Tolkien vários anos antes dele escrever O Senhor dos Anéis.

A concepção original de Tolkien sobre os Anões era radicamente diferente da raça nobre embora oh-tão-arrogante de bravos guerreiros e reis que nós encontramos em O Hobbit e O Senhor dos Anéis. Em sua primeira mitologia, a “mitologia para a Inglaterra” que está contida [quase completa] no The Book of Lost Tales, os Anões eram uma raça maligna, liderados por Fangli ou Fangil [um servo de Melko, o Senhor Escuro]. Este primeiros Anões eram inimigos das fadas [Elfos] e eles lutaram uma terrível guerra contra os Eldar.

Estes primeiros Anões malignos deram vez a uma raça mais neutra, que era antiga e imortal. “Nunca vem uma criança entre eles, nem eles riem,” Tolkien escreveu no “The Nauglafring”, a primeira história na qual seus Anões tem um papel proeminente. “Eles são baixos em estatura, mas mesmo assim fortes, e suas barbas atingem até seus dedos dos pés, e as barbas dos Indrafengs são as mais longas de todas, e são divididas, e eles a prendem pelo meio quando saem andar.” [Tolkien, “The Book of Lost Tales, Part Two”].

Os Nauglath eram mestres ferreiros e cientistas nesta concepção primária. Eles negociavam livremente com Elfos, Homens e Orcs, não tendo antipatia especial por nenhuma das raças. No “The Nauglafring” o tesouro do dragão Glómund é trazido a Tinwelint, rei dos Elfos da floresta e pai de Tinuviel, e embora a princípio ele busque se desfazer do ouro amaldiçoado ele é persuadido por Ufedhin, um Gnomo que vivia entre os Nauglath, para fechar um contrato com eles para trabalharem o tesouro em uma nova coleção de maravilhas. Mas a maldição de Urin imediatamente teve efeito, e Tinwelint tào logo fez sua barganha com Ufedhin começou a suspeitar dos motivos do Gnomo.

Então Tinwelint altera os termos da barganha e mantém Ufedhin e a maior parte de seus seguidores prisioneiros enquanto os Nauglath trabalhavam em metade do tesouro. Fiéis à sua palavra os Nauglath apareçaram no tempo combinado com o tesouro retrabalhado e Tinwelint autorizou-os a trabalhar na outra metade do tesouro. Mas agora Ufedhin estava amargurado por meses de aprisionamento, e ele persuadiu os Nauglath a demandar um preço não razoável de Tinwelint para moldar o ouro em um novo tesouro. Então a maldição enlaçou os Nauglath, que demandaram sacos de ouro e prata e donzelas Élficas para irem com eles, e Tinwelint ficou enfurecido.

A história quase não lembra a reconstrução que Chistopher Tolkien publicou em O Silmarillion, e não pode ser comparada de perto com “A Ruína de Doriath”. “The Nauglafring” pertence a uma mitologia diferente, um mundo completamente diferente. E seus Anões malignos, como velhos homens impregnados pela forja e ciência e privados de contrapartes femininas em sua raça, não tinham lugar na Terra-média que tomou forma nos anos de 1930 e 1940.

Tolkien manteve algumas das idéias do relacionamento entre Tinwelint e os Nauglath, mas quando ele expandiu sua história e mundo para englobar os hobbits e seu mundo, os Anões tornaram-se uma nova raça. Eles mantiveram sua tradicional afinidade com mineração e forja, viviam sob a terra, mas agora eles se tornaram produto da intromissão bem intencionada de Aulë o Ferreiro, o impetuoso Vala que não pode esperar os Filhos de Ilúvatar despertarem.

Os filhos de Aulë, os primeiros Anões, experimentaram um breve período de consciência antes de Ilúvatar e Aulë pô-los pra dormir. Aulë então os colocou em cavernas bastante separadas através do norte do mundo, e lá dormiram até algum tempo após o acordar dos Elfos. Muitas pessoas têm especulado precisamente quando os Anões acordaram e se aventuraram no mundo. É quase certo que, uma vez que os Elfos não encontraram nenhum Anão na Grande Jornada, os Anões continuassem a dormir. Os Eldar passaram através de pelo menos duas cordilheiras de montanhas onde os Anões foram deixados por Aulë.

De acordo com o “Annals of Aman” [Christopher Tolkien, “Morgoth”s Ring”], os Anões primeiramente apareceram em Beleriand no Ano dos Valar de 1250 [cerca de 250 Anos dos Valar antes da morte das Duas Árvores, e 200 Anos dos Valar depois dos Elfos acordarem em Cuiviénen. “Grey Annals” [Tolkien, “The War of the Jewels”] concorda com o trabalho antigo mas adiciona e revisa uns poucos detalhes. Aqui os Anões possuem moradias mais antigas no leste distante do que Nogrod e Belegost, as cidades que eles construíram nas Ered Luin. E mais, no The Peoples of Middle-earth o ensaio “of Dwarves and Men” [escrito aproximadamente ao mesmo tempo que O Senhor dos Anéis] sugere que os Vigas-largas e os Barbas-de-fogo acordaram nas Ered Luin ao norte.

Nós podemos conciliar essas contradições aparentes sugerindo que os Anões, quando acordaram, podem ter vagado pelo mundo buscando uns aos outros. Durin acordou sozinho no Monte Gundabad de acordo com o ensaio no Peoples, e os pais dos Cachos-negros e Pés-de-pedra acordaram tão ao leste dos Punhos-de-ferro e dos Barbas-duras quanto de Durin. É difícil imaginar onde este Anões foram colocados, mas se nós usarmos os mapas fornecidos no The Shaping of Middle-earth como guia, pode-se inferir que existem duas cadeias de montanhas que Tolkien não desenhou nos mapas.

A primeira cordilheira “desaparecida” seriam as Montanhas Nebulosas, localizadas a leste das Ered Luin e provavelmente ao norte a partir do mar de Helcar. A segunda cadeia “desaparecida” [sem nome] poderia estar a meio caminho entre as Montanhas Nebulosas e as Orocarni, as Montanhas do Leste. Estas montanhas não precisam ser tão extensas quanto as Montanhas Nebulosas, que Melkor supostamente ergueu para barra o caminho de Oromë quando este caçava as criaturas malignas do Senhor Escuro na Terra-média.

Alternativamente, os Punhos-de-ferro e Barbas-duras podem simplesmente ter sido colocados nas montanhas bem ao norte, e de alguma forma protegidos das Guerra dos Poderes que resultou na destruição da fortaleza de Melkor, Utumno. Seja qual for o lugar onde acordaram, se os Anões primeiramente procuraram uns aos outros, a tradição de que eles teriam mantido conclaves em Gundabad começa a fazer mais sentido. Durin acordou sozinho e vagou pelas Montanhas Nebulosas por um longo tempo, aparentemente por anos. Ele deve eventualmente ter vagado para o norte e lá, talvez, ter encotnrado seu povo.

Gundabad pode ter sido, portanto, a mais antiga cidade dos Anões na Terra-média, e como a população de Anões cresceu eles eventualmente retornaram à suas terras natais para contruir novas cidades, Durin pode ter permanecido nas terras centrais onde ele acordou, mas a certo tempo ele levou alguns Anões para o sul para fundar a cidade de Khazad-dum. Então, podemos supor que os Anões se dispersaram em algum momento por volta do Ano dos Valar de 1250, e eles teriam acordado não mais do que 100-122 Anos dos Valar antes disso [os Teleri cruzaram as Ered Luin no Ano dos Valar de 1128]. Estes Anos dos Valar eram equivalentes a aproximadamente 9.58 anos do Sol [Tolkien, “Morgoth”s Ring”, p. 58].

Vamos assumir, por questão de conveniência, que os Anões acordaram não antes do Ano dos Valar [A.V.] de 1130. Os próximos 120 Anos dos Valar seriam equivalentes a 1149.6 anos do Sol. Durin provavelmente viveu durante todo este tempo, e por isso ele foi chamado Durin, o Imortal. A vida média para um Anão, baseado na genealogia fornecida pelo O Senhor dos Anéis, parece estar por volta dos 250 anos. Os Anões parecem casar por volta do seu centésimo aniversário, então poderiam estra na 12a. geração no A.V. 1250. Se os outros pais dos Anões viveram apenas 250 anos [do Sol], os reis que lideraram a dispersão podem ter sido os 10os. de suas respectivas linhagens.

Os Anões de Belegost e Nogrod então viviam como vizinhos próximos dos Sindar por cerca de 2400 anos antes do surgimento do Sol e da Lua [em termos de anos do Sol]. Devem ter existido, no mínimo, cerca de 23-24 reis tanto em Belegost quando Nogrod durante os longos anos sob as estrelas. Durante aquele tempo os Anões estabeleceram um amizade próxima com o reino de Thingol [mas eles não se aventuravam próximo ao Mar nem visitavam o povo de Círdan no oeste de Beleriand].

A históra dos Anões Pequenos, os Noegyth Nibin, requer alguma consideração, contudo. Eles reinvidicavam estar em Beleriand antes dos Elfos chegarem. Isto pode significar que os Anões devem ter acordado antes de 1130. Os primeiros Eldar alcançaram Beleriand no A.V. 1115. Os Noegyth Nibin eram párias das outras sete casas, não sendo realmente uma oitava casa mas aparentemenre seu número era insuficiente para manter uma comunidade pelo equivalente a muitas gerações [o último de sua raça morreu na Primeira Era, no ano 500 do Sol, quando Húrin matou Mîm].

Uma vez que os Elfos acordam no V.A. 1050, haviam apenas 65 V.A. [pouco mais de 600 anos do Sol] disponíveis para os Anões acordarem, se dirigirem para o Monte Gundabad, e livrarem-se dos Noegyth Nibin. As coisas ficam um pouco apertadas mesmo se supormos que os Anões acordaram logo após os Elfos. Novamente, podemos supor que os Anões acordaram antes da Grande Jornada e que começaram a procurar uns aos outros antes da Guerra dos Poderes. Isto os livraria de caminhos perigosos e locais de despertar no mínimo no V.A. 1090 [o ano em que os Valar começaram seu ataque a Melkor].

De fato, pode ser conveniente supor que os Anões acordaram durante a guerra. Então eles teriam partido sem serem notados pelos Valar, que já tinham encontrado os Quendi, e nós ganhamos um espaço razoável de 25 V.A. [cerca de 239.5 anos do Sol] antes dos Eldar entrarem em Beleriand. Naquele tempo, os primeiros párias da comunidade dos Anões devem ter sido relativamente poucos, provavelmente muito poucos para realmente estabelecerem uma comunidade, mas eles podem ter vivido em Beleriand tempo suficiente para receber outros párias.

O único desentendimento real que permanecia entre os Anões e os Elfos nos tempos antigos era a acaça acidental dos Noegyth Nibin pelos Sindar. Os Sindar não reconheceram os Anões Pequenos como colegas racionais Encarnados, e parece ter sido devido à natureza secreta e ocasionalmente hostil a estranhos, dos Noegyth Nibin. Os Elfos pararam de caçar os Noegyth Nibin quando eles encontraram os Anões de Belegost e Nogrod, mas eles aparentemenre divulgaram suas ações aos Anões, que levaram essas notícias a outros Anões. Tolkien escreveu que os Anões ficaram ofendidos pela caça aos Anões Pequenos, e este pode ter sido o antigo rancor que permanecia latente na Terceira Era [como Tolkien registrou nos Apêndices de O Senhor dos Anéis].

Através das muitas gerações os Anões de Belegost e Nogrod expandiram seus contatos com os Elfos. Eles aparentemente negociavam com os Elfos de Eriador, ou pelo menos tinham algum conhecimento deles, pois eles informaram os Sindar quando os Elfos do leste começaram a fugir para florestas mais profundas e colinas para escapar das criaturas de Melkor [primeiramente os Orcs, ao que pare ce] que começavam a se espalhar pela Terra-média.

Tolkien menciona dois outros fatos sobre estes primeiros Anões que raramente são discutidos. O primeiro é o fato de que os primeiros Anões, antes do contato com os Sindar, se especializaram em trabalhar com ferro e cobre e preferiam trabalhar com pedra do que madeira. Mas eles não eram artísticos e muito funcionais em seus designs arquiteturais e ao fazer ferramentas e armas. Tolkien registra que os Anões foram profundamente influenciados por sua associação com os Elfos, adquirindo influências artísticas a partir deles.

O outro fato é que os Anões lutavam entre si. Ainda que a natureza dessas rixas ou guerras nunca seja discutida, pode ser que se existiu uma primeira comunidade de Anões ela pode ter se dispersado não apenas devido à pressão populacional mas também, talvez, me parte devido a disputas entre as várias casas. Como a população de Anões crescia, comida seria mais e mais díficil de conseguir [exceto através de comércio com os Elfos] a menos que os Anões cultivassem a própria comida, e o ensaio “Dwarves and Men” diz que eles preferiam não cultivar se pudessem evitar. E mais, como a população dos Anões aumentou, eles poderiam ter desenvolvido uma sofisticação maior em governar a si mesmos, e então facções rivais podem ter aparecido.

Isto é, claro, completamente especulativo, mas parece evidente que Tolkien anteviu algumas interações próximas entre os primeiros Anões que eventualmente foi subistituída por relações mais distantes e frias. Durin, o Imortal, parece ter sido grandemente reverenciado por todos os Anões como o mais antigo da raça e o de mais longa vida. Ele poderia ter possuído uma considerável presença entre os primeiros reis após os outros pais terem morrido. O Povo de Durin, os Barbalongas, não descendiam diretamente dele – não nas primeiras gerações. Ao contrário dos outros pais, Durin não teve uma parceira criada por Aulë. Então ele teve que encontrar uma esposa entre as filhas ou netas de outros pais. E seu povo foi originalmente recrutado de outras casas tanbém. Os Barbalongas podem ter sido, portanto, o grupo mais cosmopolita e objetivo de Anões quando as variações de costumens e preferências começaram a aparecer entre eles.

A presença de Durin entre os primeiros Anões traz a questão de quando eles realmente começaram a fundar cidades. A ele é creditada a fundação de Khazad-dum, que recebe a distinção [entre as outras cidades de Anões] de ter sido a única nomeada para a inteira raça dos Anões [“Khazad-dum” = “mansão dos Anões”]. Pode ser incorreto supor que Gundabad serviu de moradia para os Anões por muito tempo. Durin pode ter levado o povo Anão para o sul para Khazad-dum, e embora ele tenha sido chamado Imortal devido à sua longa sobrevida aos outros pais dos Anões, chegou o dia em que ele morreu.

Suponha que aquele evento crítico que levou à dispersão dos Anões através da Terra-média foi a morte de Durin? Se ele tivesse sido a cola ligando-os em uma tradição única, e se seu número crescente tivesse gradualmente dificultado suas habilidade de susteram a si próprios, então o sucessor de Durin e seus reis seguidores podem ter decidido que o tempo de uma mudança na sociedade dos Anões era chegado. Ao contrário de todos os Anões viverem juntos, as outras seis casas partiram de Khazad-dum e retornaram às terras onde seus antepassados acordaram.

Então, os Vigas-largas e os Barbas-de-fogo viajaram para o oeste seguindo os passos dos Eldar e fixaram nas Ered Luin. Eles construíram as cidades de Belegost e Nogrod e, olhando para o oeste, vagaram em Beleriand para ver como era a nova vizinhança.

Pelo equivalente aos próximos 3000 anos [do Sol] os Anões do oeste participaram da história dos Eldar, até o final da Primeira Era do Sol. Então o mundo mudou para todos.

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[…] lugar mágico nascido na mente, no mínimo, brilhante de J.R.R. Tolkien. Terra dos Anões, Elfos, Orcs, Dragões, Magos… Ah! E os Humanos, quase me esqueci […]

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