A Guerra do Anel & Suas Datas – Parte 3

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Escrito por Fábio Bettega

Apresentação:

Uma das lutas mais marcantes em O Senhor dos Anéis é sem dúvida na Ponte de Khazad-dûm, num lado o poderoso mago servidor da chama de Anor, Gandalf, o Cinzento e do outro o dêmonio do mundo antigo, um ser corrompido pelo primeiro senhor do escuro Morgoth, Balrog.

A luta que se inicia na Ponte, no dia 15 de Janeiro, extende-se até o dia 25, onde o Balrog é derrotado no pico de Zirak-Zigil e Gandalf morre.

Se você está perdido, acompanhe toda esta aventura desde como ela se iniciou através dos links: O Conselho de Elrond, A Partida da Comitiva e De Azevim à Caras galadhon. Bom divertimento!

 

 

Parte III – Gandalf vs Balrog

Descendo aos tropeços as tortuoas escadas de Moria e escutando os sons das batidas dos tambores dum, dum a Comitiva fugia dos Orcs e de uma força maior ainda. Podiam ver no alto o cajado de Gandalf brilhando, parado, como se ele estivesse bloquando a passagem desta força maior.

De repente um clarão de luz branca iluminou os paredões de Moria, ao som de um estrondo e um baque surdo. E de lá vinha Gandalf correndo. Tão rápido que estava, caiu no lugar onde a Sociedade esperava. Gandalf fez o que pôde, mas o inimigo estava a sua altura, então tiveram de correr.

Dum-bum, dum dum, dum-bum

E cada vez mais batidas soavam na direção deles. Gandalf e Gimli iam na frente, seguidos pela Comitiva, um atrás do outro, nas longas fileiras de escadas que de tantos em tantos degraus chegavam a um nível inferior.
O mago só podia confiar na sua sorte e no seu cajado, que servia de auxilio como que para um cego, na escuridão completa da montanha.

Depois de uma milha percorrdia em uma hora, eles pararam. Gandalf encontrava-se exausto e decidiu descansar, mesmo que todos orcs do mundo estivessem no encalço deles. Gimli pegou pelo braço de Gandalf e ajudou a sentar na escadaria.

Perguntou se o mago havia encontrado aquele que bate os tambores, mas Gandalf não soube responder. Disse que estava em tensão, lançou um encantamento para impedir a passagem das forças inimigas, mas não foram o suficientes.

Alegrou-se por ter escutado a voz de Frodo, pensou que Aragorn estivesse carregando um hobbit morto. Mas Frodo disse estar inteiro, pelo menos era o que pensava – graças ao colete de mithril.

Prosseguiram na fuga. Passaram pelos grandes corredores e finalmente atingiram o Primeiro Salão de Moria. A Ponte de Khazad-dûm estava próxima. Gandalf coordenava a Sociedade, ao momento em que falava mais fortes os sons de dum, dum eram e se aproximavam.

Flechas cortavam o ar e caíam perto do grupo. Finalmente avistaram a Ponte num abismo escuro onde o chão desaparecia numa profundidade desconhecida. Gimli foi o primeiro a atravessar a ponte, seguido de Pippin e Merry.

Legolas tentou atirar algumas de suas flechas, mas a distância era grande para seu arco pequeno. E então gritou de medo, pois Orcs vinham com dois Trolls das cavernas e logo atrás a grande sombra de fogo.

Todos membros da Comitiva haviam atravessado a Ponte, mas um ainda permanecia no meio da Ponte. Gritou:

"Você não pode passar! Sou um servidor do Fogo Secreto, que controla a chama de Anor. Você não pode passar. O fogo negro não vai lhe ajudar em nada, chama de Udûn. Volte para a sombra! Não pode passar."

Era Gandalf, o mago Cinzento que gritava. Mas o Balrog, a sombra de fogo, não fez sinal de resposta. Sainda da escuridão, surgiu uma espada vermelha em chamas. E do outro lado a espada Glamdrig brilhou branca e fria em resposta.

Gritando mais uma vez e reunindo as forças que lhe restavam, Gandalf golpeou a ponte. O Balrog avançou no exato momento e a ponte se rachou. O mostro caiu no abismo, mas ainda chicoteou os ares, agarrando pelas pernas o mago. Gandalf perdeu o equilíbrio e caiu junto, suas últimas palavras foram Fujam, seus tolos! e assim desapareceu no abismo.

A Sociedade seguiu os últimos conselhos de Gandalf e partiu saindo da montanha, rumo a Lothlórien.

Gandalf e o Balrog cairam através das fundações de Durin, pelo abismo, até chegarem no final, nas remotas fundações de pedra. E lá lutaram durante algum tempo. O demônio de fogo virara um ser de lodo mais forte que uma serpente estranguladora.

O mago sempre atacava e derrubava o Balrog, mas este o agarrava novamente. Assim, depois de muita luta, o ser fugiu na direção dos caminhos secretos de Khazad-dûm. E como última esperança, Gandalf se agarrou aos calcanhares do ser. Até que chegaram nas Escadas Intermináveis.

Ali, o Balrog subiu até o topo, na Torre de Durin, em Zirakzigil, o pináculo do Pico de Prata. Era o dia 23 de Janeiro de 3019 da Terceira Era. Lá os dois brigaram por dois dias. O Sol brilhava violentamente no topo, já que ficava acima das nuvens.

Nos últimos momentos da luta o Balrog explodiu em chamas novamente. A neve derretia muito rápido e quem estivesse abaixo veria chuva e logo acima fogo. É claro que não haveria ninguém ali para relatar o acontecimento em canções ou até mesmo nos registros, mas era uma briga fenomenal.

E no golpe final, Gandalf jogou o Balrog para baixo, onde caiu e quebrou a encosta da montanha. Ali, o ser corrompido de Morgoth, morreu.

E assim, neste dia 25 de Janeiro Gandalf morria, caindo de extremo cansaço no topo de Zirakzigil. A escuridão dominou-o e ele vagou durante as eras passadas.

Continua…

História Por Trás dos Livros:

Asas. Toda vez um fã de Tolkien ouve ou lê essa palavra no meio de uma discussão sobre Tolkien, na maioria, deve surgir em sua mente a famosa questão se Balrogs, demônios de fogo, tem ou não asas. Essa discussão já virou, se nos permitem dizer, um mito, uma lenda no meio tolkieniano.

Muito bate boca, milhares de página discutindo uma questão que possivelmente não tem fim, que ficou "pelas metades" quando escrito no livro pelo Professor.

A queda de Gandalf em Moria e sua luta com o Balrog geram muitas discussões e teorias. No caso dessa questão em específico, podemos associá-la ao episódio de Gandalf, por ser esse um dos momentos em que Tolkien mais nos dá descrições sobre os Balrogs. Mesmo assim não são informações suficientes, principalmente quando mencionamos asas.

A questão de asas de Balrog pode ser no final das contas um enigma, pois há dois pontos controversos:

1º: "Seu inimigo parou novamente
, encarando-o, e a sombra ao redor dele estendeu-se como duas grandes asas" (A Sociedade do Anel – A Ponte de Khazad-dûm).

2º: "…ele adiantou-se em grande altura, e suas asas estenderam-se de parede a parede…" (Idem).

No 1º ponto, Tolkien sugere que a sombra abre-se como se fossem duas grandes asas. Mas no 2º ponto sugere que as asas ali são físicas.

Bom, na Internet, já foram lançados muitos textos, e temos alguns aqui na Valinor. Confiram:

1 – A Questão das Asas de Balrogs, sob o Ponto de Vista da Obra Literária do Autor;
2 – …E Será Que Balrogs Possuem Asas?;
3 – Asas de Balrog ;
4 – Balrogs Têm Asas? Balrogs Voam?

Outro ponto, não tão controverso, mas mesmo assim interessante, é o fato da morte do corpo de Gandalf, e seu posterior retorno, em um corpo aperfeiçoado. Gandalf, antes de morrer, era o Cinza, o segundo de sua ordem, e possuidor de um hröa. Após sua morte, ele retorna em um fána, e é nomeado pelos Valar líder da Ordem dos Istari. Ele torna-se então Gandalf, o Branco, em sucessão ao traidor Saruman.

Fontes:

Imagens:
Aumania
Ted Nasmith

Textos:
Valinor

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