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Emblemas e Heráldica

Elfos, Homens, Anões e mesmo Maiar na Terra-média são todos conhecidos por terem usado emblemas, armas e brasões de vários tipos.

Estes eram utilizados para diferenciar reinos, grupos de pessoas ou indivíduos, em grande parte da mesma forma que na Europa medieval. Abaixo eu discuto e dou exemplos de brasões e emblemas conhecidos de Arda. As ilustrações são ou baseadas em material publicado ou reconstruídas a partir de descrições.

 

Os Eldar

As Regras da Heráldica e Suas Aplicações

 

Os Elfos formularam regras ou princípios para a confecção de brasões, que podem ser sumarizados da seguinte forma:

 

 

Origens e História

As regras de heráldica eram usualmente seguidas tanto por Noldor como pelos Sindar, o que pode indicar que já estavam em existência (embora em uma forma mais crua) em Cuiviénen; mas é tentador argumentar que àquele tempo os Elfos ainda não eram culturamente “sofisticados” o suficiente para tais idéias. As regras podem ter se desenvolvido com o passar do tempo, e tornadas conhecidas por tradição oral antes de passarem à forma escrita. Se as regras foram inventadas pelos Noldor, o que parece bastante provável, é estranho que a heráldica dos Sindar fosse seguir tais regras considerando-se a política anti-Noldorin de Thingol. Uma coisa que apóia os Noldor como criadores originais das regras é que os membros da realeza Noldor geralmente parecem ter um “status” mais alto em seus brasões, de acordo com as regras acima.

Que os Sindar podem ter reinventado as regras é uma possibilidade: os Noldor adotaram a língua dos Sindar quando chegaram a Beleriand então por que não a heráldica? São conhecidos brasões de Noldor que nunca tiveram a chance de ter contato com os Sindar, mas isso pode ser explicado se estes brasões tivessem sido desenvolvidos mais tarde, por outros Elfos, como por exemplo o brasão de Finwë.

Qual era o propósito original da heráldica Élfica? Na Europa medieval a heráldica sempre foi conectada com guerra: os cavaleiros precisam de uma maneira fácil de se reconhecerem no campo de luta, mesmo com armadura completa. Os brasões heráldicos portanto deveriam ser reconhecidos de uma boa distância, invocando assim a necessidade de utilizar símbolos estilizados e um uso restrito de cores. Essas exigências claramente não são cumpridas pela heráldica Élfica, o que pode indicar que os brasões originalmente não tinham como intenção a guerra (o que pode ser uma possibilidade, ver abaixo) ou que os Elfos tinha uma visão extremamente boa (o que sabemos ser verdade).

Indo adiante, na Europa medieval a forma dos brasões era usualmente restrita pelo escudo sobre o qual era aplicado. Isto indicaria que os Elfos utilizavam escudos em forma de losango ou círculo? Escudos circulares são bastante comuns em civilizações antigas do mundo embora escudos em forma de losango sejam raros. A forma de losango também parece um tanto inapropriada para propósitos de defesa.

A conclusão inevitável parece ser de que a heráldica Élfica não era originalmente destinada à identificação no campo de batalha (embora possa ter assumido tal característica mais tarde). Mais provavelmente a função primária seria representar os reis e rainhas dos Eldalië, e identificá-los em registros e arte. Assim parece ainda mais provável que alguns ou muitos dos brasões tenham sido criados postumamente.

Exemplos de Heráldica Eldarin

Um grande número de brasões foram preservados até os dias de hoje. Os exemplos de hoje são baseados nessas ilustrações preservadas e publicadas.

Finwë. O brasão de Finwe mostra um “sol alado”, opondo-se ao brasão de “lua alada” de Elwe. Embora Finwe tenha morrido antes do primeiro nascer do sol, ele era o rei dos Noldor que chegaram a Aman e viram as Duas Árvortes. Dezesseis “pontas” atingem as margem do símbolo, significando a posição de Finwe como um dos mais velhos dentre os Quendi e Alto Rei dos Noldor. As cores amarela e vermelha brilhantes parecem ter se refletido nos brasões de seus herdeiros Feanor, Fingolfin e Finarfin [2].
Existe também um brasão similiar para a Casa de Finwe, idêntico exceto pelo fato de ter sido rotacionado quarenta e cinco graus para formar um quadrado. Este era o brasão para os Alto Reis dos Noldor e passou de Finwe para seu filho Fingolfin e então para Fingon e Turgon [1].


Elwe. O brasão de Elwe Sindicollo, melhor conhecido como Elu Thingol, mostra uma “lua alada” em preto cercada de estrelas. É o pólo oposto do “sol alado” de Finwe. A razão para isto provavelmente é que ambos iniciariam a Grande Jornada mas Elwe foi encantado por Melian e nunca deixou a Terra-média, àquele tempo iluminado apenas pelas estrelas de Elbereth. Finwe, por outro lado, foi para Aman à luz das Árvores. Julgando pelo número de “pontas” do brasão de Elwe (oito), ele teria apenas metade da “posição” de Finwe. [1]


Melian. A Maia de Doriath possui um brasão complexo, bastante diferente de qualquer outro brasão feminino ou masculino. Tanto estrelas como padrões florais são encontrados, refletindo tanto os brasões de Elwe (seu marido) quanto Lúthien (sua filha). Também pode representar (ou de fato ser) seu selo que era “uma única flor de Telperion”. Dentro do círculo que a define como do sexo feminino e visto um losango, que é normalmente a forma de brasões masculinos. Isto pode simbolizar sua habilidade de Maia de determinar o próprio corpo e sexo. [1]


Fëanor. O brasão de Fëanor utiliza as mesmas cores ardentes do brasão de seu pai e carrega ainda mais a conotação de fogo pelas chamas ondulantes que vão do centro para as bordas. isto pode ser associado com o nome de Fëanor, que significa “Espírito de Fogo” (mas as mesmas chamas estão no brasão de Fingolfin com quem a mesma associação não pode ser feita). No centro é mostrada uma Simaril, a maior das criações de Fëanor. Ela é cercada por um certo número de campos coloridos possivelmente representando a arte de criar cristais, que ele inventou. [2]
A Estrela de Feanor, vista no portão oeste de Moria, era aparentemente o emblema de todos os Noldor seguidores de Feanor. Era prateada e possui oito raios e oito “estacas” as quais eram arranjadas de forma bastante semelhante ao brasão de Feanor. Isto indica que a estrela era baseada no brasão ou vice-versa. [4]


Fingolfin. O brasão de Fingolfin mostra uma relação distinta com o de Feanor, com a natural excessão da Silmaril. As estrelas prateadas em fundo azul provavelmente são a origem do azul e prata das bandeiras de Fingolfin mencionadas nO Silmarillion. Oito “pontas” alcançam as margem, como é o caso de todos os brasões dos filhos de Finwe. [1]


Finarfin. Embora compartilhando a aparência ardente dos brasões de seu pai e irmãos, os raios de fogo do brasão de Finarfin são mais calmos, dando ao brasão uma aparência mais balanceada. O fato de ser distintamente diferente dos brasões de seus irmãos pode se derver ao fato de que ele, na rebelião dos Noldor, permaneceu em Aman, enquanto seus irmãos seguiram para a Terra-média. Este brasão também era utilizado pelos herdeiros de Finarfin e aparentemente especialmente por Finrod (embora a ele seja dado outro brasão). [1]


Finrod. Finrod Felagund tinha um brasão muito diferente de qualquer outro brasão Élfico: não é simétrico e as cores são distintamente “térreas”. A imagem de uma harpa e de uma tocha lembra a lenda sobre Finrod andando nas florestas do leste de Beleriand e sua aparição entre os Homens tocando harpa. Os Homens que Finrod encontrou pertenciam ao povo de Beor e é possível que o brasão tenha sido feito por um daquele povo. [2] Finrod também usava um distintivo que representava uma coroa de flores douradas. O motivo do distintivo é provavelmente direta ou indiretamente relacionado ao brasão de Finarfin.

Lúthien. Lúthien Tinúviel é a única pessoa que reconhecidamente tem dois brasões distintos, ambos baseados em padrões florais. O primeiro mostra uma niphredil branca que nasce no seu aniversário (é descrita como sendo similar a um delicado floco de neve). O segundo provavelmente tem uma elanor no centro. As estrelas no brasão ecoam aquelas encontradas no brasão de Thingol. À primeira vista é difícil dizer se existe alguma “ponta” alcançando as bordas, mas aparentemente não existem mais do que quatro em ambos os brasões. No primeiro apontam para nordeste, noroeste, sudeste e sudoeste. No segundo as únicas coisas similares a “pontas” são as flores brancas que simbolizam uma ponta cada. Isto daria a ela o correto status como princesa de Doriath. [1]
Idril. O brasão de Idril Celebrindal mostra o padrão de uma flor de milho. Aparentemente Idril era especialmente associada a esta flor, talvez através do dourado do milho refletido em seu cabelo dourado. Uma inscrição encontrada junto a este brasão dizMenelluin Írildeo Ondolindello” (“Flor de Milho de Idril de Gondolin”; Írilde é uma Quenização do nome de Idril). É possível que Menelluin (literalmente “céu-azul”) fosse o nome ou designação do brasão. Nele doze pontas alcançam as margens do círculo, sugerindo um status adequado para afilha de um Alto Rei. [1]

O brasão de Idril foi preservado e levado de Gondolin para Númenor, onde se tornou inspiração de muitos padrões Numenorianos semelhantes. Foi trazido para Gondor por Elendil. Embora Gondolin tivesse seus próprios costumes heráldicos eles não se aplicam a este brasão, o que pode indicar que tais costumes eram reservados às Doze Casas da cidade (ver abaixo).


Gil-galad. Seu nome significa “Estrela Radiante” e lembrando também as palavras dA Queda de Gil-Galad: “As incontáveis estrelas do céu / estavam refletidas em seu escudo prateado” [5], é natural que o brasão de Gil-galad mostrasse um céu coberto de estrelas. É difícil dizer quantas pontas atingem a borda, mas seu status deveria permitir pelo menos quatro. [1]


As Silmarils. Este é o único brasão conhecido que representa objetos e não uma  pessoa. Porque as Silmarilli deveriam ter seu próprio brasão é nebuloso. Talvez o brasão fosse usado como uma bandeira pelos Noldor nas guerras com Morgoth, para mostrar suas intenções. A árvore ao fundo provavelmente é Laurelin, a Árvore Dourada, da qual as Silmarilli têm parte de sua luz. [2] As Silmarils também são usadas em emblemas nos brasões de Feanor, Earendil e Beren.

 

As Doze Casas de Gondolin
Os seguidores de Turgon, ainda no antigo reino de Nevrast, desenvolveram costumes heráldicos que parecem únicos na Terra-média e mais próxima à heráldica da Idade Média. Seus brasões consistiam de símbolos colocados sobre um fundo de cor única e os escudos onde eram aplicados eram “longos e afilados”. Em Gondolin esta heráldica provavelmente não foi utilizada para símbolos pessoais, mas foram aplicados como brasões das “Doze Casas” (e talvez apenas nesse caso). Estas Doze Casas eram grupos de nobres, provavelmente famílias ou guildas que aparentemente eram responsáveis pela defesa da cidade.

A descrição detalhada da heráldica provém de uma fonte que é usualmente considerada bastante não-confiável [10]; mas o desenho de um dos brasões foi confirmado por um texto muito mais confiável [11], e desconsiderando-se pequenas discrepâncias eu não vejo razão para que os demais brasões não foram exatamente descritos também. Os brasões abaixo são todos reconstruídos a partir das descrições, e não devem ser considerados autorais de forma alguma.


A Casa do Rei. Turgon e sua casa tinha o emblema da “lua e o sol e o coração escarlate” e suas cores era branco, dourado e vermelho, cada uma sem dúvida se conectando a um dos emblemas. Aqui eu agrupei os três símbolos em um brasão embora seja possível que a casa tivesse três brasões. o coração representa o coração de Fingolfin, pai de Turgon, que estava enterrado ao norte da cidade. Eu assumi que o sol estivesse conectado com o sol nos brasões da casa de Finwe (uma vez que Turgon era neto de Finwe) e portanto dei a ele o mesmo número de raios.


A Casa da Asa Branca. Os mais vigorosos dos homens do rei usavam asas de cisne ou gaivota em seus elmos, e o brasão de seus escudos era uma asa de cisne sobre fundo azul. Deste tipo eram o elmo e o escudo que Tuor encontrou em Nevrast, destinado-o a no final das contas unir-se e liderar a casa. [11]
A Casa do Toupeira. Maeglin, que comandava a Casa da Toupeira, era um grande mineiro e aparentemente associava a si mesmo com uma topeira. Mas os escudos da casa eram negros e sem brazão, como o de Morgoth. Ao final, foi Maeglin quem traiu Gondolin a Morgoth.
A Casa do Martim. Esta casa consistia de arqueiros formidáveis, vestidos em branco, azul escuro, púrpura e preto. Seu líder era chamado Duilin e seus escudos eram marcados com a cabeça de uma flecha. O martim pode ser reminiscência de uma flecha, voando rapidamente através do ar e sempre encontrando seu destino.

 


A Casa do Arco Celestial. Os membros da casa de Egalmoth eram todos ricos e apreciavam jóias e ouro. Em seus elmos ficava uma grande opala e seus escudos eram azul-céu. No centro do escudo ficava uma “jóia construída com sete gemas”: rubi, ametista, safira, esmeralda, calcedônia, topázio e âmbar. O arranjo das gemas é meu: o “Arco Celestial” provavelmente era um arco-íris e eu assumi que o topázio era amarelo para completar o arco-íris indicado pela ordem das outras pedras.


A Casa da Flor Dourada. Glorfindel liderava esta casa, cujo brasão era um sol raiado. A cor de fundo eu escolhi por causa do nome da casa e a descrição da vestimenta de Glorfindel que lembrava “um campo na primavera”.

 

 

A Casa da Harpa. Os membros desta casa vestiam-se com franjas de prata e ouro e em seus escudos estava uma arpa prateada sobre fundo negro. O líder desta casa, Salgant, adulava Maeglin e em seu brasão apenas a harpa era dourada. É notável que o brasão compartilhe o negro com A Casa da Toupeira, talvez por influência direta de Maeglin sobre Salgant.
A Casa do Martelo da Fúria. Um grupo de artesãos e ferreiros, esta corajosa e forte casa, liderada por Rog, lutava com maças e tinha escudos pesados. Seu emblema era a bigorna golpeada, mas seus escudos mostravam “um martelo que batia e lançava fagulhas sobre ela”. Nenhuma indicação sobre a cor do brasão é dada, mas uma dica pode ser tirada de “ouro avermelhado e ferro negro eram seus deleites”.
Os brasões das demais casas não são descritos. Segue o que sabemos:

Os Hildor

Os Edain da Primeira Era
Quando os Edain entraram em Beleriand aparentemente eles adotaram as regras (e talvez o próprio conceito) de heráldica quase imediatamente. Um precursor disso sem dúvida foi Beor, cuja amizade com Finrod deu a ele o mais antigo dos brasões humanos conhecidos. O primeiro destes tendia a usar cores mais quentes e “térreas” do que suas contrapartes élficas e os designs normalmente eram simétricos apenas no eixo vertical, distinguindo-se dos brasões inteiramente simétricos dos Elfos. Eles também parecem ter ignorado a simbologia das “pontas”, com uma excessão. As ilustrações abaixo são baseadas em brasões preservados.

Beor. O brasão de Beor provavelmente é o primeiro criado para um Homem de acordo com as regras élficas de heráldica e de muitas formas é o mais “élfico” dos brasões humanos (sem contar o brasão de Earendil Meio-Elfo). Ele é inteiramente simétrico e possui a forma comum Eldarin para seres masculinos, mas falta-lhe o esplendor dos brasões Élficos e parece mais “térreo” com suas cores quentes e naturais. [2]

Hador. A razão para o design do brasão de Hador não é clara. Hador era um grande amigo de Fingolfin e pode-se, talvez, discernir as cores “ardorosas” de Finwe e seus herdeiros neste brasão. A simetria é vertical mesmo nas “formas de flecha” – a inferior é mais estreita que a do topo. [2]

 


Beren. No centro do brasão de Beren Erchamion está a Silmaril que ele e Lúthien tomaram de Morgoth. Sobre ela agiganta-se Thangorodrim, os três picos de Angband, onde a Silmaril estava. Abaixo da Silmaril está uma mão vermelha, parecendo estendida para pegar a pedra. Pode simbolizar a mão que Beren perdeu para Carcharoth. O significado da estrela no topo é incerta, a menos que seja um presságio da estrela de Earendil e do destino da Silmaril. O brasão mostra a simetria vertical comum para Homens, quebrada apenas pela asimetria natural da mão. [2]


Earendil. O foco do brasão de Earendil fica na Silmaril ao centro, irradiando seis raios de luz para as bordas. Nos cantos negros a lua e suas fases são mostradas. A presença da lua pode refletir o destino de Earendil de se tornar uma estrela, mas também é a única coisa que evita que o brasão seja inteiramente simétrico, talvez para distingui-lo como Meio-Elfo. Os seis raios de luz são acompanhados por seis outros que parecem ir na direção oposta, formando assim 12 “pontas” claramente relacionadas ao brasão de Idril (que é a mãe de Earendil) e cujo relacionamente é reforçado pelo fundo azul de ambos os brasões. [1]

Casa de Haleth. O brasão dos Haladin mostra uma árvore de tipo incerto, um par de flores brancas e um certo número de pontos laranja que podem ser folhas ou nozes estilizadas. A árvore parece estar entrelaçada com uma trepadeira. Os Haladin em geral gostavam da solidão e de florestas, que é o que pode estar indicado neste brasão. É notável que o brasão quebra as regras Élficas de heráldica pois usa um losango para um brasão impessoal. [2]

A Terceira Era: Arnor e Gondor
Na Terceira Era, quando a civilização dos Dúnedain estava avançada em tecnologia bem como em nível de sofisticação, sua heráldica divergiu dos costumes Élficos, amadurecendo em uma tradição mais estilizada e elegante. Eles frequentemente aplicavam um único desenho (em geral branco/prateado) sobre um fundo colorido, aproximando-se dos costumes heráldicos da Idade Média. Esta tendência pode ter sido inspirada pela heráldica das Doze Casas de Gondolin, das quais dois dos ancestrais dos Dunedain vieram. Nenhum exemplo destes brasões sobreviveu mas uma vívida descrição oral perdurou e muitas dicas ilustradas de seu design. Estas dicas estão citadas abaixo.


O emblema de Elendil e seus herdeiros eram sete estrela de cinco pontas, cada uma representando um dos palantiri que Elendil trouxe de Númenor. Em Gondor eles foram colocados em um escudo negro junto com a Árvore Branca, a qual representava qualquer um dos descendentes de Nimloth que cresciam em Minas Ithil e mais tarde Minas Tirith. A este brasão os Reis da linha de Elendil adicionaram a Coroa Prateada, que era o principal sinal de realeza. Quando a linha norte de herdeiros de Isildur terminou as estrelas em Arnor foram substituídas por uma única estrela de cinco pontas, a Elendilmir, representando a Estrela de Earendil. Em Gondor o brasão incluindo a Coroa Prateada saiu de uso geral até o tempo de Elessar e do Reino Reunificado. [6] A coroa de Gondor é mostrada mais claramente na Carta #211 do Letters of J.R.R. Tolkien. A árvore aqui é baseada na árvore contida em uma proposição de sobrecapa para O Retorno do Rei feita pelo Professor Tolkien.


É sabido que Elendil usava o próprio nome, escrito em tengwar sem as marcas de vogal, como “um sinal e um aparato sobre seus selos.” Este sinal era encontrado em seu túmulo em Amon Anwar.


Os Regentes de Gondor nunca tomaram nenhum aparato heráldico para si mesmos, e suas bandeiras eram brancas sem marca. O Selo dos Regentes, usado por Cirion para chamar Éothéod diz-se que contia as letras “R – ND – R” de arandur (“regente”), com três estrelas acima. [7]


A cidade de Dol Amroth tinha os brasões de um navio branco e de um cisne. Estes eram algumas vezes reunidos em um brasão mostrando um braco branco sobre fundo azul [8]. Um barco em forma de cisne é mostrado pelo Professor Tolkien em sua pintura do Taniquetil, reproduzido no Pictures By J.R.R. Tolkien, No 31. Dol Amroth também era usado como porto pelos Elfos de Lórien que navegavam para o oeste em seus navios em forma de cisne durante as Segunda e Terceira Eras.


Rohan
e A Casa de Eorl possuíam um cavalo branco sobre fundo verde como emblema [9]. A razão para isto é óbvia. A maior parte de Rohan é coberta de planícies verdejantes e os cavalos são as maiores posses dos Rohirrim. O cavalo mostrado é provavelmente um dos Mearas, os cavalos brancos dos Reis de Rohan. Os Rohirrim não eram Edain nem pertenciam aos Reinos no Exílio mas ao final da Terceira Era ocuparam uma área que pertencia a Gondor [7] e o relacionamento entre os dois povos eram intensos.
Outros

Os Istari

Tanto Gandalf quanto Saruman, os dois mais importantes magos das terras orientais usavam cirth (runas) como símbolos.


Gandalf usava tanto o tengwa G quanto o certh G como seus selos, embora preferisse o certh. Foi o tengwa que as crianças Hobbit identificaram quando Gandalf chegou na Vila dos Hobbits, mas tanto em Bree quanto no Topo dos Ventos ele usou apenas o certh. [12]
Os soldados de Saruman tinham elmos decorados com o certh S. Seus escudos negros também ostentavam uma pequena mão branca no meio. A mão branca de Saruman aparece em outras partes também. A mão aqui desenhada baseia-se em uma proposição de sobrecapa para O Retorno do Rei feita pelo Professor Tolkien. [13]

 
Os Khazâd

Nosso conhecimento da heráldica ou dos costumes emblemáticos dos Anões é extremamente limitado. O que nós sabemos vem de apenas um exemplo: as inscrições nos Portões de Durin, o portão oeste de Moria. No portão é visto, entre outras coisas, os emblemas de Durin o Imortal. Eles consistiam de um martelo e uma bigorna abaixo de uma coroa cercada de sete estrelas. As estrelas representavam a constelação de Valacirca ou o Plough, o qual Durin viu acima de sua cabeça quando olhou dentro do Kheled-zâram. Os Anões foram sempre associados com metalurgia, um tributo a seu Criador Aulë o Ferreiro dos Valar, o que explica o martelo e a bigorna. [4]

 

Os Hobbits

Nós conhecimos virtualmente nada sobre os costumes Hobbit relacionados a emblemas. Nós sabemos que eles usavam logotipos, contudo: quando Merry e Pippin estavam investigando os espólios em Isengard eles encontraram dois barris de erva de fumo. Ambos eram marcados com “a marca de Bornblower” – mas não é dito como a marca era. [14]
Morgoth e Seu Legado

Um denominador comum na heráldica dos dois Senhors Negros e seus seguidores é a preferência pelo preto.

Quando Morgoth mata Fingolfin seu escudo era “negro e sem marcas” e sua armadura era negra também. A ausência de quaisquer marcas não apenas serve como personificação das Trevas, mas também dá dica sobre a disposição niilista de Morgoth. [15]
O emblema de Sauron ecoa o fundo negro de Morgoth. O Olho vermelho era o símbolo comum de Sauron na Terceira Era, mesmo quando falando sobre ele como pessoa [13, 16]. Ele simboliza sua vigilância a partir da Torre Negra sobre toda a Terra-média, especialmente sobre o Um Anel. O olho desenhado aqui é baseado em uma proposição de sobrecapa para O Retorno do Rei feita pelo Professor Tolkien.

Quando Sauron invadiu Minas Ithil, a cidade adquiriu um novo emblema. O emblema de Minas Morgul mostrava uma lua “desfigurada por uma assustadora face da morte” [16]. O exato arranjo da caveira e da lua é logicamente difícil de dizer. A lua provavelmente é um reminescente de antes da tomada de Sauron: Minas Ithil significa “Torre da Lua”.
O  emblema da Corporação Especial Aérea de Mordor é descrito fora de contextomas (tendo sido preservado) o complexo design deste emblema o torna único em toda Arda conhecida. Aparentemente era um símbolo aplicado às tropas aéreas de Sauron, provavelmente incluindo as encarnações tardias dos Nazgûl e, talvez, de quaisquer dragões sob o comando de Sauron. As “asas” ao lado do emblema possuem uma textura de penas, o que pode indicar que originalmente eram asas reais. Um escrito criptico dizia “Visto de Baixo”,possivelment euma dica que o emblema representava uma das criaturas voadorasde Sauron e os pequenos “chifres” entre as asas e o corpo da criatura podem ser os pés de alguma criatura sobre a besta. Mas é claro que se for assim mesmo o retrato deve ser extremamente estilizado. Nas asas podem ser vistas imagens do olho de Sauron, multiplicado como os olhos nas penas de um pavão. [1]
Na Batalha dos Campos de Pelennor um dos chefes dos Haradrim sob o comando de Sauron tinha uma “serpente negra sobre campo vermelho” em seus estandartes. Aparentemente a mesma batalha foi o fim do brasão pois o chefe e seus seguidores caíram vítimas da ira dos Rohirrim e “a serpente negra cedeu”. [17]

 

 

Referências:

[1] Hammond and Scull. J.R.R. Tolkien: Artist and Illustrator. Patterns and Devices
[2] Pictures No. 47
[3] Sil. Of Túrin Turambar
[4] LotR Vol. 1 A Journey in the Dark
[5] LotR Vol. 1 A Knife in the Dark
[6] LotR Index IV: Star
[7] UT Cirion and Eorl
[8] LotR Index IV: Ship
[9] LotR Vol. 3 The Ride of the Rohirrim
[10] BoLT 2 The Fall of Gondolin
[11] UT Of Tuor and His Coming to Gondolin
[12] LotR Vol. 1 A Long-expected Party
[13] LotR Vol. 2 The Departure of Boromir
[14] LotR Vol. 2 Flotsam and Jetsam
[15] Sil. Of the Ruin of Beleriand and the Fall of Fingolfin
[16] LotR Vol. 3 The Tower of Cirith Ungol
[17] LotR Vol. 3 The Battle of the Pelennor Fields

 

Tradução de Fábio “Deriel” Bettega

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