Like a Bird – Parte 09

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Escrito por Fábio Bettega

Miyoru acabara de abrir os olhos, e por um momento, talvez não mais que isso, ela acreditou piamente que ainda estivesse sonhando…

 

Aquele lugar era tão lindo e parecia tão fantasticamente inacreditável que mesmo os seus sonhos pareciam mentiras. Mentiras, porque sonho nenhum conseguia acompanhar uma realidade tão espetacular aos olhos. Mesmo as fantásticas mansões de Tóquio e o palácio do imperador pareciam não mais que celeiros de palha perto daquela enorme cidade.

-Vê, Miyoru, essa é Minas Tirith.

Ela abriu a boca para responder, mas não saiu som algum. E sua mente estava completamente voltada pra a cidade que observava, toda em pedra branca, como se tivesse sido esculpida e montada a partir da neve na montanha em que a cidade estava construída. Talvez uma cidade construída de sonhos…"Não", pensou ela, rapidamente "Não é etérea como as casas élficas que vi, e tão pouco tem um jeito imponente e austero, como o palácio dourado. Definitivamente é real, e tem uma presença tão sólida que posso senti-la daqui. Parece que a cidade toda é um palácio de deuses!" Miyoru então rapidamente desviou seu olhar para Aragorn, para depois se voltar para a cidade novamente "Com certeza, é digna de Aragorn-sama como seu rei. É tão bela e tão…" Ela não teve palavras, mas olhou a cidade desde o Portão da Cidade, ao leste, até a torre branca que se erguia majestosa, coroando o último andar circular da cidade. Olhava para cada um dos sete níveis como se olhava para um sonho dentro de um sonho, e com o mesmo respeito que e
la teria dedicado ao imperador de seu país, pois a cidade parecia, mesmo de longe, mais do que merecedora de respeito e admiração. Um trabalho fantástico, qual ela nunca teria imaginado até que a visse. Mesmo descrevê-la em seu total parecia impossível, pois seria o mesmo que tentar descrever um deus.

-Miyoru?- perguntou Legolas – Você ouviu o que eu disse?

A garota sacudiu a cabeça e perguntou, atônita.- Nani?

Legolas riu, e repetiu – Disse que, se gosta de Minas Tirith, vai achar ainda mais linda Ithilien, que foi construída por elfos, anões e homens.

-Ah!!- ela disse, em júbilo – Mas nada pode ser mais lindo do que esse lugar. Nem as cidades que passamos tinham tal magnitude e majestade só de se olhar. Você é mesmo rei disso tudo, Aragorn-sama?

-Não só eu, Miyoru, mas também Arwen. E sim, sou rei dos reinos de Gondor e Arnor.

-Você parece um rei.- ela ponderou – Mesmo quando está todo sujo de lama e molhado pela chuva!

Ele lhe sorriu apenas, sem saber se a menina lhe dirigia uma crítica ou um elogio. Mas, obviamente, aquela serenidade não poderia perdurar por muito tempo…

-Em compensação você, menina, não pareceria uma dama nem se fosse coberta de ouro!

Mas o mais surpreendente! Miyoru não lhe tacou alguma coisa, ou utilizara sua língua afiada. Apenas, respondeu, indiferente:

-Eu não sou uma dama; seria difícil tentar parecer-me com uma…

Um silêncio um tanto mórbido se apossou do lugar, até Gimli dizer:

-Tampouco é uma guerreira exemplar.

-O quê?- Miyoru deu uma guinada no cavalo para poder ficar perto o bastante de Gimli, e tentou inutilmente alcançá-lo, embora Aragorn esquivasse seu cavalo e risse dos pedidos rebeldes de Gimli para que lhe deixasse ensinar boas maneiras à menina.

-Ora, parem vocês, pois agora vamos entrar na cidade, e o que pensarão os cidadãos se virem dois que deveriam ser aliados se engalfinhando?- repreendeu-os Gandalf, tentando conter o tom de riso de sua voz.

Com a reprimenda de Gandalf, ambos se silenciaram, envergonhados, e se resignaram à suas próprias montarias.

A acolhida na cidade foi em grande estilo, como se a guerra que se aproximava estivesse ganha antes mesmo de começar. Tanta alegria era entusiasmante, mas ao mesmo tempo preocupava. Como evitar que esse povo todo sofresse e se machucasse, ou evitar que a guerra que estava por vir os atingisse?

Mas era impossível pensar nisso com toda a alegria com que foram recebidos. Percorrendo os sete níveis da cidade, sendo saudados e aplaudidos por todos as pessoas da cidade, que saíram às ruas para vê-los passar, e finalmente chegando ao topo, no palácio onde vivia Aragorn. Ao entrarem, foram recebidos pela rainha Arwen.

-A demanda até aqui foi fácil, mas o caminho agora será mais difícil, portanto descansem e retomem suas forças.-

Miyoru, uma vez mais, ficou encantada com Arwen. Apesar de sua arrogância, sua alma singela de menina se deixava envolver livremente nos encantos de pessoas como ela, A Senhora da Floresta, Aragorn ou Gandalf. Uma alma definitivamente sincera, para ser leal, não para reger pessoas. E sua expressão doce de admiração demonstrava isso.

Arwen vislumbrou isso e lhe sorriu de volta, e pediu para que algumas amas indicassem os aposentos para os membros, então se aproximando de seu marido, e lhe dizendo, com voz suave – Preciso lhe falar, Aragorn.

Ele assentiu, e ambos se dirigiram a um lugar mais reservado, onde ele poderia relaxar. Ele descansou, e distraidamente, pediu para que ela falasse:

-Sim, Arwen. O que é?

Ela ergueu os olhos cinzentos, sua beleza élfica sem igual, apenas igualada a imagem de Lúthien, estava como que sob uma nuvem cinza.

-Aragorn, aquela menina…

Ele ouviu o tom da voz dela, e virou-se, prestando atenção imediatamente – O que tem Miyoru?

Ela suspirou e disse – Eu posso ver… muita tristeza no futuro dela. E isso me deixa triste, pois pouco a conheço, mas a acho tão encantadora que poderia tê-la como filha, só pela lealdade que ela dedica a você e o afeto que dedica a mim no pouco que nos conhece!

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Ele sorriu – Ela é rápida em definir seus sentimentos, para o ódio ou para o amor, embora os demonstre de maneira um tanto incomum. Mas você disse que vê tristeza em seu futuro?

-Sim, e não apenas para ela, eu…- ela hesitou – Aragorn, eu receio que Frodo não resista a mais essa demanda, a sombra não o domina ainda, mas é visível que paira sobre ele.

-Paira sobre nós todos. E Frodo está sendo sensivelmente poupado nessa nova missão.

-Eu sei, mas todos têm algo em que se apoiar. No caso de Miyoru, ela é jovem e parece, de certa forma, alienada as trevas à sua volta. Legolas tem a juventude dos eldar, e agora ainda mais. Gimli é resistente como todo o Povo de Durin, e Merry e Pippin vêem nas batalhas apenas a chance de feitos maiores, e Sam ainda é jovem também. Gandalf já está acostumado a lutar contra isso, e você…

-Eu tenho você.- ele respondeu, suavemente, enlaçando-a – E os meus reino para defender.

-Sim. Mas Frodo não suportará o mesmo sofrimento uma vez mais, e O Anel lhe deu um fardo como se ele tivesse a idade de seu tio Bilbo. E ele nem mesmo tem um amor para fazer-lhe rejuvenescer.

Dessa vez foi Aragorn quem deu um pesado suspiro – Eu tentarei evitar ao máximo que Frodo se exauste, mas isso é algo sobre o qual não tenho controle.

Ela deu um sorriso suave como o tremular de uma chama – Mas por que vieram para cá?

-A segunda parte não estava em Isengard, e esta está novamente nas mãos do inimigo. E agora eu tenho que decidir se partiremos para Mordor ou se procuraremos pela segunda parte.

-Tantas decisões importantes, Elessar…- ela acariciou os cabelos dele – Mas você tem certeza que Minas Tirith é segura?

-Eu preciso acreditar nisso, minha Senhora…- ele encostou sua testa na dela – Ou então não me sentiria em paz em momento nenhum. Talvez você devesse…

-Shh…Não fale nada…

Um barulho forte ecoou na madrugada, se sobressaindo aos gritos na cidade que acordavam todos e eram silenciados pelas armas dos Orcs, Uruk-hais e Estrangeiros que matavam o povo.

Mas as trombetas soavam, dando o alarme, acordando os soldados para lutar e proteger a cidade.

-O quê?- Miyoru se levantou, a cabeça doendo com os barulhos e os gritos como se tivessem chutado-a. Ela não demorou a relacionar onde estava, e que os passos e barulhos de confusão no palácio. Por costume, ela já dormia com a espada á mão e bastou um grosso manto para que ela saísse do quarto e parasse o primeiro que viu passar para perguntar o que acontecia:

-A cidade está sendo atacada, o rei está se preparando para ir lutar!

Miyoru não fora treinada, mas estava preparada para isso. Seguindo até onde ela achava que Aragorn estaria e acertando, viu no salão o maior rebuliço. Pessoas corriam de um lado para o outro, e os membros da comitiva se armavam e esperavam por ordens para o que fazer, quando ela tinha chego até que Aragorn disse, sua realeza e forças acentuadas agora nesse momento de angústia e desespero:

-Saiam, e sejam úteis, onde precisarem de vocês! Lutem, defendam aos outros, e acima de tudo se defendam, mas, por favor, evitem serem pegos sozinhos!

Ouvindo isso, Miyoru foi a primeira a responder -Hai!- e sair pela porta, sendo seguida logo pelos outros, mas a comitiva se espalhou rapidamente pelos níveis em chamas, com orcs e uruk-hais por todos os lados, matando e barbarizando. As flechas de Legolas voaram rápidas, matando tantos quantas ele pôde atirar, resolvendo ficar atirando nos níveis superiores ao invés de ir com os outros para o centro da batalha.

Miyoru corria pelas casas, matando Orcs e repetindo as mesmas frases para todos que encontrava e salvava:

-Refugiem-se! Saiam daqui, fujam, corram! Encontrem abrigo, e aqueles que puderem lutar, fiquem e ajudem!

Ela continuava matando a torto e a direito, sem nem bem olhar quem ou o que estava matando, apenas sabendo diferenciar as pessoas de Gondor por características óbvias. Naquele momento ela agradeceu por ser uma retalhadora, e que tinha habilidade de matar rapidamente os inimigos, porque assim ela salvava vidas de pessoas inocentes, e por isso derramava o sangue inimigo sem pensar duas vezes. O andar em que ela lutava estava quase vazio, quando ela ouviu um choro alto e estridente vindo de uma casa distante e um pedido de ajuda infantil. Ela então se viu, instintivamente indo para aquele local, sendo guiada pelo choro que a tirara de sua trilha. Não demorou a achar a casa, e o que viu a assustou. Uma horda de Orcs vinha, furiosos, como uma debandada de animais. Vários, não muitos Orcs, como se todos os dos níveis inferiores tivessem vindo agora "Preciso sair daqui!" Ela pensou, mas o choro a trouxe de volta para a realidade. Ela então se virou para entrar, batendo de frente com o que ela pensou ter sido um orc
até ouvir a voz grossa:

-Menina! O que faz aqui?

-Gimli! Não me pergunte o que eu faço aqui, o que VOCÊ faz aqui?

Ele iria responder, mas a horda de orcs estava tão próxima que logo eles seriam pegos por ela, e o choro insistia, cada vez mais alto, e os gritos dentro da casa, e o fogo nas casas, e o sangue pelo corpo, tudo parecia a própria imagem do inferno.

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Nessa hora, Miyoru ficou ainda mais surpresa ao ser arremessada por Gimli para dentro da casa, que abriu a porta com um estrondo e teve a força de jogá-la lá dentro e fechar a porta. Lá dentro tinha uma mulher morta e algumas crianças chorando e gritando, de várias idades. Gimli fechou a porta com a mesma velocidade que a abriu, no exato momento em que os Orcs tentavam entrar, e agora batiam na porta, forçando-a abaixo. Miyoru rapidamente se juntou a Gimli perto da porta, tentando impedir que a arrombassem, mas a voz firme do anão a interrompeu:

-Você é leve e tem uma estrutura delicada como uma estátua, não poderá agüentar essa porta por nada! Tire essas crianças daqui!

-Mas e os Orcs! Temos que lutar!- ela gritou, percebendo pelos seus olhos ardendo que o fogo, sim, novamente ele, os tinha alcançado.

-Você é IDIOTA? Se lutarmos agora, essas crianças vão morrer, se não nós também! Agora ouça…- ele parou e fincou com força o seu machado na abertura da porta, trancando-a pelo menos temporariamente. Ele estava visivelmente cansado e o suor escorria pelo seu rosto.

-Tire essas crianças daqui, e mate os Orcs que encontrar pelo caminho. Deve ter uma porta dos fundos aqui, e se não tiver, puxe essa sua espada e faça uma! Leve-as para um lugar a salvo, e depois volte para ajudar, entendeu?- ele mal disse isso, e voltou para segurar a porta, que começava a ceder, mas Miyoru nem percebeu isso. Olhava para Gimli como se o visse por uma luz completamente nova, e teria permanecido assim se o choro não tivesse se tornado ainda mais estridente e a voz de Gimli lhe mandasse ir logo.

Ela então despertou de seu transe, relacionou que deveria ter umas 10 ou 12 crianças, e que seria difícil levar todas, então pegou uma no colo e falou para as mais velhas -As que puderem, carreguem as menores no colo e sigam-me, e, por favor, sejam o mais rápido que puderem, pois não poderemos voltar!

Todas prontamente obedeceram e eles correram para os fundos da casa, onde havia uma porta muito bem trancada, e abri-la seria difícil e demorado demais. Qualquer coisa mais que dois segundos seria muito mais tempo do que ela dispunha no momento. Por sorte, Miyoru teve a presença de espírito de ver uma grande janela ao lado. Ela rapidamente envolveu a criança em seu colo num manto grosso que tinha posto, e disse- Se segurem, tenham coragem e me sigam!

Ela deu um chute na parte em que a janela se prendia a parede, e depois chutou-a com toda força no centro, fazendo-a despencar como papel, estilhaçando-se em pedaços de vidro que voaram para todos os
lados.

-Agora vamos, venham!- ela fez um sinal e correram, no exato momento em que podia se ouvir a porta da frente em que Gimli estava sendo derrubada, e ele gritando enquanto matava orcs. Miyoru deu um rápido olhar para trás, então gritando para apressarem o passo.

-Por um milagre, chegamos!- ela disse, quando as crianças estavam a salvo no último andar, o qual era tão fortemente protegido pelos arqueiros e soldados que não tinha sido invadido. Quando Miyoru deixou a última criança e se virou para voltar, uma menina do grupo, não muito mais nova que ela mesma, a segurou pela roupa e implorou com voz assustada, quase um murmúrio -Por favor, fique conosco, não nos deixe aqui!

-Mas eu preciso voltar, Gimli ainda está lá!

-Até agora ele já fugiu ou morreu, senhorita -Um homem da guarda falou-lhe -Já está amanhecendo e todos os inimigos já foram ou estão sendo escorraçados. Não deverá sair até lá.

-Mas eu me te…- ela foi interrompida por dois guardas, que a seguraram, enquanto seu chefe falava algo que ela não ouvia. O que ela ouviu foi o pedido suplicante das crianças para não ir. E uma que disse:

-Seu amigo era forte. Ele não morreu.

Ela então assentiu, e o guarda disse, uma vez mais, enquanto os outros a soltavam -Amanhecerá logo. Você poderá sair ao amanhecer.

Ela meneou a cabeça e se ajoelhou, puxando uma das crianças para seus braços, e murmurando, preocupada:

-Eu nem imaginava…Eu o subestimei…Oh, galopem mais depressa, corcéis dos pés de fogo*.

A criança perguntou o que ela tinha dito, e ela respondeu que não tinha dito nada.

O sol nascia, e iluminava o sangue derramado pelas ruas da cidade. Já não havia vestígios do incêndio e os orcs tinham sido escorraçados da cidade, e ela pôde ser liberada para andar em busca dos outros. Ela correu para o lugar onde tinha deixado Gimli, e nada encontrou, a não ser os destroços da casa. Ela se recusou a se entregar ao pânico, mas a dor a corroia, o E se… ecoava na sua mente, perturbando-a e a angustiando, até que ela ouviu a voz firme, junto com outras, e as tão queridas vozes de seus amigos chamando-a, no topo de uma ruela.

Ela sentiu seu coração voltar a bater e como se o ar e o mundo a sua volta estivesse a salvo. Um alívio profundo a condoeu e ela correu até eles, gritando, todos eles -VOCÊS ESTÂO BEM?

Quando chegou a eles, eles riram e responderam -Um pouco sujos, machucados e contundidos, mas bem.

-E você, Miyoru, como está?- Legolas colocara as mãos sobre seus ombros e perscrutara ela toda, preocupado, e ela respondeu, com um suspiro cansado:

-Sim, Legolas-san, estou ótima!- então ela se virou para Gimli, e tomando ar, disse:

-Eu quero pedir desculpas.

-Por quê, menina? Não por seus defeitos, claro, ou apenas se tocou deles agora?

Ela ignorou a brincadeira e continuou, sentindo-se mal e vergonhosa -Eu o julguei mal, Gimli-san. Eu o subestimei. Você não é só um bom guerreiro, como também tem o coração no lugar. Eu…- ela hesitou, mas continuou, com um semblante de paz e orgulho -Eu me esqueci que o melhor guerreiro do Japão era baixo, franzino e muitos diziam que se assemelhava a uma garota. Eu dou minhas humildes desculpas…- então ela se curvou para ele, deixando todos os companheiros presentes boquiabertos, e principalmente, um anão muito sem jeito.

-Anh…Que é isso…Levanta, menina, vai, você também não é ruim…Só um pouco teimosa.- assim ele lhe sorriu, e ela sorriu de volta.

-Os dois finalmente se entenderam!- comemorou Frodo.

Aragorn passou o braço ao redor dos ombros de Miyoru, e disse para todos -Vamos, vamos voltar para o castelo…- e assim todos foram andando com calma, até ouvirem a voz de Gimli dizer.

-Mas não pense que eu deixei de considerá-la uma metida egocêntrica e especialmente enrolada!- desnecessário dizer que ele levou uma rasteira e eles voltaram a discutir, com todos os outros rindo da cena.

-Ou não…- comentou Gandalf, rindo.

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