CAPÍTULO XVIII
Passeio pela Vila dos Hobbits
No outro dia Prímula acordou e não sabia onde estava. Levantou e sentou-se na cama. Ela olhou ao redor, viu uma pequena porta redonda e duas pequenas janelas redondas também, então tranqüilizou-se, pois lembrara aonde estava. Pôs-se então de pé e caminhou até o banheiro; lavou o rosto com a água fria que havia dentro de um pote sobre a pia, enxugou o rosto em um pequena toalha de rosto que mais parecia um lenço; voltou ao quarto e trocou de roupa. Finalmente, foi para a cozinha.
Ao entrar na cozinha, Prímula notou que fora a última a acordar. Frodo, Sam, Merry e Pippin já estavam sentados à mesa, comendo o desjejum.
–Dormiu bastante hoje. – Comentou Sam, ao vê-la.
–É, acho que sim. – Prímula sorriu, ainda com os olhos inchados de tanto dormir.
–É o segundo desjejum que tomamos. – Disse Pippin – Se não se apressar vai acabar ficando sem. – E não precisaram dizer mais nada: Prímula apressadamente se sentou à mesa, ao lado de Frodo.
–Bom dia! – Finalmente disse ela.
–Bom dia! – Todos responderam.
–Animada para conhecer a vila? – Perguntou Merry. – Mostraremos tudo a você, se quiser.
–Claro! Assim que eu acabar com essa fatia de bolo, só um minuto.
–Só isso? –Espantou-se Pippin. Deveria comer mais pelo seu tamanho.
–Ela come pouco, mesmo. – Disse Frodo – Não sei como não passa fome.
–Gostam de biscoitos? – Perguntou ela subitamente aos dois hobbits que conhecera na tarde anterior. – Ainda tenho alguns na mochila.
–Gostamos! – Disse Merry. – Gostamos de tudo que sirva para comer.
–Ela pegou um pacote da mochila (que ela colocou nas costas assim que saiu do quarto) e entregou-lhes.
–Isso é biscoito? – Perguntou Pippin, com o pacote na mão, virando-o de um lado para outro.
–Está ensacado! – Disse Sam. – Comi muitos desses na casa de Prímula. – Pegou o pacote das mãos de Pippin e com um leve puxão abriu-o. – Pronto.
Pippin experimentou e entregou o pacote a Merry, que também comeu um para experimentar. Ambos gostaram, queriam até a receita, mas Prímula riu e lhes disse que eram feitos em fábricas.
–Se gostaram tanto… – disse Prímula, tirando outros pacotes de dentro da mochila – peguem mais! Tenho vários lá em casa, e custam barato.
–Vai nos cobrar? – Perguntou Merry, tirando o biscoito da boca.
–Não, não! Só disse que eu pagava barato. Estou dando de presente para vocês.
Merry voltou a enfiar o biscoito na boca.
Todos comeram bastante no desjejum, principalmente Frodo e Sam, que não comiam muita coisa desde que partiram da casa de Prímula. Depois de Sam ter arrumado os quartos, todos se apressaram para a porta; queriam mostrar toda a Vila dos Hobbits para Prímula, desde uma toca até uma pequena flor silvestre. Frodo deixou o Anel dentro de uma gaveta no criado-mudo de seu quarto.
Prímula tirou uma máquina fotográfica da bolsa, o que causou espanto nos quatro hobbits.
–Eu não vou a lugar algum sem minha máquina fotográfica, e acho que essa vila merece ser fotografada. – Primeiro ela tirou uma foto dos quatro hobbits, que ficaram zonzos por causa do flash.
Saíram de Bolsão (Prímula teve de se abaixar novamente) e caminharam para o interior da vila. Sam mostrou a Prímula o pé de mallorn que ele plantara poucos anos antes, mas que já estava grande. Prímula ficou impressionada com a tal árvore, desde seu tronco prateado até suas folhas douradas. Tirou uma foto. Passaram também pelas muitas tocas hobbits, pelas quais Prímula quis passar bem perto, para fotografá-las.
Em meio a sua caminhada turística, Prímula ficou tão ansiosa que não percebia nada que viesse por trás (se algum orc quisesse matá-la por trás, conseguiria sem nenhum esforço). Devido a isso, quando olhou para trás, viu várias crianças hobbits que estavam seguindo-a, nenhuma passava da altura de seus joelhos. Ela pediu para que Frodo tirasse uma foto dela com as crianças.
–É só apertar o botão vermelho. – Explicou.
Prímula agachou-se entre as crianças. Frodo olhou pelo buraquinho e apertou o botão vermelho. As crianças adoraram o flash, e ficavam dizendo que Prímula tinha coisas mágicas, era algum tipo de elfo ou uma feiticeira. Ela levantou-se e tirou alguns pacotes de bolacha (os que ela não dera para Merry e Pippin) da mochila e entregou às crianças. Elas saíram correndo brigando pelos pacotes, agradecendo Prímula, chamando-a de Moça Grande.
Depois de um dia cheio de visitas e fotos, Prímula, Frodo, Sam, Merry e Pippin voltaram para Bolsão exaustos de tanto andar.
Cearam fartamente e, depois de um bom banho, foram dormir. Prímula estava tão feliz e excitada que demorou para pegar no sono. Ficou pensando em tudo que conhecera. "Henrique gostaria de ver as fotos." Pensava. "Será que está tudo bem com ele?" "Estou com saudades." E pensando nisso adormeceu.
–Dormiu bastante hoje. – Comentou Sam, ao vê-la.
–É, acho que sim. – Prímula sorriu, ainda com os olhos inchados de tanto dormir.
–É o segundo desjejum que tomamos. – Disse Pippin – Se não se apressar vai acabar ficando sem. – E não precisaram dizer mais nada: Prímula apressadamente se sentou à mesa, ao lado de Frodo.
–Bom dia! – Finalmente disse ela.
–Bom dia! – Todos responderam.
–Animada para conhecer a vila? – Perguntou Merry. – Mostraremos tudo a você, se quiser.
–Claro! Assim que eu acabar com essa fatia de bolo, só um minuto.
–Só isso? –Espantou-se Pippin. Deveria comer mais pelo seu tamanho.
–Ela come pouco, mesmo. – Disse Frodo – Não sei como não passa fome.
–Gostam de biscoitos? – Perguntou ela subitamente aos dois hobbits que conhecera na tarde anterior. – Ainda tenho alguns na mochila.
–Gostamos! – Disse Merry. – Gostamos de tudo que sirva para comer.
–Ela pegou um pacote da mochila (que ela colocou nas costas assim que saiu do quarto) e entregou-lhes.
–Isso é biscoito? – Perguntou Pippin, com o pacote na mão, virando-o de um lado para outro.
–Está ensacado! – Disse Sam. – Comi muitos desses na casa de Prímula. – Pegou o pacote das mãos de Pippin e com um leve puxão abriu-o. – Pronto.
Pippin experimentou e entregou o pacote a Merry, que também comeu um para experimentar. Ambos gostaram, queriam até a receita, mas Prímula riu e lhes disse que eram feitos em fábricas.
–Se gostaram tanto… – disse Prímula, tirando outros pacotes de dentro da mochila – peguem mais! Tenho vários lá em casa, e custam barato.
–Vai nos cobrar? – Perguntou Merry, tirando o biscoito da boca.
–Não, não! Só disse que eu pagava barato. Estou dando de presente para vocês.
Merry voltou a enfiar o biscoito na boca.
Todos comeram bastante no desjejum, principalmente Frodo e Sam, que não comiam muita coisa desde que partiram da casa de Prímula. Depois de Sam ter arrumado os quartos, todos se apressaram para a porta; queriam mostrar toda a Vila dos Hobbits para Prímula, desde uma toca até uma pequena flor silvestre. Frodo deixou o Anel dentro de uma gaveta no criado-mudo de seu quarto.
Prímula tirou uma máquina fotográfica da bolsa, o que causou espanto nos quatro hobbits.
–Eu não vou a lugar algum sem minha máquina fotográfica, e acho que essa vila merece ser fotografada. – Primeiro ela tirou uma foto dos quatro hobbits, que ficaram zonzos por causa do flash.
Saíram de Bolsão (Prímula teve de se abaixar novamente) e caminharam para o interior da vila. Sam mostrou a Prímula o pé de mallorn que ele plantara poucos anos antes, mas que já estava grande. Prímula ficou impressionada com a tal árvore, desde seu tronco prateado até suas folhas douradas. Tirou uma foto. Passaram também pelas muitas tocas hobbits, pelas quais Prímula quis passar bem perto, para fotografá-las.
Em meio a sua caminhada turística, Prímula ficou tão ansiosa que não percebia nada que viesse por trás (se algum orc quisesse matá-la por trás, conseguiria sem nenhum esforço). Devido a isso, quando olhou para trás, viu várias crianças hobbits que estavam seguindo-a, nenhuma passava da altura de seus joelhos. Ela pediu para que Frodo tirasse uma foto dela com as crianças.
–É só apertar o botão vermelho. – Explicou.
Prímula agachou-se entre as crianças. Frodo olhou pelo buraquinho e apertou o botão vermelho. As crianças adoraram o flash, e ficavam dizendo que Prímula tinha coisas mágicas, era algum tipo de elfo ou uma feiticeira. Ela levantou-se e tirou alguns pacotes de bolacha (os que ela não dera para Merry e Pippin) da mochila e entregou às crianças. Elas saíram correndo brigando pelos pacotes, agradecendo Prímula, chamando-a de Moça Grande.
Depois de um dia cheio de visitas e fotos, Prímula, Frodo, Sam, Merry e Pippin voltaram para Bolsão exaustos de tanto andar.
Cearam fartamente e, depois de um bom banho, foram dormir. Prímula estava tão feliz e excitada que demorou para pegar no sono. Ficou pensando em tudo que conhecera. "Henrique gostaria de ver as fotos." Pensava. "Será que está tudo bem com ele?" "Estou com saudades." E pensando nisso adormeceu.
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CAPÍTULO XIX
Visitas
No outro dia todos acordaram quase que na mesma hora. Tomaram um desjejum bastante farto (como é de costume entre os hobbits), e depois Sam foi arrumar os quartos e as camas; primeiro arrumou o de Frodo, depois o seu, o de Prímula, o de Merry e o de Pippin.
Quando Sam terminou, foi sentar-se junto com seus amigos, na sala, diante da lareira. Estavam todos conversando alegremente quando bateram na porta. Frodo se levantou e foi atender. Qual não foi sua surpresa quando viu velhos amigos? Eram Fatty Bolger e mais dois amigos que havia tempo não os via, na verdade, desde a infância: Bolly e Guess. Os três abraçaram Frodo longamente e entraram. Fatty cumprimentou Sam, Merry e Pippin, mas não conhecia Prímula. Bolly e Guess não conheciam ninguém, exceto Merry, que eles cumprimentaram. Frodo apresentou Prímula a Fatty, e Bolly e Guess ele apresentou a todos.
–Fico muito feliz que tenham vindo me visitar.
–Fiquei sabendo que você voltou, Frodo. – Disse Fatty – Todo mundo está comentando, então resolvi fazer uma visita para confirmar e para matar as saudades.
–Faz tempo que não nos vemos! – Exclamou Frodo virando-se para Bolly e Guess. – Cresceram muito desde que os vi pela última vez. Também, tínhamos somente cinco ou seis anos…
–Também estávamos com saudades. – disse Guess.
Todos sentaram diante da lareira (não havia poltronas o suficiente para todos, então Bolly e Guess sentaram-se no chão). Depois de muito conversar, Frodo contou-lhes sobre Narya, sobre como encontraram Prímula, enfim, tudo sobre a recente aventura. Fatty pareceu realmente interessado na a história de Narya, mas não tanto quanto Bolly e Guess, que nunca tinham visto um elfo ou alguma o
bjeto élfico.
–Então, — disse Fatty – Narya pode fazer as pessoas irem para o futuro ou para o passado?
–Exatamente. – Respondeu Prímula.
–Daria qualquer coisa para poder ter uma coisa dessas. – Disse Bolly. – Aposto que qualquer um daria.
–Sim, — respondeu Frodo – mas é muito perigoso. Se não tivéssemos descoberto como usá-lo, talvez eu e Sam ficaríamos presos para sempre no futuro.
–Será que está bem guardado? – Perguntou Fatty. Sabem, alguém pode tentar roubá-lo de você, Frodo, ainda mais que a vila inteira já sabe, estão todos comentando. Eu não tinha acreditado nos boatos, mas agora sei que são verdadeiros.
–Ah, claro! – Disse Frodo. – Eu o guardo bem seguro no meu quarto. Não o levo comigo em nenhum lugar, com medo de ser assaltado.
–Bem, — disse Merry – acho que já conversamos demais. Que tal irmos comer algo?
–Concordo. – Disse Pippin – Já estou ficando com fome de novo.
Se levantaram e foram até a cozinha. Sentaram-se à mesa e começaram a comer. De repente, olhando ao redor, Frodo perguntou:
–Onde está Guess?
Só então se deram pela sua falta.
–Guess! – Chamou Sam.
Segundos depois Guess surgiu pela porta. Frodo lançou-lhe um olhar desconfiado, mas ele tinha uma desculpa.
–Desculpem-me, não vi quando todos saíram da sala. Eu estava mergulhado em pensamentos, só saí do transe quando ouvi meu nome ser chamado.
–Tudo bem. – Disse Pippin – Sente-se. – E puxou uma cadeira para Guess se sentar.
Em meio a toda essa comilança e conversa, Fatty disse:
–Preciso ir ao banheiro. – E com isso levantou-se e saiu pela porta.
Continuaram comendo, e minutos depois Fatty voltou e se juntou a eles. Após comerem, Frodo se levantou e convidou a todos para irem à sala, para conversar um pouco mais.
–Vão vocês – disse Bolly – que eu vou comer mais um pouco. Quando estiver satisfeito eu vou. – E enfiou um enorme pedaço de bolo na boca.
O restante dos hobbits (e Prímula) atravessaram o corredor e entraram na porta que dava para a sala. Sentaram-se nas poltronas e ficaram conversando. Quinze minutos depois Bolly se juntou a eles, dizendo que estava satisfeito, mas ainda com um pedaço de bolo na mão.
Depois de horas de conversa, Fatty, Bolly e Guess acharam melhor irem embora, pois já estava ficando tarde. Frodo abriu a porta para eles e percebeu que a grama do lado de fora estava branquinha de neve.
–Simpáticos esses seus amigos. – Disse Prímula a Frodo – Mas por que você não os via desde criança?
–Ah, é porque eles não moram aqui. Disse Frodo – Moram em outra vila, onde eu também morava quando era pequeno antes de mudar para Bolsão.
–Quando você era criança. – Corrigiu Pippin, rindo. – Porque pequeno você é até hoje. – Todos riram.
–Todos vocês são. – Aumentou Prímula.
–Eu sou maior! – Disse Merry, levantando as mãos. – Pippin não pode dizer nada, pois ele é o menor.
Depois de muita conversa, Sam se levantou de repente e disse:
–Me lembrei de uma coisa! – E saiu correndo pelo corredor, em direção ao seu quarto.
–O que será? – Perguntou Frodo, mas todos deram de ombros.
Pouco tempo depois Sam estava de volta com uma caixa nas mãos.
–Se precisarem de mim, — disse ele – estarei perto do pé de mallorn.
–Mas o que tem dentro dessa caixa? – Perguntaram.
–Ah…, sementes. – Respondeu – Eu trouxe do futuro, quero plantá-las perto do meu pé de mallorn. – E saiu pela pequena porta redonda.
Visitas
No outro dia todos acordaram quase que na mesma hora. Tomaram um desjejum bastante farto (como é de costume entre os hobbits), e depois Sam foi arrumar os quartos e as camas; primeiro arrumou o de Frodo, depois o seu, o de Prímula, o de Merry e o de Pippin.
Quando Sam terminou, foi sentar-se junto com seus amigos, na sala, diante da lareira. Estavam todos conversando alegremente quando bateram na porta. Frodo se levantou e foi atender. Qual não foi sua surpresa quando viu velhos amigos? Eram Fatty Bolger e mais dois amigos que havia tempo não os via, na verdade, desde a infância: Bolly e Guess. Os três abraçaram Frodo longamente e entraram. Fatty cumprimentou Sam, Merry e Pippin, mas não conhecia Prímula. Bolly e Guess não conheciam ninguém, exceto Merry, que eles cumprimentaram. Frodo apresentou Prímula a Fatty, e Bolly e Guess ele apresentou a todos.
–Fico muito feliz que tenham vindo me visitar.
–Fiquei sabendo que você voltou, Frodo. – Disse Fatty – Todo mundo está comentando, então resolvi fazer uma visita para confirmar e para matar as saudades.
–Faz tempo que não nos vemos! – Exclamou Frodo virando-se para Bolly e Guess. – Cresceram muito desde que os vi pela última vez. Também, tínhamos somente cinco ou seis anos…
–Também estávamos com saudades. – disse Guess.
Todos sentaram diante da lareira (não havia poltronas o suficiente para todos, então Bolly e Guess sentaram-se no chão). Depois de muito conversar, Frodo contou-lhes sobre Narya, sobre como encontraram Prímula, enfim, tudo sobre a recente aventura. Fatty pareceu realmente interessado na a história de Narya, mas não tanto quanto Bolly e Guess, que nunca tinham visto um elfo ou alguma o
bjeto élfico.
–Então, — disse Fatty – Narya pode fazer as pessoas irem para o futuro ou para o passado?
–Exatamente. – Respondeu Prímula.
–Daria qualquer coisa para poder ter uma coisa dessas. – Disse Bolly. – Aposto que qualquer um daria.
–Sim, — respondeu Frodo – mas é muito perigoso. Se não tivéssemos descoberto como usá-lo, talvez eu e Sam ficaríamos presos para sempre no futuro.
–Será que está bem guardado? – Perguntou Fatty. Sabem, alguém pode tentar roubá-lo de você, Frodo, ainda mais que a vila inteira já sabe, estão todos comentando. Eu não tinha acreditado nos boatos, mas agora sei que são verdadeiros.
–Ah, claro! – Disse Frodo. – Eu o guardo bem seguro no meu quarto. Não o levo comigo em nenhum lugar, com medo de ser assaltado.
–Bem, — disse Merry – acho que já conversamos demais. Que tal irmos comer algo?
–Concordo. – Disse Pippin – Já estou ficando com fome de novo.
Se levantaram e foram até a cozinha. Sentaram-se à mesa e começaram a comer. De repente, olhando ao redor, Frodo perguntou:
–Onde está Guess?
Só então se deram pela sua falta.
–Guess! – Chamou Sam.
Segundos depois Guess surgiu pela porta. Frodo lançou-lhe um olhar desconfiado, mas ele tinha uma desculpa.
–Desculpem-me, não vi quando todos saíram da sala. Eu estava mergulhado em pensamentos, só saí do transe quando ouvi meu nome ser chamado.
–Tudo bem. – Disse Pippin – Sente-se. – E puxou uma cadeira para Guess se sentar.
Em meio a toda essa comilança e conversa, Fatty disse:
–Preciso ir ao banheiro. – E com isso levantou-se e saiu pela porta.
Continuaram comendo, e minutos depois Fatty voltou e se juntou a eles. Após comerem, Frodo se levantou e convidou a todos para irem à sala, para conversar um pouco mais.
–Vão vocês – disse Bolly – que eu vou comer mais um pouco. Quando estiver satisfeito eu vou. – E enfiou um enorme pedaço de bolo na boca.
O restante dos hobbits (e Prímula) atravessaram o corredor e entraram na porta que dava para a sala. Sentaram-se nas poltronas e ficaram conversando. Quinze minutos depois Bolly se juntou a eles, dizendo que estava satisfeito, mas ainda com um pedaço de bolo na mão.
Depois de horas de conversa, Fatty, Bolly e Guess acharam melhor irem embora, pois já estava ficando tarde. Frodo abriu a porta para eles e percebeu que a grama do lado de fora estava branquinha de neve.
–Simpáticos esses seus amigos. – Disse Prímula a Frodo – Mas por que você não os via desde criança?
–Ah, é porque eles não moram aqui. Disse Frodo – Moram em outra vila, onde eu também morava quando era pequeno antes de mudar para Bolsão.
–Quando você era criança. – Corrigiu Pippin, rindo. – Porque pequeno você é até hoje. – Todos riram.
–Todos vocês são. – Aumentou Prímula.
–Eu sou maior! – Disse Merry, levantando as mãos. – Pippin não pode dizer nada, pois ele é o menor.
Depois de muita conversa, Sam se levantou de repente e disse:
–Me lembrei de uma coisa! – E saiu correndo pelo corredor, em direção ao seu quarto.
–O que será? – Perguntou Frodo, mas todos deram de ombros.
Pouco tempo depois Sam estava de volta com uma caixa nas mãos.
–Se precisarem de mim, — disse ele – estarei perto do pé de mallorn.
–Mas o que tem dentro dessa caixa? – Perguntaram.
–Ah…, sementes. – Respondeu – Eu trouxe do futuro, quero plantá-las perto do meu pé de mallorn. – E saiu pela pequena porta redonda.
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CAPÍTULO XX
O Livro Vermelho
O Livro Vermelho
–Estranho… – Disse Prímula. – Eu não o vi pegar nenhuma semente.
–Nem precisa! – Disse Merry. – Sam é um jardineiro, pega sementes e mudas de plantas em todo lugar que vai.
–Deve ter sido minutos antes de você nos encontrar, Prímula. – Sugeriu Frodo.
–Bem, — disse Pippin – seja como for, Sam já foi plantá-la. Não adianta ficarmos discutindo. Daqui a pouco, quando ele voltar, perguntamos para ele onde e quando ele apanhou as sementes.
Todos concordaram com a cabeça, sem dizer uma palavra. Por um tempo ficaram todos pensando, sem dizer nada, apenas fitando distraídos a porta, uma janela, algum tapete. Frodo de repente olhou para um baú no canto da sala. Dentro dele, jaziam sua espada Ferroada, que ele depositara ali no dia anterior, seu casaco de mithril, que ele nem sequer levara para o outro lado do mar, e algumas vestes, que ele havia usado durante sua estada em Mordor. Não havia tesouros mais preciosos para ele. Toda sua mente se voltou para sua aventura vivida ao lado dos amigos, principalmente ao lado de Sam, e lembrou-se. Lembrou-se da hora em que Bilbo lhe deixara o Um Anel. Lembrou-se da hora em que partiu de Bolsão. Lembrou-se da hora em que conheceu várias coisas diferentes. Lembrou-se da hora em que cumpriu-se a demanda. Lembrou-se da hora em que partira para os portos cinzentos. Lembrou-se da hora em que Gandalf lhe dera Narya. Será que alguma outra aventura estava reservada para ele? Ficou pensando. Ele fora portador de dois anéis de poder. Será que era digno disso? Lembrou-se então do Livro Vermelho. Teria que registrar mais alguns capítulos sobre Narya, sobre sua estada no futuro.
–O Livro Vermelho… – Pensou em voz alta.
–O que disse? – Perguntou Prímula.
–O quê? Eu não disse nada, só estava pensando em voz alta, mergulhado em recordações.
–Isso me lembra uma coisa… – Murmurou Prímula.
–O quê? – Perguntaram Merry e Pippin juntos.
–Frodo me disse que escrevera toda a aventura de vocês nesse tal livro. Eu gostaria de vê-lo.
–Ah, é claro! – disse Frodo. – Eu havia me esquecido! Há também algumas lembranças da viagem. Gostaria de vê-las?
–Claro! – Respondeu Prímula.
Frodo se levantou, foi até o canto da sala, e, com dificuldade puxou o baú para cima do tapete, no centro. Depois abriu-o e mirou o conteúdo, que trazia recordações.
Prímula, Merry e Pippin se levantaram também e se aproximaram do baú, e todos se agacharam. Frodo retirou primeiro Ferroada, seu punhal élfico, que lhe servia como espada.
–Essa eu já conheço. – Disse Prímula. – Você usou-a contra os lobos.
–Foi usada muito mais vezes. – Disse Pippin – Pode ter certeza disso.
Tirou em seguida suas vestes surradas, rasgadas, e ainda sujas.
–Essas roupas eu usei quando estava com Sam em Mordor. – Disse Frodo.
–Me lembro delas. – Disse Merry. – Você usou no dia da anunciação da coroação de Aragorn também. Não existem roupas mais honradas que essas.
–Interessante. – Disse Prímula, com cara de quem não achava nem um pouco honradas essas vestes que mais pareciam trapos; mas
nada disse a respeito.
Por último, Frodo retirou seu precioso casaco de mithril. Prímula ficou fascinada. Merry e Pippin já conheciam todo o conteúdo do baú, por isso não demonstraram surpresa, mas se vissem pela primeira vez o casaco, deixariam os queixos caírem.
–Este é meu casaco de mithril. – Disse Frodo a Prímula. – Foi Bilbo quem deu-o a mim. – Frodo vestiu o casaco cintilante por cima das vestes.
–É muito belo, Frodo! – Disse Prímula, fascinada.
–Tente golpeá-lo. – Sugeriu Pippin a Prímula, entregando-lhe Ferroada.
–Golpear? – Perguntou ela – Está maluco? Eu mataria Frodo. Conheço o poder dessa espada.
–Mas não conhece o poder desse casaco. – Disse Merry.
–Pode tentar! – Disse Frodo. – Não machucará. Ponha toda a força que tiver.
Convencida, então, depois de ouvir Frodo pedindo que o golpeasse, Prímula ergueu Ferroada e enterrou-a com toda força bem no meio do peito de Frodo (ou melhor, tentou enterrá-la). Frodo caiu para trás, mas continuava intacto. Retirou o colete e mostrou o peito para Prímula. Ela ficou impressionada. Tateou o peito de Frodo procurando em vão um pequeno corte qualquer, mas não encontrou.
–É realmente fascinante! – Disse Prímula, com os olhos brilhando.
Frodo pôs todo o conteúdo de volta no baú e arrastou-o para o canto da sala.
–Ainda falta o livro. – Cobrou Prímula – Mostrem-me o Livro Vermelho.
–Está bem! – Disse Frodo – Venham comigo, eu vou buscá-lo.
Atravessaram o corredor e entraram no quarto de Frodo. Frodo puxou uma caixa que havia debaixo da cama.
–Ele está aqui dentro. – Disse, tentando abrir a caixa.
Ao abrir, eles levaram um susto. O livro desaparecera!
–Será que está em outro lugar? – Perguntou Frodo a si mesmo – Mas Sam dissera-me que o livro estava aqui!
–Talvez esteja em outro lugar! – Disse Pippin, vendo o desespero de Frodo. – Vamos encontrá-lo, não se preocupe.
–Nem precisa! – Disse Merry. – Sam é um jardineiro, pega sementes e mudas de plantas em todo lugar que vai.
–Deve ter sido minutos antes de você nos encontrar, Prímula. – Sugeriu Frodo.
–Bem, — disse Pippin – seja como for, Sam já foi plantá-la. Não adianta ficarmos discutindo. Daqui a pouco, quando ele voltar, perguntamos para ele onde e quando ele apanhou as sementes.
Todos concordaram com a cabeça, sem dizer uma palavra. Por um tempo ficaram todos pensando, sem dizer nada, apenas fitando distraídos a porta, uma janela, algum tapete. Frodo de repente olhou para um baú no canto da sala. Dentro dele, jaziam sua espada Ferroada, que ele depositara ali no dia anterior, seu casaco de mithril, que ele nem sequer levara para o outro lado do mar, e algumas vestes, que ele havia usado durante sua estada em Mordor. Não havia tesouros mais preciosos para ele. Toda sua mente se voltou para sua aventura vivida ao lado dos amigos, principalmente ao lado de Sam, e lembrou-se. Lembrou-se da hora em que Bilbo lhe deixara o Um Anel. Lembrou-se da hora em que partiu de Bolsão. Lembrou-se da hora em que conheceu várias coisas diferentes. Lembrou-se da hora em que cumpriu-se a demanda. Lembrou-se da hora em que partira para os portos cinzentos. Lembrou-se da hora em que Gandalf lhe dera Narya. Será que alguma outra aventura estava reservada para ele? Ficou pensando. Ele fora portador de dois anéis de poder. Será que era digno disso? Lembrou-se então do Livro Vermelho. Teria que registrar mais alguns capítulos sobre Narya, sobre sua estada no futuro.
–O Livro Vermelho… – Pensou em voz alta.
–O que disse? – Perguntou Prímula.
–O quê? Eu não disse nada, só estava pensando em voz alta, mergulhado em recordações.
–Isso me lembra uma coisa… – Murmurou Prímula.
–O quê? – Perguntaram Merry e Pippin juntos.
–Frodo me disse que escrevera toda a aventura de vocês nesse tal livro. Eu gostaria de vê-lo.
–Ah, é claro! – disse Frodo. – Eu havia me esquecido! Há também algumas lembranças da viagem. Gostaria de vê-las?
–Claro! – Respondeu Prímula.
Frodo se levantou, foi até o canto da sala, e, com dificuldade puxou o baú para cima do tapete, no centro. Depois abriu-o e mirou o conteúdo, que trazia recordações.
Prímula, Merry e Pippin se levantaram também e se aproximaram do baú, e todos se agacharam. Frodo retirou primeiro Ferroada, seu punhal élfico, que lhe servia como espada.
–Essa eu já conheço. – Disse Prímula. – Você usou-a contra os lobos.
–Foi usada muito mais vezes. – Disse Pippin – Pode ter certeza disso.
Tirou em seguida suas vestes surradas, rasgadas, e ainda sujas.
–Essas roupas eu usei quando estava com Sam em Mordor. – Disse Frodo.
–Me lembro delas. – Disse Merry. – Você usou no dia da anunciação da coroação de Aragorn também. Não existem roupas mais honradas que essas.
–Interessante. – Disse Prímula, com cara de quem não achava nem um pouco honradas essas vestes que mais pareciam trapos; mas
nada disse a respeito.
Por último, Frodo retirou seu precioso casaco de mithril. Prímula ficou fascinada. Merry e Pippin já conheciam todo o conteúdo do baú, por isso não demonstraram surpresa, mas se vissem pela primeira vez o casaco, deixariam os queixos caírem.
–Este é meu casaco de mithril. – Disse Frodo a Prímula. – Foi Bilbo quem deu-o a mim. – Frodo vestiu o casaco cintilante por cima das vestes.
–É muito belo, Frodo! – Disse Prímula, fascinada.
–Tente golpeá-lo. – Sugeriu Pippin a Prímula, entregando-lhe Ferroada.
–Golpear? – Perguntou ela – Está maluco? Eu mataria Frodo. Conheço o poder dessa espada.
–Mas não conhece o poder desse casaco. – Disse Merry.
–Pode tentar! – Disse Frodo. – Não machucará. Ponha toda a força que tiver.
Convencida, então, depois de ouvir Frodo pedindo que o golpeasse, Prímula ergueu Ferroada e enterrou-a com toda força bem no meio do peito de Frodo (ou melhor, tentou enterrá-la). Frodo caiu para trás, mas continuava intacto. Retirou o colete e mostrou o peito para Prímula. Ela ficou impressionada. Tateou o peito de Frodo procurando em vão um pequeno corte qualquer, mas não encontrou.
–É realmente fascinante! – Disse Prímula, com os olhos brilhando.
Frodo pôs todo o conteúdo de volta no baú e arrastou-o para o canto da sala.
–Ainda falta o livro. – Cobrou Prímula – Mostrem-me o Livro Vermelho.
–Está bem! – Disse Frodo – Venham comigo, eu vou buscá-lo.
Atravessaram o corredor e entraram no quarto de Frodo. Frodo puxou uma caixa que havia debaixo da cama.
–Ele está aqui dentro. – Disse, tentando abrir a caixa.
Ao abrir, eles levaram um susto. O livro desaparecera!
–Será que está em outro lugar? – Perguntou Frodo a si mesmo – Mas Sam dissera-me que o livro estava aqui!
–Talvez esteja em outro lugar! – Disse Pippin, vendo o desespero de Frodo. – Vamos encontrá-lo, não se preocupe.
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CAPÍTULO XXI
O Roubo
O Roubo
Frodo colocou a caixa debaixo da cama e levantou-se, para procurar. Prímula, Merry e Pippin o ajudaram. Olharam atrás da cama, embaixo dos móveis, dentro do armário, mas não encontraram nada.
–Talvez esteja em algum outro quarto. – Sugeriu Merry.
–Você tem razão, Merry. – Disse Frodo.
Foram todos então para o quarto mais próximo, o quarto de Sam. Procuraram debaixo da cama, em gavetas, sob os móveis, em todo lugar, e nada encontraram.
Rumaram para o quarto onde Prímula dormia. Não havia muitos móveis ou objetos nesse quarto, portanto procuraram rapidamente, mas não o encontraram.
O último quarto era o de Merry e Pippin. Frodo ficou preocupado ao sair do quarto de Prímula e não ter encontrado nada, e a última esperança era esse quarto: o de Merry e Pippin. Frodo entrou primeiro. Começaram a procurar. Nada encontraram.
–Na cozinha! – Disse Frodo. – Ou na sala. Ou na despensa. Se não estiver em algum desses lugares, então não está em Bolsão.
Procuraram na cozinha, procuraram na sala, e também na despensa. Mas nada encontraram. Frodo ficou preocupado. Será que alguém o roubara? "Quem poderia ter roubado o Livro Vermelho? Para que alguém iria querê-lo?".
–Não acredito! – Exclamou Frodo de repente. – Esqueci de procurar no lugar mais provável!
–Onde? – Perguntou Prímula.
–Na gaveta do meu criado-mudo. É lá que eu guardo as coisas importantes. Narya também está guardado lá. Não abro aquela gaveta desde ontem. Talvez Sam, na hora de arrumar o meu quarto, tenha o posto lá. – E correu para seu quarto.
Prímula, Merry e Pippin correram atrás dele. Frodo rapidamente abriu a gaveta. Seu rosto empalideceu.
–Onde está Narya? – Gritou ele.
Prímula ficou mais pálida ainda. Sem o Anel, ela não poderia mais voltar para o futuro! Teria de morar para sempre na Vila dos Hobbits. Ela até que gostaria de viver nessa vila, mas para sempre é muito tempo. E Henrique? O que ele faria se ela não voltasse?
–Não é possível, Frodo. – Disse Prímula, se recuperando, mas ainda tão pálida quanto um urso polar. – Procure melhor! O Anel tem que estar aí. Eu preciso dele para voltar para casa.
–Não está. Já procurei. Tenho certeza de que estava aqui. Eu o vi ontem à noite.
–Será que alguém roubou? – Perguntou Pippin. – É bem possível. Todos aqui na Vila dos Hobbits já sabem do anel.
–Mas quem poderia ter roubado? – Perguntou Frodo – Quero dizer… para consegui-lo, o ladrão teria que saber onde eu o guardo. E além do mais, ele teria de entrar em Bolsão sem chamar a atenção.
–Bolly! – Berrou Merry. – Só pode ser ele.
–Mas ele é meu amigo! – Retrucou Frodo – Não teria coragem de fazer isso.
–Ele pareceu bem interessado no Anel, não pareceu? – Perguntou Prímula. – Concordo com Merry. Ele disse que daria qualquer coisa para ter Narya. Mas você, Frodo, disse-lhe que o Anel era perigoso, que ele não poderia tê-lo. Então, Bolly achou mais fácil roubar o Anel.
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–Também concordo com eles. – Disse Pippin.
–Mas… – Disse Frodo – Como podemos ter certeza de que foi realmente Bolly quem roubou?
–Só pode ter sido ele! – Insistiu Merry – Quando todos nós fomos para a sala, ele continuou na cozinha. Quem pode saber se ele ficou realmente na cozinha ou se foi para seu quarto? Pode ser que tenha pego o Livro Vermelho também!
–Mas ele não sabia onde eu guardava Narya e o Livro Vermelho.
–Não seja tolo, Frodo. – Disse Prímula – Foi você quem disse que guardava o Anel na gaveta do criado-mudo.
–Eu disse? – Frodo parecia confuso.
–Disse! – Gritou Pippin – Quando Fatty perguntou, você disse!
–E o Livro Vermelho? – Perguntou Frodo – Eu também disse?
–Não, e nem precisava. – Disse Pippin – A cama é baixa, mas é alta o suficiente para um hobbit baixo e gorducho com Bolly. Ele poderia ter visto a caixa embaixo da cama até a dois metros de distância. Então ele reparou na caixa, abriu e viu o livro. Folheou algumas páginas e viu que você fazia anotações nele. Nem pensou duas vezes. Bolly achou que você tivesse escrito sobre Narya naquele livro, e resolveu levar também.
–Você tem razão. – Disse Prímula a Pippin. – E além disso as roupas de Bolly ficam bem folgadas no corpo. E pode ter escondido tanto o Anel quanto o livro embaixo das vestes.
–Então… – Disse Merry, olhando para Frodo, esperando dele alguma conclusão.
Todos olharam para Frodo, esperando que dissesse algo.
–Vocês têm razão. – D
isse Frodo finalmente – Acho que foi Bolly quem levou Narya e o Livro Vermelho.
–Temos que avisar Sam! – Disse Prímula – Ele ainda não sabe.
Todos saíram correndo do quarto. Prímula foi a última a sair, e, como sua pressa era muito grande, esqueceu-se de abaixar para passar por baixo da porta do quarto e bateu a cabeça.
Ao ouvir o barulho, os três hobbits voltaram imediatamente para o quarto, e encontraram Prímula deitada no chão, desmaiada, e com um enorme galo na cabeça.
–Prímula! – Gritou Frodo – Você está bem?
Mas ela não respondeu.
–Busque um saco com gelo! – Disse Merry para Pippin – Depressa!
Pippin correu para fora, e num instante voltou com uma bolsa de couro com um pouco de neve dentro. Frodo depositou a bolsa sobre o galo de Prímula, e, minutos depois, ela acordou.
–Você está bem? – Perguntou Merry.
–Hã? Acho que estou, só dói um pouco a minha cabeça…
–Parece que você bateu a cabeça na parede ao tentar passar pela porta. – Disse Pippin – Acho que esqueceu de se abaixar.
–Ah, sim! – Disse ela, sentando-se – Foi isso mesmo que aconteceu. – E depois voltou a deitar no chão. – Minha cabeça…
–É só um enorme galo. – Disse Frodo para ela, rindo – Daqui a pouco pára de doer.
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–Talvez esteja em algum outro quarto. – Sugeriu Merry.
–Você tem razão, Merry. – Disse Frodo.
Foram todos então para o quarto mais próximo, o quarto de Sam. Procuraram debaixo da cama, em gavetas, sob os móveis, em todo lugar, e nada encontraram.
Rumaram para o quarto onde Prímula dormia. Não havia muitos móveis ou objetos nesse quarto, portanto procuraram rapidamente, mas não o encontraram.
O último quarto era o de Merry e Pippin. Frodo ficou preocupado ao sair do quarto de Prímula e não ter encontrado nada, e a última esperança era esse quarto: o de Merry e Pippin. Frodo entrou primeiro. Começaram a procurar. Nada encontraram.
–Na cozinha! – Disse Frodo. – Ou na sala. Ou na despensa. Se não estiver em algum desses lugares, então não está em Bolsão.
Procuraram na cozinha, procuraram na sala, e também na despensa. Mas nada encontraram. Frodo ficou preocupado. Será que alguém o roubara? "Quem poderia ter roubado o Livro Vermelho? Para que alguém iria querê-lo?".
–Não acredito! – Exclamou Frodo de repente. – Esqueci de procurar no lugar mais provável!
–Onde? – Perguntou Prímula.
–Na gaveta do meu criado-mudo. É lá que eu guardo as coisas importantes. Narya também está guardado lá. Não abro aquela gaveta desde ontem. Talvez Sam, na hora de arrumar o meu quarto, tenha o posto lá. – E correu para seu quarto.
Prímula, Merry e Pippin correram atrás dele. Frodo rapidamente abriu a gaveta. Seu rosto empalideceu.
–Onde está Narya? – Gritou ele.
Prímula ficou mais pálida ainda. Sem o Anel, ela não poderia mais voltar para o futuro! Teria de morar para sempre na Vila dos Hobbits. Ela até que gostaria de viver nessa vila, mas para sempre é muito tempo. E Henrique? O que ele faria se ela não voltasse?
–Não é possível, Frodo. – Disse Prímula, se recuperando, mas ainda tão pálida quanto um urso polar. – Procure melhor! O Anel tem que estar aí. Eu preciso dele para voltar para casa.
–Não está. Já procurei. Tenho certeza de que estava aqui. Eu o vi ontem à noite.
–Será que alguém roubou? – Perguntou Pippin. – É bem possível. Todos aqui na Vila dos Hobbits já sabem do anel.
–Mas quem poderia ter roubado? – Perguntou Frodo – Quero dizer… para consegui-lo, o ladrão teria que saber onde eu o guardo. E além do mais, ele teria de entrar em Bolsão sem chamar a atenção.
–Bolly! – Berrou Merry. – Só pode ser ele.
–Mas ele é meu amigo! – Retrucou Frodo – Não teria coragem de fazer isso.
–Ele pareceu bem interessado no Anel, não pareceu? – Perguntou Prímula. – Concordo com Merry. Ele disse que daria qualquer coisa para ter Narya. Mas você, Frodo, disse-lhe que o Anel era perigoso, que ele não poderia tê-lo. Então, Bolly achou mais fácil roubar o Anel.
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–Também concordo com eles. – Disse Pippin.
–Mas… – Disse Frodo – Como podemos ter certeza de que foi realmente Bolly quem roubou?
–Só pode ter sido ele! – Insistiu Merry – Quando todos nós fomos para a sala, ele continuou na cozinha. Quem pode saber se ele ficou realmente na cozinha ou se foi para seu quarto? Pode ser que tenha pego o Livro Vermelho também!
–Mas ele não sabia onde eu guardava Narya e o Livro Vermelho.
–Não seja tolo, Frodo. – Disse Prímula – Foi você quem disse que guardava o Anel na gaveta do criado-mudo.
–Eu disse? – Frodo parecia confuso.
–Disse! – Gritou Pippin – Quando Fatty perguntou, você disse!
–E o Livro Vermelho? – Perguntou Frodo – Eu também disse?
–Não, e nem precisava. – Disse Pippin – A cama é baixa, mas é alta o suficiente para um hobbit baixo e gorducho com Bolly. Ele poderia ter visto a caixa embaixo da cama até a dois metros de distância. Então ele reparou na caixa, abriu e viu o livro. Folheou algumas páginas e viu que você fazia anotações nele. Nem pensou duas vezes. Bolly achou que você tivesse escrito sobre Narya naquele livro, e resolveu levar também.
–Você tem razão. – Disse Prímula a Pippin. – E além disso as roupas de Bolly ficam bem folgadas no corpo. E pode ter escondido tanto o Anel quanto o livro embaixo das vestes.
–Então… – Disse Merry, olhando para Frodo, esperando dele alguma conclusão.
Todos olharam para Frodo, esperando que dissesse algo.
–Vocês têm razão. – D
isse Frodo finalmente – Acho que foi Bolly quem levou Narya e o Livro Vermelho.
–Temos que avisar Sam! – Disse Prímula – Ele ainda não sabe.
Todos saíram correndo do quarto. Prímula foi a última a sair, e, como sua pressa era muito grande, esqueceu-se de abaixar para passar por baixo da porta do quarto e bateu a cabeça.
Ao ouvir o barulho, os três hobbits voltaram imediatamente para o quarto, e encontraram Prímula deitada no chão, desmaiada, e com um enorme galo na cabeça.
–Prímula! – Gritou Frodo – Você está bem?
Mas ela não respondeu.
–Busque um saco com gelo! – Disse Merry para Pippin – Depressa!
Pippin correu para fora, e num instante voltou com uma bolsa de couro com um pouco de neve dentro. Frodo depositou a bolsa sobre o galo de Prímula, e, minutos depois, ela acordou.
–Você está bem? – Perguntou Merry.
–Hã? Acho que estou, só dói um pouco a minha cabeça…
–Parece que você bateu a cabeça na parede ao tentar passar pela porta. – Disse Pippin – Acho que esqueceu de se abaixar.
–Ah, sim! – Disse ela, sentando-se – Foi isso mesmo que aconteceu. – E depois voltou a deitar no chão. – Minha cabeça…
–É só um enorme galo. – Disse Frodo para ela, rindo – Daqui a pouco pára de doer.
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CAPÍTULO XXII
Como provar o roubo
Como provar o roubo
–Vocês precisam avisar ao Sam sobre o roubo do Anel! – Disse Prímula – Eu havia me esquecido. Vão vocês que eu espero aqui. Minha cabeça está doendo demais.
–Mas não podemos deixar você aqui. – Disse Frodo – Está machucada, pode acontecer alguma coisa.
–Eu fico com ela. – Ofereceu-se Pippin.
–Obrigada, Pippin. — Prímula agradeceu.
–Precisamos levá-la ao quarto. – Disse Merry – Não podemos deixá-la deitada aqui no chão.
–Você consegue andar, Prímula? – Perguntou Frodo.
–Acho que sim. – Respondeu ela, tentando ficar em pé, mas se sentiu muito tonta e perdeu o equilíbrio. Os três hobbits a seguraram a tempo.
Ajudaram-na a levantar e a levaram para seu quarto. Depois de deitar na cama, Prímula instantaneamente dormiu.
–Acho melhor você também ficar, Merry. – Sugeriu Frodo. – Parece que ela está muito mal. Pippin pode precisar de você. – Merry fez um sinal de sim com a cabeça.
Frodo saiu do quarto, caminhou pelo corredor e se dirigiu à porta. Ao abri-la, ele percebeu que o Sol já estava se pondo. Sam tinha ficado no mínimo umas duas horas plantando as sementes. Frodo mal tinha saído de casa quando viu Sam se aproximando, vindo da direção do mallorn, com a caixa na mão.
–Ei, Sam! – Gritou Frodo, acenando com a mão.
–Olá, Sr. Frodo. – Disse, ao se aproximar – Acabei de fazer uma descoberta incrível sobre as plantas e o mallorn…
–Depois você me conta sobre isso, Sam, o assunto agora é mais sério.
–O que foi?
–Roubaram Narya, Sam! E também o Livro Vermelho!
–Mas…
–Achamos que foi o Bolly.
–Mas ele é seu amigo…
–Não é mais meu amigo se foi ele quem roubou o Anel. Nunca perdoarei o ladrão!
–Mas… Como você tem certeza de que foi ele?
–Ele se interessou no Anel, e ficou algum tempo sozinho na cozinha. Tem que ser Bolly!
–Como você vai saber se foi ele realmente quem pegou o Anel?
–Isso ainda não sei. Vamos, precisamos voltar para Bolsão para ver como Prímula está.
–O que aconteceu com ela?
–Bateu a cabeça.
Frodo e Sam caminharam rapidamente para Bolsão. O Sol já tinha se posto. Restava pouca luz, e a Lua já estava saindo. Ao abrir a porta, viram Merry e Pippin sentados à lareira, conversando.
–Por que não estão no quarto com Prímula? – Perguntou Frodo, preocupado.
–Não se preocupe… – Foi Merry quem respondeu – Ela já está bem melhor. Agora só está dormindo.
–Posso vê-la? – Perguntou Sam.
–Claro! – Disse Pippin – Vamos, nós o acompanhamos até o quarto.
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Frodo sentou-se em sua poltrona em frente à lareira, ele queria ficar sozinho para pensar. Enquanto isso, Sam, Merry e Pippin foram até o quarto de Prímula, mas antes, Sam parou em seu próprio quarto, para guardar a caixa que carregava na mão, que outrora continha as sementes.
Ao olhar para Prímula, Sam reparou em um enorme galo que havia em sua testa, próximo ao coro cabeludo. Era quase do tamanho de uma bola de tênis de mesa.
–Ela está mesmo bem? – Perguntou Sam a Merry e Pippin, com receios.
–Estou sim, Sam. – Ela respondeu – Estou só com dor de cabeça, mas já está passando.
–Que bom. – Disse Sam – Fico feliz que já esteja melhorando. – Fez uma pausa – Aliás, onde foi que você bateu a cabeça?
–Na porta, ou melhor, na parede. Eu tentei passar pela porta, mas esqueci de me abaixar.
Sam sufocou um riso, mas depois se arrependeu. Prímula deveria estar muito nervosa para se esquecer de abaixar ao passar pela porta.
–Estou com fome. – Disse Pippin – Vamos cear.
Prímula tentou levantar. Ela esperava se desequilibrar, mas para sua surpresa, a dor tinha passado, e já não estava mais tonta.
–Vamos. – Disse ela, ao ficar em pé.
Merry, Pippin e Prímula foram até a cozinha para preparar a ceia, enquanto Sam foi para a sala, para chamar Frodo. Logo haviam mais dois hobbits para ajudar a preparar a comida. Tudo ficou pronto muito rápido, e todos comeram bastante.
Depois de arrumarem a cozinha, todos se dirigiram à sala, e se sentaram nas poltronas.
–Ainda falta uma coisa. – Disse Prímula.
–O quê? – Perguntaram os outros.
–Como descobriremos se foi Bolly quem roubou o Anel? E se for, como recuperaremos o que é nosso?
–Estive pensando sobre isso. – Disse Frodo – Acho que o melhor a fazer será procurá-lo amanhã, e, disfarçadamente, procurar pela sua casa.
–Então teremos que fazer uma visita a ele. – Disse Prímula.
–Se ele estiver realmente com o Anel, – disse Frodo – eu nunca o perdoarei! Ou qualquer pessoa que o tenha encorajado.
Todos olharam assustados para Frodo. Ele realmente ficara furioso com o roubo de Narya. Não era só uma questão de "como Prímula voltaria para casa". Não. Agora era também uma questão de confiança, uma questão de traição. O amigo que sempre pensou ter o tinha traído. "Talvez seja por isso que ele veio me fazer uma visita." Pensou. "Bolly não queria me ver. Queria ver o Anel!"
–Só temos que esperar até amanhã! – Disse Pippin – Não adianta ficar esquentando a cabeça com isso agora.
–V
ou me deitar. – Disse Sam – Estou cansado.
E todos também foram se deitar.
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–Mas não podemos deixar você aqui. – Disse Frodo – Está machucada, pode acontecer alguma coisa.
–Eu fico com ela. – Ofereceu-se Pippin.
–Obrigada, Pippin. — Prímula agradeceu.
–Precisamos levá-la ao quarto. – Disse Merry – Não podemos deixá-la deitada aqui no chão.
–Você consegue andar, Prímula? – Perguntou Frodo.
–Acho que sim. – Respondeu ela, tentando ficar em pé, mas se sentiu muito tonta e perdeu o equilíbrio. Os três hobbits a seguraram a tempo.
Ajudaram-na a levantar e a levaram para seu quarto. Depois de deitar na cama, Prímula instantaneamente dormiu.
–Acho melhor você também ficar, Merry. – Sugeriu Frodo. – Parece que ela está muito mal. Pippin pode precisar de você. – Merry fez um sinal de sim com a cabeça.
Frodo saiu do quarto, caminhou pelo corredor e se dirigiu à porta. Ao abri-la, ele percebeu que o Sol já estava se pondo. Sam tinha ficado no mínimo umas duas horas plantando as sementes. Frodo mal tinha saído de casa quando viu Sam se aproximando, vindo da direção do mallorn, com a caixa na mão.
–Ei, Sam! – Gritou Frodo, acenando com a mão.
–Olá, Sr. Frodo. – Disse, ao se aproximar – Acabei de fazer uma descoberta incrível sobre as plantas e o mallorn…
–Depois você me conta sobre isso, Sam, o assunto agora é mais sério.
–O que foi?
–Roubaram Narya, Sam! E também o Livro Vermelho!
–Mas…
–Achamos que foi o Bolly.
–Mas ele é seu amigo…
–Não é mais meu amigo se foi ele quem roubou o Anel. Nunca perdoarei o ladrão!
–Mas… Como você tem certeza de que foi ele?
–Ele se interessou no Anel, e ficou algum tempo sozinho na cozinha. Tem que ser Bolly!
–Como você vai saber se foi ele realmente quem pegou o Anel?
–Isso ainda não sei. Vamos, precisamos voltar para Bolsão para ver como Prímula está.
–O que aconteceu com ela?
–Bateu a cabeça.
Frodo e Sam caminharam rapidamente para Bolsão. O Sol já tinha se posto. Restava pouca luz, e a Lua já estava saindo. Ao abrir a porta, viram Merry e Pippin sentados à lareira, conversando.
–Por que não estão no quarto com Prímula? – Perguntou Frodo, preocupado.
–Não se preocupe… – Foi Merry quem respondeu – Ela já está bem melhor. Agora só está dormindo.
–Posso vê-la? – Perguntou Sam.
–Claro! – Disse Pippin – Vamos, nós o acompanhamos até o quarto.
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Frodo sentou-se em sua poltrona em frente à lareira, ele queria ficar sozinho para pensar. Enquanto isso, Sam, Merry e Pippin foram até o quarto de Prímula, mas antes, Sam parou em seu próprio quarto, para guardar a caixa que carregava na mão, que outrora continha as sementes.
Ao olhar para Prímula, Sam reparou em um enorme galo que havia em sua testa, próximo ao coro cabeludo. Era quase do tamanho de uma bola de tênis de mesa.
–Ela está mesmo bem? – Perguntou Sam a Merry e Pippin, com receios.
–Estou sim, Sam. – Ela respondeu – Estou só com dor de cabeça, mas já está passando.
–Que bom. – Disse Sam – Fico feliz que já esteja melhorando. – Fez uma pausa – Aliás, onde foi que você bateu a cabeça?
–Na porta, ou melhor, na parede. Eu tentei passar pela porta, mas esqueci de me abaixar.
Sam sufocou um riso, mas depois se arrependeu. Prímula deveria estar muito nervosa para se esquecer de abaixar ao passar pela porta.
–Estou com fome. – Disse Pippin – Vamos cear.
Prímula tentou levantar. Ela esperava se desequilibrar, mas para sua surpresa, a dor tinha passado, e já não estava mais tonta.
–Vamos. – Disse ela, ao ficar em pé.
Merry, Pippin e Prímula foram até a cozinha para preparar a ceia, enquanto Sam foi para a sala, para chamar Frodo. Logo haviam mais dois hobbits para ajudar a preparar a comida. Tudo ficou pronto muito rápido, e todos comeram bastante.
Depois de arrumarem a cozinha, todos se dirigiram à sala, e se sentaram nas poltronas.
–Ainda falta uma coisa. – Disse Prímula.
–O quê? – Perguntaram os outros.
–Como descobriremos se foi Bolly quem roubou o Anel? E se for, como recuperaremos o que é nosso?
–Estive pensando sobre isso. – Disse Frodo – Acho que o melhor a fazer será procurá-lo amanhã, e, disfarçadamente, procurar pela sua casa.
–Então teremos que fazer uma visita a ele. – Disse Prímula.
–Se ele estiver realmente com o Anel, – disse Frodo – eu nunca o perdoarei! Ou qualquer pessoa que o tenha encorajado.
Todos olharam assustados para Frodo. Ele realmente ficara furioso com o roubo de Narya. Não era só uma questão de "como Prímula voltaria para casa". Não. Agora era também uma questão de confiança, uma questão de traição. O amigo que sempre pensou ter o tinha traído. "Talvez seja por isso que ele veio me fazer uma visita." Pensou. "Bolly não queria me ver. Queria ver o Anel!"
–Só temos que esperar até amanhã! – Disse Pippin – Não adianta ficar esquentando a cabeça com isso agora.
–V
ou me deitar. – Disse Sam – Estou cansado.
E todos também foram se deitar.
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[b]CAPÍTULO XXIII
À Procura do Ladrão
Na manhã seguinte, todos acordaram cedo. Estavam ansiosos para procurar Bolly e recuperar o Anel e o Livro. Comeram o desjejum muito rapidamente e, poucas horas depois do nascer do Sol, já estavam caminhando, rumo à Terra dos Buques. Frodo estava feliz, não por ter que encontrar Bolly, mas por voltar à sua terra natal, onde ele vivera poucos, mas felizes anos. Merry também nascera nesse lugar, mas não estava nem um pouco preocupado com a visita àquela terra; ele estava preocupado mesmo é com o roubo.
Andaram algumas horas, antes de pararem em uma estalagem que havia no meio da estrada para almoçar. Depois voltaram a andar. Caminharam durante muito tempo antes de pararem em outra estalagem, desta vez para cear e dormir.
Ao amanhecer acordaram antes da aurora, para poderem chegar à Terra dos Buques antes do almoço. Certamente Bolly estaria em casa na hora do almoço, a não ser que estivesse viajando.
Depois de algumas horas de caminhada, chegaram finalmente em uma balsa que atravessava o Rio Brandevin. Do outro lado desse rio encontrava-se o final da viagem: a Terra dos Buques. Atravessa-ram a pequena balsa com muito cuidado, pois essa não era muito grande, era até pequena demais para os quatro hobbits e Prímula juntos. Mas chegaram sãos e salvos ao outro lado, a não ser por uma leve oscilada que a balsa deu, jogando Pippin dentro da água. Por sorte conseguiram puxá-lo de volta à balsa, mas a água estava congelante (estavam em pleno inverno) e Pippin teve que se enrolar em vários cobertores que carregavam nas mochilas ao chegar na margem oposta.
–Que frio! – Reclamou ele – Estou congelando…
–Calma, — disse Merry – já estamos chegando, são só mais algumas centenas de metros. Em poucos minutos você estará se esquentando em frente a uma lareira na toca de Bolly. Isto é, se ele nos receber.
–Você me desanimou!
–Desculpe. Há também a toca de Guess. Ele nos receberá.
Depois de puxar ainda mais os cobertores para junto do corpo, Pippin parou de reclamar e se aliviou com a idéia de que Guess os receberia se Bolly não o fizesse.
–Vamos! – Exclamou Frodo – Todos andando.
E voltaram a andar. Andaram mais alguns minutos e já estavam diante da toca de Bolly. Frodo bateu na porta e esperou. Nada aconteceu. Foi a vez de Prímula tentar; bateu ainda mais forte, mas ninguém respondeu. Sam olhou pela janela, mas não viu ninguém.
–Acho que ele não está, Sr. Frodo.
–E se já usou o Anel? – Sugeriu Merry.
–Impossível. – Disse Frodo – Teria que encontrar mais alguma pessoa para usá-lo, isto é, se quiser ir para o futuro.
–E se essa outra pessoa já tivesse sido escolhida? – Perguntou Prímula para ela mesma, mas os outros escutaram.
–Como assim? – Perguntou Sam.
Prímula acordou. – O que foi?
–Eu perguntei: como assim?
–Ah, eu só estava pensando em voz alta, mas já que perguntou, eu vou lhes contar o que eu estava pensando: acho que Bolly já tem a outra pessoa para ir com ele.
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–Quem? – Perguntaram os outros, pasmos.
–Não conseguem pensar em ninguém?
–Guess? – Perguntou Pippin, já falando rouco.
–Exatamente. – Respondeu ela – Os dois planejaram isso juntos. Não se lembram de quando chegaram a Bolsão? Ficamos conversando na sala, e depois fomos para a cozinha. Mas Guess não nos seguiu. Disse que estava pensando, e não percebeu quando saímos, mas eu acho que ele esperou todos nós sairmos, para depois procurar o Anel. Ele obviamente não o encontrou, então foi a vez de Bolly entrar em ação. E dessa parte já sabemos.
Agora tudo fez sentido. Bolly e Guess tramaram juntos o roubo. O primeiro falhou, mas o segundo conseguiu. Agora a única esperança era procurar os dois hobbits na casa de Guess.
–Para a toca de Guess! – Ordenou Frodo.
E todos partiram, em direção à toca do outro suposto ladrão, para procurar os dois. A essas alturas Pippin tremia muito, e todos estavam com fome, pois já passava da hora do almoço. Mas continuaram andando, pois a vontade de recuperar o Anel era mais forte que a fome.
Pararam em frente à toca de Guess, e bateram na porta. Ninguém respondeu, então bateram novamente.
–Será que não estão aqui? – Perguntou Merry.
Prímula abaixou-se e olhou pela janela.
–Parece que não há ninguém em casa. – Disse ela.
–Então vamos para uma estalagem! – Implorou Pippin. – Estou com muito frio…
Prímula pôs as costas da mão na testa de Pippin e levou um susto.
–Está queimando de febre! – Exclamou – Não devíamos tê-lo deixado tanto tempo molhado. Vamos para uma estalagem! Depois nós voltamos para procurar Bolly e Guess.
Caminharam para a estalagem mais próxima. Pippin tossia muito, e agora já não conseguia mais falar. Não mais que alguns murmúrios. Encontraram uma estalagem e entraram rapidamente. Foi preparado um banho quente para Pippin, que se sentiu instantaneamente melhor depois do banho. Almoçaram nesse lugar, também, e resolveram esperar que Pippin melhorasse, antes de saírem outra vez.
Do lado de fora batia um vento frio na janela fechada. Seu ruído parecia um lamento. Isso só entristeceu mais seus corações. E se Bolly e Guess já tivessem usado o anel? Agora era possível. Discutiram sobre isso, mas Pippin ficou deitado na cama, somente ouvindo.
–Não acho que já devam ter usado o Anel. – Disse Prímula. – Eu penso que eles esperarão um pouco mais antes de usá-lo. É uma coisa perigosa, e é certeza que estudarão Narya antes de tentar qualquer coisa. Por isso pegaram o Livro Vermelho.
–Mas não há nada escrito sobre Narya no Livro.
–Melhor ainda. – Ela disse – Demorarão muito mais tempo para estudá-lo. Seria loucura utilizar uma coisa tão perigosa sem ao menos saber detalhadamente sobre ela.
Andaram algumas horas, antes de pararem em uma estalagem que havia no meio da estrada para almoçar. Depois voltaram a andar. Caminharam durante muito tempo antes de pararem em outra estalagem, desta vez para cear e dormir.
Ao amanhecer acordaram antes da aurora, para poderem chegar à Terra dos Buques antes do almoço. Certamente Bolly estaria em casa na hora do almoço, a não ser que estivesse viajando.
Depois de algumas horas de caminhada, chegaram finalmente em uma balsa que atravessava o Rio Brandevin. Do outro lado desse rio encontrava-se o final da viagem: a Terra dos Buques. Atravessa-ram a pequena balsa com muito cuidado, pois essa não era muito grande, era até pequena demais para os quatro hobbits e Prímula juntos. Mas chegaram sãos e salvos ao outro lado, a não ser por uma leve oscilada que a balsa deu, jogando Pippin dentro da água. Por sorte conseguiram puxá-lo de volta à balsa, mas a água estava congelante (estavam em pleno inverno) e Pippin teve que se enrolar em vários cobertores que carregavam nas mochilas ao chegar na margem oposta.
–Que frio! – Reclamou ele – Estou congelando…
–Calma, — disse Merry – já estamos chegando, são só mais algumas centenas de metros. Em poucos minutos você estará se esquentando em frente a uma lareira na toca de Bolly. Isto é, se ele nos receber.
–Você me desanimou!
–Desculpe. Há também a toca de Guess. Ele nos receberá.
Depois de puxar ainda mais os cobertores para junto do corpo, Pippin parou de reclamar e se aliviou com a idéia de que Guess os receberia se Bolly não o fizesse.
–Vamos! – Exclamou Frodo – Todos andando.
E voltaram a andar. Andaram mais alguns minutos e já estavam diante da toca de Bolly. Frodo bateu na porta e esperou. Nada aconteceu. Foi a vez de Prímula tentar; bateu ainda mais forte, mas ninguém respondeu. Sam olhou pela janela, mas não viu ninguém.
–Acho que ele não está, Sr. Frodo.
–E se já usou o Anel? – Sugeriu Merry.
–Impossível. – Disse Frodo – Teria que encontrar mais alguma pessoa para usá-lo, isto é, se quiser ir para o futuro.
–E se essa outra pessoa já tivesse sido escolhida? – Perguntou Prímula para ela mesma, mas os outros escutaram.
–Como assim? – Perguntou Sam.
Prímula acordou. – O que foi?
–Eu perguntei: como assim?
–Ah, eu só estava pensando em voz alta, mas já que perguntou, eu vou lhes contar o que eu estava pensando: acho que Bolly já tem a outra pessoa para ir com ele.
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–Quem? – Perguntaram os outros, pasmos.
–Não conseguem pensar em ninguém?
–Guess? – Perguntou Pippin, já falando rouco.
–Exatamente. – Respondeu ela – Os dois planejaram isso juntos. Não se lembram de quando chegaram a Bolsão? Ficamos conversando na sala, e depois fomos para a cozinha. Mas Guess não nos seguiu. Disse que estava pensando, e não percebeu quando saímos, mas eu acho que ele esperou todos nós sairmos, para depois procurar o Anel. Ele obviamente não o encontrou, então foi a vez de Bolly entrar em ação. E dessa parte já sabemos.
Agora tudo fez sentido. Bolly e Guess tramaram juntos o roubo. O primeiro falhou, mas o segundo conseguiu. Agora a única esperança era procurar os dois hobbits na casa de Guess.
–Para a toca de Guess! – Ordenou Frodo.
E todos partiram, em direção à toca do outro suposto ladrão, para procurar os dois. A essas alturas Pippin tremia muito, e todos estavam com fome, pois já passava da hora do almoço. Mas continuaram andando, pois a vontade de recuperar o Anel era mais forte que a fome.
Pararam em frente à toca de Guess, e bateram na porta. Ninguém respondeu, então bateram novamente.
–Será que não estão aqui? – Perguntou Merry.
Prímula abaixou-se e olhou pela janela.
–Parece que não há ninguém em casa. – Disse ela.
–Então vamos para uma estalagem! – Implorou Pippin. – Estou com muito frio…
Prímula pôs as costas da mão na testa de Pippin e levou um susto.
–Está queimando de febre! – Exclamou – Não devíamos tê-lo deixado tanto tempo molhado. Vamos para uma estalagem! Depois nós voltamos para procurar Bolly e Guess.
Caminharam para a estalagem mais próxima. Pippin tossia muito, e agora já não conseguia mais falar. Não mais que alguns murmúrios. Encontraram uma estalagem e entraram rapidamente. Foi preparado um banho quente para Pippin, que se sentiu instantaneamente melhor depois do banho. Almoçaram nesse lugar, também, e resolveram esperar que Pippin melhorasse, antes de saírem outra vez.
Do lado de fora batia um vento frio na janela fechada. Seu ruído parecia um lamento. Isso só entristeceu mais seus corações. E se Bolly e Guess já tivessem usado o anel? Agora era possível. Discutiram sobre isso, mas Pippin ficou deitado na cama, somente ouvindo.
–Não acho que já devam ter usado o Anel. – Disse Prímula. – Eu penso que eles esperarão um pouco mais antes de usá-lo. É uma coisa perigosa, e é certeza que estudarão Narya antes de tentar qualquer coisa. Por isso pegaram o Livro Vermelho.
–Mas não há nada escrito sobre Narya no Livro.
–Melhor ainda. – Ela disse – Demorarão muito mais tempo para estudá-lo. Seria loucura utilizar uma coisa tão perigosa sem ao menos saber detalhadamente sobre ela.