Mas para Ouzounian, que chegou a ver a apresentação em Toronto, a produção apresentada na Inglaterra lhe pareceu "como uma amiga que tem usado Botox demais. À primeira vista tudo parece liso e amável, mas olhando de perto você descobre que tudo por baixo daquilo está congelado e sem movimento.".
De Toronto para Londres o show ganhou um uso mais efetivo dos cenários e luzes, uma trama mais clara no Ato III, e uma performance esmagadora de Laura Michelle Kelly como Galadriel, segundo o crítico. Mas perdeu cerca de 20 minutos de seu tempo de duração e quase todo coração. "Não que a versão de Toronto fosse uma grande experiência emocional, longe disso", ele afirma, "mas havia uma nível honesto de engajamento por parte da companhia que claramente foi encontrado". Ouzounian diz ter ficado chateado pela falta de sucesso da peça no Canadá, pois havia muito potencial que acabou desperdiçado.
Na nova versão, o produtor Kevin Wallace e o diretor Matthew Warchus
consertaram muitas pequenas coisas confusas que incomodaram muita gente, mas não resolveram um problema grande: agradar o público.
"No fim das contas, a peça ainda é uma versão da Coles Notes para o clássico de Tolkien, com uma trilha sonora New Age, um palco giratório que dá tonturas e um monte de personagens que a gente nunca chega a conhecer realmente."
"A performance de Peter Howe como Sam é uma das poucas excessões. Ele foi o holofote da produção em Toronto e seu trabalho em Londres foi ainda mais profundoe rico. É por isso que o Frodo de James Loye é tão desapontador. Seu trabalho anterior era doce e real, mas ele não tem a eletricidade necessária para o palco grande. Agora ele está garnde o suficiente e alto o suficiente, mas é como uma figura robótica, sem nada genuíno acontecendo por trás de seus olhos."
"Michael
Therriault ainda entrega a mais excitante performance da noite como Gollum, e administrou como polir e controlar seu trabalho, então agora é menos excessivo e mais efetivo."
"Como mencionado, a Galadriel de Kelly está às mil maravilhas: fácil aos olhos e ouvidos, com carisma pra dar e vender".
"Mas o restante do elenco é todo estranhamente vazio em suas performances. É isso que Wallace queria quando disse que 'Toronto foi uma aquarela e Londres será uma pintura a óleo.'?"
"Depois de 5 minutos do Elrond de Andrew Jarvis, rolando seus "r" e amando o som de sua voz, você sente uma dor pela dignidade paterna que Victor Young deu ao papel em Toronto."
"E assistindo Jérême Pradon encenar Aragorn como um desdenhoso ininterrupto, você sente falta da complexividade que Evan Builiung trouxe à personagem. A fraqueza de Brian Protheroe afetou Saruman e te fará ansiar pela vitalidade de Rick McMillan, e, mesmo que não tenha sido sua melhor performance [em Toronto], você preferiria o Gandalf de Brent Carver à imitação B de Ian McKellen feita por Malcolm Storry."
"Os efeitos especiais não são mais especiais do que foram em Toronto, e a música mantém a mistureba global que sempre foi, enquanto a coreografia de Peter Darling nunca foi tão alegre. Assistir a um coro de orcs marchando em uníssono responderá qualquer necessidade que você sempre teve de imaginar como as Laker Girls [NdT: animadoras de torcida do Los Angeles Lakers] pareceriam ao encenar Ricardo III."
"Wallace disse que estava trazendo O Senhor dos Anéis de volta a Londres, porque esse é seu 'lar espiritual.' . Agora eu entendo o porquê. Os Ingleses sempre amaram uma boa pantomima [NdT: teatro gestual que faz o menor uso possível de palavras e o maior uso de gestos]".