Categoria: Coluna do Deriel

  • Onde está o Anel de Saruman?

    Alguns dias atrás estávamos discutindo sobre o Anel de Saruman, na Lista de Discussão Valinor, o que causou uma certa confusão. Uma citação feita por mim da edição em inglês do SdA não foi encontrada de forma alguma na edição nacional. Hoje, em uma verdadeira força tarefa, vasculhamos todas as edições nacionais já lançadas da obras – com a exceção da edição pirata da Artenova, de 1976 – à procura do texto perdido. E de fato, o danado não se encontrava lá. Que fique registrado que a maior responsável por tal descoberta foi a Mel da lista Valinor Obras.

    Segue abaixao a descrição do parágrafo sumido e como ficaria uma possível tradução em português. E registro que a discussão e descoberta foi obra de um grupo de pessoas da lista, da qual eu tive participação meramente marginal e de “juntar os caquinhos”. Foram eles: Mel (descobridora original do parágrafo faltante), Lasgalen, Ricardo Bittencourt e Ispaine.

    Seguindo em frente, o que detectamos foi que a edição nacional de SdA deixa de fora um parágrafo crucial do Conselho de Elrond. Na versão original em inglês o trecho é o seguinte, do qual eu coloquei um parágrafo antes e um após o trecho faltante:

    Late one evening I came to the gate, like a great arch in the wall of rock; and it was strongly guarded. But the keepers of the gate were on the watch for me and told me that Saruman awaited me. I rode under the arch, and the gate closed silently behind me, and suddenly I was afraid, though I knew no reason for it.

    But I rode to the foot of Orthanc, and came to the stair of Saruman and there he met me and led me up to his high chamber. He wore a ring on his finger.

    “So you have come, Gandalf,” he said to me gravely; but in his eyes there seemed to be a white light, as if a cold laughter was in his heart.

    Em português, temos (segundo tradução da Martins Fontes):

    – Uma noite, bem tarde, cheguei a esse portão, semelhante a um grande arco na muralha de rochas. Estava fortemente guardado. Mas os guardas estavam vigiando, à minha espera, e me disseram que Saruman me esperava. Passei por baixo do arco, e o portão se fechou silenciosamente atrás de mim; de repente senti medo, embora não conhecesse motivo para isso.

    – “Então você veio, Gandalf“, disse-me ele num tom grave; mas em seus olhos parecia haver uma luz branca, como se um riso frio estivesse em seu coração.

    O parágrafo ficaria, em português, segundo minha tradução pessoal e livre, da seguinte forma:

    Porém eu cavalguei até a base de Orthanc e fui até a escada de Saruman onde ele me encontrou e me conduziu até a câmara alta. Ele usava um anel em seu dedo.

    Perde-se continuidade, pois o encontro de Saruman e Gandalf não é citado. Perde-se a informação de que Saruman usava um anel, perde-se um pouco de confiança na tradução nacional. Esta última, aliás, por mais um motivo, pois é dito que Gandalf chega a Orthanc “Uma noite, bem tarde” quando no original encontramos “Late one evening” que seria algo como “ao final do entardecer”.

    Os trechos acima citados encontram-se no capítulo “O Conselho de Elrond“, que é se encontra no Volume I, Livro II, Capítulo II.

    De fato, algo bastante incomum e do qual tanto a tradutora quanto a editora estão sendo comunicados do problema. E fica aqui registrado para todo mundo que sim, Saruman fez um anel para si.

    [Agradecimento especial a toda a galera da Lista Valinor]

  • Fanfics!

     
    Quem já teve o (des)prazer de me encontrar em alguma das listas de discussão que frequento deve saber que eu tenho um verdadeiro ódio pelo Fëanor e pelo Túrin. Lógico que não como personagens literários, pois a história de ambos é interessante, rica e importante para o todo. Odeio-os do fundo do meu coração por suas atitudes, idéias e reações. Sempre quando (re)leio o Silmarillion fico torcendo para que o Fëanor caia de cabeça numa quina de um meio-fio qualquer em Túna e desapareça em Mandos antes de criar as Silmarilli ou que Túrin descubra uma inesperada veia artística e se torne um bardo meio efeminado ao invés de guerreiro… mas é claro que isso nunca vai acontecer. Mas e se acontecesse?

    Também já fiquei por horas e horas e horas pensando, imaginando, teorizando sobre os Primeiros Elfos, aqueles três primeiros que acordaram em Cuiviénen antes de todos os outros e que deram origem à Três Famílias… mas não passam de conjecturas pois Tolkien não deixou nada específico escrito (afora o Cuivienyarma, claro) sobre esse fato. Mas e se tivesse escrito?

    Como eu muitos dos fãs (senão todos) possuem essas mesmas dúvidas e questões na cabeça: "mas e se ao invés de assim as coisas tivessem acontecido de outra maneira?" e "como Tolkien descreveria tais e tais fatos, que ficaram sem maiores explicações?". Essas duas questões são a base do que chamamos "Ficção de Fã" ou simplesmente "FanFic" que são, em poucas palavras, histórias feitas por fãs utilizando personagens, histórias e localizações criadas por outra pessoa (no nosso caso específico, Tolkien).

    É bastante divertido e desafiador escrever fanfics (eu prometo que ainda vou escrever sobre como seria se Túrin virasse um bardo meio efeminado) e os fãs realmente as adoram. É divertido nos transvestirmos de Tolkien por algumas horinhas e encarnar os personagens e mundos do Velho Professor.

    Mas é claro que nem tudo são flores, pois entre o querer e o escrever existem mil dificuldades. A principal é que a maioria de nós não é nem tem lá muito traquejo para escritor, o que algumas vezes nos faz desistir antes mesmo de começarmos. Como já disse alguém certa vez, escrever bem depende de um certo treino e uma certa experiência (o talento é o tempero) e nunca vamos aprender a escrever se não escrevermos, certo? Portanto, não se deixe levar por preguiça ou desânimo e ponha-se a escrever. Os primeiros textos podem parecer meio simplórios, bobos ou até mesmo simplesmente uma droga, mas com certeza a gente vai melhorando e aprendendo aos poucos (eu espero algum dia saber escrever, enquanto isso vocês sofrerão com minhas Colunas

    Um segundo ponto de inibição são as críticas, e escrever fanfics pode gerar críticas mais enérgicas que o normal, afinal você está escrevendo ao estilo de um autor renomado e de qualidade (Tolkien) gerando inevitáveis comparações. Também está usando personagens e locações do autor, o que pode gerar críticas de "quebra de lógica interna" na qual o autor afirma uma coisa mas você afirma outra em sua pequena obra. O conselho é batido, mas essencial: utilize as críticas para crescer e não para desistir.

    Mas apesar das dificuldades (sempre existentes em tudo que se queira realizar)•é uma área muito legal de ser explorada pelos fãs… afinal, é a maneira que temos de explorar áreas inexploradas e explicar fatos inexplicados. O que aconteceu com as Entesposas? O que os dois Magos Azuis fizeram no leste da Terra-média e pq fracassaram? Qual teria sido o desfecho do inacabado "A Nova Sombra"? Como era a vida em Númenor? Quais seriam as canções dos Vanyar? As possibilidades são inesgotáveis! Ainda mais se quisermos entrar na área obscura do "e se…". Afinal, e se…
    * Boromir não tivesse morrido?
    * Gandalf tivesse pego o Um Anel?
    * Fëanor tivesse aberto mão das Silmarilli?
    * Fingolfin não tivesse acompanhado a Revolta dos Noldor?
    * Ungoliant não tivesse se unido a Melkor?
    * Os Valar demorassem mais a encontrar os Elfos?
    * Frodo tivesse morrido no covil de Laracna?
    * O Um Anel fosse levado a Minas Tirith?
    * O Balrog de Moria tivesse obtido o Um Anel?

    A Valinor mesmo tem dois espaços para fanfics que podem ser bastante úteis. No Fórum Valinor (http://forum.valinor.com.br) existe o "Clube dos Escritores" um local onde você pode colocar seus textos para serem comentados e criticados (no bom sentido da palavra). Para fazer parte dele é só entrar no Fórum e se cadastrar no Clube (peça ajuda ao V – sim, aquele mesmo do "V de Vingança" – que é o responsável pelo mesmo). E temos a Lothlorien (http://www.lothlorien.com.br), uma página da Valinor exclusivamente dedicada aos fãs e à produção dos fãs, como desenhos e, claro, fanfics. Se você for lá e der uma espiada vai reparar que temos algumas dúzias de fanfics, dos mais diversos estilos, sendo a maioria referente ao Concurso de aniversário da Valinor (por isso o tema "Valinor" na maioria delas). Repare que a grande vencedora é um conto de excepecional qualidade… impressionante mesmo! Caso queira disponibilizar alguma fanfic sua na Lothlorien ou maiores informações sobre o assunto, basta utilizar nosso velhor e conhecido valinor@valinor.com.br, ok?

    Bom, mãos à obra e asas à imaginação! Quem sabe você não tem um escritor de grande qualidade escondindo aí dentro?

  • É o Filme MALIGNO?

     
    Há aproximadamente dois anos e meio convivemos como filme do Senhor dos Anéis (vou me permitir usar SdA a partir de agora), primeiro como notícias esparsas, imagens da produção, trailers e previews e por fim com o próprio filme e a repercursão do mesmo. E a comunidade de fãs virou um pandemônio. Personagens secundários e sem muito interesse, como  Legolas, descrito pelo próprio  Tolkien nas lendárias Letters, como o membro mais "inútil" da Comitiva, tornaram-se instantaneamente alvo dos holofotes. Passagens do filme, alteradas com relação ao livro, são consideradas como "válidas" dentro da obra e, heresia das heresias (queime-os, queime-os!!!) surgiram os fãs do filme que não gostam do livro. Brincadeiras à parte, o fandom sofreu um terremoto. Agora que a maior parte das expectativas com relação do filme já foram saciadas (apesar dos próximos dois filmes ainda a serem lançados) podemos analisar o real impacto dos filmes entre os fãs.

    Antes, quando não existia o SdA do Peter Jackson (usarei PJ a partir de agora) o máximo que tinhamos era a piada do Bakshi, aquela animaçãozinha pretenciosa e rídicula feita em 1978 (e suas continuações insossas – "O Hobbit" e "O Retorno do Rei"). Nós, fãs de Tolkien, éramos uma espécie de "Sociedade Secreta Detentora do Segredo do Livro-mais-legal-do-mundo". Éramos poucos e de nichos bem específicos como jogadores de RPG e universitários. Por sermos poucos e de número constante (aparecia um ou outro novato de vez em quando) as discussões seguiam um crescente dentro da obra, cada vez mais intricandas e "aprofundadas". O surgimento da imensa massa de fãs produzidos pelo SdA de PJ interrompeu este processo, inundando de fãs novatos, leitores de primeira viagem ou apenas apreciadores do filme, fazendo as discussões derraparem e se repetirem sempre nos pontos mais inicias e básicos da obra além, claro, da mistureba de discussões sobre o filme.

    Surgiu o fã ortodoxo, para quem as expressões "filme", "PJ" e "10 mais da Veja" funcionam como alho para um vampiro e agem como se tivesse sido tirados do paraíso e lançados no mais profundo fogo do inferno. Torcem para que o PJ morra antes de lançar os outros filmes, para que o livro encalhe nas livrarias e que nunca mais apareça nas listas de 10 mais. Sugerem listas só pros "antigos" (Cthulhiano isso, não? e são ríspidos com os novatos. Em suma, sentem-se magoados, marginais e participantes da "congregação-dos-fãs-de-verdade".

    Não nego que por um bom tempo o parágrafo anterior me definiria perfeitamente ainda mais depois de ter, na pré-estréia do SdA, ter visto os TGP ("Três Grandes Pecados") do PJ: Isildur cortando o dedo de Sauron em batalha (arghhh!!! Gil-galad, cadê você, meu filho?), Arwen no lugar de Glorfindel e responsável pela inundação do Bruinen (tortura!!! enfiem lascas de bambu sob as unhas do PJ!) e a destruição completa de Lothlórien, com direito à Galadriel-Rá (a de vida eterna) e tudo mais. Confesso que fiquei chocado e desorientado. Novatos perguntando pela ducentésima nona vez (na mesma semana!) "quem era esse tal Glorfindel" ou "Balrogs têm asas?" me irritavam bastante. Lá por fevereiro/março de 2002 a Valinor nunca esteve tão bem e eu tão infeliz (como fã).

    Porém… em um momento qualquer do primeiro semestre eu estava lendo uma entrevista de um intelectual (não me recordo do nome, desculpem) e o assunto da adaptação de obras literárias para o cinema veio à baila. Para meu choque, à pergunta "qual a pior adaptação de uma obra?" o intelectual respondeu sem titubear: "O Nome da Rosa, de Umberto Eco. O filme destruiu o livro". Fiquei pasmo, por um motivo: "O Nome da Rosa" é, muito provavelmente, meu filme preferido e já o assisti inúmeras vezes. Sou um fã do filme e nunca me preocupei em ler o livro (realmente não quero ler). De um momento para o outro, me vi do outro lado… eu era o fã do filme do PJ em meio a uma turba barulhenta de (pseudo-)intelectuais revoltados contra o filme.

    A partir desse fato, comecei a me esforçar a ver o outro lado e a tentar usar o máximo de paciência para com os novos-fãs. Sinceramente, com algumas ressalvas, é claro, acho o filme muito bem realizado, capturando muito da "alma do livro", mesmo que o diretor não seja Tolkien e sim um fã dele, o PJ. É um filme feito com carinho e (relativo) cuidado. Nas listas de discussão os novatos devem receber atenção especial, afinal um dia já o fomos também. Eu sugiro aos fãs antigos, cansados das mesmas dicussões de sempre, organizarem FAQs (listas de perguntas/respostas frequentes) para serem disponibilizadas na Valinor e a serem indicadas aos fãs mais recentes, assim, além de ajudarem a estes, estarão resolvendo o problema das discussões recorrentes, mostrando seu próprio conhecimento (e todos ficamos felizes). E não há demérito nenhum em se ler um livro apenas por ele estar entre os 10 mais da Veja, aliás, que bom que ele está entre os 10 mais, assim mais e mais pessoas podem tomar contato com este grande autor!

    Alguns acusam a "mídia" de estar explorando Tolkien, lançando desde chicletes até cadernos com os personagens. Oras bolas, e daí? Não os compre! Por acaso temos o direito de escolher quem deve ou não ser fã ou andar com uma camiseta do Gandalf na rua? Poupem-me. Quando a poeira abaixar, daqui a 3 ou 4 anos, tudo volta a ser como era antes do filme, e esses itens de marketing serão troféus dos colecionadores.

    Na minha sincera opinião teremos ainda algum tempo de turbulência, claro, mas no final das contas o resultado é um só: fortalecimento do fandom. O número de livros traduzidos vai aumentar muito, os encontros estarão mais movimentados, teremos mais discussões e de maior qualidade. Pessoas com novos pontos de vista e de áreas antes inusitadas estão se unindo ao grupo de fãs. Quem sabe até mesmo surja uma convenção (estilão EIRPG) só de tolkienianos, tolkienólogos, tolkienólatras, tolkienistas e afins? O importante é percebermos que ninguém é obrigado a apreciar o filme ou livro mas todos podemos (e devemos!) conviver na idílica "paz das diferenças" (em tempo… tratarei do assunto "fanatismo" em alguma de minhas próximas colunas).

    Portanto, relaxemos e deixemos as águas do Grande Rio Tempo fluirem, o que veio/virá, é/será para o bem. E, como eu costumo dizer (sob ameaças de morte e acusações de "o Deriel não é fã!"), "divirtamo-nos, afinal, é apenas um livro".

  • E o Futuro, a Quem Pertence?

     
    "Quando os homens se colocam a prever o futuro, os deuses riem." (Provérbio Chinês)

    Há quanto tempo não me dedico a escrever uma Coluna do Deriel, ahn? Não que se aproveite muita coisa delas, mas é sempre bom colocar os neurônios e os dedos pra funcionarem e acho que alguns "insights" meus, vistos aqui de dentro da Valinor foram úteis no passado. Alguns até divertidos. Mas isso é passado e o que eu gostaria de tratar agora é do futuro.

    Falar do futuro é sempre bastante fácil e direto: ninguém se lembrará de conferir este meu texto daqui a um ano, quando o mesmo passará a tratar do presente, portanto estou confortavelmente protegido por mais absurdas que minhas previsões se mostrem. Mas acho que não vou errar por muito, se é errar.

    Têm-se falado, com mais e mais constância ao se aproximar do final dos filmes, sobre o destino do nosso fandom ("fandom" é um termo que engloba todos os fãs de uma determinada coisa… no nosso caso, Tolkien, claro). O que vai acontecer com os fãs de Tolkien após os filmes saírem de cartaz, as luzem se apaguerem e todo o frissom que estamos vivendo virar mera notícia de arquivo nos sites e revistas especializados?

    Afinal, qual o futuro dos fãs de Tolkien no Brasil? Existe vida após o filme? Iremos todos nós arrumarmos nossas malas, rumarmos para os Portos Cinzentos e o último da fila que apague a luz e ponha o gato pra fora?

    Responder essa pergunta existe dar uma passeada pela beirada de outros assunto (além do mais, eu também preciso dar uma aumentada no número de parágrafos da Coluna, senão vou acabar trocando de "Coluna do Deriel" pra "Bilhetes do Deriel" ou "Notas de Rodapé do Deriel"). E para falar do futuro de Tolkien no Brasil, vou falar, despudoradamente, da Valinor.

    Cuidar da Valinor é quase como cuidar de uma empresa: é necessário ter alguma visão de futuro, prever passos e reciclar sempre. Nada mais chato do que uma página morta. E portanto o "o que vai acontecer quando os filmes se acabarem?" está por aqui, navegando em minha mente por algum tempo, ainda mais agora, que é uma possibilidade muito mais do que presente (menos de um mês!).

    Nada melhor para prever o futuro do que dar uma espiada no passado. Eu ainda me recordo de algumas estatísticas da página e da lista de discussão ali pelo começo e meados de 2000, quando nem falava de filme ainda (filme mesmo só ali pelo final de 2000, meados de 2001). Então posso afirmar sem errar que o movimento daquela época era tão somente motivado pelos leitores fãs de Tolkien. Eram cerca de 75 visitantes por dia na página e uns 70 inscritos na lista de discussão. Pouco? Em termos de hoje sim, é, mas era mais que o suficiente pra manter uma lista bem divertida e agitada e a página ter um fluxo tal de visitantes que incentivasse cada vez mais novidades.

    Agora passamos pra 2003. São cerca de 10 mil visitantes por dia, 3 mil inscritos nas listas de discussão, uns 800 jogadores no MUD e partindo pros 9 mil usuários do Fórum. É difícil dizer o quanto disso tudo é motivado apenas pelos filmes mas eu acredito que, novamente me arriscando a levar uns ovos na cara ou ser considerado biruta, a influência dos tais filmes em todos esses números embora grande não seja avassaladora e a ausência futura dos filmes não venha a causar o efeito de uma Bomba H jogada no centro de São Paulo.

    A crença geral é de que findo os filmes o número de fãs remanescentes nas páginas, listas de discussão e fórum vai voltar ao número pré-filmes, ficando apenas os "fãs de verdade", os "leitores". Eu acho que não será nem de longe assim. Acho que o movimento todo vai baixar pouco. Vamos tomar como base as listas de discussão (da qual temos uma apenas para as obras) e o fórum (no qual temos seções separadas para os filmes e a obra em si).

    Não vejo porque a lista de discussão sobre a obra deva perder movimento ou mensagens, já que nela é proibido falar dos filmes e mesmo a lista de discussão dos filmes tem movimento 20% inferior à das obras. No fórum, nas áreas estritamente Tolkien, o filme corresponde a cerca de 40% do total de mensagens. Interessante não? Mesmo com os filmes por aí o que realmente atrai o pessoal e impulsiona a discutir, descobrir e conhecer são mesmo as obras.

    Esses números me levam a concluir que o final dos filmes, com seus últimos espasmos de vida na mídia, que serão a premiação do Oscar e o lançamentos dos DVD de SdA:RdR em 2004 não deve afetar o estado atual do fandom de Tolkien no Brasil, e que este já se encontra bastante maduro e estabilizado para sobreviver per si, sem filmes, sem mídia, sem festa. Claro que não deixará de existir alguns problemas justamente pela diminuição de divulgação, acredito que a renovação dos fãs e a entrada de novos fãs será muito reduzida.

    Explico. Pouquíssimas pessoas permanecem por muito tempo nesse mundo virtual de fã, discutindo, conversando, lendo. Os dados são que a duração média da presença de um fã ou visitante, de forma constante, nas listas, fórum ou página está por volta dos 5 meses. Hoje me dia o fluxo está positivo (muito positivo!). Muitos mais fãs surgem do que aqueles que somem. Acredito que esses valores podem se igualar ou talvez sofrer um fluxo negativo por algum tempo até tudo se estabilizar novamente.

    Enfim, existe vida após os filmes sim, e uma vida muito brilhante e interessante e, não contem pra ninguém, mas eu estou realmente ansioso para que os filmes realmente saiam dos holofotes e possamos nos dedicar, finalmente, somente às obras. Tantos planos, tantas idéias, tantos textos a produzir, tantos outros a traduzir.

    Que venha o último minuto do último filme! Com certeza saíremos de toda nossa demanda com um fandom muito mais amadurecido, coeso e diversificado do que quando entramos. E os filmes ficarão aí, como vitrines por tempo indefinido, atraindo, através de seu visual fascinante, mais e mais fãs para dentro da obra.

  • Perfil e Notí­cias

     
    Saudações a todos!

    Desde que iniciamos o processo de desenvolvimento do sistema de Perfil e da possibilidade do usuário inserir as próprias notícias na Valinor estamos atentos para verificar possíveis problemas e melhorias.

    Além do que estamos desenvolvendo pro sistema de Perfil, algumas coisas do mesmo não foram percebidas ou foram negligenciadas. Recebemos algumas queixas de que "existem notícias demais da Lothlórien" ou "existem notícias demais referentes a atualizações". De fato, o ritmo de atualizações anda frenético mas vocês não são obrigados a lerem tais notícias! Reparem no Perfil (ali no canto superior direito da Valinor) que vocês têm a opção de não visualizar as notícias referentes a atualizações da Valinor e da Lothlórien. Eu mesmo não as visualizo (afinal, sei de cor

    E além dessas tem várias outras coisinhas legais no Perfil que realmente valem uma espiada com mais calma, para avaliação. Garanto pra vocês que ele melhorará a experiência de visitar a Valinor

    Outro detalhe que nos sentimos na obrigação de ressaltar é o sistema de Envio de Notícias por parte dos usuários. Infelizmente estamos tendo muitos casos de copy/paste direito de notícias a partir de excelentes sites nacionais, principalmente Omelete, E-Pipoca e Cinema em Cena. Gostaria de pedir encarecidamente que não mandassem notícias dessa forma. Além de não ser legal é injusto, pois alguns sites precisam de receitas para se manterem. Montem suas próprias notícas, não é difícil, só demora um pouco mais do que simplesmente copiar todo o conteúdo.

    Também não enviem comentários pessoais como notícias, o lugar dos mesmos é no Fórum Valinor (onde serão grandemente apreciados!). Notícias de uma ou duas linhas também ficamos impossibilitados de publicar, por simples falta de conteúdo das mesmas. Portanto, gastemos alguns minutinhos a mais para enviarmos nossas notícias, garanto que vai valer a pena!

    Sei que são novidades de peso, mas com paciência e boa vontade todos poderemos usufruir as novidades da melhor maneira possível!

  • Cadastrando-se no Yahoogrupos!

     
    Tenho notado uma certa dificuldades das pessoas em lidarem com as listas de discussão da Valinor, que estão no Yahoogrupos. Pensando nisso e atendendo a pedidos (né, Lasgalen? resolvi fazer um guiazinho bem simples e básico de como se cadastrar e gerenciar o próprio e-mails nas listas de discussão. Com ele você fica livre de Moderadores e de cadastros e descadastros via e-mail. Tudo fica muito mais rápido e simples.

    São 20 itens. Parece bastante, mas não é, eles estão bem detalhados, passo-a-passo mesmo (eu segui todo o percurso para criá-lo) e não deve demorar mais do 5 ou 10 minutos para percorrê-lo integralmente. É importante ressaltar que é um guia para leigos e que sim, existem atalhos em vários pontos do mesmo, mas preferi não comentá-los para evitar complicar.

    Qualquer dúvida me escreva detalhadamente o problema e o erro que eu posso tentar ajudar e a melhorar o Guia. Bom, vamos lá!

    1) Acesse a seguinte URL:

    http://br.groups.yahoo.com

    2) Nela você vai encontrar um link ao lado superior da tela

    "Novos usuários
    Clique aqui para entrar"

    (e você clica ali para entrar)

    3) Vai aparecer um Termo de Compromisso (que você lê com carinho e aceita, claro)

    4) Um daqueles horríveis e pentelhos formulários. Lutando um pouco com ele você vai conseguir preencher. Lembre-se da regra de ouro: não entre em pânico, o máximo que vai acontecer é você precisar alterar depois ou no pior caso, começar de novo.

    5) Você vai chegar numa tela "Registro Completo – bem-vindo ao Yahoo!". Desmarque aquela opção "Sim, quero personalizar meu navegador com a barra de ferramentas Yahoo! Companion" que só vai te encher a paciência, anote os dados que estarão no quadradinho cinza (ID do Yahoo e novo e-mail) e clique no "Continue to Yahoo!".

    6) Vai cair numa tela onde no canto superior direito você tem os seguintes links:

    "criar um grupo – meus grupos – inf. conta – sair"

    Clique em "inf. conta", entre com sua senha recém criada e dê ok.

    7) vai cair em uma tela "editar informações: seu ID recem criado "

    Vá em Informações de e-mail, clique no radio button ("select primary email address") e coloque o endereço de e-mail que você usa/deseja usar(nas listas de discussão) naquele "alternate email 1". Clique em concluído… e em concluído de novo.

    8) Você voltou pra mesma tela do item 6) certo? No canto superior esquerdo tem um link escrito assim: "use nosso assistente para associação para localizar os seus grupos" (na verdade ao tempo do item 6) ele já estava ali, mas não clicamos nele (nem deveríamos ter clicado). Agora cliquemos.

    9) Clique em continuar.

    10) O endereço de e-mail que vc usa realmente e que você colocou no item 7) estará como "os seguintes endereços de e-mail ainda não foram verificados" e terá um link "verificar" ao lado. Clique nele.

    11) Senha (dinovo) coloque e sigamos adiante.

    12) Estamos agora em "Yahoo! Account Information". Você não fará nada nela e sim no seu e-mail! Depois de um tempo (que pode variar entre poucos segundos e algumas horas) você vai receber um e-mail do Yahoogroups com um link : "importante! Por favor clique aqui para verificar este endereço de e-mail para sua conta". Clique nele !

    13) Vai abrir um browser e pedir (dinovo!) sua senha. Coloque e clique em verificar.

    14) Caimos na "Etapa 1. Selecione os endereços de e-mail para usar na busca pelos grupos aos quais você é associado". Clique em Continuar.

    15) Agora chegamos em algum lugar ! Vai aparecer na tela "Etapa 2. Especifique um perfil do Yahoo! para cada grupo ao qual você é associado" que vai mostrar todos os grupos no qual seu e-mail está cadastrado (correto?) vá ali em "Selecione um perfil para ser usado em TODOS esses grupos" e escolha o que você criou no item 4) e clique em Continuar. Clique em continuar (dinovo!)

    16) PARABÉNS! (clique em ir para a página "meus grupos")

    17) Vc deve estar na URL http://br.groups.yahoo.com/mygroups (recomendo que você coloque-a nos Favoritos)

    18) clique em um dos grupos/listas desta tela, vai reparar que no canto superior direito vai ter um "edit my membership" (ou seu equivalente em português): clique nele para vermos uma coisinha.

    19) Tem uma telinha legal … um dos itens é "message delivery" (ou seu equivalente em português) e temos as seguintes opções (ou suas equivalentes em português):

    * Individuals e-mails. Send individual email messages.
    * Daily digest. Send many emails in one message.
    * Special notices. Only send me important update emails from the group moderator.
    * No email. Dont send me email, Ill read the messages at the web site.

    Escolha sua preferida! só acho que a única que não presta pra nada é a terceira.

    20) Pronto ! Agora é só acessar através do http://br.groups.yahoo.com/mygroups e você vai poder ler, configurar, sair e várias outras coisas do seus grupos. Uma liberdade bem maior!

  • SdA:SdA – Tudo o Que Você Queria Saber sobre o DVD (Estendido ou Não)

     
    Com o lançamento em DVD da versão Estendida do SdA:SdA e principalmente com o não lançamento da mesma no Brasil, surgiram uma infinidade de dúvidas técnicas sobre a mesma. Vou tentar responder as principais dúvidas (agor aincluindo dúvidas sobre as todas as versões em DVD, não apenas a Estendida)

    0) É versão eXtendida ou eStendida?
    Estendida, com S de sapo. A confusão acontece por em inglês se extended, com X, mas em bom português a palavra só existe com S mesmo.

    1) A Versão Estendida vai sair em DVD no Brasil? Por que a Warner não lança?
    Independe da Warner, que já está plenamente convencida de necessidade e viabilidade do lançamento do DVD no Brasil, o fator impeditivo é a New Line Cinema. As informações oficiais são de que a Warner ainda está em negociações. Extra-oficialmente o que temos é que no DVD normal do SdA:SdA consta o lançamento da versão estendida no Brasil para novembro de 2003 em conversas particulares com altos funcionários da Warner o sentimento é de desânimo: "a New Line não está querendo" e "eu acho que não vai sair". Portanto, apesar de algumas pessoas insistirem em dar certeza do lançamento do DVD Estendido no Brasil sem nenhum tipo de subsídio, meu conselho é: não se fie nisso. O DVD Estendido deve acabar sendo lançado no Brasil, mas como estamos em meados de julho e nada de divulgação, fica difícil lançar algo antes de setembro de 2003.

    [ATUALIZADO – 23/setembro/2003] – bom, ainda não sabemos dos DVDs, mas pelo menos temos a confirmação de que assistiremos as versões estendidas de SdA:SdA e SdA:ADT nos cinemas, poucas semanas antes do lançamento nacional de SdA:RdR. A notícia pode ser conferida AQUI . E ´s sempre um bom sinal para os DVD, certo?

    [ATUALIZADO – 17/julho/2003] – continuam aparecendo aquelas pessoas alardeando sem o mínimo de base que os DVD estendidos vão sair. Espero que uma hora acertem. Mas até que temos boas notícias! Contatos quentes de dentro da Warner afirmaram que existe uma certa chance de ambos os DVD Estendidos saírem em dezembro de 2003. Vamos esperar pra ver se não é mais um boato. De qualquer forma, quando um DVD é lançado, sabendo cerca de dois meses antes do mesmo entrar no emrcado, por causa da divulgação da Warner. Então, até outubro deveremos ter confirmação. Mas eu não apostaria minha vida nisso não.

    2) O abaixo-assinado não deu resultado?
    Sim, deu resultado sim. A Warner ficou extremamente impressionada com a resposta do público a ele e está realmente enpenhada em negociações com a New Line. Só depende da New Line agora.

    3) Quantas versões do DVD Estendido existem?
    Duas. Uma Edição de Colecionador, cheia de fru-frus, com 5 DVDs (os 4 do filme e mais um documentário da National Geographic) conhecida entre os fãs como Edição Argonath (veja a foto dessa gracinha) que possui de extra as estátuas dos Argonath (na verdade suporte de livros), alguns cards da Decipher e uma edição especial da Lord of the Rings Fan Club Official Movie Magazine, e uma edição mais simples (veja a foto), com apenas os 4 DVDs, bem mais barata.

    4) Mas eu não quero esperar! Vou comprar importado mesmo!
    Tudo bem, se você possui condições financeira para tal, não se acanhe. Mas atente para algumas coisas:

    a) Região do DVD – o Brasil está na Região 4, portanto se planeja importar dos EUA (Região 1) ou Europa (Região 2) certifique-se que seu aparelho está apto a executar o DVD sem problemas. Existe um aparelho da Gradiente que é multi-região, mas aparentemente é o único no mercado nacional. Os demais devem ter o código de região "quebrado". Existem sites na internet (clique aqui) que fornecem informações de desbloqueio de região.A Oceania é Região 4 também, o que quer dizer que aparelhos nacionais devem executá-los sem problema exceto com relação ao padrão de cor (ver abaixo)

    b) Língua – DVD importado da Oceania ou América do Norte não vai ter legenda em português. Se você não se entende com a língua, esqueça. DVDs da Europa (Portugal) possuem legendas em português de Portugal, mas a região (vide acima) e o sistema de cor (vide abaixo) é diferente.

    c) Sistema de Cor – países possuem sistema de cor diferentes. Para uma explicação sobre sistemas de cores e quais cada país adota utilize a seguinte URL: http://www.vcolor.com.br/nova/sistemas.htm. É importante ressaltar que em geral o aparelho de DVD não tem problema em reproduzir sistemas de cor diferentes mas os aparelhos de TV sim. Consulte o manual de ambos ou vai ter uma bela (e preto & branca) surpresa. A utilização de Vídeo Componente para conexão entre o DVD e a TV soluciona o problema.

    d) Preço – é caro, pra você ter uma idéia dos impostos que você pagaria, dê uma espiada em Cuidado com Compras no Exterior aqui mesmo na Valinor. Algumas importadoras nacionais estão vendendo o DVD estendido (Região 1, EUA), eliminando a necessidade de comprá-lo diretamente no exterior.

    O Submarino vende a Edição Argonath por extorquivos R$ 628,90 (eles subiram o preço! Era R$ 436,00). Recomendo fortemente uma boa pesquisa antes de se decidir… o Buscapé pode ser uma boa pedida.

    5) Ei, qual é esse papo de o DVD do SdA:ADT ser apenas em fullscreen!
    Só para esclarecer, fullscreen é aquela versão que aparece em tela cheia na sua TV, mas que pra isso causa uma perda de 30% nas imagens laterais, ou seja, chega picotada, perdendo muito da "fotografia". Widescreen apresenta o filme no formato original de cinema, mais compridinho mas que deixa faixas pretas (em cima e em baixo) na sua TV, tão odiadas por muitos.

    O que acontece é que todos os lançamentos da Warner têm sid
    o apenas em fullscreen (o que eu pessoalmente abomino) sem possibilidade de escolha. Novamente, segundo a Warner, é culpa da New Line: "o que eles mandarem pra gente a gente lança, é só têm mandado fullscreen". Novamente descaso conosco, fãs e consumidores.

    [ATUALIZADO – 23/setembro/2003] Ufa! É Widescreen

    [ATUALIZADO – 17/julho/2003] Infelizmente o parágrafo acima continua verdadeiro, mas temos indicações da Warner de que SdA:ADT estará disponível em widescreen sim. Menos mal. Eu já estou cansado de ser feito de gato e sapato, como fã e consumidor, e vocês?

    [ATUALIZADO – 22/outubro/2004]
    Pois então, hoje fizemos mais uma ligação para a Warner só para checar se temos novidades, e a novidade é velha.Segundo a Warner não existe previsão de lançamento para esse produto.

  • Queime, PJ, queime!

     
    Ah! O doce e frio prato da vingança! Chegou a hora! Agora que todas as atenções estão voltadas para o SdA:ADT vou solenemente ignorá-lo e gastar vários e vários parágrafos xingando o PJ pelas mudanças e besteiras dos filmes. Claro que eu não vou conseguir passar completamente imune à influência do SdA:ADT, mas me concentrarei no geral e no porque PJ fez um monte de besteiras. Vamos lá, puristas, todos comigo: QUEIME NO FOGO DO INFERNO, PJ!

    Claro que estamos exagerando aqui e, antes que me queimem junto, devo admitir que eu gostei muito do filme etc etc etc, mas esta coluna é dedicada ao que PJ fez de errado portanto se você ama o filme e não encontrou nenhum defeito dele, bom, é melhor parar de ler esta coluna agora e acender mais uma vela no seu altar para o PJ, que as outras 412 começaram a apagar (apenas brincando, galera!).

    Eu estive pensando aqui com meus botões e me parece que a característica básica (básica, não única) dos filmes do PJ e fonte de todos os seus erros e acertos é que ele é um filme de fã, feito por um fã e com uma visão de fã. Explico, claro: ele não se esforçou para dar uma visão Tolkien do filme, uma visão que apesar de não poder ser reconstruída plenamente pode ser parcialmente vislumbrada através das esntrevistas e das cartas (sim, o "Letters"! Sempre ele!). Portanto o que temos nos filmes é uma "visão PJ das obras de Tolkien" temperada com exigências financeiras do estúdio e com a contribuição de outros fãs da produção.

    Enfim, vamos xingar o Peter Jackon! Deficiências da criatura e dos filmes:

    Peter Jackson possui uma deficiência muito grande como diretor, que continua a influenciá-lo desde a época dos filmes trash (momento parênteses: pra quem não sabe o PJ é um excelente diretor de filmes trash! Filmes gloriosos como "Braindead" e "Bad Taste" são do nosso amado diretor) que é não saber lidar com o bem mas sabe lidar de maneira bastante eficaz com o mal e com o incomum. Duvidam? Vamos aos filmes! Elfos, o suprassumo do bem e da beleza no final da Terceira Era (não vou entrar em disacussões filosóficas sobre os Elfos em outras Era sou oportunidades, o que interessa é a época do filme) são representados de uma forma feia e apagada, sem brilho, sem lugar, sem atrativos…. e sem sexo, em sua maioria. Excessões sejam feitas à máquina de matar Legolas (aqui entramos no incomum do PJ) e à primeira aparição da Arwen a Frodo, envolta em luz, radiante, linda, falando Sindarin "Frodo, im Arwen. Telin le thaed. Lasto beth nîn, tolo dan na ngalad" (sempre choro nessa parte).

    Vamos adiante nessa mesma tecla: Lothlórien, Valfenda e Faramir (sim, vocês que ainda não assistiram SdA:ADT ficarão chocados). A representação dos dois locais élficos e do personagem de Faramir, que é uma espécie de epítome do bem e da honra em meio à loucura de Denethor e à força bruta de Boromir, deixa muito a desejar do ponto de vista da obra mesmo. Afinal, ao final da Terceira Era e antes da (… não vou contar) os Anéis de Elrond e Galadriel estavam em pleno funcionamento, contendo o tempo e mantendo Valfenda e Lórien como dois "paraísos" na Terra-média. Mais um exemplo? Quantos quiser! Gil-galad na batalha da última aliança, aparecendo como um sádico homicida, tendo imenso prazer na matança de Orcs e afins… fala sério, PJ!

    Mas passando ao segundo ponto, talvez o mais discutido, a influência do estúdio (entenda-se GRANA) no todo da "obra" do PJ. Filme atualmente é um produto como outro qualquer: interessa que dê lucro. E o investimento não foi pequeno (mais de U$ 100 milhões por filme) portanto é bastante natural que o estúdio fizesse pressão para que algumas partes da obra se tornassem mais "palatável" para as massas o que não acho natural nem concordo é que PJ se submetesse a isso de maneira tão grosseira. Sim, estou falando da Arwen sim. A desculpa que o PJ dá, de que ele usou material do Apêndice para complementar o filme é desprovida de respaldo. Ele aumentou o espaço dela pra colocar umas ceninhas românticas e uns chororôs, isso sim.

    Agora vou dizer uma verdade que mesmo o mais revoltado fã do PJ tem receio de dizer na cara: Legolas é uma invencionice movida pelo dinheiro! Sim, sim e sim! Legolas no livro é o mais inútil dos membros da Comitiva (ah é? não concorda? Vai discutir com Tolkien, pois ele fala exatamente isso no Letters! Haha! Touché!) e foi tranformado numa incrível máquina de matar, praticamente uma metralhadora medieval. Isso se chama turbinar um personagem pra atrair público. Chega a ser… revoltante. Como não tinha ninguém "poderoso" e "guerreiro" de verdade no SdA:SdA criaram um. Escolha lógica? Legolas, o Elfo fodão. Blergh!

    Seguimos em frente? Essa é da dar nó em estômago de Orc: a mania que diretores e roteirista têm de querer "reinventar" a obra que estão adaptando. Não gostam de algo no livro? Simplesmente mudam e alegam "problema na transição de mídia" ou "liberdade criativa" ou "leitura pessoal". Bah! Existe uma imensa diferença entre adaptar mídia e mudar alguma coisa só por mudar, pra que "visualmente" ou "comercialmente" fique mais adequado. Exemplos de boas adaptações? Condado. Está alterado, mas não desfigurado. Péssimas adaptações umbiguícias? Batalha da Última Aliança, Lothlórien e sua Galadriel Mun-Rá e esticando pro SdA:ADT temos o Personagem-Que-Era-Pra-Ser-Faramir e a aventurinha em Osgiliath (Céus! Quem foi o doente que deu essa idéia pra ele?) e por aí vai… praticamente todos os filmes que são adaptados de alguma obra sofrem horrores com os egos de redatores e diretores.

    O filme também sofre de "JohnHowezisse" e isso fica ainda mais claro no SdA:ADT. Quem conhece um pouco mais a fundo a obra de John Howe não teve qualquer surpresa visual. Parece uma sequência infinda de desenhos do John Howe sendo mostrados na tela. Quando percebemos isso, no SdA:SdA, fica claro como serão os outros dois filmes e como será o SdA:RdR: basta procurar desenhos do John Howe e você vai saber como será a Laracna e todos os outros pequenos "detalhes secretos" do filme. Utilizar os serviços de um grande artista e talvez o mais perfeito retratador da obra de Tolkien é uma boa idéia, mas precisava ser tão óbvio?

    E por último (depois dessa vou tomar um suquinho de maracujá) um problema inusitado e que passa despercebido. O maldito PJ é fã de Tolkien. Ele conhece a obra. Ele leu o SdA, e leu mais de uma vez. "Mas, mas… como isso pode ser um defeito? É uma qualidade!" diria um incauto fã. Sim, é uma qualidade, sob certos aspectos mas eu prefereria que PJ fosse MENOS fã. Todos nós, fãs, fãzinhos e fanático
    s pela obra temos uma "visão" da mesma, uma "leitura" pessoal e subjetiva que muitas vezes não coincide com o que o próprio Tolkien fala, explica ou descreve. PJ logicamente tem sua própria visão pessoal da obra e não abriu mão ao dirigir. Logicamente ele, ao fazer o filme, deveria se voltar para Tolkien, procurando respostas e soluções no próprio Tolkien e não na sua opinião de fã. E isso serviria de escudo pra críticas também. E por mais que PJ buscasse em Tolkien as respostas, as perguntas são tão numerosas que ne, todos as Biografias e Letters e HoMEs do mundo poderiam responder, sobrando muito espaço pro PJ inserir sua visão pessoal da obra.

    Estranho como más adaptações podem gerar excelentes filmes. E estamos presenciando mais um desses casos. Queime, PJ, queime!

  • Meio-Elfos – Desfazendo o Nó

     
    Mudando um pouco o direcionamento (até agora) da minho coluna, resolvi escrever um pouco sobre a obra em si e não sobre o filme ou sobre os fãs. Afinal, um pouco de  Tolkien de verdade só faz bem! Vamos lá, rápidos e rasteiros, aos Meio-Elfos.

    Uma das dúvidas que sempre ficam na cabeça após termos lido O Senhor dos Anéis e que só ficam mais complicadas após O Silmarillion e com os Contos Inacabados piora tudo é sobre os Meio-Elfos ou os raros rebentos das uniões entre Elfos e Homens. Afinal são Elfos ou Homens? Eles podem escolher a própria raça? Como é que fica? Bom, parecem questões simples com respostas fáceis, mas o problema é mais profundo do que parece.

    Os Primeiros Meio-Elfos

    Temos três casamentos de destaque entre Elfos e Homens.(muito embora não sejam as únicas uniões). O primeiro foi entre Lúthien e Beren, o segundo entre Tuor e Idril e o terceiro entre Aragorn e Arwen – apesar desta ser tecnicamente uma Meio-Elfa e não uma Elfa.

    O filho de Beren e Lúthien foi Dior e não sabemos exatamente como enquadrá-lo, embora seja chamado de Meio-Elfo:

    "Earendil was thus the second of the Pereldar (Half-elven), the elder being Dior, son of Beren and Luthien Tinuviel" [HoME 12]

    "Dior Halfelven weds Lindis of Ossiriand." [HoME 11]

    Aparentemente ele era considerado um Elfo e tratado como tal, pois assumiu seu lugar como herdeiro de Thingol e também se casou com uma Elfa de alta estirpe (Nimloth ou Lindis, dependendo do texto que tomarmos como base).

    Dior teve três filhos mas apenas Elwin sobreviveu à Destruição de Doriath, fugindo aos portos. Não sabemos qual a posição quanto a Elwing, mas aparentemente ela era considerada uma Meio-Elfo também, assim como seu pai (o conceito patriarcal é muito presente quando tratamos de Meio-Elfos).

    Mas então qual foi o destino de Dior e seus dois filhos? Não temos como saber exatamente pois Dior foi morto com uma idade compatível tanto com Elfos quanto com Homens e seus filhos morreram ainda criança mas temos uma indicação indireta sobre o fato que são a comparaçao entre as datas de nascimento e casamento de Dior. Ele nasceu por volta do ano 475 da Primeira Era e se casa já a 497 , com cerca de 24 ou 25 anos de idade, que é uma idade bastante adequada para o casamento de um Homem mas completamente imprópria para o casamento de um Elfo, que se casavam logo após os cinquenta anos (ver Leis e Costumes dos Eldar, HoME 10). Sim, é uma indicação pequena, mas aparentemente Dior era um Homem que aos 24 anos já atingira o máximo de seu vigor físico e se casou. Quantos aos filhos de Dior, nunca saberemos exatamente, mas se a regra dos Meio-Elfos fossem retroativas (ver abaixo!) filhos de Homens são sempre Homens mesmo que sua mãe seja uma Elfa ou Meio-Elfa, portanto ambos seriam Homens também.

    O segundo casal, Tuor e Idril, teve um filho apenas, Earendil o Marinheiro chamado de Meio-Elfo e, por uma dessas “coincidências cantadas” dO Silmarillion, acaba se casando com Elwing neta de Dior, o primeiro Meio-Elfo. É o primeiro e único casamento entre Meio-Elfos da história e talvez seja o motivo da escolha dada a eles em Aman.

    Elwin e Earendil se casam e através do poder da Silmarill conseguem atingir Aman e lá confundem até mesmo os Valar que decidem por não decidirem nada e deixar a escolha entre os dois:

    "E esta é minha sentença com relação a eles: Eärendil e Elwing, bem como seus filhos, terão permissão cada um de escolher livremente a que família seus destinos serão vinculados, e de acordo com que família serão julgados”. [“O Silmarillion", Capítulo 24]

    Este é o ponto divisor e junto ao casamento de dois Meio-Elfos o que faz diferença entre outros relacionamentos Elfos x Homens posteriores. Só a partir deste momento é que os Meio-Elfos e seus descendentes poderiam escolher a própria raça.

    Os Filhos de Earendil e Elwing e o Problema de Arwen

    Depois de um intervalo de alguns milênios chegamos ao romance de Arwen e Aragorn. Sendo Arwen filha de Elrond Meio-Elfo, o filho de Earendil, o que ela seria? Humana? Elfa? Teria direito a escolha?

    Uma corrente bastante ampla a considera uma Elfa pura, pois só nasceu após seu pai ter escolhido pertencer aos Elfos. Mãe Elfa, pai que escolheu os Elfo, seria lógico esperarmos filhos Elfos, certo? Apesar de ser lógico, está errado. Arwen e seus dois irmãos são Meio-Elfos e teriam que escolher a raça:

    “Arwen não era um elfo, mas sim um dos meio-elfos que abandonaram seus direitos élficos.” [Carta #345]

    “Elrohir, Elladan: estes nomes, dados por Elrond a seus filhos, se referem ao fato de que eles eram ‘meio-elfos’: eles possuíam tanto ancestrais mortais quanto Élficos de ambos os lados; Tuor pelo lado de seu pai e Beren pelo lado de sua mãe”. [Carta #211]

    “O final de seus filhos, Elladan e Elrohir, não é contado: eles atrasaram suas escolhas e permaneceram por um tempo”. [Carta #153]

    Portanto Arwen, Elrohir e Elladan, como filhos de Elrond, tinham o direito de escolher. O problema é que os filhos de Elros, irmão de Elrond, não tinham:

    "A idéia é que os Meio-elfos tem um poder (irrevogável) de escolha, que pode ser atrasado mas não permanentemente, do destino de qual raça partilhariam. Elros escolheu ser um Rei e ‘longevo’ porém mortal, portanto todos os seus descendentes são mortais, e de uma raça especialmente nobre, porém com uma longevidade mingüando (…) Elrond escolheu estar entre dos Elfos. Seus filhos (…) devem fazer suas escolhas." [Carta #153]

    Afinal das contas, como ficava esse embrulho todo? Aparentemente o direito ou não de escolha era patriarcal, o que seu pai era é o que decide o que você será.

    Outras Uniões?

    Além das três uniões discutidas sabemos de pelo menos mais uma e temos indicações indiretas de possivelmente muitas mais. O antepassado do Príncipe Imrahil, Imrazor de Dol Amroth, um Numenoriano, tomou Mithrellas, uma Elfa companheira de Nimloth, como esposa (aparentemente à força). Dessa união nasceram dois filhos após o que Mithrellas desaparece (ou foge). Assim, a Casa de Dol Amroth ficou conhecida pela beleza devido à sua ascendência élfica, mas nenhuma referência sobre “escolha” ou “Meio-Elfo”, quando se referencia a Casa de Dol Amroth (Príncipe Imrahil incluso). Mais uma evidência que corrobora a tese da influência paterna sobre essas casos.

    Temos também a ciração de um envolvimento amoroso (embora não consumado) entre Andreth, uma Humana, e Aegnor, Filho de Fëanor, relatado de passagem ao final do excelente “Da Morte e dos Filhos de Eru, e da Desfiguração dos Homens – O Diálogo de F
    inrod e Andreth” contido no HoME 10. Neste caso, o único relatado entre um Elfo e uma Mulher, Aegnor abre mão do relacionamento não querendo sofrer as consequências do mesmo.

    Aparentemente estes relacionamentos não eram completamente incomuns. Raros, porém não incomuns. O que parece ter sido extremamente raro é que alguns tenham sido levados às últimas consequências, e por isso merecem destaque.

    Conclusão

    Afinal das contas, depois disso tudo o que temos? Todos os indícios apontam uma influência paterna total (embora não intencional e/ou ativa) sobre os filhos. De maneira bem resumida seria assim: se seu pai é Meio-Elfo e escolheu ser Elfo, você vai poder escolher mas se ele era Meio-Elfo e escolheu ser Homem, você será Homem quer queira ou não, sem escolha. Se seu pai era Homem, você será Homem mesmo que sua mãe seja Elfa ou Meio-Elfa (temos exemplos disso com o caso de Mithrellas e Arwen) mesmo que seja chamado Meio-Elfo (seria o caso de Dior e seus dois filhos?). Se seu pai era um Elfo puro, bom, não temos como afirmar nada, pois não temos nenhum casos registrado sobre esse assunto, embora a lógica aqui aponte que ele seria um Elfo.

  • Cuidado com as Compras no Exterior!

     
    Com a Internet e Cartões de Crédito Internacionais é possível facilmente fazer compras no exterior, recebendo na comodidade do seu lar. Basta ligar 1406 e você terá… bom, brincadeiras à parte, comprar no exterior atualmente está mais fácil do que ser assaltado em uma grande cidade. Claro que, como toda compra, exige cuidado e atenção.

    O primeiro deles, nem preciso comentar, é a segurança do site. Esqueça totalmente aqueles sites que não utilização conexão segura na hora da compra (dá pra saber facilmente, pois no endereço vai constar https:// aou invés do tradicional http://). Fuja dos sites sem segurança como fugiria de uma briga de torcidas organizadas. Em geral, as compras em sites conhecidos e com conexão segura são altamente confiáveis.

    O segundo detalhe é não esqueça que os preços estarão em outras moedas (geralmente dólares) e que existe a taxa de entrega, ou frete, que algumas vezes pode chegar a ser bem carinha.

    E por terceiro, os impostos. Livros, revistas, impressos e alguns outros poucos produtos não pagam imposto de importação, mas todos os outros pagam. Isso inclui jóias, CDs, DVDs, jogos, produtos de informática, brinquedos e todo o resto. O imposto de importação é de 60% sobre o preço pago pelo produto, incluindo frete. Se a sua compra foi de 80 dólares e teve um frete de mais 20 dólares, totalizando 100 dólares, o imposto será de 60 dólares, fazendo o valor a ser pago subir para 160 dólares. Além disso tem a taxa de ICMS que equivale a mais ou menos 18% sobre o total anterior, ou seja, valor da compra + frete + imposto de importação. No nosso exemplo, teríamos 160 dólares mais 18%, totalizando 188,80 dólares. E ainda temos 2,5% de taxa do cartão de crédito e, dependendo do caso, uns 10 reais de taxa aduaneira. Portanto nossa inocente compra de 80 dólares chega no nosso cartão de crédito como quase 200 dólares, duas vezes e meia o valor original. Ah! A cobrança do imposto é por amostragem, portanto você pode ter sorte e seu produto passar sem ser vistoriado, ou seja, sem os 60% de imposto de importação e os 18% de ICMS.

    Portanto, atenção e cuidado nas compras no exterior!