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A Mágica de Tolkien

Este ensaio é minha interpretação do conceito
pessoal de Tolkien sobre mágica na Terra Media e como mágica era usada
pelas variedades de raças. Em uma carta a um fã (Carta 131), Ele se
refere a “ao poder inerente ou talento” e para o fato de que o Anel do
Poder “salientou o poder natural de seu possuidor”. O que podemos
concluir sobre isso vem das aventuras descritas pelos Homens e Hobbits.
E o que eles consideravam com mágica, eram na verdade o uso de poderes
naturais.
 
Este ensaio é minha interpretação do conceito
pessoal de Tolkien sobre mágica na Terra Media e como mágica era usada
pelas variedades de raças. Em uma carta a um fã (Carta 131), Ele se
refere a “ao poder inerente ou talento” e para o fato de que o Anel do
Poder “salientou o poder natural de seu possuidor”. O que podemos
concluir sobre isso vem das aventuras descritas pelos Homens e Hobbits.
E o que eles consideravam com mágica, eram na verdade o uso de poderes
naturais. Como Tolkien coloca em uma outra carta:

“..
uma diferença no uso de ´magica´ nessa historia é que ela não vem pelas
sabedorias populares ou feitiços, mas é um poder inerente não possuído
ou atingível por Homens.”

(Carta 155)

Na
Terra Media, aqueles que não estavam familiares com tais poderes os
consideravam como mágicos, mas as pessoas que possuíam a habilidade não
os via como uma coisa fora do comum. Quando é oferecido a Frodo e Sam a
chance de usar seu Espelho, Galadriel diz:

“Isso é o que seu povo chama de mágica, eu acredito, embora eu não entenda claramente o q isso significa…”
(SDA.L2.VII, p.353)

Em SDA nos vimos mágica sendo usada de varias maneiras: Primeiramente
como efeitos físicos, como Elrond controlando o Rio Bruinen ou Gandalf
lutando com o Nazgûl em Amon Sul e acendendo fogos para aquecer seus
companheiros. Segundamente mágica é usada para afetar a vontade de
outros: por exemplo, criando ilusões, tais como a imagem de cavalos
Gandalf confeccionou na enchente do rio Bruinen, ou controlar
indivíduos e animais, tal como Saruman usa para nos pássaros para
espionar a Sociedade em Eriador, ou em sua tentativa de influenciar
Theoden ao pé de Orthanc. Em terceiro lugar, o poder de uma pessoa
podia ser usado na manufaturarão de um objeto. Portanto temos espadas
elficas como, Glamdring, que brilhava na presença de Orcs. Artefatos
como o espelho de Galadriel, os Palantiri e as Portas de Khadzad-dûm,
são outros exemplos de objetos que reflete o poder de seus feitores.

Examinando o uso de poder por Gandalf, é possível ter uma idéia geral
como mágica era canalizada. Gandalf usava feitiços, palavras que
invocavam seus poderes. Por exemplo, quando acendeu um circulo de fogo
no topo das arvores ele disse: ‘Naur an edraith ammen!’. Eram feitiços
essenciais ou meramente um foco para o uso de magia? A citação de
abertura de Tolkien implica que mero conhecimento das palavras não era
suficiente e que a pessoa necessitaria de talento natural e um
entendimento do que estaria sendo feito pelo feitiço.

Um
feitiço não poderia ser atirado livremente. Eles requeriam tempo e
força. Mesmo assim eles poderiam ser resistidos ou vencidos: explicando
o feitiço que ele colocou para fechar a porta da câmara sepulcral,
Gandalf disse:

“… para fazer coisas desse tipo requer tempo, e mesmo assim a porta pode ser quebrada por força física.”
(SDA.L2.V, p. 318)

O feitiço para fechar a porta de Gandalf foi atacado pelo poder do Balrog, outro Maia.

“O
feitiço contrario foi horrível, quase me revelou, por um instante a
porta saiu de meu controle e começou a se abrir! Eu tive que falar uma
palavra de Comando”.

(SDA.L2.V, p. 319)

O
confronto de mágica envolvia perigo aqueles envolvidos. Além disso,
Gandalf estava cansado pela contenta com o Balrog. O uso de mágica,
conseqüentemente, poderia drenar uma pessoa, como se ela estivesse
sendo drenada de força corpórea por esforço físico.

Os poderes das diferentes raças

É provável que mágica era parte do tecido das terras Elficas e viviam
mais do que a maioria dos lugares na Terra Media. Tolkien descrevia a
“mágica” elfica como Arte, seu objetivo era criação, não Poder
(dominação). Eles usavam sua Arte para preservar e embelezar suas
terras na Terra Media. Os Três Anéis criados pelos Noldor na Segunda
Era, um foi empunhado por Elrond e outro por Galadriel para preserva e
salientar a beleza de Valfenda e Lothlorien. Elfos usavam seus poderes
na manufatura de objetos (barcos, roupas, armas, por exemplo) ou mesmo
musica, então assim eles possuíam uma qualidade mágica.

“Nós colocamos o pensamento de tudo que amamos em tudo que fazemos.”
(Elfo a Pippin, SDA.L2.CVIII, p.361)

Todos os membros dessa raça pareciam possuir poder natural. Seus
senhores eram especialmente fortes, então eram temidos pelos Nazgûl e
por outras criaturas do mal.

Os Elfos também usavam seus poderes em sua defesa. Elrond derrotou os Nazguls pela enchente do Rio Bruinen: “O
rio desse vale está sobre seu poder, e irá erguer-se em fúria quando
ele tiver grande necessidade de obstruir o vau”. (Gandalf, SDA L2.I,
p.218)

O sucesso de Lórien em resistir a Sauron é atribuído ao poder desse reino.

“O poder que vivia lá era muito grande para qualquer um vencer, a não ser que Sauron fosse em pessoa para lá”.

E Galadriel sem duvida usou seu pode para destruir a fortaleza de Sauron em Dol Guldor. (ver SDA, Conto dos Anos)

Entre as outras raças, Anões definitivamente tinham seu poder natural.
Isso eles manifestavam em seus trabalhos físicos, como a entrada
secreta a Erebor, a qual não podia ser distinguida da rocha da montanha
e tinha uma fechadura que apenas apareceria em um dia certo, ou mesmo
as portas oeste de Khadzad-dûm (criada com ajuda dos Elfos), a qual,
mais uma vez, foi posta no tecido da montanha e tinha que ser ativada e
aberta por comandos.

Nós podemos imaginar os Anões
ferreiros em suas forjas entoando e canalizando seu poder em suas
criações – lemes brilhantes, machados com laminas mortalmente afiadas,
portões inquebráveis.

“Os Anões de Yore fizeram feitiços poderosos, enquanto martelos pareciam o soar de sinos”.
(O Hobbit, Capitulo 2, p.14)

A extensão do poder dos Anões é desconhecida, assim como a natureza
dessa raça reservada. Não parece que eles os empregaram de uma forma
para influenciar o que eles moldavam. Embora seja de conhecimento que
sua raça era particularmente resistente a serem controlados por mágica.
(Sil. p.347).

“Na verdade ele estava em grande perigo de cair no feitiço do dragão”.
(O Hobbit, Capitulo XII, p.202)

De outras criaturas como Tom Bombadil e o Velho Salgueiro Homem, ou
raças com os Entes, ainda menos é conhecido, embora eu presumiria que é
apenas a natureza de seus poderes naturais, não a sua existência que
estaria em duvida. Dos Hobbits pode se dizer que eles não tinham
poderes (a parte de seu furtivo apetite) que seria detido como mágico.
Homens eram muito parecidos.

Os Homens da Terra Média

Os Homens da época da Terra Media não tinham poderes diferentes dos
nossos e consideravam como mágica aquilo cada poderia fazer que estava
alem de seu entendimento ou habilidade. Como foi dito a cima, mágica
não era possuída ou obtida por Homens. Uma possível razão pela falta
desse poder natural poderia ser a posição no grande esquema de
Illuvatar. Diferente dos Anões, Elfos e Maiar, Homens não eram
limitados pelos Círculos do mundo. Depois da morte eles passariam para
alem, para outro lugar. Talvez por não estarem limitados ao mundo, eles
não pudessem estar ligados ao poder no mundo. Hobbits também não
possuíam poderes, talvez porque estivessem ligados os mesmo destino.

Porem, entre os Homens existiam exceções a regra. Aragorn possuía
grande poder de cura contra Sombras Negras. Isso poderia ser atribuído
a sua ligação com os Eldar de grande e distancia. Mas em acréscimo a
isso, temos a habilidade de Beorn de mudar de forma e referencia a
Malbeth O Vidente, quem serviu os dois últimos reis de Arnor.
Finalmente, há a historia da Pedra Fiel da Primeira Era, a qual um
Druedain chamado Aghan colocou alguns de seus poderes em uma
pedra-vidente que ele havia feito para guardar seus amigos. Na historia
a pedra-vidente vem à vida para repelir orcs invasores e apagar um
fogo. Alguns dos danos feitos a pedra é passado a Aghan como
ferimentos, uma conseqüência em colocar seus poderes no objeto. O uso
de poder apresentado nessa historia é equivalente aos usos de poderes
feitos por Elfos e Anões em seus ofícios. Embora os Druedain da
Terceira Era não tivessem esse tipo de talento, isso prova que nem
todos os homens eram iguais em seus talentos.

As
habilidades de cada uma dessas pessoas Aragorn, Boern, Malbeth e Aghan
eram naturais. Alguns Homens, porem, procuravam atingir poderes
herdados por meios não naturais.

Faramir de Minas Tirith,
em conversa com Frodo e Sam deu uma breve historia de Gondor a qual ele
nota que seu povo não era manchado pelo uso de feitiços.

“Não é dito que artes malignas foram praticadas em Gondor …”
(SDA L4.V, p.662)

Porem ele conta sobre a obsessão dos Numenorianos por morte, e o quanto
eles desejavam uma vida mais longa, por isso muitos se viraram à
alquimia.

“Senhores sem filhos sentavam em salões
antigos meditando em heráldica; em câmaras secretas homens murchos
compostos de elixires, ou em torres frias perguntando coisas às
estrelas”.

(SDA L4.V, p.662-663)

Esses
tipos de arte provavelmente foram mantidos em segredo, por causa do
medo de uma pessoa ser considerada com um feiticeiro maligno, ou por
que eles eram sinistros ou bem sucedidos. Muito mais obscuro era a
pratica de Arte Negra por Homens e outros seres.

As Artes Negras

Morgoth e Sauron tinham grande poder natural (como um Vala e um Maia,
respectivamente). Embora pudessem contar com grandes exércitos,
maquinas, terras afluentes, mágica provia aos Senhores do Escuro uma
arma poderosa na perseguição de seus objetivos de dominação.

A forma de mágica associada aos Senhores do Escuro era conhecida com
Arte Negra ou feitiçaria. Era malévolo e antinatural. Dentre seus
praticantes estavam Homens. Um exemplo desse tipo de Homens eram o
Numennrianos, os quais se assentaram na costa sul na Segunda Era e
caíram sobre as influencias de Sauron.

“Muitos se tornaram enamorados com a Escuridão e as Artes Negra…”
(SDA L4.V, p.662)

O Tenente da Torre de Barad-dûr (o qual falava com os Capitães do Oeste
diante do Portão de Mordor) era um desse Numenorianos Negros; sabemos
que ele “aprendeu grande magia” durante o serviço a Sauron (SDA L5.X,
p.870). Outro exemplo especifico, são os Homens que Sauron enganou com
os Nove Anéis; alguns deles eram feiticeiros na vida mortal:

“Aqueles que usaram os Nove Anéis se tornaram poderosos em seus dias, Reis, feiticeiros e guerreiros de antigamente”.
(Silmarillion, p.348).

Como poderes naturais, a mágica da Arte Negra podiam ser canalizadas em
criações físicas. Grond, o grande aríete que destruiu os portões de
Minas Tirith, era um desses objetos.

“Longo foi o tempo
em que foi forjado pelos mineiros de Mordor, e sua cabeça horrível,
fundida com aço negro, foi moldado em semelhança a um lobo faminto, no
qual seu feitiço de ruína está”.

(SDA L5.IV, p.810)

Um aspecto único da Arte Negra é que não atraia uma pessoa para seu
poder sozinha, mas utilizava algo externo e negro. Isso pode ser
presumido pelo fato de que Homens poderiam praticar feitiçaria. Como
Homens tinham falta de poderes mágicos, eles deviam conseguir seus
poderes de algum outro lugar, uma violação de leis naturais de mágica
na Terra Media.

Outra característica da Arte Negra era a
convocação e o controle de espíritos não mortos. Pouco era conhecido
sobre esses espíritos, quer eles sejam habitantes da Terra Media, quer
sejam sombra dos mortos (assim com os homens mortos de Dunharrow), ou
eles podem ter vindo alem de outro mundo, do vazio para onde Morgoth
foi banido.

Existem poucos exemplos conhecidos do uso de Inimigos de espíritos.

Espectros do Anel: Eram homens, que Sauron escravizou os espíritos e se
tornaram mortos-vivos. Seu líder, o Bruxo Rei, era um feiticeiro
poderoso.

As Criaturas Tumulares: De Eriador eram um legado
da feitiçaria do Rei dos Nazgûls. Ele os usou em 1636 para sujar o Tyrn
Gorthad, os Dunedain que viviam antigamente de Cardolan. Eles estavam
obrigados a viver nas tumbas e atraiam passantes com seus poderes.
Apenas espalhando seu tesouro no monte eles podiam, com o feitiço
sujeitante, revelar uma criatura.

Os Dois Vigilantes: De
Cirith Ungol. A entrada para a fortaleza era guardada pelo poder das
criaturas mortas-vivas dentro das duas estatuas.

“… algum espírito terrível de vigilância então sobre eles”.
(SDA L6.I, p.882)

O poder dos dois Vigilantes foi enfrentado por Samwise Gamgi, sentiu
uma força invisível o bloqueando; mais tarde o espírito emitiu um choro
de aviso quanto os Hobbits passaram por eles.

O uso de
mágica para chamar e controlar espíritos parece ser único das Artes
negras; outros podem ter tido comunicação com os espíritos, mas era
improvável a dominação ou contatos com os mortos-vivos.

Conclusão

Mágica penetrou na Terra Media. Embora seja rara e mal entendida pelos
Hobbits ou pela sociedade de Homens, era parte da natureza das outras
raças. Sua presença era grande entre os Elfos. De fato do final da
Terceira Era Lothlórien e Valfenda começaram a depender de mágica para
sua preservação. Mágica requeria força pessoal e era uma tarefa
delicada, assistida por feitiços e recipientes de poder. Poder natural
tendia a ser usado por razões de criatividade, pratica ou proteção. Ela
também era usada para controle ou destruição. Essa era o principal uso
para feitiçaria, e forma abusada de mágica, praticada nas terras
governada pelo Inimigo.

A força da mágica na Terra Media era
mais forte na Primeira Era, declinando da Segunda Era com a partida
gradual dos Elfos e o crescimento dos Homens. Isto é acelerando no
final da Terceira Era pelo fim do poder dos Três Anéis. Na Era do
Domínio dos Homens, a pratica das Artes Negra pode ter sobrevivido em
terras formalmente governadas por Mordor. O uso de seus poderes
continuou naturalmente entre as raças não Humanas, mas com o tempo,
mágica deve ter desaparecido da Terra Media.

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