Amanhecer”) é uma dilogia de Olga Chigirinskaya, publica sob o
pseudônimo de Beren Belgarion. É composta por dois livros: “Sombras do
Crepúsculo” e “Guerreiro da Esperança”.
“Além do Amanhecer” conta a história de Beren e Lúthien no estilo bastante realista. E isso é certo, sob um ponto de vista. Afinal, Beren devia estar fraco, sujo e fedido ao chegar em Doriath. E se Lúthien toma a fortaleza de Sauron, ela o faz com o auxílio de um bom exército – caso contrário, uma flecha pode ter bem mais poder do que todos os feitiços dela. Se é necessário reunir um exército, o número de cavalos disponíveis, impostos, comida, roupas de inverno não são menos importantes do que os ideais.
Mostra-se um pedacinho das Guerras de Beleriand tais como elas poderiam ter sido. Pode-se compraram a Balada de Leithian com o canto de um elfo-menestrel, enquanto “Além do Amanhecer” lembra mais o relato de um velho homem, veterano da guerra.
O livro também mantém um diálogo com o Livro Negro de Arda, com uma imagem própria dos “Escuros” e das ideologias deles.
Por outro lado, Balada de Leithian é uma lenda, uma saga. E o tratamento dispensado à Balada deveria ser o mesmo que à história dos Nibelungos ou a Saga de Sigurd. Nem todos conseguem imaginar o Beren falando algo, digamos, assim: “Você se caga uma vez, e vão chamar de cagão pro resto da vida”. Na vida real, Siegfried/Sigurd falaria coisas piores, mas…
Entre os pontos positivos do livro, não posso deixar de enumerar… Aprofundamento da psicologia e filosofia dos quendi. As diferenças psicológicas entre os mortais e os imortais. Osanwë. Os versos usados no livro. Ilustrações maravilhosas de Tuulink.