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2ª HobbitCon – 2005

Autores: Smaug; Fëanor
 

Apresentação:

Dois membros da Heren Quentaron estiveram presentes na 2ª edição da
HobbitCon, que se realizou no dia 15 de novembro de 2005, na Casa de
Bruxa, em Santo André-SP. Por estarem presentes, puderam acompanhar as
palestras, as apresentações de músicas celtas, conferir os sorteios, as
exposições e muito mais.

Achamos que seria uma oportunidade legal de contar como foi este
evento, especialmente para aqueles que não puderam ir, e portanto
produzir um artigo. Mas para não ficar só na escrita, também temos
várias fotos deste evento Tolkieniano que são citadas ao longo do
artigo.

Ah, este especial também é o artigo de número 50 do grupo. Esperamos que gostem, boa leitura!

2ª HobbitCon – 2005
 
O que é HobbitCon?

HobbitCon (Con de Convenção) é um evento que visa reunir vários fãs de
Tolkien, para participar de palestras, concursos, ouvir histórias,
entre outras coisas, organizado pela Federação Tolkiendili Brasileira.
Opa, mas o que é essa FTB? Esse órgão é composto de 8 comunidades e
sociedade Tolkienianas: Valinor, Dúvendor, O Pônei Saltitante, O Condado, Heren Hyarmeno, Amon Hen, O Conselho Branco, e Sociedade Tolkien Brasileira. Portanto, é um evento para todos os fãs do professor Tolkien, desde os admiradores dos filmes até os mais estudiosos.

Até o momento são 2 edições, a primeira foi em 17 de janeiro de 2004,
que reuniu quase 800 pessoas na Oficina Cultural Oswald de Andrade, em
São Paulo – SP, e a 2ª ocorreu há pouco, em 15 de novembro de 2005,
reunindo cerca de 250 pessoas. Como entrada ou "ingresso", é necessário
levar 1 kg de alimento não perecível. Tudo o que é arrecadado, é
revertido para instituições.

Palestras

As três palestras da HobbitCon se realizaram na Sala do Mago, a
primeira à direita de quem entra, na Casa de Bruxa. Como era pequena e
um tanto abafada, algumas pessoas chegaram a acompanhar pela janela, no
lado de fora! Mesmo assim, as conversas dos palestrantes com o público
presente foram muito agradáveis e interessantes, pois todos são grandes
conhecedores de Tolkien, e foi impossível não sair de lá sem ter
acrescentado algo em seu conhecimento “tolkieniano”, ou “celta”, como o
caso da palestra de Cláudio Quintino. Vamos a elas:

As Cartas de J.R.R. Tolkien

A primeira palestra do dia foi sobre o novo livro de Tolkien, que chega
ao Brasil em breve, pela editora Arte & Letra “As Cartas de J.R.R.
Tolkien”. Conduzida por ninguém mais que o seu próprio tradutor,
Gabriel O. Brum, e com a participação especialíssima do jornalista
Reinaldo “Imrahil” Lopes.

Gabriel iniciou falando da idéia da tradução, de sua “estupefação com o
convite para o trabalho”, como conta em seu blog, proposto por Thiago
Marés (o editor), e disse que aceitou fazê-la “após recolhido o
queixo”, como disse na palestra. Explicou das negociações com a Harper
Collins, a editora inglesa do Tolkien, e desse processo inicial. E
seguiu falando de uma maneira geral como foi a tradução, a diferença da
escrita e linguagem de carta para carta, de algumas dificuldades quando
Tolkien usava gírias ou expressões antigas, e assim por diante.

O palestrante trouxe o seu exemplar The Letters of J.R.R. Tolkien
numa pasta, e até comentou que agora encontra-se em estado deplorável
de tanto manuseio. E deixava um ar de suspense para os futuros leitores
a cada vez que terminava de comentar algo de curioso das cartas,
dizendo “bom, vocês verão isso nas cartas”. Mas este relatório vai
antecipar algumas coisas, como dois nomes “hobbitescos” que irão
figurar na carta 214, por exemplo.

Depois do conhecido “Onzenta e um” (111), o novo nome que segue este estilo é “Anoante”. Em inglês é escrito byrding, e Gabriel esclarece: “Ela vem do anglo-saxão byrd, que significa ‘nascimento’ (e daí o birth
em inglês moderno). Ou seja, byrding nada mais é do que
‘aniversariante’, mas dito da maneira habitualmente tosca que um Hobbit
empregaria”. Significa então que Anoante é uma palavra empregada pelos hobbits para dizer quando uma pessoa está fazendo aniversário.

E que tal o novo sobrenome de uma família hobbit que se chama
“Lombarreiro”? Mas como assim? Vamos explicar: este nome vem do inglês Clayhanger,
que pode ser decomposto em dois: “Clay” = barro + “hanger” = cabide.
Tolkien certamente não se prendeu ao significado mais banal da palavra,
e usou o seu estilo mais arcaico, que poderia ser entendido como
“declividade embarrada e com árvores”. Porém, como o tradutor explicou,
é um sobrenome no mínimo bizarro, e ele precisava descobrir algo mais
apropriado para ficar “hobbit”. Evidente que o pessoal da sala deu
risadas. Mas a decisão final foi omitir o “árvores” que não ocorre
visualmente no nome, e trocar “declividade” por “lomba” somando com
“barreiro” (ao invés de barro ou barroso, nomes comuns no português).

E até podemos dizer que esta foi uma feliz escolha, assim como o caso
“Valfenda” que seria um “Vale na Fenda”, mas virou uma palavra só. Ah
sim, a hobbit que terá esse sobrenome é Lália. E até foi contada a
história que acontece com ela, narrada nas cartas, que é muito curiosa
e engraçada, porém demoraria para descrever, por isso como diria o
palestrante, “vocês verão isso nas cartas”.

Passando para outra curiosidade, Gabriel disse que mudou Ranger,
que nas traduções da Martins Fontes é “Guardião” para “Andarilho”. Ele
explicou que ‘Andarilho’ se encaixa melhor ao contexto da Obra e ao
papel dos Dúnedain, e que ‘Guardião’ só deveria ser usado no caso de um
sentido puramente inglês, onde um indivíduo protege um parque real ou uma floresta.

Mas como o tempo estava acabando, a vez foi passada para o jornalista
Reinaldo Lopes que leu uns trechos das Cartas. Uma delas foi escrita 1
dia depois da explosão da bomba atômica, em que Tolkien comentava sobre
racismo e nazismo. Nela, podemos observar um lado bastante pessoal do
professor, chocado com a guerra, mas sem perder as esperanças.

Fotos:
Gabriel palestrando.
Palestra das “Cartas”.
Gabriel palestrando, 2.
Reinaldo lê um trecho engraçado das cartas.
Smaug (da Heren Quentaron) com o tradutor Gabriel.
Reinaldo, Marreco (Thain da Toca ES) e Gabriel.

Mitologia Celta e Tolkien

A segunda palestra do dia foi com Cláudio ‘Crow’ Quintino, que, como
disse Reinaldo Lopes, “sem dúvida é o maior especialista de mitologia
celta do país”. Ele é autor de "O Livro da Mitologia Celta", e fez um
show de palestra mostrando relações da mitologia celta com as obras de
Tolkien. Foram muitas informações passadas aos ouvintes, portanto aí
vão algumas.

Cláudio começou explicando o que é mitologia. Disse que as pessoas
associam mitologia com mito e que como um mito seria algo falso,
mitologia também o é. Mas na verdade ele frisou que mitologia é a
história de um povo contada sob o ponto de vista de um outro povo, e
que portanto não deve ser interpretada como uma história falsa. Contou
que, para os celtas, a natureza era algo da maior importância. Eles
davam valor para tudo que existia nela, como os cursos dos rios, e
comentou como um celta se sentiria “mal” nos dias de hoje ao ver tanta
poluição. E após uma breve introdução sobre “mitologia”, perguntou se
até aí estava entendido o assunto, como ninguém questionou, ele
prosseguiu.

Quintino comentou que leu O Senhor dos Anéis com 15 anos e
que durante um bom tempo só lia esta obra, pois sempre que terminava
ele começava novamente. Brincou que não precisamos ser “fanáticos”,
embora ele mesmo tenha admitido que fazer tatuagens com nem 20 anos de
um livro que recém conheceu, e escondido dos pais, talvez seja um tanto
“fanatismo”. (Cláudio tem uma tatuagem da árvore de Gondor no braço
esquerdo). E muitos caíram na graça.

Mas aí fez uma abordagem da relação do rei Arthur com o rei Aragorn.
Mostrou como as histórias dos personagens são semelhantes: no início
são simples, mas com o tempo precisam reconhecer o seu valor e resgatar
suas espadas para conquistar um reinado. E no meio disso, rola o
romance de Arthur com Guinevere, assim como Aragorn com Arwen. A espada
de Arthur estava fincada na pedra, e só ele poderia tirá-la dali, do
mesmo modo que só Aragorn poderia empunhar a espada Narsil/Andúril
restaurada e enfrentar Sauron.

O palestrante, num certo ponto, contou uma história celta que lembra
muito Númenor, e que poderia ter inspirado Tolkien. Pois na mitologia
celta há uma ilha muito além das terras firmes, à oeste do continente
europeu, onde vivem pessoas, que se chama Breasil – inclusive, como
comentou, pode ser uma origem lingüística para o nome “Brasil”, ao
invés da conhecida história do “pau Brasil”.

Cláudio também falou que a primeira palestra que ele deu foi em 1989,
que tinha como tema “Tolkien e Música”. Mas o tempo foi se esgotando,
pois logo em seguida haveria a palestra sobre “Sexo e Amor na
Terra-média”, então ele disse que foi um prazer estar ali e recebeu uma
salva de palmas.

Fotos:
Quintino Palestrando.
E a palestra continua…
Smaug (da Heren) com Cláudio.
Marreco e Claudio.

Sexo e Amor na Terra-média

E a terceira e última do dia foi sobre um tema muito curioso nas obras
do professor: Sexo e Amor. Os palestrantes foram Reinaldo Lopes, João
“Mandos”, e Gabriel Brum, sentados em cadeiras ao lado de Rosana
“Shelob” Rios (uma das organizadoras do evento) que tecia alguns
comentários. Foi estabelecido 10 minutos para cada um, para que todos
tivessem chance de falar.

Reinaldo começou falando sobre a “ciência” na Terra-média. De como
seria se tentássemos explicar as relações entre os sexos, e o
comportamento de determinadas raças deste continente imaginário, usando
a ciência do nosso mundo. Na certa realidade com fantasia
dariam em algo no mínimo bizarro ou curioso. E deu. A primeira raça
analisada foram os terríveis Orcs. Oras, pelas explicações de Reinaldo,
eles bem que poderiam ser fêmeas! Claro, basta analisarmos a
semelhança com a organização “social” deles com insetos como as
formigas. Estes pequenos insetos dividem-se em ‘trabalhadoras’, as
‘formigas-soldado’ e a ‘formiga-rainha’.

Se isso não convenceu, vale uma lida na matéria do próprio palestrante
que saiu na revista Galileu de outubro, que trata do mesmo assunto. E
agora algo que deixaria o anão Gimli furioso: seria ele uma “Gimla”?
Se for outra idéia absurda, o jornalista explica: na raça dos anões,
tanto os homens quanto as mulheres têm barba (por incrível que pareça),
e possuem características físicas quase idênticas. Reinaldo também
comentou que a relação das famílias Anãs poderia ser “poliândrica”
(quando uma mulher tem vários maridos), visto que a maioria dos
personagens anões são machos.

Feitas as explicações do Reinaldo, João “Mandos” assumiu a palestra.
Sua fala se deu em cima das “Leis e Costumes entre os Eldar”, ou seja,
da relação amorosa entre os elfos. Comentou que uma característica que
predomina nas obras de Tolkien é o fato de um casamento élfico ser para
toda vida, com a exceção de Finwë e Míriel. Assim como o casamento não
era obrigado, só se casavam aqueles que realmente se amavam.

A palestra chegou na reta final, e a vez foi do Gabriel, que
fundamentou suas falas nas opiniões do próprio Tolkien. Citou a carta
43, em que o professor fala ao filho Michael sobre sexo.
E também comentou sobre algumas críticas da época em que o Senhor dos
Anéis foi lançado, como a reclamação ao fato de não haver sexo ou a
vontade dos personagens de fazê-lo. Explicou que para o contexto da
obra, não era necessário mostrar cenas de sexo, e as relações amorosas
eram demonstradas através do “amor cortês”, característico das novelas
de cavalaria.

Deixou claro que sexo não era um tabu para Tolkien, pois o próprio
chegava a dizer “que o casamento era o melhor modo de ‘temperança
sexual’, comparando-o com um bom vinho que deve ser desfrutado aos
poucos, e não abusado em ‘bebedeiras’”, como explica Gabriel.

E foi isso. O tema “Sexo e Amor” foi lançado, cada um dos palestrantes
contou um pouco sob os seus pontos de vista. Após isso, foi aberto o
espaço para as perguntas e discussão.

Foto:
Os palestrantes e o público.

No evento…

Casa de Vairë

Um dos destaques da HobbitCon ficou por conta da Casa De Vairë, evento
do Conselho Branco onde há contação de histórias. O local escolhido
para sediar a Casa de Vairë foi uma árvore que oferecia uma sombra
aconchegante, como pode ser visto nessa foto: aqui.

Foram contadas oito histórias, onde teve-se a prensença de contadores
veteranos e novatos, sendo que uma das histórias foi contada por duas
pessoas simultaneamente ("As aventuras de Frodo, Sam, Merry e Pippin na
Terra-média" , por Luthúriel e Elfhelm).

A maioria dos contadores eram da Toca-SP, o que não siginfica que o
evento não contou com gente mais do que especial de outro estado. Aqui
o destaque fica pra Cláudia "Nísire", Coordenadora da CdV da Toca-RJ,
que contou com maestria a passagem de Aragorn, Gimli e Legolas pela
Senda dos Mortos.

Vale a pena lembrar o grande destaque da Casa De Vairë, que ficou para
o veterano Mandos: um pedido inusitado de casamento que ele fez à
Sheila "Vairë", logo após contar a história de Beren e Lúthien.

Histórias contadas e seus contadores:

* As aventuras de Lúthien e Beren – A busca pelas Silmaril – João "Mandos"
* A queda de Melkor – Nilda "Alcarinquë" Azevedo
* As aventuras das Águias na Terra-média – Thingol
* As aventuras de quatro hobbits na Floresta Velha – Sara "Gythien" Souza
* As aventuras de Frodo e Sam – Luana "Luthúriel" Navarro e Elfhelm
* As aventuras de Pipin e Merry – Luana "Luthúriel" e Elfhelm
* Aventuras nas Sendas dos Mortos – Claudia "Nísire" Mazza
* A batalha de Pelennor – Luana "Luthúriel"

Concurso de Fantasias

Uma das características dos fãs de carteirinha, como os de Tolkien, é
de quando admiram as vestes de um personagem (retratado tanto em filmes
como em ilustrações ou no seu imaginário), ele resolve confeccionar e
vestir uma fantasia o mais semelhante possível do original. É o que
aconteceu neste evento. Foi um concurso onde fãs se vestiram desde
altos elfos, passando por hobbits, até arqueiros, como o pequeno Manwë.

Mas os ganhadores foram Douglas Costa, vestido de Thranduil, o rei da
Floresta das Trevas, e Cláudia “Nísirë”, fantasiada de viúva do
Boromir. Os ganhadores receberam um kit de prêmios, entre eles, actions
figures da Gulliver.

Arena de Eva: A Luta de Espadas:

Durante a HobbitCon, nos fundos da Casa da Bruxa, foi construído um
verdadeiro campo de duelos, onde batalhas épicas entre homens, elfos e
orcs aconteciam: a Arena de Eva.

O pessoal duelava usando espadas de espuma, simulando um combate real.
As regras eram simples: toque nas pernas ou nos braços perdia um ponto.
No tronco perdia dois. Se perdesse dois pontos, era considerada uma
vida. Se tocasse na cabeça ou nos "países baixos", o ponto era
revertido pra quem tomou o golpe.

O pessoal se divertiu a valer duelando com as espadinhas. O único
problema é que do outro lado tinha um verdadeiro samurai, que descia
lenha em todo mundo, e meio que monopolizava uma das espadas, já que
ele era inderrotável (se é que essa palavra existe de fato). Mas o que
valeu, no fim das contas, foi a diversão.

Apresentação de Música Celta

A Hobbitcon contou com o show de Música Celta da banda Olam Ein Sof. O
dueto, composto pelo casal Marcelo Miranda e Fernanda Ferreti,
apresentou-se diversas vezes, com um belo repertório, ao som de
violões, vocal e percussão. O público assistiu as apresentações
maravilhado com a qualidade e beleza das músicas. A banda Olam Ein Sof,
cujo nome significa "Mundo dos infinitos" já possui dois álbuns. Para
quem quiser dar um conferida e saber mais obre a banda, o site oficial
deles é: http://www.olameinsof.com/.

Estandes Temáticos

Haviam também diversos estandes, disponibilizando produtos relacionados
à temática Tolkienana, como cartazes de filmes, miniaturas, livros de
RPG, e até fantasias para os mais ousados. Desde uma varinha de Harry
Potter, até uma espada orc podiam ser comprados por lá. Para quem tinha
algum dinheiro guardado, foi uma ótima oportunidade para aumentar a sua
coleção, ou quem sabe até mesmo para iniciar uma.

Sorteio de Brindes:
Durante o dia, vários sorteios, desde a parte da manhã até o
encerramento, foram realizados. Cada visitante recebia um número na
entrada pelo qual concorria. Os brindes eram vários: cards importados,
chaveiros de personagens dos filmes, livros de RPG, jogos, CDs de
bandas (como a "The Hobbeats"), entre outros. Destacam-se uma espada
Orc, o machado anão de Gimli, e um escudo de Rohan, todos réplicas
muito bem feitas das usadas nos filmes. Lembrando que os brindes foram
conseguidos graças as doações dos associados e empresas, como a Sci-Fi
News ou a editora Devir. O anúncio no microfone era feito pela
simpática Rosana "Shelob" Rios. Com certeza os ganhadores sairam
felizes, e quem não ganhou também, pois o clima foi muito alegre.

Veja também:

Relatório de 2 palestras no blog de Gabriel O. Brum.
Breve relatório da HobbitCon, por Reinaldo Lopes.
Álbum de fotos da HobbitCon.
1ª HobbitCon, no site da Devir.

Agradecemos à colega Ariadne "Idril" Rodrigues, que colaborou com a parte das contações de histórias da Casa de Vairë!

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