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As Viagens de Aldailis – Parte II

6- No topo do Vento…

No dia seguinte, Alda levantou mais cedo para ver os cavalos. Para sua surpresa Aragorn estava lá muito bravo, berrando para si mesmo:
– Aquele maldito porteiro! A pé mais uma vez! Ele vai pagar por isso…
– O que adianta ficar irritado, se os cavalos já se foram? – Alda intrometeu-se – Se foi o porteiro ou não, acho que não temos nenhuma certeza. Os cavalos são de Valfenda?
– São, claro: Eles voltarão para lá. Poderemos pegá-los novamente quando chegarmos, em um ou dois dias.- Aragorn respondeu, sorrindo. – Mas isso não compensa que aquele porteiro ainda seja nosso inimigo.
– Isso mesmo…Agora, vamos voltar pra dentro para tomar o desjejum e partirmos. – Alda abriu a porta dos fundos com um gesto pra Aragorn entrar.

 
Esse entrou sem discutir. Sentaram-se à mesa, e mais tarde os outros se uniram a eles. Gimli quase quebrou a mesa com o machado se Lhûgëa não o tivesse segurado. Fizeram as malas o mais rápido que puderam e seguiram o caminho a pé. Andaram durante duas horas quando ficaram cansados e necessitando de descanso. Assim, pararam para fazer um breve almoço.Continuaram depois sem parar até o anoitecer. Subiram no topo do vento e ali sentaram, sem fazer fogueira, comendo tudo frio. Alda quase reclamou, mas em vez disso, preferiu sair para explorar o lugar sozinha.
Ela subiu até o terraço e observou tudo.Sem a mínima paciência de se unir a mais pessoas, sentou-se em cima de uma pedra que estava bem no centro. Lá, Alda ficou observando tudo que eles tinham passado, mas, infelizmente, a Floresta Velha cobria a vista que ela mais queria ver: A ponta do seu maravilhoso Condado. Ficou observando, tentando enxergar através da floresta, mas foi em vão.
Enquanto isso, lá em baixo os outros comiam a ceia animadamente, nem percebendo que Alda saíra.Frodo e Sam eram os que mais falavam e comiam, e Aragorn era o mais quieto, mas por dentro se divertia tanto quanto os outros. Lhûgëa e Legolas conversavam em sua própria língua, e como Aragorn não estava prestando atenção em nada, ninguém entendeu o que falavam, só sabiam que era algo engraçado. Aragorn estava preso em pensamentos. Demorou, mas ele olhou em volta e não achou Alda naquele patamar. Preocupado, levantou-se e subiu até o terraço, onde Alda sentava imóvel olhando para a Floresta.Apesar de ele ter tentado sair de fininho já sabendo que ela estava a salvo, Alda perguntou ainda imóvel:
– Por que pensamos durante toda a vida como seria ótimo viajar, e no dia em que está viajando sentimos falta de casa?
– Talvez seja porque nossos corações queiram alucinadamente tanto viajar como ficar em casa, e ambos ao mesmo tempo. – ele respondeu
– Então…Você já sentiu isso? – Ela perguntou virando-se para Aragorn
– Claro. Na minha primeira viagem, quando decidi ser um Guardião. Já havia saído de Valfenda muitas vezes, mas nunca por tanto tempo, e senti vontade de voltar. – Aragorn respondeu, indo para a pedra.
– Mas, mesmo assim você continuou viajando, não? O que o fez não desistir? – Alda se afastou um pouco suficientemente para Aragorn poder sentar.
– Continuei. Não desisti porque tinha esperança que algum dia minhas viagens fossem úteis, afinal. E, eu pelo menos acho, que foram mesmo. – Aragorn sentou-se na pedra.
– Por que você acha, não tem certeza? – Alda perguntou com grande curiosidade
– Para alguns, não fui de serventia alguma, como no dia em que Boromir pereceu. Para outros, cheguei a salvar vidas, como na Batalha do Abismo de Helm. Fiz muitos amigos, e, também, alguns inimigos. Mas isso para mim era o de menos, sempre quis ajudar as pessoas… – ele respondeu, olhando para as estrelas.
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– E você conseguiu! Não diga que não tem certeza, pois você salvou muita gente no Abismo de Helm, e auxiliou tantos outros… Que tal Frodo? Não venha dizer que foi o mínimo que podia fazer, pois fez o que pode…Você fez muito, Aragorn. – Alda comentou, olhando para o céu.
– Mas que serventia há nisso, se para mim ainda não há futuro algum traçado? A única coisa que eu sei que terei que algum dia voltar a meu reino, mas não sinto vontade alguma nisso… – Ele se abriu, em poucas palavras.
– Se você não quiser voltar ao reino e deixá-lo para um regente, ninguém o impedirá se for realmente o que deseja. Afinal, ninguém te submete a ordens, você submete as ordens! – Alda tentou colocar algo cômico.
– Ah, me esqueci desse detalhe! – riu Aragorn – Você realmente me surpreende nessas horas Aldailis, filha de Estore.
– Só um pouquinho, sabe? Mudo muito de acordo com o que eu quero ser. – Alda suspirou – Mas ainda assim, também não sei o que quero ser.
– Todos possuem essa mesma dúvida. Mas agora não é hora de pensá-las, e era melhor eu nem ter tocado nesse assunto por hora…Afinal, algum dia acabaria por comentá-lo, mas teria preferido que não fosse hoje. Vamos, que tal cear alguma coisa? – Aragorn se virou para Alda
– Bem, deveria ter imaginado que a conversa iria acabar assim: Com uma grande interrogação. Não, pode descer Aragorn. Não estou com fome. – Alda respondeu, voltando a ficar imóvel.
Aragorn levantou-se e fez uma reverência, voltando a sentar-se junto com seus companheiros. Alda desceu algumas horas mais tarde, dizendo Boa noite a todos e indo dormir. Os outros ainda conversaram e riram mais um pouco, mas logo todos dormiam.

7- Uma amizade forte

Na aurora do dia seguinte, Alda já estava acordada sentada na borda da pedra, observando onde fica o seu Condado.Aragorn levantou depois, e a viu sentada de cabeça baixa. Foi até ela, colocou a mão em seu ombro e aconselhou:
– Se você quiser voltar, nós não vamos te impedir. Gandalf disse que era para você vir somente se realmente quisesse.
– Não é isso…Mas é que eu sinto que aqueles orcs conseguiram chamar outros antes de morrer, e minha Estalagem já era…Mas eu quero continuar essa estrada! – Alda levantou-se de um salto. – Sempre quis viajar, e não vou desistir da minha primeira viagem.
– Que bom que essa é sua decisão! Vamos acordar os outros. – Aragorn sorriu.
Ambos se dirigiram até os outros e começaram a acordá-los gentilmente. Todos levantaram com relutância, até sentirem o cheiro de torradas. Sentaram-se em volta de um fogo improvisado e começaram a tomar seu grande amigo desjejum. Todos concordaram em logo começar a andar, antes que acabem sentando e conversando durante toda à tarde.
Logo, começaram a descer do Topo e já estavam de volta a caminhada. Seguiam ao lado da Grande Estrada do Leste, e Legolas previu que iriam chegar a Mata dos Trolls no fim da tarde. Caminharam devagar, para ninguém se cansar e Aragorn, Alda, e Lhûgëa ficaram conversando e rindo na retaguarda, enquanto Legolas e Gimli falavam sobre as aventuras posteriores a Frodo e Sam.
Frodo realmente ia ficar em Valfenda, e pediu para Alda que quando ela fosse voltar, passasse por lá para voltarem juntos a Sam para o Condado. Sam discordava da idéia, e não queria que seu ex-mestre ficasse pra tr&aacu
te;s, mas, como Lhûgëa, ele já tinha se decidido. Sam, e mesmo Alda ficaram insistindo, mas Frodo também insistia que estava velho demais. Aragorn, Legolas e Gimli não se intrometiam e preferiam nem opinar, para não proteger nem um nem outro. Quando acabaram de discutir, Alda voltou à retaguarda junto a Lhûgëa e Aragorn, e Frodo continuou a frente.
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– Frodo está pirando…Queria tanto que ele fosse conosco! – Alda comentou
– Eu também, particularmente adorei as histórias dele! – Lhûgëa respondeu – Apesar de que as aventuras de Legolas em Fangorn tenham superado isso!
– Para mim, ambas as histórias foram boas, mas a melhor foi a de Samwise. Principalmente a explicação de por que ele havia tirado o anel de Frodo… – Aragorn concluiu
– Todas as histórias são boas, e eu tenho muito a contar do que escutei de viajantes, mas a história do Livro Vermelho bate a de qualquer um! – Alda disse.
– Hum…Pensem o que quiser! Vou ver se Legolas tem mais alguma história a contar! – Lhûgëa correu até a frente e começou a conversar com Legolas.
– Eles se dão muito bem, não é Aragorn? – Alda perguntou virando-se para Aragorn.
– Sim, e isso já era de se esperar – Aragorn respondeu – Pois, afinal, os dois nasceram em uma Floresta, apesar de Lhûgëa vir de Lórien. A amizade deles nunca vai morrer por esse motivo, já que Legolas vive lá…
– Então, a amizade deles é muito forte! – Alda sorriu – Quem sabe algum dia a nossa também não seja?
– É! Quem sabe? – Aragorn respondeu rindo.
– E quem sabe possa começar já? – Alda riu – Vamos tentar nos entender melhor!
– Por que não?- Aragorn estendeu a mão.
– Claro! – Alda apertou – Espero que, mesmo entre a distância, nós continuemos nos vendo!
– Espero o mesmo! – Aragorn respondeu com um sorriso.
– Hum…Gondor é legal? – Alda perguntou soltando a mão da de Aragorn.
– Para mim e para os que vivem lá, sim. Mas cada um com sua opinião é claro! – Aragorn respondeu, olhando para o céu – Já é meio-dia…Vamos parar para almoçar!
Logo em seguida, Aragorn deu um assobio e os que iam à frente pararam. Lhûgëa e Legolas vieram correndo, já com galhos secos nas mãos e se sentaram, fazendo fogo e conversando na própria língua.Aragorn não queria entender, então foi ajudar Sam a preparar algo para comer. Enquanto isso, Alda ficou observando em volta para ver se não havia nada e Frodo descansava com as pernas esticadas. Quando a comida ficou pronto, todos fizeram um circulo e Aragorn (o único que faltava), colocou as “bebidas-com-mensagens”.
– Frodo, filho de Drogo, apesar de meu coração desejar a sua companhia, espero que fique feliz em Valfenda. – Aragorn derramou um pouco na taça de Frodo, que não disse nada. – A você Legolas, príncipe da Floresta, desejo que fique muito feliz em conhecer a Mata dos Trolls, onde tem muitas árvores interessantes!
– Espero que Sim, Aragorn! Estava louco para entrar nessa Mata! – Legolas respondeu sorrindo.
– A você Gimli, filho de Glóin, espero que Moria esteja mais receptiva dessa vez! – Aragorn brincou e o Anão corou – Você Lhûgëa, espero que fique feliz em voltar a sua terra Natal!
– Eu também espero! E espero que a Senhora nos recepcione bem! – Lhûgëa respondeu, saudando o outro.
– Para você, mestre Samwise Gamgi, espero que consiga convencer Frodo a vir conosco! – Sam riu e Aragorn sorriu – Alda, a você eu desejo toda a sorte do mundo, e que nossa amizade jamais se quebre.
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– Assim espero, Aragorn, Filho de Arathorn! – Alda respondeu, pegando a taça e soltando ao sentir que Aragorn ainda segurava.
Aragorn fez uma reverência e sentou-se ao lado de Gimli, e todos se alimentaram rápido, sem muita conversa para chegar rápido à Mata dos Trolls. Caminharam ainda devagar, sem se importar com o tempo, pois só demoraram meia hora almoçando. Aragorn, Alda e Sam seguiram dessa vez na frente silenciosos, Frodo um pouco mais atrás com Gimli ao lado e Legolas e Lhûgëa na retaguarda conversando.Gimli reclamava para si mesmo da pouca atenção que Legolas lhe andava dando, mas Frodo não dizia nada.
– Vejam!Chegamos a Mata dos Trolls! – Aragorn parou apontando para um amontoado de árvores.
Todos adentraram cautelosamente a mata, mas Frodo contou o que Bilbo contara a ele:
– Relaxem! Não há mais trolls aqui, só três pedras de trolls! Bilbo e mais 12 anões estavam vindo por aqui, e aí três trolls os viram e enquanto combinavam como os cozinhariam, a luz do Sol apareceu e eles viraram pedra. Desde então, mais nenhum troll habita essa floresta!
– Veja só, ali estão! – Alda apontou um Troll de Pedra – Podemos acampar em cima dos pés deles…Não é má idéia. Sabem? – Ela logo acrescentou vendo a cara de Lhûgëa que nunca esteve ali – Eles estão petrificados, não podem voltar!
Todos fizeram que sim com a cabeça e se sentaram sobre os pés das estátuas. Cada três pessoas ficaram em um pé. Frodo, Aragorn e Alda ficaram deitados sobre o pé direito do Troll mais carrancudo; Legolas, Lhûgëa e Gimli no pé esquerdo do mesmo e Sam deitou-se entre os dois pés.
Tiveram uma noite tranqüila e não montaram guarda, e logo estavam todos em um sono profundo com sonhos maravilhosos sobre o que os esperava em Valfenda, a menos de um dia de viagem. No dia seguinte, Lhûgëa foi quem acordou primeiro, com um aviso:
– Acordem dorminhocos! Tem um bando de 10 orcs vindo nessa direção!
– Mas…Não pode ser! Legolas, o que vê? – Gimli acordou estupefato.
– Vejo um bando de 10 orcs vindo para cá! – Respondeu Legolas escalando um pouco a canela do orc – Vão chegar aqui em cerca de 15 minutos, tempo suficiente para chegarmos à orla da Floresta correndo!
– Então o que estamos esperando? Vamos! – Aragorn fez um sinal em direção a Leste.

8- Fuga da Floresta

Logo que Aragorn deu o comando, Alda saiu correndo na frente de todos enquanto Aragorn ia à retaguarda. Atrás de Alda estava Lhûgëa que se esforçava muito para resistir a se esconder em uma árvore. Atrás dela, vinham Frodo e Sam, ambos desajeitados, mas com Gimli ajudando-os, e Legolas aprontando o Arco um pouco à frente de Aragorn. Alda virou para trás e viu Legolas preparando o arco e deixou a espada pronta para ser desembainhada, enquanto corria rápido, mas suavemente.
Legolas ia fazendo exclamações enquanto passava pelas grandes árvores em pouca quantidade, e corria ao lado delas como se estivessem juntos na mesma velocidade e ritmo. Lhûgëa ficou surpresa com isso e sorriu para si própria.
Continuaram correndo até as nove horas depois do nascer do Sol, onde as árvores foram diminuindo. Legolas berrou para Aragorn:
– metta taurë!
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– lelya-an ara! – Aragorn respondeu
Legolas fez que sim, e saiu correndo bem rápido, chamando os outros para irem com ele. Todos correram atrás, mas Alda perdeu velocidade e ficou para trás, somente à frente de Aragorn. Ela corria com toda a sua vontade e força, até que finalmente n&atild
e;o resistiu mais e caiu ao encontro do chão. Aragorn vendo que ela estava no chão, diminuiu o passo, levantou-a e berrou para os outros que estavam à frente:
– Vamos travar batalha! Não há como continuarmos!
– Desculpe-me Aragorn… – Alda começou desembainhando a espada
– Não precisa se desculpar! Eu mesmo estava me cansando! – Aragorn interrompeu desembainhando Andúril.
Não demorou muito para que os orcs chegassem, e havia somente 10 como Lhûgëa e Legolas previram. Alda acertou um com a espada no estômago, Aragorn tirou a cabeça de outro, Frodo e Sam fizeram dois caírem acertando-lhes os pés, Lhûgëa e Legolas dois no pescoço e Gimli cortou outro pela metade. Alda, junto com Aragorn matou o oitavo, Lhûgëa e Legolas o nono com duas flechadas certeiras no pescoço e Frodo e Sam o último novamente acertando um o pé, e o outro nas costas do orc. Scor tinha desaparecido desde o último dia no topo do Vento, mas ele reapareceu apontando para fora da Floresta e berrando:
– Abrigo lá! Uma bela casinha antes do Rio! Vamos lá!
– Scor! Onde você estava? – Alda perguntou enquanto corria na direção onde ele apontara
– Fui procurar abrigo para meus amigos! Vamos lá, vamos lá! – Scor respondeu confusamente
– Hum…Não sei se é verdade, mas acredito em você! – Aragorn berrou ajudando Alda a correr – Vamos nos abrigar nessa casa!Quem mora lá?
– O elfo Ringnana, ele é o Guarda de Valfenda! Gostou da minha voz e da minha história, aí disse que tinha dois elfos comigo e disse que poderíamos correr para lá! – Scor respondeu voando.
– Mas Ring significa Frio em élfico! Ele não é frio? – Alda disse indo ao lado de Scor
– Sim, ele é! Mas quando passam pessoas com elfos, ele é muito calmo! – Scor respondeu – Lá está a casa! Aquela cabana de madeira!
Pararam de conversar e aumentaram a velocidade em direção à pequena cabana antes do Rio, e quando se aproximavam, um elfo de cabelos azuis acenava em direção a porta. Todos entraram ofegantes, e o único que se mantia impassível era Aragorn. Após um tempo em completo silêncio, Ringnana começou seu questionário:
– Hum…Um Anão, dois hobbits, dois humanos, dois Elfos e um Storm! Que pessoas estranhas, sem dúvida! Sou Ringnana, Guarda da Travessia do Rio. E vocês, por favor, se apresentem um a um!
– Sou Aragorn, Filho de Arathorn, conhecido também por Elessar. Sou um Guardião e também senhor de Gondor. – Aragorn fez uma reverência.
– Sou Aldailis Echuiré, do Condado. Todos me chamam de Alda! – Alda disse rápido sem fôlego.
– Sou Frodo, filho de Drogo, que destruiu o Um Anel. Vivo no Condado, e Alda é uma grande amiga minha. Obrigado por ter-nos deixado entrar, Senhor. – Frodo disse com sua cortesia.
– Sou Samwise Gamgi, ex-jardineiro do Sr. Frodo, sócio da Alda. Sou do Condado também. – Sam disse.
– Sou Gimli, Filho de Glóin. Andei alguns anos em Moria, mas já sai de lá agora. – Gimli disse.
– Sou Legolas, Príncipe da Floresta das Trevas. Mais nada a dizer, além de que Gimli é o meu melhor amigo. – Legolas disse.
– Sou Lhûgëa de Lothlórien, ou como costumam chamar Lórien. Meu sonho era ir a Valfenda, e espero que ele seja realizado na aurora de amanhã. – Lhûgëa apresentou-se.
– Hum, sim… Por que vem até a fronteira de Valfenda? – Ringnon continuou
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– Por que Elrond disse a mim que quando meu caminho se cruzasse com o da casa dele eu deveria me hospedar lá por um ou dois dias. – Aragorn respondeu antes de todos.
– Claro, Claro! E por que vêm aqui? – Ringnon perguntou.
– Vamos até Gondor. Começamos no Condado, e agora fomos perseguidos por orcs e demos de cara com Scor, que disse que você deixou-nos abrigarmos aqui. – Alda respondeu.
– Ah, certo! Bem, acho que querem descansar, não? Lá em cima tenho quatro quartos, sinto muito, mas vão ter que se dividir em duplas…Enquanto isso vou fazer uma ceia para vocês! – Ringnon saiu para um cômodo no térreo.
– Hum…Vamos tirar nos números! – Legolas deu a idéia. E assim fizeram. – Aragorn e Alda no fim do corredor…Eu e Gimli no quarto ao lado. Lhûgëa e Scor no primeiro quarto, e no meio Frodo e Sam. Alguma reclamação? – todos fizeram que não com a cabeça – Então vamos descansar um pouco! – Legolas concluiu.
Cada um foi para seu quarto. Os únicos que não caíram no sono foram Alda e Aragorn. Ao invés disso, Alda desceu e estava ajudando Ringnon na cozinha, e Aragorn pensando. Legolas sonhava com Valfenda e sua bela paisagem, Gimli sonhava com Moria, Lhûgëa com ela de mãos dadas com Legolas em Lórien, Scor com nada (Storms não sonhavam), Frodo com ele sentado na varanda da casa de Elrond com seu cachimbo e Sam com um belo banquete.
No fim da tarde, Alda tocou suavemente porta por porta para acordar os que estavam dormindo, e avisou Aragorn que a ceia estava na mesa. Todos acordaram entusiasmados e, quando chegaram na sala de Jantar, seus queixos caíram: Na mesa tinha desde torradas até carne frita. Sentaram-se, e, como Ringnon também tinha o mesmo costume que o grupo, o próprio fez as honras e em sua língua, e Aragorn ia traduzindo para todos.
– Gimli, ilka mára Moria! – Ringnon disse a Gimli, colocando vinho na taça do Anão.
– Ele disse Vislumbre bem Moria, Gimli. – Aragorn traduziu, e Gimli fez um sinal de obrigado.
– Legolas, mára níssë harya hendi mir! – Ringnon piscou.
– Com sua permissão Aragorn, eu mesmo traduzo: Boa a mulher que tem o olho em você…Não entendi, mas obrigada! – Legolas saudou Ringnon
– Frodo, harya er mára kuilë hendi Imladris! – Ringnon sorriu
– Tenha uma boa vida em Valfenda, Frodo… – Aragorn traduziu entediado.
– Sam, il-erumë Alda! – Ringnon ficou sério.
– Não abandone Alda. Essa eu não entendi, mestre Ringnon…
– Lhûgëa, ilka mára Lórien! Túrë telwa maur! – Ringnon permaneceu sério.
– Lhûgëa, vislumbre bem Lórien. Pode ser a última visão. – Aragorn traduziu.
– Scor… Preste atenção! – Ringnon falou na língua geral. – Aragorn… varya Alda!
– Claro.Faço isso a dias, mestre Ringnon. – Aragorn respondeu.
– Alda… Lala, maka-sankossi! – Ringnon sorriu
– Ah, é claro que tinha que ser Por outro lado, e depois alguma coisa…Sabe, proteção eu não preciso muito, mas Por outro lado matar orcs…Jogada inteligente, mestre Ringnon! – Alda riu
– É claro! Bem, sirvam-se todos! – Ringnon terminou, deixando-os à vontade.
Todos se abundaram com comida, e repetiram uma, duas, até três vezes o prato. Logo, todos estavam apenas conversando e rindo, sem se preocupar no dia de amanhã. Alda ajudou Ringnon a tirar a mesa e a guardar tudo na cozinha, mas logo ela e o elfo estavam no meio das conversas à mesa.
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Conversaram sobre tudo, desde casa até o que fariam quando chegassem a Valfenda. Frodo foi o primeiro a ir deitar-se. Sam ainda se demorou conversando e rindo, mas assim que viu que Frodo subira, subiu atrás.
– Hum…Assim que chegar a Valfenda, pretendo arranjar um cavalo e sair aos arredores! Quem sabe até poder me d
eitar sob as estrelas? Seria muito bom! – Alda concluiu
– Eu pretendo passar um tempinho descansando, talvez caminhando dentro de Valfenda e me maravilhando com as cachoeiras. – Aragorn comentou
– Eu quero ver parte por parte da casa de Elrond! – Legolas se animou
– Eu também! Desde o menor quarto até a porta da saída! – Lhûgëa concordou.
– Eu pretendo descansar muito… – Gimli começou
– O que pretendem e o que não pretendem, não deveria ser falado aqui, agora. Vocês deveriam ir descansar e ir logo na aurora ver se seus sonhos se realizam! Eu abrirei um caminho no Rio para vocês passarem, então não demoram nem meia-hora para chegar lá. – Ringnon cortou a conversa.
Todos concordaram e subiram. Alda deitou-se na cama ao lado da porta, e até pensou em continuar a conversa. Mas quando ia falar, seus olhos se fecharam e ela dormiu.

9- Sonhos realizando-se em Valfenda

Logo que a aurora bateu na janela, Aragorn acordou e foi acordar Alda. Ela, por sua vez, nem estava ouvindo, até uma canção começar a tocar ecoando na cabeça:
Em Valfenda iremos andar,
Pelo rio iremos passar,
Assim que lá chegar
Tudo poderá passar!

Poderemos relaxar,
Os sonhos realizar,
Mas para isso,
Temos que acordar!

– Já nasceu o Sol? – Alda sentou-se com um espreguiço
– Sim, o Sol já nasceu! Vamos, Ringnon já deve estar acordado! – Aragorn abriu a porta do quarto.
Alda saiu e juntos desceram até a Sala de Jantar, e todos já estavam acordados, ansiosos com a partida. Alda sentou-se dando bom dia a todos, e comeram torradas e chá. Logo que acabaram, já estavam todos arrumados e com um peso maior na mala.
– Coloquei algumas provisões. São suficientes para uma pessoa sobreviver em um mês. Isso será suficiente até chegar a outro lugar, eu espero. – Ringnon explicou-se.
– Claro, mestre Ringnon! Muito obrigado! Temos eternos agradecimentos ao Senhor… – Frodo respondeu com seu modo cortês.
– Não exagere, Frodo!São só provisões, e um dia de hospedagem! Vamos lá, vou abrir o rio para vocês! – Ringnon disse abrindo a porta.
Todos seguiram para fora em silêncio. Chegando no rio, Ringnon disse algumas palavras em Sindarin e um pequeno espaço, suficiente para eles passarem em fila indiana abriu-se. A frente ia Legolas, em seguida Lhûgëa, Gimli, Sam, Frodo, Scor, Alda e na retaguarda vinha Aragorn. Acenaram para Ringnon às costas e passaram sãos e salvos para o outro lado.
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Foi aí que Alda teve a 1ª visão de Valfenda, a bela cidade da casa de Elrond. Entraram sem parar para olhar muito, e se dirigiram para a casa de Elrond. Lá, o próprio dono da casa os saudou e indicou quartos para cada hóspede.
– Não devem se preocupar com nada agora. Em seus quartos podem trocar suas roupas, e depois, fazerem o que quiserem. – Elrond disse e se retirou.
Todos combinaram se encontrar no terraço após a troca, e foi o que fizeram. Alda foi a última a chegar, meio desajeitada. Ela usava um vestido azul claro muito bonito sem detalhes. Aragorn usava blusa e calça verde escura. Gimli um casaco feito só para ele. Lhûgëa um vestido vermelho, e estava de tranças. Legolas estava com suas roupas de arqueiro, mas dessa vez, blusa vermelha e a calça marrom. Scor estava do mesmo jeito: não quisera se arrumar. Frodo e Sam utilizavam roupas idênticas, mas totalmente novas, nem aparentando terem sido usadas.
– Bem…Entre minha roupa antiga e esse vestido, fico com minha roupa antiga.- Alda finalmente quebrou o silêncio.
– Mas você não fica tão mal nessa roupa, mas nem quero me imaginar usando uma dessas. – Aragorn respondeu rindo.
– Bem…As roupas são confortáveis, feitas para nós e idênticas às velhas! Amei isso! – Sam deu um giro – Mesmo depois de conhecer tantos, ainda me fascino pelos elfos!
– Uhum…Agora vou fazer o que disse que ia fazer: Vou ver essa casa inteira. Parte por parte. Você ainda vai comigo, Lhûgëa? – Legolas disse virando-se para Lhûgëa
– Claro! Vamos começar pelo terraço, já que estamos nele! – Lhûgëa apontou o outro lado.
Legolas e Lhûgëa começaram a andar pelo terraço, passando por todos os lugares. Logo, já estavam adentrando a grande casa de Elrond, e começaram a olhá-la.Gimli entrou e foi para seu quarto descansar. Frodo e Sam fizeram o mesmo.
– Aragorn, você sabe onde eu posso arranjar um cavalo por aqui? – Alda perguntou.
– Claro! Mas eles só podem sair após o meio dia… – Aragorn desculpou-se
– Sem problemas! Bem…Vou até a varanda! Depois nos falamos! – Alda saiu porta adentro.
Alda desceu um andar e logo viu onde ficava a varanda. Legolas e Lhûgëa estavam saindo de lá, mas nem viram Alda indo para a porta. Ela saiu, maravilhada com Valfenda. Olhou para baixo e viu um riacho correndo.
Como já estava acostumada com alturas e tinha um bom equilíbrio, Alda subiu no parapeito e abriu os braços mantendo o equilíbrio. Aragorn, que ela não tinha percebido, seguiu-a e estava na porta olhando para ela. Parada no parapeito, com seus cabelos negros voando ao vento, totalmente soltos; Seu vestido azul ia para trás, ajudando no equilíbrio. Mal ele sabia, mas os olhos azuis dela estavam abertos, sem se importar com o vento. Assim, ambos ficaram parados sem se mover, até que Aragorn comentou:
– É bela a visão dessa varanda, não acha? – Ele seguiu até o parapeito.
– Sim, muito bela… – Alda respondeu sem se mover
– Bem…Se você se desequilibrasse, o que faria? – Aragorn falou sem pensar.
– Talvez conseguisse mudar rápido de posição e mergulhar nas águas profundas do rio…- Ela respondeu piscando três vezes rapidamente.
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– Hum…Idéia interessante… – Aragorn olhou para baixo – Mas vejo algumas pedras, que dificultariam um pouco, para o lado direito. Mas entre as duas pedras, há o espaço de aproximadamente uma milha.
Dessa vez Alda não respondeu. Ela fechou os olhos, como se estivesse em um sonho. Um vento bateu para o lado direito e ela se desequilibrou. Aragorn a puxou para trás antes que ela pudesse cair, e quando Alda abriu os olhos viu o rosto preocupado dele.
– Isso é realmente um sonho, não é? – Ela perguntou de repente.
– Não, pelo menos eu acho. Mas se for, ao menos não é um pesadelo, ou é? – Aragorn respondeu sorrindo.
– Não…Seria um sonho bom.- Alda sorriu – Obrigada por ter me segurado! – Ela levantou e deu um abraço de amiga no Aragorn
– Não precisa agradecer…É o mínimo que posso fazer. – Ele devolveu o abraço.
E assim, permaneceram por um tempo em silêncio. Aragorn olhou o Sol, e quebrou o silêncio novamente:
– Acho que os cavalos foram liberados… – Ele começou
– Sério? Ah, legal!Leva-me até onde eles estão? – Alda respondeu animada afastando-se após perceber o que fizera.
Aragorn fez que sim com a cabeça e apontou a porta. Ambos entraram e seguiram, desceram até o piso térreo e lá viram, em um canto, Legolas e Lhûgëa examinando um vaso com um pouco da Folha-do-Rei dentro. Seguiram pelo jardim em volta da casa, até chegarem ao estábulo. Lá, um
belo cavalo branco estava selado, pronto para receber um cavaleiro.
– Mandei preparar um cavalo branco para você. Aí está; Pode cavalgar, mas, por favor, volte antes do anoitecer está bem? – Aragorn disse.
Alda fez que sim com a cabeça, e foi rápido em direção ao portão da cidade.Alda alcançou o portão não muito tempo depois e começou a andar devagar em volta da cidade. Afastou-se um pouco mais onde o rio não fechava seu caminho, e ali desmontou, bebendo um pouco da água cristalina. Seu cavalo, Arueo, bebeu um pouco também. Alda olhou em volta, e viu que poderia cavalgar bastante, e voltar antes do anoitecer como prometera a Aragorn.
Logo, ela montou em Arueo e foram cavalgando lentamente pelas margens do Rio, sempre fazendo pequenas paradas para olhar em volta. Ela pretendia chegar até um pequeno amontoado de árvores, adentrá-lo e depois voltar para a casa de Elrond e cear.
Quanto mais andava, mais ficava admirada com a beleza de Valfenda. Ela se imaginou em baixo das cachoeiras, e decidiu que antes de partir iria dar uma parada em uma delas. Alda via vários elfos caminhando com pressa, alguns navegando rio abaixo, outros levando mercadorias para dentro de Valfenda, e outros como ela, simplesmente cavalgando.
Logo à tarde já passava, e às 3 horas ela alcançou um amontoado de árvores. Ela entrou e foi cavalgando lentamente, observando cada árvore e imaginando que tipo que ela era. Quando entraram um pouco mais, Alda fez Arueo parar, para ela prender melhor o cinto com a espada. Logo, uma flecha zuniu passando alguns centímetros ao lado da cabeça de Alda. Ela olhou em volta e berrou:
– Quem está aí e o que quer?
– Orcs! – o chefe-orc disse e saiu com um bando de 50 orcs atacando.
Alda sacou a espada em tempo de acertar um no meio da cabeça, que ia atacar a espada nela. Assim, uma luta desesperada começou, enquanto ela ia voltando de costas para fora do amontoado de árvores.
Ela matou alguns orcs, mas à medida que ia matando-os, outros iam aparecendo. Nesse instante, um orc veio pelas costas, e acertou a espada de raspão nas costas de Alda, mas Arueo deu um coice forte nele que caiu morto. Ela conseguiu desferir um golpe no pescoço de um, fazendo a espada dele só raspar em seu braço. Alda decepou a cabeça de vários orcs, e o Chefe-orc totalmente irado mandou uma flecha zunindo raspando no pescoço dela.
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Logo, ela alcançava a orla do Amontoado de Árvores, e um orc esperto, aproveitando que ela estava com um braço junto ao corpo, lançou uma flecha certeira no braço de Alda, que fez cara de dor, mas não disse nem fez nada. Virou Arueo e, juntos, cavalgaram rapidamente em direção a Valfenda.
Alda virou de costas e começou a acertar flechas nos orcs, que mandavam outras em respostas. Uma passou raspando na mão dela, que não conseguiu mais segurar o arco e escolheu a opção de fugir, mas pelo menos sair viva daquela batalha. Alcançou o portão ao anoitecer e viu Aragorn esperando-a. Alda chegou a frente dele.
– Orcs…Mais de 60…Vindo…Vão entrar…Aragorn…Impeça-os! – Alda tentou dizer, caindo do cavalo nos braços de Aragorn.
Esse, por sua vez, montou Arueo e foi cavalgando rápido na direção da casa de Elrond. Lá, levou Alda para Elrond cuidar, e depois saiu correndo procurando Elfos-Arqueiros para tirar os orcs de perto.
Elrond tirou a flecha do braço de Alda que se contorceu, e, logo, todos os ferimentos dela tinham sido cuidados, mas ela permaneceu dormindo profundamente.

10- Uma batalha e o Pôr-do-Sol
(N/A: Qualquer coisa em comum com um capitulo do livro três, o Retorno do Rei, não se preocupe: Baseei-me de lá)

Logo, Aragorn ia para as muralhas junto com a maioria dos Elfos-Arqueiros em cima dos muros em volta da cidade. A única ordem que tinham recebido era que atirassem sem pensar ou ter pena alguma, afinal, os Orcs queriam invadir Valfenda.
Mal todos haviam se postado e o batalhão de aproximadamente 80 orcs corria em direção aos portões. Aragorn mandou a primeira flecha, seguido de vários outros. Tombaram 30 orcs, mas os outros 50 haviam chegado até o portão e alguns elfos muito bem colocados usavam as espadas para tirar os orcs de lá. Os Elfos-Arqueiros viraram-se e começaram a atirar nos orcs que passavam pela defesa. Gimli usava seu machado da melhor maneira possível, e Aragorn saltou sobre os orcs com Andúril matando três de uma só vez. Apenas dois orcs maiores passaram, e iam indo em direção da casa de Elrond. Alguns elfos que ficaram em casa atiraram flechas, mas tombaram só um. O outro, parou espantado e começou a xingar em sua própria língua.
Aragorn saiu correndo atrás do Orc, e perguntou:
– O que quer na casa de Elrond?
– Destruir a casa! Destruir Valfenda! – O orc respondeu com um chiado
– Sozinho? Os orcs são mesmo burros! – Gimli exclamou, vindo atrás de Aragorn.
– Se você tentar entrar, orc, você será morto. Estou lhe dando uma chance de fugir, se não tornar a chamar mais ninguém para Valfenda… – Aragorn começou
– E quem é você para me dar chances? – O Orc esbravejou, dando um passo na direção de Aragorn.
– Sou Aragorn, Filho de Arathorn, Senhor de Gondor! Estou lhe dando a chance de fugir de uma morte terrível, ou perecer em sua tentativa frustrada de destruir Valfenda. – Aragorn respondeu calmamente.
O orc bufou, mas saiu correndo rápido em direção ao portão. Os elfos olharam espantados pelo ódio que ele saíra da conversa, e até pensaram em atirar, se Aragorn não tivesse levantado a mão em sinal de Pare. Aparentemente, o orc realmente não dera sinal algum a outros orcs, devendo ter sido considerado um imprestável e provavelmente sido expulso ou considerado herói por ter sobrevivido.
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Aragorn saiu até as margens do Amontoado de Árvores com Arueo, visando seguir o orc. Chegou a entrar, mas não ouviu nem viu orc algum nas proximidades, então resolveu voltar. Cavalgou rápido, parando somente para que Arueo bebesse um pouco de água do Rio. Depois, saiu em disparada, deixando o cavalo no estábulo e entrando na casa de Elrond. Logo encontrou o mesmo, sentado na Sala de Estar.
– Como está Aldailis? – Aragorn perguntou a Elrond.
– Ela está bem, só tirando um cochilo. Vai poder jantar conosco ainda essa noite. – Elrond respondeu. – Ela deve descansar até essa hora, no entanto, apesar de achar meio impossível fazê-la permanecer sentada ou deitada quando acordar.
– Certo…Mas o que disse é certo, mestre Elrond. Ela não vai querer ficar em seu quarto, nem se um exército inteiro pedisse. – Aragorn sorriu – Vou ver como ela está. – fez uma reverência e subiu.
Foi andando com calma pelo corredor, até chegar ao quarto de Alda. Bateu na porta e sem ter resposta, entrou. Alda ainda dormia profundamente, e nem o escutou entrar. Aragorn foi até a varanda do quarto e lá esperou, até ouvi-la acordar. Não precisou esperar muito, pois assim que entrou na varanda ela chamou.
– Aragorn? É você que está na varanda?
– Sim. – Aragorn voltou para o quarto – Como se sente Alda?
– Bem. Bem até demais para quem foi atacada por um bando enor
me de orcs! – Ela riu com gosto – Nem acredito que acabei com cinco, e é claro, com uma ajuda de Arueo que coiceou dois!
– Arueo foi um herói hoje! Trazendo-te aqui mesmo sem ser comandado, e te salvar de um ataque de oitenta orcs! – Aragorn sorriu fraternalmente, sentando-se ao lado da cama de Alda.
– Oitenta? Ah, então estava certa que eles queriam atacar Valfenda! Que bom que consegui falar alguma coisa em tempo, não acha? – Alda se sentou e olhou para Aragorn
– Realmente, se não fosse por sua mensagem, talvez a casa de Elrond pudesse estar destruída; Essa era a principal missão dos orcs, pelo que compreendi. – Aragorn disse.
– E como vocês impediram que eles entrassem? – Alda perguntou com bastante interesse.
– Convoquei vários elfos-arqueiros para se postarem acima dos muros, e mais alguns espadachins para ficar nos lados da entrada. – Aragorn contou – Não foi tão difícil abater os orcs, pois eles estavam fazendo ataques suicidas para entrar. Um único orc escapou, e dei-lhe uma chance de viver, e foi isso que ele fez.
– Que pena que fiquei dormindo! Teria sido ótimo ter ido á batalha! Mas admito que só melhorei agora, que vi você entrar aqui. – Alda disse com um sorriso, mas depois colocou a mão na boca – Não leve a mal, tudo que eu disser aqui é sincero. Mas perguntei a Mestre Elrond e ele disse que o ar daqui às vezes pode fazer as pessoas serem sinceras até demais, e creio que é meu caso!
– E a crise pós-luta se curou agora que disse isso para um simples cavaleiro, mesmo se você só pensou e não ia dizer nada se não tivesse aqui. – Aragorn agradeceu, rindo.
– Crise pós-luta? Nunca tive isso e nunca espero ter! – Alda mudou de assunto – Sabe, acho que estou ótima pra me levantar! Que tal dar uma volta pelos jardins?
– Tenho ordens que seria melhor você repousar até a ceia… – Aragorn começou
– Me diga pelo menos dois motivos para eu ficar aqui sentada? – Alda interrompeu.
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– Um é que você pode ficar de pé, sem sair do quarto. Outro, é que poderíamos conversar mais um pouco, já que não tivemos muitas oportunidades para tanto. – Aragorn respondeu.
Alda riu, mas acabou aceitando, com a condição que ficassem na varanda. Lá eles sentaram, e cada um contou sua história para o outro, sem nenhuma interrupção. Notaram muitas igualdades e diferenças entre si, mas tinham o mesmo gosto de batalhas e até mesmo de lugares. Ambos adoravam ouvir a história de Frodo-dos-nove-dedos e o Anel, como chamavam hoje, e Aragorn pode dar mais detalhes sobre tudo que ocorreu naquela demanda de sua parte.
– Faramir, irmão de Boromir era o contrário de Boromir, resistiu ao anel firmemente sabendo que não poderia controlá-lo de maneira alguma, mas lembro-me que Frodo e Sam disseram ter levado um susto. – Aragorn contou – Pois Faramir era quase idêntico a Boromir, e quando o viram pensaram que era Boromir em pessoa, mesmo sem saber que Boromir estava morto. E com a morte de Boromir, Denethor, seu pai, foi a loucura, e se matou queimando a si próprio junto de um Palantir que o ligava a Sauron.
– Incrível como as pessoas podem ser tão iguais e tão diferentes ao mesmo tempo! Isso explica como Frodo e Sam tem suas igualdades e diferenças – concluiu Alda -, tanto quanto eu e você, Aragorn.Notei isso nesta tarde, enquanto conversávamos. – Ela logo adicionou.
– Eu percebi a mesma coisa, e reparei que na maioria das vezes nós temos muitas coisas em comum – começou Aragorn -, e acho que ambos agora aturarão um ao outro por mais tempo, já que nunca havíamos tido a oportunidade de conversar antes tão longa e abertamente.
– Sabe que eu também penso assim? – Alda continuou, sorrindo – Agora talvez nós possamos nos entender melhor, e, quem sabe, conseguirmos conversar mais durante essa semana que ficaremos aqui?
– Seria uma ótima idéia. Dizem que quando se está com amigos, a vida clareia e a escuridão desaparece. Seria ótimo mais tempo para conversarmos. – Aragorn respondeu.
– Com licença, posso entrar? – Frodo abriu a porta da varanda – Elrond está chamando-os para jantar…
– Claro Frodo! Estava mesmo com fome! – Alda levantou sorrindo – Você vai, Aragorn?
O outro fez que sim, e os três desceram tendo uma bela ceia muito variada. Após a ceia contaram o que fizeram antes de proteger a casa de Elrond, sendo o mais interessante o que Legolas e Lhûgëa tinham a dizer, pois ambos deram uma olhada no primeiro piso da casa de Elrond, e contaram tudo que tinha lá dentro.
– Tinham vários vasos antigos! E descobrimos muito sobre como a casa foi feita pelo próprio Elrond! – comemorou Lhûgëa – Mas a curiosidade de Legolas auxiliou muito, já que ele que pediu a Elrond para falar!
– Sim! Tamanha foi minha curiosidade, que tive a honra de conseguir informações de Elrond.- contou Legolas, rindo – Fiquei muito feliz com as informações recebidas, e espero algum dia contribuir de alguma forma para ele.
– Eu acho que o que eu fiz ganha de tudo e todos! – Gimli fez um ar superior – Eu dormi a tarde inteira!
– Com certeza isso foi bem útil, Gimli! – Alda disse rindo com todos – Bem mais útil do que uma conversa em que nos entendemos melhor! Foi o que eu fiz depois de acordar!
– Acho que você está certa, Alda! – Gimli sorriu – É melhor se entender com quem você não entende do que dormir! Ah, mas é claro que você esteve dormindo antes, não é mesmo?
– É, acho que ela realmente estava dormindo antes! – Aragorn riu – Mas depois ela acordou e começou a se entender com um “estranho” tal como eu mesmo!
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– Bem, bem, bem…Mas ninguém ajudou mais Elrond do que nosso amigo Sam! – Frodo disse apontando para Sam – Ele ajudou a preparar essa ceia maravilhosa que vocês tiveram! E olhe que ele aprendeu rápido as receitas élficas!
– Só um pouco, Sr. Frodo, não é para tanto! – Sam corou – Mas realmente sem o senhor para traduzir o que diziam,eu não ia conseguir nada!
E com conversas dessa maneira, passaram o resto da noite conversando. Ficaram mais sete dias em Valfenda. Legolas e Lhûgëa conheceram o resto da casa de Elrond, Gimli dormiu bastante, Scor estudou muito, Frodo e Sam tiveram ótimas lições de cozinhas com os elfos e Alda e Aragorn estavam se dando muito bem. Ambos sempre andavam juntos pelos jardins, e eles ficaram encarregados de mandar uma mensagem a Gandalf para avisá-lo que iriam se demorar em Valfenda mais dois dias.
– Sabe, só iremos ficar mais amanhã em Valfenda e partir na aurora de depois de amanhã, certo? – Alda indagou fora do assunto.
– Certo. Amanhã pela manhã, ao invés de conversar, é melhor fazermos as malas… – Aragorn começou a resposta.
– Tem uma coisa que queria fazer em Valfenda, que ainda não fiz, e que agora, já que a Lua está no céu, não há como fazer – Alda interrompeu – : Ver o pôr-do-sol. Ouvi dizer que nos lugares onde elfos moram, o pôr-do-sol fica muito mais bonito.
– Então você ouviu certo! – Aragorn disse – Amanhã depois do almoço poderíamos conversar um pouco mais, e quando o entardecer chegar, pararemos e observaremos o pôr-do-sol.
– Claro! Vejamos…Após o almoço, na Varanda do
meu quarto? – Alda deu a idéia – É no andar mais alto, e é virado para o Oeste.
– Sim.Então amanhã na sua varanda. – Aragorn respondeu sorrindo.
– Certo…Então, até amanhã! – Alda acenou e subiu para dormir.
Aragorn voltou para seu quarto, envolto em pensamentos. Mas logo adormeceu, com belos sonhos que não foram interrompidos.
Alda levantou mais cedo que todos, mas o desjejum já estava servido. Alimentou-se muito bem, não havendo necessidade de almoçar depois. O único que estava à mesa era Elrond, que disse que Alda poderia ficar com os vestidos. Duas horas depois, Frodo, Sam, Scor, Aragorn, Legolas, Gimli e Lhûgëa desceram para comer o desjejum. Não viram Alda lá, mas nada falaram. Comeram rápido, mas conversaram muito, apesar de cada um se retirar mais rápido que o outro.
Frodo só ficou vendo Sam arrumar as malas, pois ia ficar em Valfenda. Sam pegou apenas dois coletes e uma corda, e antes de partir pegaria suprimentos. Scor pegou todas as blusas e calças que haviam lhe dado. Gimli não pegou nada, como não gostaria de ser visto vestido com roupas de Elfos que não sejam do povo de Legolas. Legolas, por sua vez, juntou tudo o que havia sido feito para ele e guardou na mala cuidadosamente. Aragorn já tinha as roupas em Valfenda desde muitos anos atrás, e, como sempre, retirou somente duas roupas reserva. Lhûgëa aproveitou para guardar as roupas de Valfenda para mostrá-las a Senhora de Lórien. Alda guardou dois vestidos, mas deixou os outros no guarda-roupa. Um ela iria usar no dia seguinte, e os outros iria deixar lá, já que pretendia passar em Valfenda em sua volta para o Condado.
Aragorn foi o único a descer para almoçar, com exceção de Gimli. Os outros praticamente sumiram do mapa, e só Elrond estava sentado à mesa. Aragorn demorou-se um pouco mais do que Gimli, mas logo se retirou curvando-se para Elrond, e subiu para o quarto de Alda. Tocou na porta três vezes. Um som de fechadura fez e Alda respondeu de dentro do closet.
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– Pode entrar, eu já vou!
Aragorn abriu a porta e sentou-se no banco da varanda. Não demorou muito para que Alda, com uma face enojada se olhasse no vidro e falasse:
– Ainda não me acostumei com esses vestidos élficos, sabe? Não acho que fiquem bem em mim…Apesar de que esse Lilás era o mais bonito, tirando o outro preto no armário.
– Hum… – Aragorn virou-se e olhou para Alda, com seus cabelos negros soltos e seus olhos azuis brilhando do outro lado do vidro. Ele nada disse, admirado com a aparência de Alda.
– Elrond disse que foi feito sob medida para mim, mas acho que ficaria melhor em outra pessoa! – Alda entrou na varanda.
– Eu penso o contrário – disse Aragorn – Ninguém ficaria tão bem neste vestido quanto você.
– Obrigada… – Alda corou um pouco – Mas vamos mudar para assuntos mais felizes! Como é Gondor? É um lugar legal?Sei que já perguntei isso, mas você nunca me respondeu por inteiro.
– Gondor é uma cidade de pedra, mas uma árvore branca cresce em seu centro. – respondeu Aragorn – Para nós que moramos lá, é um lugar muito bom de se viver, e nós adoramos. Nós vamos a Minas Tirith, e você vai conhecer Faramir e Éowyn, de quem lhes falei antes.
– Éowyn…É a irmã de Éomer de Rohan, não é mesmo? – Alda lembrou-se – Ela lutou contra o líder dos Espectros do Anel, se não me engano.
– Exatamente. Ela foi muito valente, e tomou a escolha correta para sua felicidade. – Aragorn continuou – Mas como falávamos de Gondor, as pessoas de lá são muito gentis e todos tem uma cortesia inabalável. Caso queira, pode visitar as casas de cura que estão sempre abastecidas de ervas que ajudam em qualquer coisa. Agora lá tem muitas folhas-do-rei, pois é a que mais usam para curar pessoas, com um pequeno auxilio meu.
E assim se passou à tarde, falando de coisas felizes sem se voltar a nenhum outro assunto. E enquanto a tarde foi passando, algo cresceu muito dentro de ambos. Conversaram livremente, sem pensar nas conseqüências do que diziam e a conversa seguiu seu rumo, como um rio que está prestes a desaguar em outro: Só aumentando.
O céu foi ficando vermelho e eles pararam de conversar para observar. O pôr-do-sol estava lindo, com o Sol brilhando firmemente. Nenhum se deu conta, mas suas mãos se entrelaçaram como por um feitiço da visão maravilhosa. Continuaram olhando, paralisados, até que Aragorn deixou escapar o que pensava.
– Dizem que o pôr-do-sol fica mais bonito quando se ama. – virou-se lentamente para Alda.
– E dizem que quando esse amor é retribuído o anoitecer se torna um dia claro. – Alda respondeu olhando nos olhos cinzas de Aragorn.
– É impressão minha ou tivemos o mesmo conselheiro? – Aragorn sorriu.
– Talvez…Mas o conselho que recebi pode estar errado ou não. – Alda desviou o olhar ligeiramente.
– Quem amas? Talvez eu possa ajudá-la a entender esta pessoa e saber como ela retribuiria esse sentimento. – Aragorn continuou olhando.
– Talvez você pudesse fazer isso, olhando para dentro de você, e me dando uma resposta. – Alda voltou a encará-lo.
– Eu manifesto meus sentimentos olhando dentro dos olhos da pessoa que amo. – Aragorn respondeu, olhando nos olhos de Alda firmemente.
– Será que estou enganada, ou estas fazendo isto agora? – Alda respondeu, rindo.
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Aragorn não respondeu. Os dois ainda se encararam por um momento, mas logo se aproximaram e se beijaram. Nenhum dos dois percebera que Frodo, Legolas e Lhûgëa passaram por lá, inclusive entrando no quarto, mas todos saíram rápido.
Mas logo Alda e Aragorn repararam que deveria ser hora da ceia, e desceram de mãos dadas até a Sala de Jantar. Todos estavam conversando e rindo, e aparentavam nem terem percebido ambos entrarem. Eles se dirigiram para a mesa e sentaram-se um ao lado do outro, conversando e comendo como os outros. Após a janta, como fizeram durante os outros dias, sentaram-se em circulo no jardim de Elrond para contar o que fizeram.
– Bem…Eu aprendi a ler em élfico sozinho, e os Elfos da cozinha disseram que daqui a pouco meu alimento vai ficar melhor que os deles! – Sam se gabou.
– Eu dormi, li, e dormi de novo! – Gimli riu – Exatamente o que eu queria fazer!
– Eu e Legolas terminamos de ver a casa de Elrond…Fomos no último andar na hora do pôr-do-sol, e examinamos todas as partes de lá! – Lhûgëa ganhou um pequeno brilho nos olhos.
– Sim! Definitivamente o último andar foi interessante…Descobrimos que no último quarto com a Varanda virada para o Oeste tem uma única gaveta com uma chave, que ninguém tem a não ser quem está lá! – Legolas comentou animado
– Sim, tem mesmo! Minha corrente está lá, preferi guardá-la antes de cavalgar. – Alda contou, rindo e entendendo o por que da animação – Passei a manhã arrumando as coisas, e a tarde conversando.
– Eu fiquei passeando pela casa, e chamei todos para jantar. – Frodo se espreguiçou
– Acho que não Frodo, você não passou no meu quarto. – Alda disse
– Ah, sim, me esqueci! É que como você não almoçou, pensei que não ia cear… – Frodo mentiu.
– Eu passei a tarde conversando, e depois observei o pôr-do-sol. Acho
melhor dormirmos cedo, vamos acordar na próxima aurora. – Aragorn cortou a conversa.

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