Sinopse: Quando Legolas é forçado a tomar uma decisão que poderia determinar o destino da Terra-média, o que ele fará? E quais consequências as suas escolhas terão?
Gênero: Drama / Ação / Aventura
Classificação: 13 anos
Disclaimer: Nós possuímos nada do mundo de Tolkien. Nós só pegamos emprestado de vez em quando. Nós prometemos que, assim que terminarmos, a gente devolve ele exatamente como encontramos… ou quase. Também, todas as músicas/poemas usados nessa estória pertencem a Tolkien, a não se que especificado o contrário.
Capítulo 1 – Atalho para o Desastre
A colina elevava-se por sobre o rio, com uma campina plana, encharcada pelos raios do sol em ambas as margens, e uma mata densa e sombreada nos seus arredores. Uma ravina estreita espreitava-se por um dos lados, o rio correndo rapidamente entre os dois precipícios. O rio era de um azul-safira brilhante, estreito quando se recurvava para dentro da campina e gradualmente alargando-se até desaparecer de vista pela ravina. As folhas novas da primavera eram verdes e vibrantes em seus galhos enquanto balançavam gentilmente com a brisa. A sua coloração era um forte contraste ao marrom das folhas mortas espalhadas pelo chão, reveladas pela neve do inverno que derretia. O céu estava azul e sem nuvens, o ar fresco e límpido. O sol apenas começara a sua descida para trás do horizonte.
Legolas olhou ao seu redor, deixando-se envolver por toda a beleza do lugar e a sua atmosfera. Ele nunca dantes tomara esse caminho para ir a Valfenda. No entanto, pelo jeito ele já iria chegar ao seu destino vários dias após o pretendido, e ele tinha certeza de que essa estrada cortaria um pouco do tempo de sua jornada. Já eram quase três meses desde que o elfo tinha visto o seu melhor amigo pela última vez, e então o mensageiro chegara à Floresta das Trevas com o convite de Aragorn para a celebração do seu aniversário, e Legolas estava mais do que feliz por poder ir. O aniversário de Aragorn era no dia primeiro de março, e Legolas decidiu chegar uma semana antes para poder passar um tempo extra com o humano antes das festividades começarem. Mas parecia que o destino não viu essa decisão com bons olhos. No dia anterior ao marcado para a sua partida, um pequeno grupo de homens chegou. E como a sorte desejou, eles foram enviados como representantes do Senhor Ceoran da cidade de Vaenyc, logo fora dos limites da Floresta das Trevas. Eles queriam uma audiência com o seu pai, e o Rei Thranduil insistiu que Legolas ficasse para estar também presente. Para ele, parecia que Thranduil gostava muito de lembrá-lo de que ele era um príncipe, e em conseqüência os seus deveres sempre deviam passar por cima dos seus desejos. Legolas detestava esse fato, e freqüentemente ficava frustrado com as pessoas do seu reino por serem um constante indicativo disso. No momento, ele estava cada vez mais frustrado com seu pai. Não houvera qualquer necessidade da sua presença durantes as reuniões com os homens de Vaenyc. Legolas havia expressado seus sentimentos sobre a questão para o Rei Elfo, e se despedira de seu pai com palavras duras. Seus olhos brilharam de raiva momentaneamente com a lembrança de sua partida da Floresta das Trevas.
O seu humor, porém, não podia ser abatido por muito tempo, e enquanto o céu flamejava com róseas, laranjas, vermelhos e ocre profundo, e o sol poente delineava as nuvens passantes com dourado, Legolas decidiu que já era hora de montar o acampamento para a noite. Ele manejou seu cavalo até uma área da planície que parecia ideal para armar o acampamento. Ele deslizou graciosamente do elegante animal e começou a descarregar o seu equipamento de sua garupa, cantando para si mesmo o tempo todo.
Adeus nós damos ao conforto e ao lar
Pode a chuva cair e o ventos soprar
Devemos partir quando a aurora surgir
Florestas e montanhas atravessar
Para Valfenda, onde vivem os Eldar
Em clareiras protegidas pela névoa…
A sua voz melodiosa soou pela clareira, e lentamente desapareceu ao final da canção. Quando tudo estava finalmente preparado para a noite, o fogo emitindo um brilho morno e confortante, Legolas caminhou até o seu cavalo. Acariciando gentilmente e carinhosamente a crina do animal, o elfo sussurrou suavemente, "Quel esta, Brethil, mellon nin. Lye caela anlema tul're, voronwer."
//Descanse bem, Brethil, meu amigo. Nós temos um longa jornada amanhã, ó fiel.//
Deixando a sua mão repousar no pescoço do cavalo por um breve momento, ele virou-se e caminhou de volta ao seu acampamento. Após fazer uma refeição leve e colocar um último galho seco no fogo para a noite, Legolas estava para se deitar no seu colchonete quando uma sensação de perigo se apoderou dele. Seu corpo tornou-se tenso e ele ficou incrivelmente imóvel, seus sentidos élficos totalmente alertas. Ele praguejou a si mesmo silenciosamente por ter deixado o seu arco e aljava com as sua adagas do outro lado da fogueira.
De repente, seus ouvidos aguçados perceberam o som da corda de um arco sendo solta, e ele rapidamente girou e esquivou-se para fora do caminho, a flecha não o acertando por pouco. A sorte, no entanto, não estava do seu lado, e uma segunda flecha foi atirada frações de segundo após a primeira. A mira desta foi certeira, e a flecha penetrou profundamente o ombro direito do elfo.
Legolas gritou, mais pela surpresa que pela dor, cambaleando para trás. Apesar de não ter sido longa, essa distração momentânea foi tudo que o seu agressor precisava. Legolas gritou novamente, desta vez por uma pancada forte na sua cabeça. Ele caiu ao chão com um barulho alto enquanto os seus sentidos o deixaram, e ele mergulhou na escuridão.
Ele observou a figura solitária atentamente enquanto ela cavalgava mais pra perto do seu território. Uma onda de esperança e empolgação passou pelo seu corpo, fazendo o seu coração bater mais rápido. Ele não esperava que o elfo pegasse esta rota mas a sorte parecia estar do seu lado neste dia. Por muitos séculos, ele havia planejado e esperado pelo momento e o lugar perfeito para por o seu plano em ação, mas as circunstâncias sempre o impediram de fazê-lo. Eles sempre ou viajavam aos pares quando se aventuravam fora das suas rotas normais ou a rota era muito longe do seu covil. Mas hoje tudo estava perfeito. Finalmente, o dia havia chegado para ele retomar o que era originalmente seu.
Os cantos de sua boca contorceram-se em um sorriso perverso e com o total silêncio de um elfo, ele cruzou o caminho por trás do viajante solitário e, movendo-se para mais perto do seu alvo, escondeu-se por trás de um grande carvalho. Uma flecha já retesada e apontada em seu arco. O elfo ficou tenso, pressentindo o perigo e ele sabia que esta seria a sua única chance mesmo percebendo que ele não tinha um alvo cl
aro. Ele deixou a flecha voar e enquanto a primeira seta deixou o seu arco, uma segunda já estava armada e pronta. O elfo conseguiu esquivar-se do projétil que se aproximava, mas, felizmente, os seus movimentos o trouxeram a uma visão mais limpa, fazendo dele um alvo fácil. A sua segunda flecha acertou o elfo no ombro, o impacto quase o remetendo ao chão. Enquanto o elfo cambaleou e tentou restabelecer o seu equilíbrio, ele foi até a sua vítima em um instante, batendo o punho de sua faca ao lado de sua cabeça. Um grito de triunfo partiu de seus lábios, enquanto ele assistia à queda do elfo ao chão.
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Capítulo 2 – Estranhos no Escuro
Legolas foi trazido de volta à consciência por uma dor aguda. Seus olhos abriram, ajustando-se lentamente à penumbra que o cercava. O lugar era escuro e úmido. Sons de água pingando podiam ser ouvidos a certa distância. Enquanto os seus sentidos voltavam ao seu devido foco, ele percebeu que estava preso a superfície rochosa de uma caverna, suas mãos agrilhoadas na parede logo acima de sua cabeça com os seus pés mal tocando o chão. A dormência dolorida nos seus dedos e braços indicava que ele estava naquela posição há algum tempo. Um pequeno fio de sangue escorria pela sua bochecha direita, vindo do corte profundo na sua têmpora, causado pelo baque que o havia deixado inconsciente.
Uma luz fraca emanava de uma tocha no canto distante da sua prisão, tremulando perigosamente perto de se extinguir pela brisa fria que entrava no lugar por um túnel escuro. Uma figura encapuzada ficou de pé à sua frente, olhos vermelhos brilhando como fogo por detrás da escuridão do seu manto. A figura mais uma vez mexeu na flecha que ainda estava incrustada no ombro do elfo, provocando uma onda de dor lancinante espalhar-se pelo seu ombro, fazendo sair um gemido do ser ferido. Um sorriso horrendo formou-se nos lábios da criatura.
"Ah… finalmente acordado”, disse a figura escura enquanto se movia para mais perto de Legolas. “Bem vindo ao meu humilde lar”, ele acrescentou. “Eu espero que você aprecie a sua estada”.
A voz causou um calafrio descer pela espinha de Legolas, enquanto o par de olhos vermelhos observava atentamente os seus próprios olhos azuis. O seu coração batia forte dentro do seu peito e ele engoliu seco tentando ignorar o medo que ameaçava tomar conta de si. “Quem é você?! E o que quer de mim?!” Legolas exigiu com força para tentar encobrir o pequeno tremor na sua voz enquanto lutava contra a corrente que o mantinha prisioneiro, sofrendo com a dor provocada pelo metal que cortava fundo a sua já machucada pele.
"Eu sou Delund”, a criatura respondeu vagarosamente, aproximando-se do elfo, o seu rosto quase tocando o de seu prisioneiro. "E eu quero o Vilya”.O odor horrendo do seu bafo provocou uma careta no elfo, e ele foi forçado a virar o seu rosto para longe de seu algoz.
"Então eu não tenho qualquer utilidade a você. Eu não sei onde o Vilya está”, Legolas respondeu, esperando que a criatura de alguma forma acreditasse nas suas mentiras.
A gargalhada de Delund ecoou pela grande caverna. “Não tente me enganar, Legolas Verdefolha, filho de Thranduil. Eu sei quem você é, pois tenho observado os acontecimentos em Valfenda por muito tempo. Seria melhor se aquele que tivesse adentrado o meu território fosse um dos filhos de Elrond, mas você será suficiente, pois já esperei por tempo demais”.
"Lorde Elrond não abrirá mão do Vilya por minha causa!" o príncipe esbravejou, soltando um grito quando a criatura o acertou no rosto com a costa de sua mão, batendo a sua cabeça na parede da caverna. Pontos brilhantes dançaram perante os seus olhos e ele precisou de toda sua força para não desmaiar. Ele fechou os olhos com força por causa da dor e engoliu a seco quando uma súbita náusea tomou conta de si.
"Elrond é um fraco! Ele não merece ser o portador do Vilya. Gil-Galad foi um tolo em passar o anel a ele! Eu deveria ser o portador e eu SEREI! E você, elfo”, Delund sorriu maliciosamente, "você será a minha chave”.
"Eu prefiro morrer a ver o anel cair nas suas mãos malignas!" Legolas gritou, em seguida urrando de dor quando Delund agarrou a flecha e a arrancou de seu ombro. Um sorriso sinistro apareceu em seu rosto enquanto ele lambeu o sangue vermelho da ponta da flecha. Um calafrio passou pelou corpo do príncipe, que torceu o rosto ao sentir o sangue morno fluindo do ferimento recém-aberto pela lateral do seu corpo e pela barriga. Delund olhou com desejo para o elfo sangrando e lambeu os lábios, mas teve que reprimir suas vontades, pois tinha coisas mais importantes para fazer. Ele moveu-se em direção da tocha, e curvou-se para pegar uma caixa de madeira que estava logo abaixo. Colocando-a por sobre uma mesa de pedra a alguns metros de distância, ele abriu a tampa, expondo uma longa faca.
"Minha companheira fiel”, Delund traçou a lâmina cuidadosamente com a ponta do seu dedo indicador. "A exterminadora de muitos fracos". Ele ergueu a lâmina para fora da caixa com cuidado e removeu um pequeno frasco que estava no canto interno do contêiner de madeira. Seus dedos trabalharam rápida mas cuidadosamente para abrir o frasco, sem nunca se encostarem ao líquido que ele continha, e espalhou este líquido na lâmina. "Anehpfos, um antigo veneno conhecido por poucos, e que causa grande dor às suas vítimas”.Delund trouxe a lâmina para perto de Legolas e virou a lâmina a centímetros do seu rosto, desfrutando o seu óbvio desespero. De repente, com um movimento do seu pulso, ele abaixou a lâmina, cortando através do peito de Legolas. O elfo engoliu um grito e apertou os olhos quando espasmos de dor tomaram conta de seu corpo. Uma sensação de queimação radiava do seu peito para o resto do corpo enquanto o veneno encontrava o seu caminho para a corrente sangüínea, não deixando qualquer resquício na horrível e profunda ferida. Ele ficou aliviado quando a dor não piorou e permaneceu em um nível ainda tolerável.
"Não fique não aliviado, elfo”, Delund chiou, "A dor aumentará a cada ataque até que você seja consumido por ela. A cada cinco dias, pelo resto da sua vida patética, você sofrerá e irá morrer uma morte horrenda ao final de cem dias… a não ser que você entregue o Vilya para mim”.Uma risada cruel saiu de sua garganta, a voz ecoando pelas paredes da caverna escura.
"Você não vai conseguir!" o jovem elfo gritou com raiva enquanto Delund se aproximou para libertar as correntes que o mantinha de pé contra a parede. Legolas caiu ao chão quando o suporte foi removido, suas pernas falhando em suportar o seu peso depois de tantas horas estando suspenso. Uma dor lancinante apoderou-se de seus braços e mãos quando o sangue voltou a correr pelos membros dormentes e ele gemeu suavemente. Sua reaç&atil
de;o involuntária arrancou um sorriso de satisfação de Delund.
A criatura agarrou a frente da túnica de Legolas e o ergueu com rudeza, atirando-o para dentro do longo túnel que levava à saída da caverna. O elfo tropeçou e caiu algumas vezes durante a jornada o que o fez receber inúmeros chutes brutais no seu peito, machucando suas costelas e agravando ainda mais os seus ferimentos. Levou apenas alguns minutos para que eles alcançassem a entrada da caverna, mas, para Legolas, pareceu uma eternidade. Delund empurrou o príncipe para fora do seu covil em direção da noite escura e impiedosa.
"Vá. E leve a mensagem a Elrond”, ele disse com frieza antes de virar-se e voltar para as sombras.
Continua…
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Capítulo 3 – Talvez Seja Melhor Assim
Uma lufada de vento gelado varreu a floresta e um tremor percorreu a figura magra do elfo. Ele sentiu como se o vento o tivesse atravessado. Entre os seus ferimentos e o veneno que estava provocando um caos dentro de seu corpo, ele guardava desesperadamente a esperança de conseguir terminar o caminho até Valfenda antes que o seu corpo falhasse. Envolvendo os braços de forma apertada ao redor de seu peito, ele cambaleou adiante, e tão concentrado estava em conseguir colocar um pé em frente ao outro, que ele sequer percebeu que os ferimentos do seu ombro e peito ainda sangravam abundantemente. O veneno interferira com a habilidade natural de cura do elfo.
Horas passaram-se desde que ele iniciara a jornada. O elfo, normalmente confiante, começou a tropeçar com mais frequência e estava no brinque de um colapso. A sua determinação se esvaindo a cada passo enquanto o seu corpo gritava para que ele parasse. A dor de cabeça crescente e a visão que se turvava tornavam ainda mais difícil que ele se concentrasse na sua corrente missão. Valfenda estava a cerca de uma hora, mas, no seu estado enfraquecido, esta distância parecia uma eternidade. Tão perto, e ao mesmo tempo tão longe. Ele ponderou se não seria melhor simplesmente deitar e permitir que o destino tomasse o seu rumo ao invés de ter que sofrer o que Delund havia prometido. Lorde Elrond não podia saber dessa ameaça. O que significava que não havia mais ninguém a quem ele podia pedir ajuda. Andando por sobre uma grama mais alta, Legolas arrastou o seu corpo exausto na direção de uma grande árvore e deixou-se ir ao chão. Encostando-se na árvore, ele fechou os olhos em pura exaustão e suspirou com tristeza. Talvez fosse melhor assim.
A cabeça de Elrohir levantou-se rapidamente ao ouvir o som e ele ficou de pé, seus olhos élficos estudando a área à sua direita. “Estel, acorde.” Ele chamou Aragorn suavemente.
"Hmm?" Aragorn se moveu, piscando os olhos para tentar se livrar do sono e buscando determinar se ele estava sonhando ou se alguém estava realmente tentando despertá-lo. Ele se ergueu, apoiando-se em um cotovelo quando Elrohir sacudiu-lhe levemente
o ombro com o pé, seus olhos nunca deixando a área de onde o som havia vindo.
Mais cedo naquele dia, Aragorn e Elrohir tinham decidido caçar um pouco para repor o estoque de comida antes da chegada de Legolas a Valfenda para a celebração do aniversário do guardião. O gêmeo mais velho se voluntariou para ficar para trás e organizar as preparações para o dito evento. O tempo estava fresco e agradável, um dia perfeito para uma caçada, apesar de eles saberem que havia o risco de a temperatura cair ao anoitecer. Elladan convencera o seu irmão humano a empacotar um manto extra no caso do tempo dar uma virada para o pior, e depois de muita persuasão, que no final pareciam mais ameaças, Aragorn finalmente concordou relutantemente. Ele odiava quando seus irmãos davam uma de super-protetores.
A cavalgada até a floresta foi bastante animada, a discussão anterior rapidamente esquecida. Os dois irmãos implicavam um com o outro incansavelmente, enquanto dirigiam-se mais para dentro da floresta, mas, desde então, Elrohir já tinha começado a agir de forma estranha, afirmando que estava ouvindo coisas que não existiam.
“Você ouviu isso?” Elrohir perguntou, a sua voz afastando Aragorn do confortável mundo de sonhos em que ele estava.
Ainda grogue do sono, o guardião olhou o seu irmão com curiosidade. “Ouviu o que?” ele perguntou por entre bocejos. Essa era a quinta vez que o gêmeo afirmava ter ouvido alguma coisa aquela noite e ele começou a pensar no que poderia ter feito o seu irmão ficar tão sobressaltado. No começo, Aragorn ficou um pouco desconcertado, quando Elrohir insistiu que tinha ouvido alguma coisa. Porém, depois do terceiro alarme falso, ele pensou que o elfo tinha finalmente ficado louco. O som de um graveto quebrando trouxe Aragorn aos seus pés em um instante, a sua mão esquerda agarrando o seu arco com força, e a mão direita instintivamente buscando uma flecha das suas costas e encontrando nada se não ar. Aragorn praguejou baixinho e, apesar da seriedade da situação, Elrohir sorriu em face da reação nervosa do irmão. Aragorn então levou sua mão para a lateral do seu saco de dormir, erguendo a aljava, e a prendendo seguramente às suas costas. Ele inclinou a cabeça na direção do som e ouviu atentamente por alguns intantes mas o som não se repetiu. Elrohir estava feliz que o seu irmão tinha ouvido dessa vez pois ele estava começando a achar que a sua própria imaginação tinha tomado conta dele. Ou então ele estava ficando paranóico. Passar muito tempo com um guardião que tinha afinidade para encontrar problema consegue deixar um nervoso.
Acenando a cabeça em direção a sua direita. Elrohir mocionou silenciosamente para Aragorn segui-lo. A noite estava escura e Aragorn mal podia enxergar 1 metro à sua frente. Ele tremeu e imaginou quem ou o que iria se aventurar na floresta nesse frio. Orcs não seriam vistos tão próximos a Valfenda e todas as outras criaturas sãs estariam se escondendo nos seus respectivos abrigos. Puxando o seu manto por sobre os ombros e o amarrando um pouco mais apertado ao seu redor, ele considerou usar o segundo manto mas teve que abandonar esse pensamento quando viu Elrohir se afastando do acampamento para dentro das sombras. Tendo que depender somente da visão aguçada do seu irmão élfico para guiar o caminho, o guardião seguiu os seus passos de perto, pronto para atirar em qualquer coisa que representasse ameaça a eles.
Elrohir parou abruptamente causando Aragorn a bater de cabeça nele, quase derrubando o elfo ao chão. Após se equilibrarem novamente, o gêmeo apontou para uma figura no chão, com abandono encostada contra o tronco da árvore, sua cabeça caída para o lado, como se morta. Aragorn apertou os olhos, esperando ter uma visão melhor da criatura desafortunada, mas os seus olhos humanos não eram feitos para ver no escuro.
Elrohir quase se engasgou quando os seus olhos reconheceram a identidade da figura. "Oh V
alar! É o Legolas!" Todos eles sabiam que Legolas deveria chegar a Valfenda por estes dias e até pensaram que poderiam encontrá-lo durante a sua pequena caçada. Nunca eles esperaram encontrar o príncipe nestas circunstâncias.
Continua…