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Elfos, em Números

De tempos em tempos alguém irá perguntar quantos Elfos existem em algum ponto do tempo. Não existe resposta correta porque J.R.R. Tolkien não nos proporcionou números de censo. Tudo o que podemos fazer é supor e brincar com números.

É possível sugerir algumas estimativas razoáveis, embora tais estatísticas possam variar bastante. Algumas pessoas acreditam que nunca poderiam existir mais do que, digamos, duas centenas de milhar de Elfos em qualquer momento. Sou da opinião de que eles devem ser contados na casa dos milhões pelo tamanho de suas civilizações.

Todas as discussões sobre as populações Élficas inevitavelmente afundam-se no opressivo assunto sobre o que constitui “Cânone” e como interpretar algumas das passagens não-tão-precisas. E então precisa-se escolher como lidar com textos que podem não ser consistentes uns cm os outros mesmo se todos parecem ser “canônicos”. Depois de tudo, a história dos Elfos passou por muitas fases, e é ligada com decisões lingüísticas na maioria das vezes.

O ponto de partida para qualquer estimativa reside no ensaio “Quendi and Eldar”, publicado por Christopher Tolkien em The War of the Jewels. Este material, escrito tardiamente na vida de J.R.R. Tolkien, é em sua maior parte consistente com O Senhor dos Anéis e de certa forma consistente com o Silmarillion publicado. “Maior parte” e ” de certa forma”, contudo, abrem as portas para todos os tipos de disputas e debates. Mas o fato é: se você quer calcular quantos Elfos podiam existir em um determinado ponto de sua história, você poderá começar com “Quendi and Eldar” ou nada.

Assim, nós começamos com “Quendi and Eldar” e veremos o que funciona melhor com ele.

O ensaio estipula que existiram originalmente 144 Elfos [72 masculinos e 72 femininos]. Eles eram divididos em 14 Minyar [primeiros], 56 Tatyar [segundos] e 72 Nelyar [terceiros]. Os três grupos foram nomeados de acordo com os primeiros três Elfos a acordar: Imin [um], Tata [dois] e Enel [três]. “Quendi and Eldar” é acompanhado por uma história única, uma espécie de conto de fadas Élfico que conta como os primeiros Elfos acordaram. Algumas pessoas através dos anos desconsideraram a história como uma fonte confiável porque é apresentada na forma de uma história para crianças, como uma espécie de lenda.

Apesar de tudo, porque ele confirma ou concorda com coisas escritas no “Quendi and Eldar” eu escolhi aceitar a história como essencialmente verdadeira, de algum modo pasteurizada. Isto é, um genuíno relato da história Élfica, como um livro de estudos sociais da terceira série seria considerado um genuíno relato de nossa história a despeito de suas muitas simplificações de muitos eventos históricos.

Na história, Imin, Tata e Enel acordam nesta ordem. Eles vêem deitadas ao lado deles as Elfas que foram destinadas a serem suas esposas. Os três Elfos acordaram as Elfas e eles começaram a falar uns com os outros, criando a linguagem Élfica primitiva conforme continuavam. Eventualmente os Elfos foram caminhar e encontraram um grupo de 12 Elfos adormecidos. Imin, parecendo um pouco pretensioso e arrogante, repentinamente reivindicou este 12 como seus companheiros especial e seguidores.

Os 18 Elfos trataram de conhecer uns aos outros por um momento antes de saírem caminhando novamente. Então encontraram um grupo de 18 Elfos dormindo no chão, e Tata seguiu o exemplo de Imin e reivindicou estes 18 como seus companheiros especiais. Então encontraram 24 Elfos, os quais Enel reivindicou, e Imin decidiu ser mais esperto. Ele sentou-se próximo às duas descobertas pensando que ele terminaria com o maior grupo de Elfos. Então Tata recruta mais 36 Elfos e Enel recruta os últimos 48 a serem acordados. E era tudo. Existiam 144 Elfos, divididos em 72 casais.

Toda a raça Élfica descende destes 144 Primeiros Elfos.

Quando compara-se a informação no conto dos Primeiros Elfos [como confirmado por “Quendi and Eldar”] ao capítulo do Silmarillion “Da Chegada dos Elfos e a Prisão de Melkor”, pode-se achar que muitas concepções padrão são alteradas. Por exemplo, muitos leitores acreditam [bastante razoavelmente, suponho, tendo apenas O Silmarillion para considerar] que Ingwë, Finwë e Elwë podem ter sido os mais antigos Elfos. Contudo, O Silmarillion não diz realmente que eles eram os mais antigos. Mas eles são os primeiros Elfos a serem nomeados na narrativa, e todos estavam vivos e ativos quando Oromë precisou de três “exemplares” para levar até Aman.

Quando Christopher Tolkien publicou os The History of Middle-earth, os primeiros volumes parecem confirmar a crenças que os três reis Eldarin poderiam ser os mais antigos dos Elfos. Ingwë é dito em mais de um local ter acordado primeiro. Finwë é dito pertencer à primeira geração de Elfos em uma versão antiga do “Quenta Silmarillion”. Apenas a posição de Elwë é suspeita, uma vez que ele sempre parece ter tido um irmão Olwë através das várias mitologias que Tolkien desenvolveu com o decorrer dos anos.

Contudo, enquanto os anos passavam e Tolkien reescrevia e recompunha e re-editava os vários textos que englobavam o “Quenta Silmarillion” ou suas fontes alegadas, as histórias dos reis Élficos foram alteradas. Em um momento as referência a eles como tendo acordado em Cuiviénen foram obscurecidas ou completamente apagadas. E as famílias de Ingwë e Elwë foram expandidas. A Ingwë foi dada uma irmã, Indis, que tornou-se a segunda esposa de Finwë. Mas eventualmente ela tornou-se um dos “parentes próximos de Ingwë e finalmente a filha de sua irmã. E tanto Círdan quanto Eöl são ditos membros da família de Elwë [Thingol].

Eöl possui sua própria história retorcida. Ele mudou de família para família mas parece ter terminado na família de Elwë. No “Quendi and Eldar” ele é realmente um Elfo Tatyarin, um dos Avari descendentes da segunda família. Círdan, por outro lado, é dito ser um dos parentes de Elwë [a relação exata nunca é definida] em alguns locais. E então surge a questão de Elmo, o “impreciso” irmão mais novo de Elwë e Olwë que foi avô de Celeborn [por uma das genealogias].

A presença de irmãos e irmãs implicam fortemente que nem Elwë nem Ingwë estavam entre os primeiros Elfos. Foi argumentado que o nome de Ingwë, derivado de “ing-“, poderia ainda significar “primeiro” [ainda que no “The Etymologies” Ingwë é traduzido como “príncipe dos Elfos”, e não “mais antigo” ou “primeiro Elfo”]. Tomando a história de Imin, Tata e Enel como canônica, devemos aceitar que nem Ingwë nem Elwë poderiam ser a primeira geração de Elfos. Então o nome de Ingwë mais provavelmente poderia se referir à sua posição entre os Minyar [e os Eldar] ao invés de ele ter sido o “primeiro a acordar”.

Mas Finwë permanece anômalo. Ele não possui irmãos ou irmãs, pelo menos até agora. E também não tinha uma esposa até que se casou com Miriel Serindë. Originalmente Finwë e Miriel casaram-se antes que os Noldor alcançassem Beleriand, e ela morreu enquanto cruzavam o Hithaeglir [as Montanhas Nebulosas]. Mas aquela tradição foi abandonada então Féanor pode ter nascido em Aman. mas mudando o local de nascimento de Fëanor para Aman não implica que Finwë não era da primeira geração de Elfos.

De fato, apenas Miriel, dentre todos os Noldor, tinha cabelo prateado. Cabelo prateado é supostamente a marca registrada da família de Elwë. Bem, cor de cabelo entre os Elfos mudava como nome de hobbits nos primeiros textos de O Senhor dos Anéis. Ainda que muitas pessoas acreditem que apenas os Vanyar podiam ter cabelos dourados, existem uns poucos exemplos de cabelos dourados fora dos Vanyar [e da Casa de Finarfin]. O cabelo prateado de Miriel pode eventualmente ter forçado Tolkien a considerar que ela era aparentada com Elwë de alguma forma, mas não existe indicação de que ele tenha atingido este ponto.

Então, para encontrar um contexto próprio para Miriel, devemos olhar no “The Shibboleth of Fëanor”. Este trabalho, publicado no “The Peoples os Middle-earth”, indica que Miriel nascera em Valinor. O “Shibboleth” aponta que “Ingwë” significa, mais ou menos, “líder”, e que os Vanyar chamavam a si mesmos “Ingwëron”, “os líderes”, os primeiros Elfos. Eles eram, tecnicamente, o mais antigo grupo por todos os registros. O título de Ingwë entre eles era Ingwë Ingwëron “líder dos líderes”. Nada em tais nomes implicam em que Ingwë deveria ter acordado por primeiro em Cuiviénen, mas a menos que Ingwë tenha tomado o nome Ingwë quando iniciou a Grande Jornada, parece razoável inferir que ele era o líder dos Minyar quando Oromë os encontrou.

Finwë era claramente de uma geração mais antiga que a de Míriel, uma vez que ela nascera em Valinor. Mas como Miriel foi a primeira esposa de Finwë, ela e ele não poderiam ser tatie e Tata, o segundo casal de Elfos a acordar. Além disso, temos pouco com o que trabalhar.

Ingwë e Finwë podem muito bem ser Elfos de segunda geração. Tampouco precisam ser afastados de seus ancestrais por quaisquer propósitos dramáticos, e com certeza não existe razão lógica para sugerir que eram muito jovens quando foram a Valinor. De fato, eles devem ser considerados maduros o suficiente para viverem por si mesmos quando Oromë os escolheu como embaixadores para os Valar.

Elwë e Olwë, por outro lado, possuem seus vários parentes. A extensa família destes dois irmãos implica que eles devem ser pelo menos a terceira geração de Elfos. Se aceitarmos que tanto Círdan como Eöl são de fato parentes de Elwë e Olwë, e assumirmos que são primos de primeiro grau dos dois irmãos, deve haver uma geração de irmãos para servir como seus pais. Portanto a geração de irmãos não pode [ou não deveria poder, pois algumas pessoas argumentam que devem ter existido irmãos entre os grupos maiores de Elfos] ser Primeiros Elfos.

Então, se nós concluirmos que Elwë e Olwë vieram pelo menos da terceira geração e que Ingwë e Finwë vieram pelo menos da segunda geração, nós devemos fazer a pergunta óbvia: o que aconteceu com a primeira geração? Porque estes caras foram os líderes dos Eldar e não seus pais?

Em primeiro lugar, não quer dizer que Imin, Tata e Enel são necessariamente os ancestrais de Ingwë, Finwë e Elwë [e Olwë]. Mas se estes quatro reis Eldarin vieram destas três primeiras famílias, precisariam eles terem sido os filhos mais velhos dos filhos mais velhos?

O Silmarillion, a despeito de sua confusa história textual, foi em sua maior parte escrita por J.R.R. Tolkien, e o capítulo “Of the Coming of the Elves” é bastante canônico. Então, podemos perceber pelo texto que Oromë escolheu Ingwë, Finwë e Elwë quase aleatoriamente dentre os atemorizados Elfos. E ainda, se nós olharmos em um texto levemente mais antigo, “Annals of Aman”, nós podemos ver que em uma versão prévia da história apenas estes três [dos líderes dos Elfos] estavam querendo ir com Oromë para Valinor. Neste antigo conto os outros líderes eram Morwe e Nurwe, e eles aparentemente conduziam suas duas próprias famílias. Então devemos concordar que não é inteiramente claro que na concepção mais tardia Ingwë, Finwë e Elwë tiveram rivais para a liderança entre seus povos.

Apesar de tudo, tendo estabelecido que existiam pelo menos três gerações de Elfos vivendo em Cuiviénen ao tempo da Grande Jornada, podemos procurar um limite superior para o número de gerações que existiram lá? Com certeza podemos.

Em “Laws and Customs among the Eldar” Tolkien escreveu que crianças Élficas lembravam crianças mortais nos primeiros anos de suas vidas, mas no tempo em que as crianças mortais atingiam sua estatura plena as crianças Élficas continuavam parecendo ter cerca de sete anos de idade. Este ensaio estabelece que as crianças Élficas amadureciam a uma velocidade muito menor que as crianças mortais, e atingiam a maioridade não antes de seu quinquagésimo ano [embora algumas vezes continuassem a crescer até cem anos].

Além disso, “Laws and Customs” diz que a maioria dos Eldar casava logo após seus quinquagésimos anos, e eles poderiam [em tempos de paz, pelo menos] logo começar a ter filhos. Mas os Elfos espaçavam seus filhos com alguns anos. Esta prática permitia aos pais gastarem vários anos focalizando nas necessidades de cada criança.

Podemos ter certeza [devido à comparação entre crianças Élficas e crianças mortais] que Tolkien estava, de maneira anacrônica, falando em termos de Anos do Sol, não Anos das Árvores. Isto é importante entender pois “Annals of Aman”, que nos fornece um sistema de calendário para datação de eventos, é dado em Anos das Árvores. Morgoth’s Ring nos dá duas taxas de conversão para equalizar Anos das Árvores com Anos do Sol.

Eu prefiro utilizar a antiga taxa de 9,58 Anos do Sol para cada Ano das Árvores porque a taxa posterior de 144 Anos do Sol para 1 Ano das Árvores é bastante inconsistente com muitos textos. O fato de que coincide com o yen descrito nos apêndices de O Senhor dos Anéis provavelmente significa apenas que Tolkien não estava considerando os outros textos, então não publicados, porque ele estava em processo de revisão da sua mitologia completa [ainda não publicada].

Finalmente, “Laws and Customs” também diz:

Os eldar casavam-se em sua maioria na juventude e logo após o quinquagésimo ano. Eles tinham poucos filhos, mas estes eram muito caros a eles. Suas famílias, ou casas, eram mantidas unidas por amor e por um sentimento profundo pelo parentesco em mente e corpo; e as crianças necessitavam de pouca supervisão ou ensinamentos. Era raro haver mais de quatro crianças em cada casa, e o número crescia menos com o passar das eras; mas nos dias antigos, enquanto os eldar eram poucos e ansiavam por aumentar sua raça, Fëanor foi renomado por ser pai de sete filhos, e as histórias não mencionam ninguém que o tenha superado.

Algumas pessoas argumentam que esta passagem diz que os Eldar tinham mesmo do que quatro filhos em média, mas Tolkien diz: “era raro haver mais de quatro crianças em cada casa”. Podemos inferir que isso significa que frequentemente existiam quatro crianças, uma vez que se fosse raro existirem mais de três crianças por casa ele o teria dito. Portanto, se frequentemente existiam quatro crianças por família, o número médio de filhos [nas gerações antigas, pelo menos] era provavelmente mais próximo de quatro do que de três.

Colocando todos estes dados juntos, podemos ver como os Elfos aumentaram sua população nos anos que levaram à Grande Jornada. Os Elfos acordaram no Ano das Árvores 1050 e os Eldar deixaram Cuiviénen no Ano das Árvores 1102. Eles provavelmente tinham poucas, se é que tinham alguma, crianças enquanto viajavam através da Terra-média, mesmo que a Grande Jornada tenha durado muitos Anos das Árvores. Então a Grande Jornada parece ser um ponto de quebra razoável, quando calculando o crescimento da população Élfica.

Agora, uma vez que os Elfos não tinham seus filhos todos de uma vez, ou todos juntos, parece razoável calcular uma geração média de 50 anos. Mas o problema em espaçar as gerações tão longe é que terminaríamos com poucos Elfos. Os Eldar, de acordo com O Silmarillion, partiram na Grande Jornada em quatro “hostes”. Uma “hoste” é um monte de pessoas. Tolkien poderia ter usado a palavra “companhia” para descrever os grupos Élficos mas ele optou por chamá-los “hostes”. Então ele estava dizendo que estes grupos eram maiores do que “companhias”, embora ele em parte alguma tenha definido o tamanho de uma companhia.

Ainda, pode ser que Tolkien pretendia que o leitor compreendesse que milhares de Elfos iniciaram a Grande Jornada. Se simplesmente fosse assumido que uma nova geração de Elfos nascesse a cada cinquenta anos [do Sol], e que existiam aproximadamente quatro filhos por casal, então ao tempo da Grande Jornada terminaríamos com aproximadamente 150.000 Elfos. Este parece ser um número muito grande por vários motivos, e um deles seria que os Elfos continuavam com medo de se aventurar no mundo por si mesmos. Portanto, simplesmente não poderiam existir tantos deles.

Muitos dos Elfos desapareceram com o passar dos anos. O desaparecimento pode explicar como jovens Elfos como Ingwë, Finwë e Elwë poderiam chegar a posições de liderança. Então mesmo que pudéssemos concordar com um algoritmo que produzisse um menor número de Elfos, de fato Oromë provavelmente teria menos Elfos com os quais lidar porque não temos modos confiáveis de estimar quantos Elfos se perdiam a cada geração.

Um modo de estimar as populações Élficas seria assumir que os elfos casavam e tinham seus primeiros filhos mais ou menos ao mesmo tempo que seus pais estavam tendo um segundo [ou terceiro, ou quarto] filho. Então, balanceando a contagem de Elfos por geração, obtém-se um menos número, mas que continua na casa dos milhares.

Por exemplo, existiam 72 casais entre os Primeiros Elfos. Cada casal poderia ter tido um filho. Vamos assumir uma distribuição igual de Elfos e Elfas. Portanto, cinquenta anos depois, os 72 casais-pai e seus 72 filhos [formando 36 casais de segunda-geração] teriam 108 novos filhos [72 de segunda-geração e 36 de terceira geração].

Cinquenta anos depois, os 72 casais de primeira-geração teriam seus terceiros filhos, os 36 casais mais velhos de segunda-geração teriam seus segundos filhos, os 36 casais mais novos de segunda-geração teriam seus primeiros filhos e as 18 crianças de terceria geração iriam produzir seus primeiros filhos.

Confuso? É suficiente dizer que este sistema produziria cerca de 18.314 Elfos ao tempo da Grande Jornada. Agora nós temos uma população relativamente pequena de Elfos que continuaria podendo ser dividida em “hostes” de razoável tamanho.

“Quendi e Eldar” proporciona uma divisão proporcional de Eldar e Avari. Todos os Minyar se tornaram Vanyar. Isto é, de cada 144 Elfos, 14 eram Minyar [Vanyar], 56 eram Tatyar e 74 eram Nelyar. Dos Tatyar, precisamente metade tornaram-se Noldor. Dos Nelyar, 46 tornaram-se Teleri [e os Teleri foram divididos em 20 Amanyar Teleri e 26 Sindar e Nandor].

Então, deveriam existir cerca de 1780 Vanyar, cerca de 3560 Noldor e cerca de 5850 Teleri. Os Teleri estavam originalmente divididos em duas hostes lideradas por Elwë e Olwë, mas Tolkien não nos dá suas proporções. Lenwe, que liderou os nandor para o sul, tomou seu povo da hoste de Olwë. Embora eu não possa estar certo de nenhum númer, no texto “The Wild, Wild Wood-elf West”eu sugeri que talvez Elwë e Olwë lideravam 20/144 e 26/144 dos Elfos, e que aproximadamente metade do povo de Olwë seguiu Lenwe.

Em algum lugar da minha mente eu continuo pensando que talvez Lenwe tenha liderado apenas 8/144 dos Elfos, mas não consigo achar uma referência para isto. Portanto, continuarei usando o texto “Wild, Wild Wood-Elf West” como referência, uma vez que faz pouca diferença nesta discussão.

Lenwe pode ter liderado cerca de 1650 de seu povo, e deles eventualmente surgiram os Elfos Verdes de Ossiriand, os Nandor de Eriador, e os Elfos da Floresta [que se mesclaram com pelo menos um grupo de Avari, provavelmente todos os Avari Nelyarin].

Olwë eventualmente liderou 3300 Teleri sobre o Mar. Os Teleri que permaneceram em Beleriand tornaram-se divididos em três grupos: povo de Círdan [os Falathrim, os mais numerosos], os Mithrim, e os Iathrim [o povo de Thingol de Doriath]. Neste ponto, trabalhar em quantos Teleri existiam em Beleriand torna-se sem esperança, mas existe alguma ainda em calcular as populações de Aman.

Os Noldor eram o maior grupo de Eldar em Aman, mas eles não permaneceram assim. Sua batalha com os Teleri de Alqualonde reduziu a população de ambos os grupos, e muitos Noldor subsequentemente pereceram na tempestade erguida por Uinen, e muitos mais morreram enquanto tentavam cruzar o Helcaraxë, então no máximo podemos esperar chegar a alguma adivinhação da maior população possível de Noldor em Aman que não requereria a matança completa de todo o estoque de caça de Oromë apenas para alimentar a multidão.

Os Noldor chegaram em Aman no Ano das Árvores 1133 e eles viveram ali em relativa paz até o Ano das Árvores de 1495. isto significa 362 Anos das Árvores ou aproximadamente 3468 Anos do Sol. Embora possa se planejar muitas diferentes fórmulas para reduzir ou parar a multiplicação dos Elfos, o fato é que eles tiveram muito tempo em Aman. A única forma razoável de diminuir sua progressão é olhar adiante para um ensaio em “Mitos Transformados” [escrito muitos anos depois que estes outros textos] onde Tolkien diz que o tempo em Aman parece passar aproximadamente como o tempo na Terra-média.

Este é o ensaio no qual ele equaliza o Ano Valariano [Ano das Árvores] com 144 Anos Solares. Ignorando a discrepância entre taxas de conversão, se nós meramente considerarmos que os Eldar podem ter levado um tempo realmente longo para atingir a maturidade em Aman, podemos argumentar que temos que trabalhar apenas com 362 anos de geração de Elfos. Porque? Porque 3500 anos de bebês Élficos produzem populações de magnitudes inacreditáveis. Os Noldor poderiam ter enxameado sobre Angband e enterrado-a sem problema.

Mas 362 Anos das Árvores nos dá 8 ciclos de expansão. No total, terminamos com 19 gerações de Noldor, Vanyar e Amanyar teleri [mas não 19 gerações de Elfos]. Os Noldor, ao tempo da rebelião, poderiam ser contados em cerca de 130.000. Dez por cento deles [13.000] se recusaram a ir para o exílio. Outro número não especificado, sob Finarfin, voltou atrás. Correndo o risco de ser presunçoso, vamos dizer que aproximadamente 1/2 dos Noldor rebelados seguiram Fingolfin e que 1/4 seguiram Fëanor e os restantes 1/4 seguiram Finarfin.

Supondo que Finarfin e metade de seu povo voltaram atrás deixaria 7/8 dos Noldor rebelados [menos suas baixas na batalha e na tempestade] seguindo para o exílio. Claro, quase qualquer conjunto de números serviria, mas parece razoável que dos 130.000 Noldor do início da rebelião de Fëanor, menos de 100.000 alcançaram a Terra-média.

Em Beleriand eles encontraram os Sindar [os Mithrim, Falathrim e Iathrim] os os Elfos Verdes os ultrapassando em número [por algum valor ridículo que não vale a pena calcular, uma vez que essas populações podem ter sofrido perdas pela invasão de Morgoth].

Pelos próximo 500 Anos do Sol [aproximadamente] os Noldor continuaram a aumentar sua população, sofrendo derrotas ocasionais. Eles terminariam com uma população bem acima de 1.000.000 de Elfos.

Claro que, no momento em que você obtém o valor de centena de milhares de Elfos, as pessoas começam a levantar as mãos e dizer “Desculpe-me! E sobre os dez mil de Turgon?”. Isto é, Turgon liderou dez mil soldados na Nirnarth Arnoediad. E ele supostamente tomou um terço do povo de Fingolfin com ele quando fundou a cidade de Gondolin. Dez mil soldados não parecem muitos dado o imenso número de Elfos que estamos vendo.

Mas onde diz que Turgon trouxe todos os seus guerreiros de Gondolin? Ele realmente esvaziou a cidade de todos os seus defensores? Minha opinião é de que Gondolin continuou bem defendida. Os Noldor já tinham sofrido grandes perdas na Dagor Bragollach. Dorthonion tinha sido perdida, os Vale de Sirion caído, e os filhos de Fëanor expulsos de suas terras por um tempo. Maedhros conseguiu tomar de volta as terras que perdera, mas ele não tinha todos os Noldor a seu lado. Orodreth se recusou a se juntas a União de Maedhros, e Orodreth supostamente tinha uma dos maiores, senão o maior reino em Beleriand. Então os dez mil soldados de Turgon não implicam realmente que existiam menos de 1.000.000 de Noldor ao tempo da Nirnaeth.

Bem, os números podem ser tão falsos quanto qualquer outro e poderíamos continuar chamá-lo de uma discussão sobre Tolkien e Terra-média. Mas não importa como você trabalhe através das gerações, os Noldor terminarão com uma imensa população em Beleriand, e os Sindar devem ser ainda mais numerosos. Então quando Tolkien tem Morgoth virando a mesa sobre os Eldar e tendo suas legiões de Orcs jorrando por toda a região, a devastação é pior do que qualquer uma anterior às guerras Napoleônicas na história real. Talvez pior do que as próprias guerras Napoleônicas. O que os Eldar alcançaram em Beleriand parece Frágil porque nós temos apenas um mapa feito por Christopher Tolkien, e nomeia menos de uma dúzia de cidades.

Mas imagine o mapa da Europa onde apenas duas dúzias são nomeadas. Quão esparsa e vazia a região iria parecer para alguém olhando o mapa. E nós sabemos a verdade. Se existiram muitas cidades não nomeadas nas histórias, existiram muitos Elfos. Não parece estranho, no final das contas, que Eärendil estivesse tão desesperado que abandonou sua esposa e filhos para passar anos procurando um caminho através do Mar para que pudesse entregar a súplica dos Elfos e Homens aos Valar.

E os feitos de Morgoth parecem muito mais horríveis e imponentes. Ele enfrentou pelo menos uns dois milhões de Elfos. É muito poder sub-criacional dirigido contra ele. Tais coisas mudam o nosso ponto de vista, não acha?

[Tradução de Fábio ‘Deriel’ Bettega]

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