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A Floresta de Fangorn / Barbárvore

"Veja todas aquelas barbas e suíças de líquen, chorosas e
rastejantes! E a maioria das árvores parece estar meio coberta de
folhas secas e despedaçadas que jamais caíram. Desmazeladas. Não
consigo imaginar como seria a primavera aqui, se é que ela atinge este
lugar."
 
 
 

A equipe de Richard Taylor (da WETA Workshop) precisou criar a Floresta
de Fangorn que vemos no filme, uma vez que o diretor Peter Jackson
decidiu que nenhuma floresta real seria capaz de reunir todos os
elementos descritos por Tolkien em seus livros. Para conseguir o efeito
desejado, foi o Departamento de Miniaturas da WETA quem ficou
encarregado criação de Fangorn.


Para que a floresta tivesse as árvores retorcidas e exóticas que
Jackson queria, a equipe utilizou troncos de tojo. Essa planta foi
originalmente importada para a Nova Zelândia pelos escoceses para ser
usada como cerca-viva. Mas infelizmente, se espalhou e criou florestas
impenetráveis, se transformando em uma verdadeira praga. Por isso, não
é difícil entender a alegria dos fazendeiros que venderam os tojos para
a produção, já que ao mesmo tempo se livraram das plantas indesejadas e
ainda foram pagos. 🙂 Para compor a copa das árvores foi utilizada uma
outra planta nativa, com folhas bem menores, já que tudo estava sendo
construído em pequena escala.


Uma vez que as árvores estavam prontas, era hora de construir a
floresta. A equipe de Taylor fez isso colocando as árvores sobre
plataformas móveis que permitiam que posicionassem as árvores como
quisessem. Eles então prepararam o chão da floresta usando grama de
verdade. Por último, espalharam pela floresta um tipo de palha obtido
de forma no mínimo curiosa: eles desfiaram sacos de chá comprados de
fornecedores chineses e indianos!

 
Barbárvore "Descobriram-se
olhando para um rosto extraordinário. Pertencia a uma figura semelhante
a um homem, quase semelhante a um troll, de pelo menos quatro metros e
meio de altura, muito robusta, com uma cabeça alta e quase sem pescoço.
Se estava coberta por alguma coisa semelhante a uma casca de árvore
verde e cinzenta, ou se aquilo era couro, era difícil dizer. De
qualquer forma, os braços, numa pequena distância do tronco, não eram
enrugados, mas cobertos de uma pele lisa e castanha. Cada um dos pés
tinha sete dedos. A parte inferior do rosto comprido estava coberta por
uma vasta barba cinza, cerrada, quase dura como galhos na raiz, fina
feito musgo nas pontas. Mas naquela hora os hobbits notaram pouca coisa
além dos olhos. Uns olhos profundos, lentos e solenes, mas muito
penetrantes. Eram castanhos, carregados de uma luz esverdeada. Tempos
depois, freq?entemente Merry tentou descrever a primeira impressão que
teve deles."
O maior desafio da WETA para dar vida aos Ents foi
criar personagens que mantivessem características próprias de árvores
e, ao mesmo tempo, pudessem ter movimentos e interagir com os atores de
verdade.


Barbárvore, o mais velho dos ents foi criado por Daniel Falconer (da
WETA Digital), Grant Major e Alan Lee. " Eu acredito que Barbárvore se
tornará um belo e sensível personagem nas telas. Uma criatura muito
diferente de tudo o que já vimos no cinema. Ele é um personagem com uma
história imensa e rico em sabedoria." Explica Richard Taylor.


A WETA Workshop construiu maquetes de Barbárvore até que Peter Jackson
ficasse satisfeito com o desing. O próximo passo foi construir um
modelo animado de Barbárvore com 15 pés de altura para interagir com
Merry e Pippin no set. Usando esse modelo como base, foi criada uma
versão em computação gráfica para dar vida aos movimentos,
principalmente os da face. Uma das maiores dificuldades foi juntar o
modelo real e a versão digital de forma que não fosse possível perceber
qual é qual.

"É uma língua adorável, mas leva muito tempo
para se dizer qualquer coisa nela, porque não dizemos nada nela a não
ser que valha a pena gastar um longo tempo para dizer, e para escutar."


Quem emprestou a voz para Barbárvore foi o ator John Rhys Davies, que
interpreta Gimli nos filmes. Rhys-Davies explica: "Se você fizer seu
trabalho direito, quando as pessoas lerem o livro elas vão ouvir sua
voz. Vão ver o seu Gimli e ouvir o seu Barbárvore. E se você não fizer
direito, eles ainda vão imaginar suas próprias vozes."


Foram necessárias duas semanas, com sessões de três horas, para
concluir o processo. Depois de experimentarem várias misturas de sons
Jackson decidiu que queria que a voz de Barbárvore fosse a própria voz
de Rhys-Davies, mas usando técnicas diferentes em cada parte da fala
dos Ents. Para fazer os sons dos ents conversando entre si foram usados
barulhos que lembram o canto das baleias.

"A sensação era
como se houvesse um poço enorme atrás deles, cheio de eras de memória e
de um pensamento constante, longo, lento; mas a superfície faiscava com
o presente: como o sol tremeluzindo nas folhas externas de uma imensa
árvore, ou nas ondas de um lago muito fundo. Não sei, mas parecia que
alguma coisa que crescia na terra – adormecida, pode-se dizer, ou
apenas percebendo-se a si mesma como algo entre a extremidade de uma
raiz e a ponta de uma folha, entre a terra funda e o céu – despertara
de repente, e estava observando você com o mesmo cuidado lento que
tinha dedicado às suas próprias preocupações por anos intermináveis."

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