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II Hobbitcon – Lá e de Volta Outra Vez

Ok, ok, reconheço que tivemos um hiato bastante além do decoroso para este Cisne aqui finalmente postar seu relato da Hobbitcon, mas, convenhamos, need brooks no delay, yet late is better than never – ou, pra simplificar, antes tarde do que nunca 😉
 
O fato é que o grande evento conjunto do mundo Tolkien brasileiro foi, apesar de todos os percalços, um grande sucesso! É preciso lembrar que, a cerca de um mês da data marcada, nós perdemos o local que abrigaria a II Hobbitcon, o Memorial do Imigrante, em São Paulo. As meninas da organização – Shelob e Vairë, do Conselho Branco, e Mary Gilraen, da Heren Hyarmeno – tiveram de sair correndo feito doidas atrás de um novo local.

Acabamos ficando com a Casa de Bruxa/Universidade Holística, em Santo André, e o local foi realmente um achado. Com ambientação já "mágica" (dragões, bruxos e assemelhados para todo lado), além de um quintal muito espaçoso, deu pra acomodar tudo para o evento com perfeição.

Bem, QUASE tudo! Apesar de certa dificuldade de acesso para quem vinha de São Paulo e não conhecia o ABC paulista, acabamos conseguindo cerca de 250 pessoas no público, e uma quantidade equivalente em quilos de alimento para doação a uma instituição de caridade, o que foi uma grande vitória. O problema foi acomodar essa gente toda no salão central, para os sorteios e anúncios oficiais, e também na sala de palestras. Gente sentada no chão e na porta não faltou, e o interesse pelas palestras foi dos grandes.

Antes de mais nada, destaque para o toque ultra-tolkieniano da decoração, dado principalmente pelos sensacionais quadros do artista plástico Douglas Costa. Eram cerca de 10 painéis enormes, com detalhes absurdamente trabalhados – no dos Portos Cinzentos, por exemplo, eu demorei uns 15 minutos pra achar os hobbits, minúsculos, parados no cais.

A exposição de artefatos tolkienianos também não deixou por menos. Havia, entre outras coisas do arco-da-velha, um Palantír "quase" real (na verdade o vidro tinha um tubo de raios catódicos dentro, que respondia à vibração do ar ou ao toque humano, coisa impressionante!) e versões de todas as idades e línguas dos principais livros de Tolkien.

Nas palestras, eu diria que a revelação foi o nosso Tilion (como é que a gente ainda não tinha arrastado esse cara pra palestrar?), que se mostrou um falante articulado, versátil e, por que não dizer, extremamente bem-humorado. Na palestra das Cartas, por exemplo, que abriu o dia, ele não hesitou e tascou uma certa inspiração tolkieniana como causa para o atraso da tradução do livro – a mania perfeccionista de Tolkien também tinha tomado conta dele. Quem compareceu pode receber, em versão impressa, um preview exclusivo das Cartas, com a capa que o livro deverá ter, a introdução e três cartas traduzidas, também com a cara da edição final.

Enquanto o pessoal da Casa de Vairë, do Conselho Branco, recriava lá fora uma série de histórias da Terra-média (no fim de uma, a de Beren e Lúthien, rolou até pedido de casamento de verdade!), as palestras continuaram. Primeiro, com Claudio Crow Quintino, sempre aplaudido, e mais tarde eu, Mandos e Tilion voltamos à cena com o palpitante tema "Sexo e Amor na Terra-média". Tilion se concentrou na inspiração do amor cortês medieval para a visão de Tolkien sobre o tema, enquanto Mandos falou da monogamia élfica. Claro, houve também os momentos trash, como a "escala animal" do casamento citada pelo Mandos (ao longo da relação as pessoas tendem a aumentar o animal associado ao parceiro, de gatinho para cavalo, por exemplo) e até citações malufistas como o popular "estupra mas não mata", hehehe…

Muitas outras coisas legais aconteceram – como o som celta da banda Olam Ein Sof – mas, se vocês me perdoam o lado pessoal, o ponto alto foi o último sorteio, no qual, depois de vários números chamados e respondidos, eu faturei um legítimo Escudo de Rohan de madeira e belos emblemas pintados. É, vou ter de arrumar uma fantasia de Éomer pra próxima Hobbitcon 😉

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