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The History of Middle-earth X – Morgoth’s Ring

Para quem já mergulhou fundo nos temas da mitologia tolkieniana mas sente falta de ouvir a voz do autor sobre os grandes personagens e acontecimentos de seu universo ficcional, “Morgoths Ring” (O Anel de Morgoth) é o livro indicado. O décimo livro da série é talvez o mais rico em saborosos ensaios, nos quais o autor amarra a história de Arda numa só visão criativa e analítica.
“Morgoths Ring” documenta uma (rara) fase de criatividade sem travas de Tolkien, logo depois que “O Senhor dos Anéis” foi finalmente completado e o velho Professor se sentiu livre para voltar às lendas dos Dias Antigos da Terra-média, abandonadas desde 1937 (doze anos antes, portanto).

Os textos começam seguindo uma ordem mais ou menos linear, a partir do Ainulindalë, o mito da criação de Arda, e seguindo pela história dos povos élficos até a fatídica rebelião de Fëanor. É nesse momento que “O Silmarillion” que nós conhecemos chega à sua forma quase definitiva (embora volta e meia Christopher Tolkien mostre onde ele precisou mexer para que o texto mantivesse sua coerência interna).

Dá para ver, por exemplo, que o texto final precisou misturar os Anais de Aman (um relato cronológico da história de Valinor) com o Quenta Silmarillion propriamente dito. É possível depreender o tempo que se passou entre o despertar dos Elfos e a chegada dos Noldor à Terra-média (uma bagatela de uns 4.200 anos), além de conferir algumas guloseimas que ficaram de fora do livro, como o Juramento de Fëanor em verso (acreditem, é um show) ou a bela descrição dos povos élficos:

“Os Vanyar são os Elfos Abençoados, e os Elfos da Lança, os Elfos do Ar, os amigos dos Deuses, os Elfos Sagrados e Imortais, e os Filhos de Ingwë; eles são o Belo Povo e o Alvo.

Os Noldor são os Sábios, e os Dourados, os Valentes, os Elfos da Espada, os Elfos da Terra, os Inimigos de Melkor, os de Mão Hábil, os Artífices de Jóias, os Companheiros dos Homens, os Seguidores de Finwë.”

Mas a coisa esquenta mesmo nas partes não-narrativas. Tolkien mergulha nos motivos das tragédias que determinaram a história de Arda e na cultura élfica. Exemplos disso são “Leis e Costumes entre os Eldar” (que pode ser lido aqui na Valinor), relatando a vida élfica do nascimento ao casamento; e “A História de Finwë e Míriel”.

Como cereja do bolo, temos o Athrabeth Finrod ah Andreth (o Diálogo de Finwë e Míriel, também disponível aqui na Valinor). Numa bela e apaixonada discussão filosófica, o rei élfico Finrod e a sábia humana Andreth, o destino final de Elfos e Homens em Arda é esmiuçado, revelando uma surpreendente ligação com a fé de Tolkien.

E não é só isso, como diriam as Organizações Tabajara: na seção Myths Transformed (Mitos Transformados), Tolkien revê os pressupostos básicos de sua mitologia (como a origem dos orcs e a Terra plana antes da Queda de Númenor) e chega a dizer que – pasmem – eles podem estar errados. Ainda bem que ele resistiu a mais essa revisão de seus textos…

 

Índice do Livro

 

Parte Um

Ainulindale

 

Parte Dois

Os Anais de Aman
Sexta Sessão
Parte Três
O Silmarillion tardio
A Primeira Fase
1 Dos Valar
2 De Valinor e das Duas Árvores
3 Do Despertar dos Elfos
4 De Thingol e Melian
5 De Eldanor e os Príncipes dos Eldalië
6 Das Silmarils e o Escurecer de Valinor
7 Da Fuga dos Noldor
8 Do Sol e Lua e o Ocultar de Valinor
Segunda Fase
O Valaquenta
A Mais Antiga Versão da História de Finwë e Míriel
De Fëanor e o Desacorrentar de Melkor
Das Silmarils e o Revolta dos Noldor
Do Escurecimento de Valinor
Do Abuso das Silmarils
Da Disputa de Ladrões
Parte Quatro
Parte Cinco