Temos que nos recordar um pouco dos livros para podermos conjecturar. Olhando as cronologias percebemos que à época da aventura de Bilbo na Montanha Solitária a Terra-média estava bastante agitada, pelo menos entre os “Sábios”. A história toda do Um Anel e de Smaug se passa entre 2941 e 2942 da Terceira Era e, mais ou menos à mesma época temos vários fatos interessantes acontecendo em paralelo, os quais poderiam ser utilizados na tal Preqüência.
Um pouco antes de Bilbo ser levado por Gandalf à aventura com os Anões e não fora de uma escala de tempo que permita ser aproveitada em um possível filme temos, em 2931, o nascimento de Aragorn II e, logo depois, a morte de seu pai dele, Arathorn II, assassinado por Orcs. Que melhor começo de filme do que a morte de Arathorn II com a conseqüente fuga do pequeno futuro Rei no colo da mãe, Gilraen, e sua entrega aos cuidados de Elrond em Valfenda, sob pedidos para manter a linhagem do bebê em segredo. Emoção suficiente para uns 10 minutos de filmes, pelo menos, ahn?
Corta para 2941. Gandalf acompanha os Anões e Bilbo em sua aventura para a Montanha Solitária e, vocês se lembram, se ausenta por algum tempo. Essa ausência é muito significativa, pois marca a presença de Gandalf no Segundo Conselho Branco, no qual foi decidido um ataque ao Necromante em Dol Guldur (ninguém mesmo do que o próprio Sauron). Ahá! Mais uma boa meia hora de aventura, com direito a senhores élficos, exércitos e disputas de influências.
Para ser bem exato o Segundo Conselho Branco não ocorreu em 2941, mas sim fora formado dois séculos antes, em 2463, com a participação de Gandalf, Galadriel, Elrond, Círdan, Radagast, “outros senhores Élficos” não nomeados (solte sua imaginação) e Saruman – o líder do Conselho apesar da vontade de Galadriel, que gostaria de ver Gandalf neste lugar. A criação do Conselho tinha como objetivo contra-balançar a crescente ameaça de Dol Guldur. Em 2850 Gandalf descobre a real identidade do Necromante. Esse trecho é citado nO Hobbit, quando Gandalf conta que encontrou Thráin II (pai de Thorin II Escudo-de-Carvalho) nas masmorras de Dol Guldur, e este lhe deu o mapa e a chave. Em 2851 o Conselho se reúne para decidir um rumo de ação, mas apesar das revelações de Gandalf, Saruman consegue convencê-los a não agir. A penúltima vez que o Conselho se reúne foi justamente em 2941, em plena aventura de Bilbo, e decide atacar Dol Guldur, com resultado conhecido: Sauron foge antes, para Mordor. O último encontro do Conselho se deu em 2953, quando Saruman revela que o Um Anel teria chegado ao Grande Mar pelo Anduin e parece, por isso, ter havido sérias dúvidas de Gandalf.
Ufa! Só essa história do Conselho Branco já daria um filmão, mas ainda tem mais. Até agora percorremos pouco mais de 10 anos dos mais de 60 anos que separaram o retorno de Bilbo a Bolsão de sua partida, aos 111 anos, para Valfenda. Isso sem contar que ainda há mais 17 anos entre isso e a partida de Frodo com o Um Anel. Mas vamos continuar, com alguns acontecimentos de menor monta, mas passíveis de utilização. Em 2948 nasce Théoden II e, em 2951 Sauron começa a reconstruir Barad-dûr. Em 2955 possivelmente nasce Príncipe Imrahil.
Agora, corta novamente e voltamos a acompanhar a história de Aragorn, o futuro rei. O bebê Aragorn fica sob a guarda de Elrond, incógnito sob o nome Estel até 2951 quando, aos 20 anos, lhe é revelada sua real identidade e lhe dada a posse dos fragmentos de Narsil e do Anel de Barahir. Nessa mesma época ele conhece (e se apaixona por) Arwen, a qual chega de Lórien. Aragorn então assume seu papel como líder dos Dunedain do Norte e passa a viver no Ermo, com seu povo, até que em 2956 conhece e se torna amigo de Gandalf (que bela cena pra preqüência, ahn?) e, por sugestão deste, começa a vigiar e proteger o Condado.
Mais ou menos entre 2957 e 2980 Aragorn empreende grandes feitos para o Oeste, sob o nome de Thorongil e a serviços dos reis Thengel de Rohan e do Regente Echtelion II de Gondor (pai de Denethor, aquele que pira). Um desses feitos foi ter liderado um ataque aos Corsários de Umbar e pessoalmente tendo matado seu líder. Destas poucas frases sabemos de onde a intimidade de Aragorn com Rohan, Gondor e os Corsários. O rapaz era bem vivido. Em 2980 ele vai para o Leste e, em Lothlórien, reencontra Arwen (após quase 30 anos!) e, na colina de Cerin Amroth, a pede em casamento lhe dando como presente o Anel de Barahir. Arwen aceita. Sogrão Elrond, muito enfurecido, diz que só aceita o casamento quando a vaca tossir e o mar partir em dois ou, no equivalente da Terra-média a esses dois fatos, quando Aragorn se tornar Rei de Gondor e de Arnor. Ahá! Vai pegar minha filha no fim do mundo, andarilho. Só pra encerrar a carreira de Aragorn anterior aO Senhor dos Anéis, sabemos que ele viajar por Moria e por Harad (“onde as estrelas são estranhas”).
Sobrando algum tempo de filme? Ok, pois ainda tem muita, muita coisa que pode ser mostrada. Além do nascimento de todo mundo que aparece em o Senhor dos Anéis, de Théoden a Faramir e à morte da mãe deste, temos a tocante adoção de Frodo por Bilbo em 2989, nove anos após Drogo e Primula terem morrido afogados. Mas vamos falar de grandes eventos, eventos cinematográficos de proporções “senhordosanéisianas”, aquelas que vale mesmo a pena serem vistas no cinema. E temos um excelente: Moria.
Khazad-dûm, a Mansão dos Anões, estava abandonada desde 1980 da Terceira Era, devido ao despertar da perdição de Dúrin, o Balrog de Moria, tão devidamente finalizado por Gandalf como mostrado por Peter Jackson no início de As Duas Torres. Temos, em de 2799, ou seja, 42 anos antes dO Hobbit, a Grande Batalha entre Anões e Orcs em Moria, mas esse evento talvez seja muito anterior para conseguir seu lugar na preqüência. Mas, em 2989, Balin parte para a reconquista de Moria, junto a Flóin, Óin, Ori, Frár, Lóni e Náli. Você reconhecerá alguns destes nomes, inclusive o do próprio Balin, como sendo de Anões que participaram da aventura na Montanha Solitária. Até 2994 quando foram finalmente derrotados e Balin morto, temos a tentativa de reconquista de Moria pelos Anões (e sua falha, claro). Nada como um pouco de tambores, escuridão e Orcs para inserir ação na prequência.
E é isso, sem nem apertar demais conseguimos três grandes histórias – Conselho Branco e o Necromente, Aventuras do Jovem Aragorn e A Reconquista de Moria – além de inúmeras histórias interessantes colaterais, que poderiam ser utilizadas em uma preqüência. Mistério, amor, morte, intriga, aventura, vitória, derrota… e o que mais quiser e isso tudo em um período entre duas grandes histórias.
[…] Baseada na Terra-média, a adaptação de TV irá explorar novas histórias precedendo A Sociedade do Anel de J. R. R. Tolkien. O acordo inclui ainda uma série colateral adicional. Já tratamos aqui na Valinor sobre o que uma obra deste tipo poderia conter, no artigo A Prequência de “O Senhor dos Anéis” […]
[…] 1 de dezembro de 2006 por Fábio Bettega em 10:17 , editado por , traduzido por 6 Comentários Neste empolgantes mas anárquicos momentos pré-filme dO Hobbit, quando surgem todo tipo de histórias e teorias bizarras, sugestões estranhas e coisas como “preferia ver O Silmarillion aO Hobbit” é sempre bom sentar e pesquisar um pouco em que pé as coisas estão e até que ponto podemos ter esperanças com relação a novos filmes, além dos já anunciados O Hobbit e uma prequência não-nomeada que ligaria O Hobbit a O Senhor dos Anéis. […]
Se o PJ seguir o que foi relatado acima, o filme ficará melhor que o esperado.
[…] (Artigo originalmente publicado no site Valinor, em novembro de 2006) […]
[…] (Artigo originalmente publicado no site Valinor, em novembro de 2006) […]