Cap 13: A Passagem Secreta do Abismo de Helm – Enquanto Saruman se preparava ao Sul, os Goblins atacavam o norte e
cada vez mais se fortaleciam. As fronteiras ao norte já haviam sido
completamente tomadas, inclusive Isengard, Eriador e Valfenda. Eles
tinham dominado tudo desde a região de Carn dûn, até a região das Ered
Nimrais.
Sob o comando de Éomer, eles seguiram em caravana para o abismo de Helm, beirando as montanhas brancas e passando pela foz do Isen. Ali seria o Local mais arriscado, porém nada foi encontrado. Depois de alguns dias de caminhada chegaram aos portões do Abismo de Helm ao cair da noite.
– Abram os portões! -disse Éomer.
– Meu senhor Éomer! Finalmente chegou! Esses pequenos estão aflitos, querem noticias de seus parentes – Disse um dos soldados.
– Estão todos aqui estes são todos os pequenos que pude encontrar e os trouxe como prometido.
– Mas, não há muito o que se comemorar pequeninos, todo o norte foi tomado pelos Goblins e parece que até Isengard. Não vai demorar muito para o braço dos goblins se estenderem até aqui. Temos que se preparar para qualquer tipo de ataque. Vamos! Não podemos jogar tempo fora, preciso conversar com o comandante dos soldados do Folde, no Forte –disse Éomer, jogando um balde de água fria na alegria dos hobbits com a sinceridade que lhe é pertinente.
– Mas essas muralhas são praticamente indestrutíveis. Não há como os goblins usarem artefatos poderosos como o que Saruman outrora usou para destruí-la. – falou Pippin.
– Não posso temê-los, eu matei orcs, e homens de harad além de ajudar a senhora Éowin a acabar com a vida do Rei-bruxo de Angmar, não vou tremer por criaturas que são inferiores aquelas que já venci. – falou merry com altivez.
-Não é tão simples assim Merry, e você sabe disso. Parece que eles estão em milhares e numa batalha mais cedo ou mais tarde nós podemos sim perece.
Sam parou de súbito e por um momento ficou olhando para o vazio perdido em seus pensamentos, e logo em seguida falou:
– É nessas horas que me lembro do Gandalf e do senhor Frodo.
– Infelizmente, bravo Sam, Frodo e Gandalf não estão mais aqui, partiram para as Terras Imortais, para descansarem do fardo que carregaram. Principalmente o Frodo, e você sabe mais de que todos sobre isso. Eles não voltarão, não podemos confiar mais em ninguém a não ser em nós mesmos, no senhor Faramir e no rei Elessar. – disse Éomer.
Após todos entrarem, Éomer, Sam, Merry e Pippin se dirigiram para o pequeno palácio subindo os círculos do abismo de Helm até a entrada do palácio. Ao entrarem, viram apenas uma grande sala com uma grande mesa ao centro e algumas pilastes, uma arquitetura comum para os povos da terra média. Mas algo chamou a tenção dos pequenos, na outra ponta do palácio oposta à entrada viram um homem alto com roupas e chapéu azuis. Era um chapéu pontiagudo muito semelhante ao usado por Gandalf quando este ainda era chamado de Gandalf o Cinzento. Em sua mão direita empunhava um cajado de madeira, ele então se virou e falou:
– Sejam bem vindos!. De frente via-se que tinha uma idade avançada Barbas e Cabelos longos e grisalhos.
Os pequenos se animaram, um momento de emoção e felicidade tomou conta do coração deles e de súbito correram em direção ao homem.
-Gandalf, Gandaf!! Você voltou!
Então pararam antes de tocá-lo.
– Não sou o Gandalf, disse o velho Sorrindo, mas eu o conheci.
– Então quem é você? Nunca o vimos antes nem na grande guerra do anel – Indagou Sam.
– Realmente não pude aparecer tanto quanto o Gandaf na guerra do anel, nessa época estava no sul tentando diminuir a quantidade de orientais que aderiam à causa do senhor do escuro, tive muito trabalho e Saurom me neutralizou, mas felizmente após sua derrota, eu voltei para cá juntamente com meus outros dois companheiros.
– Qual o seu nome? Você também é um mago como Gandaf? – Perguntou Pippin.
– Sou Pallando O Azul, e também sou um mago como vocês falam.
– Senhor Pallando, esses são Merry, Pippin e Sam, foram de Grande valia para a destruição do um anel.
– É muito bom conhecê-los, pequenos Hobbits -Falou Pallando fazendo uma reverência, em seguida virou-se para Éomer e perguntou:
– Quais as noticias que trazes nessa hora tão sombria, nobre Éomer?
– As piores, senhor, o norte está completamente dominado e Isengard parece que está sob o comando dos Goblins, para chegarem aqui não vai ser muito tempo. As ordens do senhor Faramir são expressas, o abismo de Helm não pode ser perdido, mas temo por isso, os goblins estão em milhares e nós aqui somos pouquíssimos para enfrentá-los, caso venham até aqui.
– Não só Faramir, mas o rei Elessar também tem esse desejo. Preciso que busque reforços, Éomer. Junte o máximo de Rohirrins que puder em Edoras e no Folde Oriental, e os traga com rapidez.
-Quanto a vocês pequenos, vão com Éomer e juntem as mulheres e crianças, tragam todas para cá, há uma passagem secreta feita pelos anões a pedido do rei elessar por baixo das montanhas brancas até um local seguro onde a saída é mais próxima de Edoras, é por esse caminho que vocês as guiarão até Edoras e os protegerão de qualquer ataque. Tenho certeza que não haverá nenhum ataque, mas por via das duvidas enviarei alguns soldados por cautela. Parou, pegou algo em um de seus bolsos e entregou a Sam,
– Esse é um mapa do túnel, sigam ele e chegarão em Edoras em dois dias. Levem comida e água.
Éomer e os hobbits fizeram uma reverencia e partiram. Pallando os seguiu e organizou os soldados em posicionamento nas muralhas.
– Vamos se posicionem! Talvez os Goblins ainda nos ataquem hoje, peguem seus arcos e espadas e se preparem.
– São eles! Os Goblins!!! -Gritou um dos soldados, quando viu tochas se aproximarem e montadas em cavalos
Pallando virou-se assustado e dirigiu-se as muralhas forçando a vista.
– Ataquem! ataquem! – Gritou o soldado.
– Esperem! Soldados, não são goblins, eles não montam a cavalo, são… elfos!. São elfos! Abram os portões.
Rapidamente os portões foram abertos e os elfos adentraram todos montados em belos cavalos, a expressão deles era de terror e medo.
Pallando se aproximou do que vinha mais à frente e falou:
– O que está havendo por que todo esse terror em suas faces?
– Eles nos perseguiram montados em lobos senhor, muitos de nós foram mortos e os que estão aqui fora os que escaparam.
-Quem é você? -disse Pallando.
– Sou Elor de Valfenda. Somos os poucos elfos que não partiram para as terras imortais. Os Goblins conseguiram achar Valfenda e nos atacaram, fugimos desesperados a cavalos, era milhares senhor, milhares. Além disso, eles estão se preparando para mais um ataque. Vimos um mar de goblins montando barracas e fazendo fogueiras próximos daqui eram pelo menos uns oito mil senhor!
Elor era um elfo alto de cabelos e olhos acinzentados, não parecia ser tão jovem, mas também tão velho, de longe, lembrava Elrond, porém sem a coragem atribuída a ele.
-Oito mil!, pensou Pallando, nesse momento a sua expressão mudou e a preocupação atingiu o seu rosto, porém ele não podia demonstrar, pois assim sendo a esperança dos soldados também diminuiria e a derrota seria mais fácil.
-O que houve senhor? Perguntou o elfo
-Nada de mais, acalme-se Elor, aqui são amigos e bem vindos. Eu sou Pallando. Tragam suas mulheres e crianças e as faça guiar aquele grupo que adentram ao Forte. Temos uma passagem secreta que os guiará até Edoras, é prudente que os homens fiquem para defender o abismo de helm dessas criaturas, esse é o desejo do Rei Elessar. Ele enviará reforços que chegarão para nos auxiliar, e enquanto não chegarem devemos resistir. Perder o abismo de helm pode ser fatal para os povos livres.
– Ficaremos Pallando, e lutaremos aqui -respondeu o elfo- enquanto isso levarei as mulheres até o palácio.
Assim que Elor e os elfos se retiraram Sam se aproximou do Mago e falou:
– Desculpe-me senhor Pallando, mas não pude deixar de ouvir os elfos falarem que os Goblins estão é oito mil e também percebi que ficou preocupado.
– È exatamente isso que você ouviu Sam, nosso contingente aqui no abismo de helm é de três mil soldados, entre Hobbits, Elfos e Homens, não resistiremos muito tempo, temos que torcer para que Éomer chegue a tempo de nos auxiliar.
– Três mil soldados e o Mago Azul, será que isso não conta?
Pallando sorriu fez um afago na Cabeça de Sam e falou
– Vejo que sua esperança e confiança são admiráveis pequenino e gordo hobbit, queria que essa esperança e confiança estivessem presente nos corações dos que aqui ficarem.
– Muita coisa eu passei senhor Pallando, durante aquela maldita guerra do anel, e se tem uma coisa que aprendi é ser confiante e ter esperança até no ultimo suspiro de sua vida.
Do alto ouviu-se um grito:
-Vamos Sam!, Já está tudo pronto, devemos partir!
-Seu amigo Merry está o chamando, vá, mostre mais uma vez o seu valor e guie essas pobres pessoas para Edoras.
– Sim senhor Pallando, estou esperando o senhor lá.
Sam partiu movimentando sua mão agitadamente se despedindo do mago. Pallando apenas observava todos entrarem no palácio e quando o ultimo entrou ele levantou-se e se dirigiu ao estaleiro, pegou um cavalo e desceu rapidamente:
– Abram os portões! Ordenou Pallando
-Não faça isso senhor Pallando, não nos abandone! Precisamos de você.
Pallando puxou as rédeas do cavalo e parou de súbito, em seguida olhou para o soldados e falou:
– Como pode duvidar da minha lealdade? Todo esse tempo eu estive com vocês os apoiando no que foi preciso e ainda assim duvidam de mim?. Soldados sem fé como você não são dignos de defender a nobre bandeira do reino Re-Unido de Gondor! se não tem coragem e fé fuja como um rato!
Agitou as rédeas do cavalo e partiu, nas muralhas os soldados se agitaram e se indagavam sobre ter ou não fé e sobre a lealdade deles para com o Rei Elessar.
Pallando cavalgou durante algumas horas até próximo a foz do Isen e de lá observava Isengard, percebia que luzes se moviam na noite saindo dos círculos da torre e se estendiam até próximo a ponto que corta o isen, único caminho confiável de se atravessar para atingir o território de Roham, próximo à ponte muitas barracas improvisadas, tochas e fogueiras e uma agitada movimentação, podia se ver as legiões se formando e se posicionando próximo à ponte.
-Preciso ganhar tempo – falava Pallando consigo mesmo. Nesse momento o mago ergueu suas mão em direção a ponte e começou a falar:
– Oh ventos que rondam essas terras! Eu os conjuro, ventos frios e quentes, do norte e do sul, do leste e do oeste, se unam e desabem sobre meus inimigos como uma poderosa neblina ofuscante e de visão intransponível! Façam com que essas criaturas percam a noção de espaço e localização por algumas horas! Prendam-nas em seu circulo de névoa! Pelo poder concedido a mim pelos valar e por Manwë vosso senhor, eu as comando! Surjam agora!.
Nesse instante, a neblina começou a surgir no acampamento dos Goblins e aos poucos foi se fortalecendo cada vez mais a ponto de sequer o próprio Pallando enxergar através delas. Todas as fogueiras e tochas se apagaram e logo em seguida Pallando cavalgou de volta para o Abismo.
No acampamento:
– Mas o que é isso -falava Gorkil o rei dos Goblins- Como essa maldita neblina surgiu do nada? Não consigo enxergar um palmo a minha frente, parece obra de feitiçaria.
-Soldados!, Soldados!.
– Não conseguimos enxergar nada senhor, não podemos andar as armas estão no chão podem nos ferir.
– Fiquem onde estão!, Assim que essa neblina passar atacaremos o Abismo de Helm.