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  • Gil-galad era um Rei Elfo

    E isso é tudo em que concordamos.

    A ascendência de Gil-Galad ainda não se transformou num tópico central entre os fãs de Tolkien, mas o tempo dirá se acontecer. Mesmo tendo pouca informação sobre o mais famoso dos reis noldorianos, há pessoas que acharam motivos para escrever grandes artigos sobre ele [e eu não sou exceção].

     

    Quem foi o pai de Gil-galad, Fingon ou Orodreth? J.R.R. Tolkien diz Orodreth, mas milhões de fãs parecem discordar dele. Afinal o Silmarillion diz que foi o Fingon. “Que Gil-galad foi filho de Fingon [The Silmarillion] vem de uma nota escrita a lápis no manuscrito dos Anais Cinzentos [Grey Annals $157],” nos conta Christopher Tolkien na Guerra das Jóias [The War of the Jewels], “dizendo que quando Fingon se tornou rei dos Noldor na ocasião da morte de Fingolfin ‘seu jovem filho [?Findor] [sic] Gilgalad ele mandou para os Portos.’ Mas isso, adotado depois de muita hesitação, certamente foi uma das muitas especulações de meu pai.

    Essa dica tentadora incendiou um dos primeiros debates sobre Gil-galad. Se Fingon não era seu pai, e Finrod Felagund não podia ser [discussões anteriores mostraram que esta idéia fora abandonada] quem foi então o pai do Gil-galad? Algumas pessoas ficam firmes com O Silmarillion, dizendo que tem que ser verdade, pois foi fielmente produzido por Christopher Tolkien de acordo com os desejos de seu pai. Mas isso não é verdade.

    Em outro lugar na Guerra das Jóias [The War of the Jewels], e em vários outros volumes dos The History of Middle-earth, Christopher mostra aonde ele desviou da visão de seu pai [na maior parte devido a uma pesquisa insuficiente, pois ele estava trabalhando sob pressão e não tinha tido acesso a todos os papéis de seu pai]. Em particular ele cita a “Ruína de Doriath”[The Ruin of Doriath]:

    Ter incluído [“As andanças de Hurin” em O Silmarillion], assim me pareceu, implicaria numa grande redução, realmente uma inteira remontagem de uma maneira que eu não queria fazer; e já que a história é intrincada eu tinha medo que isso produziria um confuso entrelaçamento na narrativa sem nenhuma sutileza, e por cima de tudo iria diminuir a figura temerosa do velho homem, o grande herói, Thalion, o inabalável, indo de encontro aos propósitos de Morgoth, como ele estava destinado a fazer. Mas me parece agora, muitos anos depois, ter havido muita manipulação com o pensamento e intenção de meu pai: portanto levantando a questão de que se fazer um Silmarillion unificado tenha sido válido.

    Numa outra explicação de como “A Ruína de Doriath” foi escrito mais tarde no livro, Christopher diz:

    Essa estória não foi facilmente ou apressadamente concebida, mas foi o resultado de uma longa experimentação entre concepções alternativas. Nesse trabalho Guy Kay teve uma grande participação, e o capítulo que eu finalmente escrevi, se deve a muitas discussões com ele. É, e foi, óbvio que um passo estava sendo tomado de uma diferente ordem de qualquer outra ‘manipulação’ da própria escrita de meu pai no decorrer do livro: mesmo no caso a estória da queda de Gondolin, que meu pai nunca retomou, alguma coisa podia ser feita sem introduzir mudanças radicais na estória da Ruína de Doriath do jeito que estava e que era radicalmente incompatível com ‘O Silmarillion’ como projetado, e que havia uma escolha inescapável: ou abandonar esta concepção, ou alterar a estória. Eu acho que foi uma opinião errada, e que as indubitáveis dificuldades poderiam, e deveriam ser tratadas sem ultrapassar a barreira da função editorial.

    Essa repudiação de sua mais significativa contribuição ao O Silmarillion mostra que Christopher Tolkien não o apresenta como um trabalho final e fiel. Isso é, ele nunca teve a intenção de que O Silmarillion publicado representasse a visão de seu pai. Ele tomou cuidado no próprio prefácio, dizendo que:

    …a tentativa de apresentar, num único volume, a diversidade de materiais – revelar O Silmarillion de fato como uma criação contínua e em evolução, que se estendeu por mais de cinqüenta anos- levaria na realidade apenas à confusão e ao obscurecimento daquilo que é essencial. Propus-me, por isso, elaborar um texto único, selecionando e organizando trechos de tal modo que me parecessem produzir a narrativa mais coerente de maior consistência interna….Não se pode aspirar a uma harmonia perfeita…e ela somente poderia ser alcançada, se fosse possível, a um custo muito elevado e desnecessário…

    Temos portanto, um sólido motivo, dado pelo próprio Christopher Tolkien, para questionar a validade de qualquer afirmação em O Silmarillion. Mas é claro que não se deve dizer que tudo que está no livro seja não confiável. Mas, já que temos ao nosso dispor o material base para nosso próprio estudo, podemos determinar [especialmente com ajuda deste comentário explícito do Christopher] em que partes a estória original foi alterada ou não, e porque.

    No caso da filiação de Gil-galad nós temos uma maior afirmação de Christopher que aquele acima. No The Peoples of Middle-Earth ele dedicou um pequeno comentário sobre a filiação de Gil-galad nas paginas 349-51. Parece que a verdadeira genealogia de Gil-galad o coloca como sendo filho de Orodreth, que era filho de Angrod, e não um dos filhos de Finarfin.

    Não deve haver dúvidas que esta era a palavra final de meu pai sobre este assunto”, Christopher nos conta. Sua última declaração diz: “Uma análise mais profunda deste material extremamente complexo do que fiz há vinte anos atrás mostra claramente que Gil-galad como filho de Fingon [veja XI.56,243] era uma idéia efêmera.

    Que revelação! Dizer que Gil-galad como filho de Fingon era “uma idéia efêmera” acende as chamas da controvérsia imediatamente. Pessoas tem argumentado anos após anos qual deveria ser a filiação de Gil-galad. E ainda temos do Christopher Tolkien que não pode haver dúvida sobre quem era seu pai: ele era filho de Orodreth.

    Ainda mais, Christopher admite ter mudado o nome de Gil-galad no texto da carta publicada como parte de “Aldarion e Erendis” nos Contos Inacabados [Unfinished Tales]. Onde o livro mostra “ Ereinion Gil-galad filho de Fingon”. JRRT havia realmente escrito “Finellach Gil-galad da Casa de Finarfin”. Numa outra passagem da estória Christopher também mudou “Rei Finellach Gil-galad de Lindon” para “Rei Gil-galad de
    Lindon
    ”.

    Então porque as pessoas continuam a duvidar da palavra de Christopher Tolkien, o homem que publicou O Silmarillion, onde ele admite que queria manter um “texto único”, e foi quem selecionou e arranjou o material para produzir uma narrativa consistente e coerente [um objetivo que ele não atingiu totalmente, pela sua própria admissão]? Eu acho que responder esta questão requereria uma análise que beiraria a uma dissertação. A recusa para aceitar as afirmações de Christopher Tolkien em várias questões é um fenômeno sociológico.

    Mas podemos examinar Gil-galad no contexto da estória correta e determinar algumas coisas sobre seu caráter que nunca foram revelados em O Silmarillion. Isto é, podemos deduzir alguma coisa da sua estória pessoal.

    Orodreth provavelmente nasceu em Valinor. Sua mãe foi Eldalôtë, uma dama Noldorin cujo nome foi facilmente convertido para o Sindarin Edhellos. Quando Finrod construiu a cidade secreta de Nargothrond, ele reinava sobre Tol Sirion e as terras anexas a Angrod, enquanto Aegnor reteve comando sobre os altos de Dorthonion que cobriam Ard-galen. Isso contradiz tudo que nos foi contado em O Silmarillion, claro.

    Quando a Dagor Bragollach irrompeu e os Noldor foram derrotados, Finrod apressou-se para o norte para trazer reforço para seus irmãos, mas ele chegou muito tarde. O povo de Aegnor foi conquistado, e apesar do povo de Angrod se agüentar em Tol Sirion por algum tempo, o próprio Angrod foi finalmente morto e Orodreth afastou-se da ilha, fugindo para Nargothrond. Ele levou com ele sua esposa, uma dama Sindarin das terras do norte, e seu filho [Rodnor Gil-galad] e filha [Finduilas].

    Gil-galad não ficou em Nargothrond por muito tempo. Ele teria ficado lá no mínimo até cerca do ano 455 [o ano da Dagor Bragollach], e Christopher cita uma nota de seu pai que diz que “Gil-galad escapou e finalmente chegou nas Quedas do Sirion e foi Rei dos Noldor lá” . Sua escapada deve ter sido por causa da destruição de Nargothrond, que ocorreu no ano de 495.

    Durante estes 40 anos não sabemos nada sobre Gil-galad, mas podemos supor que ele deve ter estado presente no grande debate quando Beren pediu a ajuda de Finrod na questão do Silmaril. Ele, claro, não foi um dos doze lordes fiéis que acompanharam Finrod em sua missão, mas presumivelmente Gil-galad deve tê-lo achado muito novo ou muito importante para fazer parte desta missão [de fato, ele nem havia sido concebido no pensamento de Tolkien quando a versão inteira da estória de Beren foi escrita nos anos 30]. Gil-galad não marchou com a companhia de Gwindor para a Nirnaeth Arnoediad, e ele não parece ter sido um dos soldados no exército de Orodreth que foi derrotado pelo exército de Glaurung na Batalha de Tumhalad.

    Faria sentido para Orodreth deixar Gil-galad para trás para defender Nargothrond. Gil-galad devia estar chegando somente na sua completa maturidade. E Orodreth era um governante cauteloso, somente concordando devido a pressão de Turin e a impaciência dos lordes Noldorin que favoreciam a opinião de Turin de abandonar a política de defesa secreta de Nargothrond.

    Portanto quando Glaurung veio contra a cidade e seus defensores se mostraram poucos e fracos diante do dragão, o jovem príncipe deve ter sido separado da família. Nós não sabemos o destino de sua mãe, talvez ela tenha sido morta ou feita prisioneira, mas Finduilas foi capturada e levada com as outras elfas para Brethil pelos Orcs. Lá ela foi mortalmente ferida apesar dos melhores esforços dos homens da floresta para libertar os cativos.

    Indo para o sul Gil-galad chegou nas Quedas do Sirion. A comunidade de Elfos e Homens que mais tarde fundariam o reino de Arvernien sob Earendil ainda não existia, mas vários Noldor [e Sindar] haviam fugido para o sul há anos,esperando se juntar a Cirdan, cujo povo havia abandonado o Falas depois do Nirnaeth Arnoediad em 473 e fugido para a Ilha de Balar. Annael, chefe do grupo de Sindar que criou Tuor, finalmente chegou nas Quedas do Sirion.

    Então Gil-galad estabeleceu uma comunidade de Elfos lá, ou fundou uma e foi considerado seu líder. Essa comunidade, entretanto, deve ter-se mudado para Balar, provavelmente a convite de Cirdan, assegurando assim que a Casa de Finwë sobreviveria.

    Gil-galad era nessa época apenas um rei dos Noldor, não seu Alto Rei. O Alto Reinado havia passado na morte de Fingon para o seu irmão Turgon, e agora nós sabemos porque . Fingon não tinha filhos, e o seu reinado foi então para o seu parente masculino mais próximo da linha de descendência de Finwë. Quando Gondolin foi destruída no ano de 510, e Turgon morto, o Alto Reinado passou para a Casa de Finarfin, da qual o último descendente masculino era Gil-galad.

    Durante o resto da Primeira Era Gil-galad ficou em Balar. Ele e Maedhros eram os últimos reis Noldorin a viver em Beleriand, mas parece que Gil-galad nunca encontrou Maedhros. Ele teria conhecido Celebrimbor, o filho de Curufin, que ficou em Nargothrond depois de Celegorm e Curufin serem banidos por Orodreth. Celebrimbor não era um rei, e não tinha reino para herdar, apesar de ele tecnicamente ter se tornado o líder dos Fëanorianos quando da morte de Maedhros e da partida de Maglor.

    Quando a Guerra da Ira terminou e as Hostes de Valinor voltaram para o Oeste, muitos dos Noldor e Sindar de Beleriand foram com eles. Os poucos Finwëanos que ficaram [Gil-galad, Celebrimbor, e Galadriel] junto com os lordes chefes dos Sindar [Celeborn and Cirdan] decidiram ficar na Terra-média. A história de Galadriel é muito confusa, mas parece que ela partiu de Nargothrond um pouco antes de 495 [provavelmente antes da Nirnaeth em 473]. Então ela e Celeborn devem ter vindo para o oeste quando Eonwë chamou todos os Elfos da Terra-média para velejar pelo Mar.

    No The Road Goes Ever On J.R.R. Tolkien escreve que Galadriel “era a última sobrevivente dos príncipes e rainhas que haviam liderado os Noldor que se revoltaram para se exilar na Terra-média. Depois da queda de Morgoth no fim da Primeira Era, uma proibição foi posto sobre seu retorno e ela respondeu orgulhosamente que ela não desejava fazê-lo. Ela foi pelas montanhas com seu marido Celeborn [um dos Sindar] e foi para Eregion….

    A posição de Galadriel entre os lordes Eldarin da Terra-média era bem única, e parece que ela nunca se enquadrou bem no reinado de Gil-galad. Numa outra estória, publicada nos Contos Inacabados [Unfinished Tales], Galadriel e Celeborn primeiro se fixaram em Eriador perto do Lago Evendim no começo da Segunda Era, e lá eles foram reconhecidos os governantes dos Elfos em Eriador. Mesmo assim, O Senhor dos Anéis nos conta que Celeborn era vassalo de Gil-galad em Harlindon por um tempo depois que o Reino de Lindon foi estabelecido.

    Elrond, escolhendo ficar com os Elfos,se transformou num conselheiro e era aparentemente um amigo chegado de Gil-galad. Seu pedigree com certeza assegurou a Elrond um alto lugar no novo reino dos Elfos. Nascido entre os sobreviventes de Gondolin e Doriath, um descenden
    te de Turgon e Thingol, Elrond foi capturado enquanto era ainda uma criança com os Fëanorianos, e ele e seu irmão Elros foram criados por Maglor.Assim Elrond desenvolveu uma relação especial com os Fëanorianos.

    O reino de Gil-galad deve, no início deve ter tido Elfos de todas as partes da antiga Beleriand: sobreviventes de Falas e Hithlum, sobreviventes de Nargothrond, sobreviventes de Gondolin e Doriath, Fëanorianos, e provavelmente mesmo uns poucos Laegrim de Ossiriand e o que teria sobrado dos Avari que teriam alcançado Beleriand. Apesar de supostamente tudo ter sido perdoado entre os Elfos, aparentemente eles não conseguiam por de lado velhas mágoas. Os Doriathrim aparentemente teriam aceitado o governo de Gil-galad no começo mas foram eles [aparentemente] que lideraram a grande migração dos Sindar para longe de Lindon.

    Os Sindar começaram a migrar na direção leste no começo da Segunda Era, mas nós não sabemos quando. E os seus primeiros grupos podem ter se fixado a oeste de Eriador. A pressão populacional pode ter sido parte da razão de eles ter deixado Lindon. Os Elfos continuaram a ter famílias durante a Segunda e Terceira Era. Mas pode ser também que Gil-galad foi suficientemente influenciado por políticas dos Noldorin para que os Sindar tenham sentido que seu reino não era para eles. Cirdan e os Falathrim tinham sempre sido amigos dos Noldor, e tinham assumido alguns usos e costumes dos Noldor em Beleriand [Finrod ajudou a reconstruir suas cidades por exemplo]. Os Sindar de Hithlum e Nargorthrond também poderiam ter sofrido a influência dos Noldor.

    Foram os Sindar de Doriath que eram os mais relutantes em adotar os costumes e a cultura Noldorin. E também eles teriam muita dificuldade para esquecer velhas mágoas, tendo combatido os Fëanorianos diretamente não uma mas duas vezes. Virtualmente todas as mágoas dos Sindar sobre suas perdas poderiam ter sido obra dos Noldor, se fosse para acusar alguém. Portanto a sua migração para o leste era provavelmente também o resultado de alguma antipatia em relação aos Fëanorianos.

    A primeira fase da migração Sindarin foi provavelmente completada na época em que os Numenoreanos alcançaram a Terra-média e começaram a visitar Lindon. Nessa época o porto de Edhellond havia sido estabelecido mais para o sul e vários Sindar haviam se fixado entre os Nandor e Avari de Eriador. O povo de Gil-galad manteve o contato com os Elfos de Eriador, e tinha entrado em contato com os povos Edain que ainda viviam lá também. Esses Homens mandaram doze de seus líderes para se encontrar com Vëantur e seus Numenoreanos depois de solicitarem a Gil-galad um encontro.

    Então, no momento que o seu reino parecia se esfacelar, Gil-galad foi colocado no palco da história por Numenor. E Sauron começava a atuar na Terra-média mais uma vez. Rumores chegaram aos ouvidos de Gil-galad de um poder distante que não era amigo dos Homens e Elfos. Ele não sabia nada com certeza, mas suas duvidas e preocupações gradualmente aumentaram. Quando o jovem príncipe Anardil [mais tarde Tar-Aldarion] começou a se aventurar na Terra-média, Gil-galad ficou seu amigo, e o príncipe Numenoreano fez várias viagens a mando de Gil-galad visitando os Homens pelas terras norte e oeste da Terra-média.

    Gil-galad parece ter feito uma política de estabelecer relações mais próximas com Homens. Talvez ele só estava interessado em Homens de descendência Edainica, já que os Elfos não confiavam em Homens de outros tipos. Mas os povos Edainicos haviam se espalhados há tempos. Eles podiam ser encontrados tão longe quanto as Quedas de Sirion e tão ao leste como o rio Carnen e as Montanhas de Ferro.

    O estabelecimento do reino Noldorin pode também refletir em parte a política de Gil-galad. Apesar de Eregion agir por conta própria, Gil-galad não abandonou o povo de Eregion durante a Guerra dos Elfos e Sauron. E ele pode ter sido decisivo na hora de decidir que os Noldor estabelecessem uma colônia perto de Khazad-dum para ter acesso ao mithril. Nesse sentido a civilização élfica teria controle assegurado sobre as rotas de comércio Eriadoriano.

    Quando Sauron começou a se aproximar dos reinos dos Elfos disfarçado de Annatar, O Senhor dos Presentes, sondando-os em relação ao seu destino de um dia desvanecerem, Gil-galad e Elrond suspeitaram de seus motivos e se recusaram a tratar com ele. Annatar/Sauron não foi admitido em Lindon, e ele virou sua atenção para Eregion. Lá Celebrimbor, senhor de Gwaith-i-Mirdain, ouviu Annatar, e ele sonhou em transformar a Terra-média num paraíso élfico como Valinor.Os Elfos tinham um problema real em que eles tinham que lidar com a própria morte: o desvanecimento. Eles perderiam seus corpos. Seus espíritos ficariam conscientes, mas incapazes de interagir com o mundo.

    Gil-galad claramente entendia este problema como qualquer um. Mas ele fez a escolha correta de não mexer com a natureza. Os Elfos viviam com a vida de Arda. Isto é, seus espíritos não abandonariam os círculos do mundo como os espíritos humanos. Por isso para eles “vida” não era simplesmente uma função biológica mas também uma vida espiritual. Eles se perguntavam se seus espíritos continuariam a existir após a existência do Tempo. Eles achavam que Homens tinham sua vida continuada assegurada, e não se preocupavam tanto assim com a morte do corpo como os Homens. Assim Gil-galad não queria evitar os efeitos do Tempo.

    Mas ainda assim, quando os Anéis do Poder foram feitos, e Sauron se revelou à aqueles que fizeram os Anéis quando ele pôs o Um Anel, os Elfos não conseguiam se obrigar a destruir os Anéis. Celebrimbor deu dois dos maiores anéis para Gil-galad, e Gil-galad também não pôde destruí-los. Porque? Era porque ele achava que não havia sentido em desfazer o que havia sido feito? Teria prejudicado severamente a Celebrimbor, aquele que fez os Três, para os anéis serem destruídos? Ou tinha Gil-galad achado alguma razão para mudar de idéia após séculos rejeitando os avanços de Annatar?

    Os Três Anéis agiram nos reinos élficos mesmo quando ninguém os usava durante o resto da Segunda Era. Tolkien escreveu que eles ainda conteriam os efeitos do Tempo , assim os Elfos estavam assegurados que não desvaneceriam enquanto os Anéis do Poder existissem. A política de Gil-galad tornou-se então mais manipulativa. Quando ele teve certeza que Sauron iria invadir Eriador, Gil-galad solicitou a Numenor ajuda para defender os Elfos e Homens que viviam lá. Mas ele não contou aos Numenoreanos sobre o quê era a guerra. Somente se pode imaginar os argumentos usados nos altos conselhos élficos antes que houvesse a chamada às armas. Era justo omitir informação vital dos Homens que iriam arriscar suas vidas a favor dos Elfos, que queriam manipular a natureza?

    Quando a guerra finalmente chegou Numenor ficou junto ao reino élfico, sem dúvida pela anti
    ga amizade, e porque qualquer um que conhecia as antigas lendas e histórias das Guerras de Beleriand sabia que Sauron era do mal. Que ele estivesse usando Orcs e Trolls nos seus exércitos, e que os Gwathuirim com quem os Numenoreanos tinham tido problemas se aliaram a Sauron, simplesmente encorajaria a crença de que era certo apoiar o povo élfico. Esta questão se transformou em questão de sobrevivência para todos os Elfos e Homens. Os Anéis do Poder estavam escondidos de Numenor como também de Sauron, e seu segredo permaneceria por séculos.

    Gil-galad pode ter achado acertado a sua decisão de não contar tudo aos seus aliados nos séculos que se seguiram após a guerra. Sauron foi derrotado e enviado para Mordor, e seu poder para ameaçar Eriador foi diminuído. Ele voltou sua atenção para as terras à leste da Terra-média, onde ele decidiu que ele poderia construir um grande império capaz de ameaçar Numenor e Gil-galad. Mas lá por volta do ano de 1800 os Numenoreanos começaram a mudar seu comportamento. A Guerra dos Elfos e Sauron haviam lhes mostrado a sua força, e essa força foi agora usada para dominar e escravizar outros Homens, ao invés de ajudá-los.

    Seria perigoso revelar a existência dos Anéis do Poder para essa nova Numenor, pois logo os Dunedain começaram a questionar o seu destino, e a querer o tempo de vida dos Elfos. Quanto disso chegou aos ouvidos de Gil-galad só podemos supor, mas depois os Numenoreanos se dividiram entre os acampamentos dos fiéis e os homens dos Reis , e somente os fiéis continuaram a se fixar ou a visitar o noroeste da Terra-média, deve ter sido óbvio que os Reis de Numenor tinham se colocado num caminho de auto destruição.

    Por seu lado Gil-galad tinha seus problemas. Vários Eldar deixaram a Terra-média depois da Guerra dos Elfos e Sauron. Provavelmente pareceu ser uma questão de tempo antes de Sauron crescer suficiente em seu poder para de novo desafiar Gil-galad e os Numenoreanos. Assim o poder de Gil-galad diminuiu e os Elfos permaneceram sob ataque constante mesmo durante os séculos em que a atenção de Sauron se voltava para o leste. Quando os Numenoreanos começaram a conquistar porções da Terra-média eles finalmente entraram em conflito com o reino de Sauron. As guerras de conquista poderiam retirar um pouco da pressão sobre os Elfos, mas seus Dias de Fuga parecem ter continuado até a decisão fatal de Ar-Pharazon de arrancar o controle sobre a Terra-média de Sauron.

    Tecnicamente, Numenor poderiam ainda estar aliada de alguma maneira com os Elfos. Pelargir, o pátio real dos barcos [essencialmente uma base naval], tinha sido fundada perto das Quedas do Anduin em 2350. Apesar de ter sido transformado no porto sul pelos Numenoreanos fiéis,o nome da cidade implica que foi construída com a sanção real, e pode ter servido como base de operações nos conflitos com o reino de Sauron. O poder reunido pelos Numenoreanos em Pelargir através dos séculos pode ter servido para desafiar e provocar Sauron, embora Mordor na época tivesse sido mais um posto avançado do império de Sauron do que seu centro.

    Gil-galad não tomou nenhuma atitude quando Ar-Pharazon trouxe uma armada para a Terra-média. Umbar, onde Ar-Pharazon aportou, era provavelmente muito ao sul para Gil-galad marchar ou velejar, e Ar-Pharazon muito provavelmente não queria nenhuma ajuda élfica mesmo. Ele veio para reinvindicar seu lugar como o Rei dos Homens, e nenhum Elfo seria necessário para ele afirmar a sua autoridade. De qualquer modo, o exército de Ar-Pharazon era tão grande que os aliados de Sauron o abandonaram. O Um Anel deixou Sauron na mão de novo. Então Sauron deixou Mordor e se entregou a Ar-Pharazon, permitindo que o rei o levasse para Numenor.

    A partida de Sauron parece ter acabado de vez com as guerras com os Elfos. No decorrer dos 57 anos seguintes Gil-galad foi capaz de extender a sua influência pela parte norte do mundo, mesmo nos altos Vales do Anduin. Quando Elendil e seus filhos trouxeram nove barcos com sobreviventes do disastre de Numenor à Terra-média em 3319, Gil-galad ficou amigo deles e ajudou-os a estabelecer os reinos de Arnor e Gondor. O rei Elfo construiu três torres de onde se avistavam o Golfo de Lune para Elendil, e esses podem ter sido a primeira morada do rei de Dunadan na Terra-média. Mas apesar de ele ter cedido bastante autoridade a Elendil sobre Eriador, Gil-galad ainda nada disse [parece] sobre os Anéis do Poder.

    Não seria até o ano de 3429, quando o Sauron reconstituído sentiu-se forte o suficiente para atacar Gondor, que Gil-galad se sentiu confrontado com o dilema moral dos Anéis. Ele guardou Narya e Vilya por mais de 1,000 anos. Nem ele nem nenhum outro Elfo havia usado os Anéis naquela época. Eles não se atreviam. Mas eles ainda se beneficiavam com a habilidade dos Anéis de inibir os efeitos do Tempo. Deve ter ficado óbvio para Gil-galad que os Elfos somente adiaram a inevitável decisão de destruir os Anéis. Ele pode não ter se convencido da necessidade de fazê-lo, ou que eles falhariam se o Um anel fosse desfeito, mas enquanto Sauron permanecesse uma ameaça aos Homens e Elfos não havia esperança dos Elfos alguma vez realizar o benefício integral dos Anéis dos quais eles tinham controle.

    Então parece que Gil-galad revelou tudo para Elendil e seus filhos. Agora finalmente os Elfos confessaram seus pecados e eles resolveram junto com os Dunedain para embarcar na guerra final contra Sauron que teria resultado na sua completa derrota. Eles tinham o poderio militar para alcançar esse objetivo. O Povo de Gil-galad tinha crescido em número de novo, mas ele também tinha estabelecido relações com os povos dos Vales do Anduin, incluindo os bem mais numerosos Silvan Elfos governados por Oropher e Amdir. Elfo, Homem, e Anão se juntaram com um propósito comum e eles organizaram o maior exército da army Terra-média desde o fim da Primeira Era.

    Mas os argumentos persuasivos de Gil-galad não devem tê-lo agraciado com Oropher, que como um Elfo Doriathrin era não simpatizante dos Noldor. Deve-se provavelmente a relação de Gil-galad com Thingol e a necessidade urgente de se fazer algo contra Sauron, que havia destruído as terras ao leste das Montanhas Nebulosas como as de Eriador, que fez com que Oropher se aliasse a Gil-galad. Oropher ainda assim recusou a marchar sob a bandeira de Gil-galad.

    Levou três anos para Gil-galad e Elendil prepararem seus exércitos. Eles tinham que recrutar e treinar seus soldados,e aparentemente construir armas e armaduras. Mas eles devem ter gasto um tempo considerável preparando uma estratégia: pesquisar o terreno, testar as defesas de Sauron, talvez mandar reforços para Gondor para assegurar que Anarion não fosse sobrepujado. Deve ter havido considerável debate sobre como atacar Sauron. Deveria uma força do norte atacar Mordor enquanto o exército principal cruzava as montanhas, ou o ataque principal deveria vir do norte?

    Em 3431 Gil-galad e Elendil cruzaram as Montanhas Nebulosas e marcharam para o sul. Em algum ponto eles se juntaram às forças de Khazad-du
    m, Lorien, e Greenwood. A estratégia que eles selecionaram era ir direto para Mordor. Deve ter sido necessário escolher esse caminho por várias razões ,uma das principais sendo que seus exércitos eram grandes de mais para serem trasportados até Gondor facilmente. Mas Sauron parece ter aumentado suas defesas nos altos dos Vales de Anduin, tal que Lorien e Greenwood foram diretamente ameaçadas.Esse ataque de Gil-galad teria libertado esses reinos de perigo imediato.

    A primeira maior batalha ocorreu nas terra ao sul de Greenwood onde as Entesposas haviam construído seus jardins. Nunca se soube o destino das Entesposas, apesar de que elas possam ter sido destruídas quando Sauron incendiou suas terras para evitar que a Última Aliança conseguisse ajuda de lá. As Entesposas poderiam no mínimo ter providenciado suprimentos para a Última Aliança. Sauron retrocedeu para o sul e a Última Aliança o seguiu. Eles alcançaram seu exército em Dagorlad, e lá inflingiram uma severa derrota a Sauron. Mas Amdir e o exército Lorien foram isolados nos Dead Marshes, e mais da metade dos Silvan Elfos de Lorien morreram. Gil-galad pode ter sido influenciado por essas perdas devastadoras pelo povo de Amdir"s people to hold up.

    A Última Aliança posicionou suas forças na entrada norte de Mordor [onde ficaria o Morannon mais tarde], mas Gil-galad não conseguiu segurar Oropher, que lançou um assalto contra as defesas de Sauron prematuramente. Tolkien não diz como foi a batalha, mas Gil-galad muito provavelmente fez o mesmo que Fingon milhares de anos antes no Nirnaeth Arnoediad. Ele deve ter posto seu elmo e entrou na batalha na cola do ataque de Oropher , tarde demais para salvar Oropher, que morreu cedo. A Última Aliança ganhou o dia, entretanto, e abriu caminho para Mordor.

    O que sobrou das forças de Sauron neste momento deve ter corrido ou sido aniquilado, e Sauron foi confinado a Barad-dur.Agora Gil-galad voltou a manter a política antiga dos elfos de cercar o lorde negro em sua fortaleza. Gil-galad tomou posiçao em Orodruin, perto do Sammath Naur onde o Um anel foi forjado. Gil-galad poderia ter destruído os Três Anéis então, talvez, mas ele preferiu não fazê-lo ou então os Anéis não foram levados para a guerra. Ele deve ter fortificado a montanha, entretanto.As notas apontam várias manobras durante os sete anos, e depois de seis anos de cerco Sauron ainda era capaz de arremessar pedras para fora de Barad-dur, pois Anarion foi morto naquele ano por uma daquelas pedras.

    A estratégia de Gil-galad mudou radicalmente. A Última Aliança não mais tentava subjugar Sauron pela força, e a guerra se arrastava. Eles somente esperavam diminuir as forças de Sauron através de atritos para que no fim Sauron capitulasse. Mas Sauron ficou tão desesperado que ele formou um plano diferente. Ele procurou Gil-galad em Orodruin e o atacou diretamente. Elrond conta as pessoas em Rivendell que somente Elendil ficou junto a Gil-galad e que somente ele [Elrond], Cirdan, e Isildur viu o que aconteceu.O corpo de Sauron era tão quente que queimou Gil-galad, e matou-o, mas Elendil correu e conseguiu dar um golpe mortal contra Sauron. O Lorde Negro foi capaz ainda de reagir , e jogou Elendil no chão. E a espada de Elendil quebrou debaixo dele.

    A estratégia final contra Sauron funcionou, mas provavelmente não como Gil-galad esperava. Será que ele queria realmente combater Sauron sozinho? Ele parece ter sido um rei cauteloso durante sua carreira. Para preparar para a Guerra dos Elfos e Sauron Gil-galad aumentou suas defesas ao longo do rio Baranduin. Ele deu a Elrond o comando de um pequeno exército para reforçar Eregion mas foi obrigado a retroceder para o norte. Sauron forçou seu caminho através do Baranduin e Gil-galad foi somente capaz de mater o Lune seguro contra ele. Portanto os recursos do Rei dos Elfos eram limitados e os limites desses rescursos devem ter ditado sua política.

    Mas ele rapidamente ajudou Elendil a estabelecer o reino de Arnor, que se transformou no reino mais poderoso do norte. Porque era importante criar um grande reino de Homens? Era importante para Gil-galad preservar a grandeza de Numenor, ou era sua política de lidar com Homens através de Homens, uma decisão conservadora, talvez xenofóbica? Gil-galad não tinha problemas em lidar com povos Edainicos, mas qualquer outro tinha que ir através de seus representantes Nuemenoreanos.

    A única vez que Gil-galad foi na ofensiva foi quando ele e Elendil formaram a Última Aliança de Elfos e Homens. Nesta época já devia ser óbvio que Sauron seria capaz de reconstruir seu poder com o Um Anel cada vez que alguém o derrotasse. O objetivo de Gil-galad deve ter sido achar e tomar Sauron prisioneiro, e de alguma maneira arrancar o Um Anel dele. Gil-galad pode não ter conhecido os segredos dos que fizeram os Anéis, mas ele deve ter sido capaz de aprender o suficiente para entender o verdadeiro perigo que o Um Anel representava. Devemos imaginar se Gil-galad teria usado os Três Anéis, ou permitido seu uso, se ele tivesse vivido e Isildur tivesse ainda assim tirado o Anel de Sauron. Prudencia teria aconselhado os Elfos a não usar os Anéis depois de Isildur ter sumido para o norte. Mas apesar de sábio, Elrond não seguiu o caminho da prudência.

  • Elfos, em Números

    De tempos em tempos alguém irá perguntar quantos Elfos existem em algum ponto do tempo. Não existe resposta correta porque J.R.R. Tolkien não nos proporcionou números de censo. Tudo o que podemos fazer é supor e brincar com números.

    É possível sugerir algumas estimativas razoáveis, embora tais estatísticas possam variar bastante. Algumas pessoas acreditam que nunca poderiam existir mais do que, digamos, duas centenas de milhar de Elfos em qualquer momento. Sou da opinião de que eles devem ser contados na casa dos milhões pelo tamanho de suas civilizações.

    Todas as discussões sobre as populações Élficas inevitavelmente afundam-se no opressivo assunto sobre o que constitui “Cânone” e como interpretar algumas das passagens não-tão-precisas. E então precisa-se escolher como lidar com textos que podem não ser consistentes uns cm os outros mesmo se todos parecem ser “canônicos”. Depois de tudo, a história dos Elfos passou por muitas fases, e é ligada com decisões lingüísticas na maioria das vezes.

    O ponto de partida para qualquer estimativa reside no ensaio “Quendi and Eldar”, publicado por Christopher Tolkien em The War of the Jewels. Este material, escrito tardiamente na vida de J.R.R. Tolkien, é em sua maior parte consistente com O Senhor dos Anéis e de certa forma consistente com o Silmarillion publicado. “Maior parte” e ” de certa forma”, contudo, abrem as portas para todos os tipos de disputas e debates. Mas o fato é: se você quer calcular quantos Elfos podiam existir em um determinado ponto de sua história, você poderá começar com “Quendi and Eldar” ou nada.

    Assim, nós começamos com “Quendi and Eldar” e veremos o que funciona melhor com ele.

    O ensaio estipula que existiram originalmente 144 Elfos [72 masculinos e 72 femininos]. Eles eram divididos em 14 Minyar [primeiros], 56 Tatyar [segundos] e 72 Nelyar [terceiros]. Os três grupos foram nomeados de acordo com os primeiros três Elfos a acordar: Imin [um], Tata [dois] e Enel [três]. “Quendi and Eldar” é acompanhado por uma história única, uma espécie de conto de fadas Élfico que conta como os primeiros Elfos acordaram. Algumas pessoas através dos anos desconsideraram a história como uma fonte confiável porque é apresentada na forma de uma história para crianças, como uma espécie de lenda.

    Apesar de tudo, porque ele confirma ou concorda com coisas escritas no “Quendi and Eldar” eu escolhi aceitar a história como essencialmente verdadeira, de algum modo pasteurizada. Isto é, um genuíno relato da história Élfica, como um livro de estudos sociais da terceira série seria considerado um genuíno relato de nossa história a despeito de suas muitas simplificações de muitos eventos históricos.

    Na história, Imin, Tata e Enel acordam nesta ordem. Eles vêem deitadas ao lado deles as Elfas que foram destinadas a serem suas esposas. Os três Elfos acordaram as Elfas e eles começaram a falar uns com os outros, criando a linguagem Élfica primitiva conforme continuavam. Eventualmente os Elfos foram caminhar e encontraram um grupo de 12 Elfos adormecidos. Imin, parecendo um pouco pretensioso e arrogante, repentinamente reivindicou este 12 como seus companheiros especial e seguidores.

    Os 18 Elfos trataram de conhecer uns aos outros por um momento antes de saírem caminhando novamente. Então encontraram um grupo de 18 Elfos dormindo no chão, e Tata seguiu o exemplo de Imin e reivindicou estes 18 como seus companheiros especiais. Então encontraram 24 Elfos, os quais Enel reivindicou, e Imin decidiu ser mais esperto. Ele sentou-se próximo às duas descobertas pensando que ele terminaria com o maior grupo de Elfos. Então Tata recruta mais 36 Elfos e Enel recruta os últimos 48 a serem acordados. E era tudo. Existiam 144 Elfos, divididos em 72 casais.

    Toda a raça Élfica descende destes 144 Primeiros Elfos.

    Quando compara-se a informação no conto dos Primeiros Elfos [como confirmado por “Quendi and Eldar”] ao capítulo do Silmarillion “Da Chegada dos Elfos e a Prisão de Melkor”, pode-se achar que muitas concepções padrão são alteradas. Por exemplo, muitos leitores acreditam [bastante razoavelmente, suponho, tendo apenas O Silmarillion para considerar] que Ingwë, Finwë e Elwë podem ter sido os mais antigos Elfos. Contudo, O Silmarillion não diz realmente que eles eram os mais antigos. Mas eles são os primeiros Elfos a serem nomeados na narrativa, e todos estavam vivos e ativos quando Oromë precisou de três “exemplares” para levar até Aman.

    Quando Christopher Tolkien publicou os The History of Middle-earth, os primeiros volumes parecem confirmar a crenças que os três reis Eldarin poderiam ser os mais antigos dos Elfos. Ingwë é dito em mais de um local ter acordado primeiro. Finwë é dito pertencer à primeira geração de Elfos em uma versão antiga do “Quenta Silmarillion”. Apenas a posição de Elwë é suspeita, uma vez que ele sempre parece ter tido um irmão Olwë através das várias mitologias que Tolkien desenvolveu com o decorrer dos anos.

    Contudo, enquanto os anos passavam e Tolkien reescrevia e recompunha e re-editava os vários textos que englobavam o “Quenta Silmarillion” ou suas fontes alegadas, as histórias dos reis Élficos foram alteradas. Em um momento as referência a eles como tendo acordado em Cuiviénen foram obscurecidas ou completamente apagadas. E as famílias de Ingwë e Elwë foram expandidas. A Ingwë foi dada uma irmã, Indis, que tornou-se a segunda esposa de Finwë. Mas eventualmente ela tornou-se um dos “parentes próximos de Ingwë e finalmente a filha de sua irmã. E tanto Círdan quanto Eöl são ditos membros da família de Elwë [Thingol].

    Eöl possui sua própria história retorcida. Ele mudou de família para família mas parece ter terminado na família de Elwë. No “Quendi and Eldar” ele é realmente um Elfo Tatyarin, um dos Avari descendentes da segunda família. Círdan, por outro lado, é dito ser um dos parentes de Elwë [a relação exata nunca é definida] em alguns locais. E então surge a questão de Elmo, o “impreciso” irmão mais novo de Elwë e Olwë que foi avô de Celeborn [por uma das genealogias].

    A presença de irmãos e irmãs implicam fortemente que nem Elwë nem Ingwë estavam entre os primeiros Elfos. Foi argumentado que o nome de Ingwë, derivado de “ing-“, poderia ainda significar “primeiro” [ainda que no “The Etymologies” Ingwë é traduzido como “príncipe dos Elfos”, e não “mais antigo” ou “primeiro Elfo”]. Tomando a história de Imin, Tata e Enel como canônica, devemos aceitar que nem Ingwë nem Elwë poderiam ser a primeira geração de Elfos. Então o nome de Ingwë mais provavelmente poderia se referir à sua posição entre os Minyar [e os Eldar] ao invés de ele ter sido o “primeiro a acordar”.

    Mas Finwë permanece anômalo. Ele não possui irmãos ou irmãs, pelo menos até agora. E também não tinha uma esposa até que se casou com Miriel Serindë. Originalmente Finwë e Miriel casaram-se antes que os Noldor alcançassem Beleriand, e ela morreu enquanto cruzavam o Hithaeglir [as Montanhas Nebulosas]. Mas aquela tradição foi abandonada então Féanor pode ter nascido em Aman. mas mudando o local de nascimento de Fëanor para Aman não implica que Finwë não era da primeira geração de Elfos.

    De fato, apenas Miriel, dentre todos os Noldor, tinha cabelo prateado. Cabelo prateado é supostamente a marca registrada da família de Elwë. Bem, cor de cabelo entre os Elfos mudava como nome de hobbits nos primeiros textos de O Senhor dos Anéis. Ainda que muitas pessoas acreditem que apenas os Vanyar podiam ter cabelos dourados, existem uns poucos exemplos de cabelos dourados fora dos Vanyar [e da Casa de Finarfin]. O cabelo prateado de Miriel pode eventualmente ter forçado Tolkien a considerar que ela era aparentada com Elwë de alguma forma, mas não existe indicação de que ele tenha atingido este ponto.

    Então, para encontrar um contexto próprio para Miriel, devemos olhar no “The Shibboleth of Fëanor”. Este trabalho, publicado no “The Peoples os Middle-earth”, indica que Miriel nascera em Valinor. O “Shibboleth” aponta que “Ingwë” significa, mais ou menos, “líder”, e que os Vanyar chamavam a si mesmos “Ingwëron”, “os líderes”, os primeiros Elfos. Eles eram, tecnicamente, o mais antigo grupo por todos os registros. O título de Ingwë entre eles era Ingwë Ingwëron “líder dos líderes”. Nada em tais nomes implicam em que Ingwë deveria ter acordado por primeiro em Cuiviénen, mas a menos que Ingwë tenha tomado o nome Ingwë quando iniciou a Grande Jornada, parece razoável inferir que ele era o líder dos Minyar quando Oromë os encontrou.

    Finwë era claramente de uma geração mais antiga que a de Míriel, uma vez que ela nascera em Valinor. Mas como Miriel foi a primeira esposa de Finwë, ela e ele não poderiam ser tatie e Tata, o segundo casal de Elfos a acordar. Além disso, temos pouco com o que trabalhar.

    Ingwë e Finwë podem muito bem ser Elfos de segunda geração. Tampouco precisam ser afastados de seus ancestrais por quaisquer propósitos dramáticos, e com certeza não existe razão lógica para sugerir que eram muito jovens quando foram a Valinor. De fato, eles devem ser considerados maduros o suficiente para viverem por si mesmos quando Oromë os escolheu como embaixadores para os Valar.

    Elwë e Olwë, por outro lado, possuem seus vários parentes. A extensa família destes dois irmãos implica que eles devem ser pelo menos a terceira geração de Elfos. Se aceitarmos que tanto Círdan como Eöl são de fato parentes de Elwë e Olwë, e assumirmos que são primos de primeiro grau dos dois irmãos, deve haver uma geração de irmãos para servir como seus pais. Portanto a geração de irmãos não pode [ou não deveria poder, pois algumas pessoas argumentam que devem ter existido irmãos entre os grupos maiores de Elfos] ser Primeiros Elfos.

    Então, se nós concluirmos que Elwë e Olwë vieram pelo menos da terceira geração e que Ingwë e Finwë vieram pelo menos da segunda geração, nós devemos fazer a pergunta óbvia: o que aconteceu com a primeira geração? Porque estes caras foram os líderes dos Eldar e não seus pais?

    Em primeiro lugar, não quer dizer que Imin, Tata e Enel são necessariamente os ancestrais de Ingwë, Finwë e Elwë [e Olwë]. Mas se estes quatro reis Eldarin vieram destas três primeiras famílias, precisariam eles terem sido os filhos mais velhos dos filhos mais velhos?

    O Silmarillion, a despeito de sua confusa história textual, foi em sua maior parte escrita por J.R.R. Tolkien, e o capítulo “Of the Coming of the Elves” é bastante canônico. Então, podemos perceber pelo texto que Oromë escolheu Ingwë, Finwë e Elwë quase aleatoriamente dentre os atemorizados Elfos. E ainda, se nós olharmos em um texto levemente mais antigo, “Annals of Aman”, nós podemos ver que em uma versão prévia da história apenas estes três [dos líderes dos Elfos] estavam querendo ir com Oromë para Valinor. Neste antigo conto os outros líderes eram Morwe e Nurwe, e eles aparentemente conduziam suas duas próprias famílias. Então devemos concordar que não é inteiramente claro que na concepção mais tardia Ingwë, Finwë e Elwë tiveram rivais para a liderança entre seus povos.

    Apesar de tudo, tendo estabelecido que existiam pelo menos três gerações de Elfos vivendo em Cuiviénen ao tempo da Grande Jornada, podemos procurar um limite superior para o número de gerações que existiram lá? Com certeza podemos.

    Em “Laws and Customs among the Eldar” Tolkien escreveu que crianças Élficas lembravam crianças mortais nos primeiros anos de suas vidas, mas no tempo em que as crianças mortais atingiam sua estatura plena as crianças Élficas continuavam parecendo ter cerca de sete anos de idade. Este ensaio estabelece que as crianças Élficas amadureciam a uma velocidade muito menor que as crianças mortais, e atingiam a maioridade não antes de seu quinquagésimo ano [embora algumas vezes continuassem a crescer até cem anos].

    Além disso, “Laws and Customs” diz que a maioria dos Eldar casava logo após seus quinquagésimos anos, e eles poderiam [em tempos de paz, pelo menos] logo começar a ter filhos. Mas os Elfos espaçavam seus filhos com alguns anos. Esta prática permitia aos pais gastarem vários anos focalizando nas necessidades de cada criança.

    Podemos ter certeza [devido à comparação entre crianças Élficas e crianças mortais] que Tolkien estava, de maneira anacrônica, falando em termos de Anos do Sol, não Anos das Árvores. Isto é importante entender pois “Annals of Aman”, que nos fornece um sistema de calendário para datação de eventos, é dado em Anos das Árvores. Morgoth’s Ring nos dá duas taxas de conversão para equalizar Anos das Árvores com Anos do Sol.

    Eu prefiro utilizar a antiga taxa de 9,58 Anos do Sol para cada Ano das Árvores porque a taxa posterior de 144 Anos do Sol para 1 Ano das Árvores é bastante inconsistente com muitos textos. O fato de que coincide com o yen descrito nos apêndices de O Senhor dos Anéis provavelmente significa apenas que Tolkien não estava considerando os outros textos, então não publicados, porque ele estava em processo de revisão da sua mitologia completa [ainda não publicada].

    Finalmente, “Laws and Customs” também diz:

    Os eldar casavam-se em sua maioria na juventude e logo após o quinquagésimo ano. Eles tinham poucos filhos, mas estes eram muito caros a eles. Suas famílias, ou casas, eram mantidas unidas por amor e por um sentimento profundo pelo parentesco em mente e corpo; e as crianças necessitavam de pouca supervisão ou ensinamentos. Era raro haver mais de quatro crianças em cada casa, e o número crescia menos com o passar das eras; mas nos dias antigos, enquanto os eldar eram poucos e ansiavam por aumentar sua raça, Fëanor foi renomado por ser pai de sete filhos, e as histórias não mencionam ninguém que o tenha superado.

    Algumas pessoas argumentam que esta passagem diz que os Eldar tinham mesmo do que quatro filhos em média, mas Tolkien diz: “era raro haver mais de quatro crianças em cada casa”. Podemos inferir que isso significa que frequentemente existiam quatro crianças, uma vez que se fosse raro existirem mais de três crianças por casa ele o teria dito. Portanto, se frequentemente existiam quatro crianças por família, o número médio de filhos [nas gerações antigas, pelo menos] era provavelmente mais próximo de quatro do que de três.

    Colocando todos estes dados juntos, podemos ver como os Elfos aumentaram sua população nos anos que levaram à Grande Jornada. Os Elfos acordaram no Ano das Árvores 1050 e os Eldar deixaram Cuiviénen no Ano das Árvores 1102. Eles provavelmente tinham poucas, se é que tinham alguma, crianças enquanto viajavam através da Terra-média, mesmo que a Grande Jornada tenha durado muitos Anos das Árvores. Então a Grande Jornada parece ser um ponto de quebra razoável, quando calculando o crescimento da população Élfica.

    Agora, uma vez que os Elfos não tinham seus filhos todos de uma vez, ou todos juntos, parece razoável calcular uma geração média de 50 anos. Mas o problema em espaçar as gerações tão longe é que terminaríamos com poucos Elfos. Os Eldar, de acordo com O Silmarillion, partiram na Grande Jornada em quatro “hostes”. Uma “hoste” é um monte de pessoas. Tolkien poderia ter usado a palavra “companhia” para descrever os grupos Élficos mas ele optou por chamá-los “hostes”. Então ele estava dizendo que estes grupos eram maiores do que “companhias”, embora ele em parte alguma tenha definido o tamanho de uma companhia.

    Ainda, pode ser que Tolkien pretendia que o leitor compreendesse que milhares de Elfos iniciaram a Grande Jornada. Se simplesmente fosse assumido que uma nova geração de Elfos nascesse a cada cinquenta anos [do Sol], e que existiam aproximadamente quatro filhos por casal, então ao tempo da Grande Jornada terminaríamos com aproximadamente 150.000 Elfos. Este parece ser um número muito grande por vários motivos, e um deles seria que os Elfos continuavam com medo de se aventurar no mundo por si mesmos. Portanto, simplesmente não poderiam existir tantos deles.

    Muitos dos Elfos desapareceram com o passar dos anos. O desaparecimento pode explicar como jovens Elfos como Ingwë, Finwë e Elwë poderiam chegar a posições de liderança. Então mesmo que pudéssemos concordar com um algoritmo que produzisse um menor número de Elfos, de fato Oromë provavelmente teria menos Elfos com os quais lidar porque não temos modos confiáveis de estimar quantos Elfos se perdiam a cada geração.

    Um modo de estimar as populações Élficas seria assumir que os elfos casavam e tinham seus primeiros filhos mais ou menos ao mesmo tempo que seus pais estavam tendo um segundo [ou terceiro, ou quarto] filho. Então, balanceando a contagem de Elfos por geração, obtém-se um menos número, mas que continua na casa dos milhares.

    Por exemplo, existiam 72 casais entre os Primeiros Elfos. Cada casal poderia ter tido um filho. Vamos assumir uma distribuição igual de Elfos e Elfas. Portanto, cinquenta anos depois, os 72 casais-pai e seus 72 filhos [formando 36 casais de segunda-geração] teriam 108 novos filhos [72 de segunda-geração e 36 de terceira geração].

    Cinquenta anos depois, os 72 casais de primeira-geração teriam seus terceiros filhos, os 36 casais mais velhos de segunda-geração teriam seus segundos filhos, os 36 casais mais novos de segunda-geração teriam seus primeiros filhos e as 18 crianças de terceria geração iriam produzir seus primeiros filhos.

    Confuso? É suficiente dizer que este sistema produziria cerca de 18.314 Elfos ao tempo da Grande Jornada. Agora nós temos uma população relativamente pequena de Elfos que continuaria podendo ser dividida em “hostes” de razoável tamanho.

    “Quendi e Eldar” proporciona uma divisão proporcional de Eldar e Avari. Todos os Minyar se tornaram Vanyar. Isto é, de cada 144 Elfos, 14 eram Minyar [Vanyar], 56 eram Tatyar e 74 eram Nelyar. Dos Tatyar, precisamente metade tornaram-se Noldor. Dos Nelyar, 46 tornaram-se Teleri [e os Teleri foram divididos em 20 Amanyar Teleri e 26 Sindar e Nandor].

    Então, deveriam existir cerca de 1780 Vanyar, cerca de 3560 Noldor e cerca de 5850 Teleri. Os Teleri estavam originalmente divididos em duas hostes lideradas por Elwë e Olwë, mas Tolkien não nos dá suas proporções. Lenwe, que liderou os nandor para o sul, tomou seu povo da hoste de Olwë. Embora eu não possa estar certo de nenhum númer, no texto “The Wild, Wild Wood-elf West”eu sugeri que talvez Elwë e Olwë lideravam 20/144 e 26/144 dos Elfos, e que aproximadamente metade do povo de Olwë seguiu Lenwe.

    Em algum lugar da minha mente eu continuo pensando que talvez Lenwe tenha liderado apenas 8/144 dos Elfos, mas não consigo achar uma referência para isto. Portanto, continuarei usando o texto “Wild, Wild Wood-Elf West” como referência, uma vez que faz pouca diferença nesta discussão.

    Lenwe pode ter liderado cerca de 1650 de seu povo, e deles eventualmente surgiram os Elfos Verdes de Ossiriand, os Nandor de Eriador, e os Elfos da Floresta [que se mesclaram com pelo menos um grupo de Avari, provavelmente todos os Avari Nelyarin].

    Olwë eventualmente liderou 3300 Teleri sobre o Mar. Os Teleri que permaneceram em Beleriand tornaram-se divididos em três grupos: povo de Círdan [os Falathrim, os mais numerosos], os Mithrim, e os Iathrim [o povo de Thingol de Doriath]. Neste ponto, trabalhar em quantos Teleri existiam em Beleriand torna-se sem esperança, mas existe alguma ainda em calcular as populações de Aman.

    Os Noldor eram o maior grupo de Eldar em Aman, mas eles não permaneceram assim. Sua batalha com os Teleri de Alqualonde reduziu a população de ambos os grupos, e muitos Noldor subsequentemente pereceram na tempestade erguida por Uinen, e muitos mais morreram enquanto tentavam cruzar o Helcaraxë, então no máximo podemos esperar chegar a alguma adivinhação da maior população possível de Noldor em Aman que não requereria a matança completa de todo o estoque de caça de Oromë apenas para alimentar a multidão.

    Os Noldor chegaram em Aman no Ano das Árvores 1133 e eles viveram ali em relativa paz até o Ano das Árvores de 1495. isto significa 362 Anos das Árvores ou aproximadamente 3468 Anos do Sol. Embora possa se planejar muitas diferentes fórmulas para reduzir ou parar a multiplicação dos Elfos, o fato é que eles tiveram muito tempo em Aman. A única forma razoável de diminuir sua progressão é olhar adiante para um ensaio em “Mitos Transformados” [escrito muitos anos depois que estes outros textos] onde Tolkien diz que o tempo em Aman parece passar aproximadamente como o tempo na Terra-média.

    Este é o ensaio no qual ele equaliza o Ano Valariano [Ano das Árvores] com 144 Anos Solares. Ignorando a discrepância entre taxas de conversão, se nós meramente considerarmos que os Eldar podem ter levado um tempo realmente longo para atingir a maturidade em Aman, podemos argumentar que temos que trabalhar apenas com 362 anos de geração de Elfos. Porque? Porque 3500 anos de bebês Élficos produzem populações de magnitudes inacreditáveis. Os Noldor poderiam ter enxameado sobre Angband e enterrado-a sem problema.

    Mas 362 Anos das Árvores nos dá 8 ciclos de expansão. No total, terminamos com 19 gerações de Noldor, Vanyar e Amanyar teleri [mas não 19 gerações de Elfos]. Os Noldor, ao tempo da rebelião, poderiam ser contados em cerca de 130.000. Dez por cento deles [13.000] se recusaram a ir para o exílio. Outro número não especificado, sob Finarfin, voltou atrás. Correndo o risco de ser presunçoso, vamos dizer que aproximadamente 1/2 dos Noldor rebelados seguiram Fingolfin e que 1/4 seguiram Fëanor e os restantes 1/4 seguiram Finarfin.

    Supondo que Finarfin e metade de seu povo voltaram atrás deixaria 7/8 dos Noldor rebelados [menos suas baixas na batalha e na tempestade] seguindo para o exílio. Claro, quase qualquer conjunto de números serviria, mas parece razoável que dos 130.000 Noldor do início da rebelião de Fëanor, menos de 100.000 alcançaram a Terra-média.

    Em Beleriand eles encontraram os Sindar [os Mithrim, Falathrim e Iathrim] os os Elfos Verdes os ultrapassando em número [por algum valor ridículo que não vale a pena calcular, uma vez que essas populações podem ter sofrido perdas pela invasão de Morgoth].

    Pelos próximo 500 Anos do Sol [aproximadamente] os Noldor continuaram a aumentar sua população, sofrendo derrotas ocasionais. Eles terminariam com uma população bem acima de 1.000.000 de Elfos.

    Claro que, no momento em que você obtém o valor de centena de milhares de Elfos, as pessoas começam a levantar as mãos e dizer “Desculpe-me! E sobre os dez mil de Turgon?”. Isto é, Turgon liderou dez mil soldados na Nirnarth Arnoediad. E ele supostamente tomou um terço do povo de Fingolfin com ele quando fundou a cidade de Gondolin. Dez mil soldados não parecem muitos dado o imenso número de Elfos que estamos vendo.

    Mas onde diz que Turgon trouxe todos os seus guerreiros de Gondolin? Ele realmente esvaziou a cidade de todos os seus defensores? Minha opinião é de que Gondolin continuou bem defendida. Os Noldor já tinham sofrido grandes perdas na Dagor Bragollach. Dorthonion tinha sido perdida, os Vale de Sirion caído, e os filhos de Fëanor expulsos de suas terras por um tempo. Maedhros conseguiu tomar de volta as terras que perdera, mas ele não tinha todos os Noldor a seu lado. Orodreth se recusou a se juntas a União de Maedhros, e Orodreth supostamente tinha uma dos maiores, senão o maior reino em Beleriand. Então os dez mil soldados de Turgon não implicam realmente que existiam menos de 1.000.000 de Noldor ao tempo da Nirnaeth.

    Bem, os números podem ser tão falsos quanto qualquer outro e poderíamos continuar chamá-lo de uma discussão sobre Tolkien e Terra-média. Mas não importa como você trabalhe através das gerações, os Noldor terminarão com uma imensa população em Beleriand, e os Sindar devem ser ainda mais numerosos. Então quando Tolkien tem Morgoth virando a mesa sobre os Eldar e tendo suas legiões de Orcs jorrando por toda a região, a devastação é pior do que qualquer uma anterior às guerras Napoleônicas na história real. Talvez pior do que as próprias guerras Napoleônicas. O que os Eldar alcançaram em Beleriand parece Frágil porque nós temos apenas um mapa feito por Christopher Tolkien, e nomeia menos de uma dúzia de cidades.

    Mas imagine o mapa da Europa onde apenas duas dúzias são nomeadas. Quão esparsa e vazia a região iria parecer para alguém olhando o mapa. E nós sabemos a verdade. Se existiram muitas cidades não nomeadas nas histórias, existiram muitos Elfos. Não parece estranho, no final das contas, que Eärendil estivesse tão desesperado que abandonou sua esposa e filhos para passar anos procurando um caminho através do Mar para que pudesse entregar a súplica dos Elfos e Homens aos Valar.

    E os feitos de Morgoth parecem muito mais horríveis e imponentes. Ele enfrentou pelo menos uns dois milhões de Elfos. É muito poder sub-criacional dirigido contra ele. Tais coisas mudam o nosso ponto de vista, não acha?

    [Tradução de Fábio ‘Deriel’ Bettega]

  • O Destino das Entesposas

    O Destino das Entesposas

    Nenhuma resposta foi dada a essa questão na história. Porém, Tolkien escreveu sobre o assunto em duas cartas, e enquanto ele se precavia em dizer ‘eu acho’ e ‘eu não sei’, o tom desses comentários era completamente pessimista. Além disso, ele não parece ter mudado de ideia posteriormente. O que se segue foi escrito em 1954 (antes da publicação do Senhor dos Anéis):

    O que quer que tenha acontecido às entesposas não está definido neste livro [O Senhor dos Anéis]. (…) Eu creio que, na verdade, as entesposas desapareceram para sempre, tendo sido destruídas junto com seus jardins durante a Guerra da Última Aliança (3429 a 3441 S.E.) quando Sauron usou métodos que calcinaram o solo e destruíram suas terras, no intuito de impedir o avanço dos Aliados descendo o Anduin. Elas sobreviveram apenas na ‘agricultura’ transmitida aos homens (e hobbits). Algumas, é claro, devem ter fugido para o leste, ou até mesmo sido escravizadas; pois mesmo nessas histórias, os tiranos deveriam possuir um esquema econômico e agrícola para seus soldados e ferreiros. Assim sendo, se alguma sobreviveu, deveria de fato ter sido grandemente afastada dos ents, e sua reaproximação seria muito difícil — a não ser que a experiência de uma agricultura militarizada e industrializada as tornasse um pouco mais anárquicas. Tomara. Eu não sei.’

    (Letters, p. 149, n.º 144)

    Percebam que, acima, a referência a ‘métodos que calcinaram o solo’ de Sauron faz com que a destruição das terras das entesposas passe a ser uma coisa muito mais deliberada e grave do que parecia ser na história principal, na qual Barbárvore simplesmente mencionou que ‘a guerra passara por ali’ (As Duas Torres, livro III, cap. IV, p. 105). O trecho a seguir foi escrito em 1972, o ano anterior à morte de Tolkien:

    ‘Das Entesposas: Não sei. (…) Mas creio que em As Duas Torres, 106-107, fica claro que não haveria para os ents nenhuma reunião na ‘história’ — mas os ents e suas esposas, sendo criaturas racionais, encontrariam alguma espécie de ‘paraíso terrestre’ até o fim deste mundo: além do qual nem a sabedoria dos elfos nem dos ents poderiam contemplar. Embora, talvez, eles tenham compartilhado da esperança de Aragorn, de que eles não estavam para sempre presos aos círculos do mundo, sendo que além daqueles haveria mais do que lembrança.’

    (Letters, p. 419, n.º 338)

    A referência a As Duas Torres, pp. 106-107, diz respeito à canção do Ent e Entesposa, que foi recitada a Merry e Pippin por Barbárvore; a fala de Aragorn que Tolkien comenta é a do Retorno do Rei, p. 518, Apêndice A. Não obstante os comentários acima não soarem esperançosos, ainda resta o mistério não solucionado do diálogo entre Sam Gamgi e Ted Ruivão no Dragão Verde de Beirágua. Este diálogo se passa durante o segundo capítulo de A Sociedade do Anel (p. 65) e foi apontado por muitos como uma possível prova da sobrevivência das entesposas.

    ” — Tudo bem — disse Sam, rindo com os outros. — Mas e esses homens-árvores, esses que podemos chamar de gigantes? Dizem que um homem maior que uma árvore foi visto indo para os Pântanos do Norte há pouco tempo.

    — Quem disse isso?

    — Meu primo Hal é um. Ele trabalha para o Sr. Boffin em Sobremonte e sobe até a Quarta Norte para caçar. Ele viu um.

    — Disse que viu, talvez. Esse seu primo vive dizendo que viu coisas, e pode ser que ele veja coisas que não estão lá.

    — Mas esse era grande como um olmo, e estava andando — avançava sete jardas a cada passo, como se fosse uma polegada.

    — Então aposto que não era uma polegada. O que ele viu era um olmo, é bem possível.

    — Mas esse estava andando, eu te digo; e não existe olmo nos Pântanos do Norte.

    — Então Hal não pode ter visto um — disse Ted.”

    (A Sociedade do Anel, livro I, cap. II, p. 65)

    Esta conversa é situada cedo na história, quando seu aspecto ainda era o ambiente de uma “história infantil” hobbit (teria o aspecto sido mudado?). Quando é lido o excerto acima num primeiro momento, a reação natural é aceitar que trata-se de um “mais do mesmo” (isto é, outra miscelânea de “contos de fadas”). Todavia, uma vez que alguém tenha aprendido mais a respeito dos ents, torna-se quase impossível uma releitura do trecho sem pensar nas entesposas. A impressão torna-se ainda mais acentuada pelas próprias palavras de Barbárvore a Merry e Pippin:

    “Fez com que eles descrevessem o Condado e sua região inúmeras vezes. Disse uma coisa estranha nesse ponto. — Vocês nunca viram algum, hm, algum ent por lá, viram? — perguntou ele. — Bem, não ents, entesposas, eu deveria dizer na verdade.

    — Entesposas? — disse Pippin. São parecidas com vocês?

    — Sim, hm, bem, não: na verdade não sei agora — disse Barbárvore pensativo. — Mas elas gostariam de sua terra, ou pelo menos achei que sim.”

    (As Duas Torres, livro III, cap. IV, p. 98).

    Juntas, essas duas conversações dão a noção bastante plausível de que o que Halfast teria na verdade visto tratava-se de uma entesposa. Contudo, tão logo é determinado que Tolkien nunca conectou a coisa toda com as entesposas, explicitamente, é fato que ele jamais mencionou isso de alguma forma. Então, nos é deixado o papel de especular. (O fato de que uma criatura descrita como sendo ‘alta como um olmo’ não ser um ent não prova nada de um modo ou de outro. Isso poderia indicar que a história é tão somente uma invenção irreal de um hobbit, mas é proporcionalmente possível de que um ent com mais de quatro metros de altura poderia parecer gigantesco para um hobbit pego de surpresa, e que a história poderia ter sido exagerada ao ser contada.) Tampouco a análise textual ajuda em qualquer coisa. O próprio Tolkien, numa discussão sobre seus métodos de invenção, mencionou que Barbárvore não havia nem sequer sido imaginado até o momento em que entra na história:

    ‘Já faz tempo que parei de inventar (…): Eu fico esperando até ter a noção do que realmente aconteceu; ou até a coisa toda ‘escrever-se’. Então, embora eu soubesse por anos que Frodo ingressaria em uma ‘aventura na floresta’ em algum lugar ao longo do Grande Rio, eu sequer teria me lembrado de inventar ents. Enfim, eu cheguei ao ponto em que escrevi o capítulo ‘Barbárvore’ sem qualquer lembrança de ter tido algum pensamento anterior sobre ents: exatamente como agora. Então eu percebi, é claro, que a coisa não aconteceu a Frodo, desse modo.’

    (Letters, p. 231, n.º 180)

    Os rascunhos em The History of Middle-earth confirmam que o diálogo entre Sam e Ted fora composto muito antes da própria entrada dos ents na história (Return of the Shadow, 253-254; Treason of Isengard, 411-414). Então, Tolkien não poderia tê-los em mente quando escreveu o diálogo, além do que deve ter sido, originalmente, um elemento vago, fantástico e aleatório. Por outro lado, quando ele diz algo a respeito de Tom Bombadil, que também tomou parte na história bem cedo: ‘Eu não o deixaria entrar se ele não tivesse alguma função, qualquer que fosse.’ (Letters, p. 178). A implicação é clara: tudo o que foi preservado nos primeiros capítulos da história foi preservado por alguma razão. Quando ele fez isso com o diálogo entre Sam e Ted, ele deve ter-se dado conta de quão sugestiva a coisa toda era. Mas como isso se encaixa com as especulações obscuras expressadas em suas cartas, não é claro (a menos que depois ele tenha mudado de ideia).

    Esse pode ser um caso de que as emoções de Tolkien entraram em conflito com seu raciocínio. T. A. Shippey percebeu que ‘ele [Tolkien] estava ‘misericordioso’ em relação a assuntos menores’ (Road to Middle-earth, p. 173). (Assim, Bill, o pônei, escapou, Scadufax recebeu a permissão de ir pro Oeste com Gandalf, e nas narrativas escritas posteriormente, nos Contos Inacabados, Isildur é mostrado usando o Anel com muito mais relutância do que o Conselho de Elrond sugeria [Contos Inacabados, pp. 287-300] e um caminho é planejado de tal forma que Galadriel poderia ser absolvida de toda culpa nos crimes de Fëanor [Contos Inacabados, 250-253]). Pode ser que, como um amante de árvores que era, Tolkien desejou preservar pelo menos a esperança de que os ents e as entesposas poderiam então encontrar-se e dar continuidade à raça. Mas as conclusões indesejadas do que, em outro lugar, ele chamara ‘a lógica da história’ provou ser inescapável.

    [tradução de Eduardo ‘Elros tar-Minyatur’ Chueiri]

  • Reinados e Governo na Terceira Era da Terra-média

    Introdução:

    Esse estudo examina o poder e o buraco nos
    Reis nos reinos de Gondor e Rohan, as regiões, para quais, podem se
    encontrar mais evidências. Deveria ser notado ali, portanto, aquelas
    tradições reais nos reinos Dunedain expandira-se além das leis
    Numenorianas, uma vez que, o reino de Rohan que provavelmente foi em
    sua maioria baseado nos costumes dos Homens do Norte.
     
     
     
    Em Endor, as regras reais eram normas onde as
    pessoas era suficientemente fortes. Embora lá exista, em varias épocas,
    coroas em Harad, Rhun, Rohan, Dale, Arnor e Gondor. Em sua ausência, ou
    por causa do fracasso dos reinos ou as pessoas não eram fortes o
    suficiente, haviam Capitanias (com as entre Beornings e Woses) e
    assentamentos independentes. (Bri e a Cidade do Lago, por exemplo).

    O
    Rei era a pessoa mais importante da sociedade a qual ele governava:
    isso é simbolizado de varias maneiras. Por exemplo: O reino de Roham
    possuíam o direito exclusivo de montar a raça de cavalos Mearas, as
    residências reais e lugar de sepultamento em Edoras e Minas Anor e a
    centralidade dos reis em historia guardada (i.e nos apêndices de
    Tolkien para o SDA).

    Autoridades Reais e Deveres

    A extensão da autoridade e poder dos Reis Numenorianos são pressagiados na carta esboço do professor Tolkien para um fã:

    "Um
    rei Numenoriano foi monarca como o poder de tomada de decisão
    inquestionável, mas ele governava o reino com a estrutura da lei
    antiga, o qual ele era administrador (e interprete), mas não o criador".

    (Carta, No. 244)

    Os
    reis de Gondor e Arnor foram renovados para graus variados, pela lei e
    pela opinião do Conselho, o mais significativo, um rei não fazia leis.
    Isso poderia significar uma forma de limite tradicional para o governo.

    A
    função de um rei era agir como um líder de guerra e prover justiça. Seu
    povo devia serviço e obediência a ele. Em retorno ele provia
    recompensa, honra e proteção. Detalhes do governo de Aragorn demonstra
    os deveres de um rei:

    "Nos anos que seguiram após sua
    coroação, o rei sentou em seu trono no Salão dos Reis e pronunciou
    julgamentos… E antes lá foi trazido a eles muitos para receber seus
    louvores e recompensar pelos seus valores".

    (SDA, L6 V, p.1004-5)


    Em
    uma dessas ocasiões Aragorn faz Faramir Príncipe de Ithilien e julga
    Beregond de Minas Tirith por obstruir a lei. O Rei Elessar também
    recompensa os Woses de Fireid Wood pela sua ajuda antes da Batalha dos
    Campos de Pelennor (SDA L6 VII, p. 1012). Em dia mais tardios ele
    liderou os exercito de Gondor em campanha militar em Rhun e Harad (SDA
    Ap. A II, p. 1108).

    A falta de detalhes sobre reinos mais
    tranqüilos,dá uma imagem não balanceada de reis como lideres de guerra.
    Mas esse era seu dever mais importante: defender o reino ou expandir
    seu poder. A extensão para cada rei, pessoalmente envolvidos em guerra
    podem ser julgadas pelo fato de que os trinta e três reis de Gondor
    antes de Elessar (incluindo Elendil e Anarien), dez deles morreram em
    batalha. A figura para Rohan é de três para sete reis antes de Eomer
    (excluindo um morto por orcs, enquanto ele não estava em campanha) (Ver
    SDA Apêndice A & Conto dos Anos)

    Sucessão Real

    As
    coroas de Gondor, Arnor e Rohan eram hereditárias. Passando de pai para
    o filho mais velho, ou o herdeiro homem mais próximo. E mulheres,
    poderiam governar os Reinos? Em 1944 Arvedui de Arnor clamou pelo trono
    de Gondor por via de sua esposa Firiel, a única filha do falecido rei
    de Gondor, o conselho de Gondor declarou:

    "Em Gondor, esse hereditariedade [O Reinado] é apenas reconhecido pelos filhos."

    (Apêndice A (iv), p. 1086)


    Em
    resposta Arvedui, apontou que na lei Numenoriana a criança mais velha
    do Rei era aquela q sucedia ao trono, sendo homem ou mulher. Ainda
    assim, ele notou que essa lei não foi seguida:

    "É verdade que a lei não foi observada nas terras do exílio nunca atormentada pela guerra"

    (Apêndice A (iv), p. 1086)


    O papel do Rei como um líder de guerra na sociedade Dunedain exclui regras feministas.

    Em
    Gondor, no caso de uma sucessão não nétida, o Conselho parecia ter um
    papel decisivo sobre a reivindicação daquele que tivesse mais valor.
    Qualquer requerente precisava ser de linhagem pura Numenoriana,
    descendentes reais e estatus elevado, ajudado por destreza em batalha,
    vejam por exemplo as razões pelas quais Earnil recebeu a coroa em 1944
    (Apêndice. A (iv), p.1087). è também instrutivo ler a declaração de
    Faramir sobre o direito de Aragorn sobre o Trono de Gondor.

    "
    Contemplem, um veio reclamar o reinado novamente a final, aqui está
    Aragorn filho de Arathorn chefe dos Dunedain de Arnor, Capitão da
    Hóstia do Leste, portador da estrela do Norte, empunhador da Espada
    Reforjada, vitorioso em batalha, do qual as mãos trazem cura, o Pedra
    Elfica, Elessar da linha de Valandil, filho de Isildur, filho de
    Elendil do Numenor."

    (SDA, L6 V, p.1003 )


    Faramir
    enfatiza a posição de Aragorn, destreza e linhagem e refere-se a sua
    regalia e poder de cura como evidencia de sua linhagem real. Essas eram
    as qualidades de um rei.

    Vassalos Reais e Conselho

    Abaixo
    da autoridade do rei estavam os senhores do reino. Estes homens
    possuíam terras da coroa. Em Gondor do final da Terceira Era, os
    vassalos do Regentes incluindo os Senhores de Lossarnach, Ringlo Vale,
    Morthond, Lamedon e Anfalas, e o Príncipe de Dol Amroth (SDA L5 I,
    p.801 & L5 IX, p.909). Esses Senhores provavelmente mantiveram as
    terras por sucessão hereditária, como a Coroa e os Regentes. De suas
    posições eles moldaram um importante serviço real, ou mesmo sucessores
    ao trono. Eles também tinham um papel no Conselho de Gondor, os
    conselhos, dos quais os reis e regentes eram obrigados a considerar.

    "Em
    todos os problemas discutíveis de importância domestica, ou externa, no
    entanto, mesmo Denethor tinha um Conselho e pelo menos escutava do que
    os Senhores e os Capitães das Forças armadas tinham a dizer"

    (Carta, Nº 244)


    Lendo
    isso, parece que, (pelo menos no final da Terceira Era), havia um grupo
    permanente de pessoa que faziam parte do conselho. Leis diferentes
    pelos séculos podem ter pagado atenção ao conselho deles dependendo de
    seu caráter e a força da situação. O tradicionalismo dos Dunedain
    sugeriria que o conselho fosse baseado no Conselho de Sceptre em
    Numenor (Unf 2 II, p.216-17) e não mudou muito no decorrer do século em
    poder ou papel.

    Os senhores, presumidamente, tinham poder
    local, administrando a lei e organizando as forças e as defesas de suas
    posses. A sua principal responsabilidade para com a Coroa que nós
    vislumbrávamos era o poderio militar, trazendo homens de suas posses
    para formações reais e para aturarem como capitães dessas forças (ver
    exemplo em SDA L5 I, p.801).

    Em Rohan a situação era
    similar. O rei tinha a baixo dele vários senhores (como por exemplo, o
    Senhor de Deeping Comb e o senhor de Harrowdale). Os marechais de Mark
    eram tenentes chefes do Rei, esses três postos eram preenchidos por
    pessoas relacionadas ao Rei ou vassalos. A evidencia dos Reinados de
    Helm e Theóden é que o Rei realizava conselhos, constituído por seus
    marechais e capitães (SDA Apêndice A II, p.1103) mas não está claro se
    eram membros e reuniões regulares. (Ver Unf 3 V, p.367-69 para detalhes
    do poderio e estrutura militar de Rohan).

    Existem poucos
    exemplos registrados de conflitos entre os senhores e os Reis: Os
    conflitos entre parentes (1437 – 1448) viram rebeliões em larga escala
    contra o Rei de Gondor pelos senhores protestando contra a diminuição
    perceptível da linhagem real que iria resultar do casamento do Rei
    Eldacar com Vidumavi, uma não-Dunedain. E em 2754 o rei de Rohan Helm
    matou Freca da Marcha Oeste, um vassalo ambicioso e poderoso (SDA
    Apêndice A II 1102-03). É então concebível que em outros tempos tensões
    existiam entre os reis e seus vassalos, ou entre senhores diferentes
    (por exemplo contribuições exageradas para as campanhas reais ou
    rivalidade por influencia com o rei). No entanto a raridade de
    registros de rebeliões contra o rei de Gondor e Rohan indica que,
    costumeiramente, um rei gostava de ser uma autoridade forte e
    obediência sobre seus assuntos.

    [tradução de Tais"Linda Sacola" Bachega]

  • Comparações Tolkenianas

    Os trabalhos de Tolkien são todos escritos em
    estilos bem diferentes – “O Hobbit� é escrito como um conto de fadas,
    “O Senhor dos Anéis� possui um tom mais sombrio e introduz moralidade e
    sacrifício, “O Silmarillion� traz conceitos complexos de endeusamento e
    religião. Este texto compara os trabalhos de Tolkien em matéria de tom,
    conteúdo e valores.
     
     
     
    A Demanda como Conto-de-Fadas: O Hobbit

    “Tematicamente, “O Hobbit” refere-se primariamente à maturidade
    crescente. À medida que Bilbo viaja com os anões, passando por
    aventuras com trolls, goblins e aranhas gigantes, ele muda; de um
    assustado, passivo, e inofensivo amante do conforto doméstico para um
    corajoso, realista e ativo planejador de eventos que está disposto a
    assumir responsabilidade por si próprio e pelos outros.” (Crabbe 31-32)

    “Contos-de-fada são histórias que acontecem em um mundo – Um
    mundo em que a natureza está viva de uma forma quase humana, e as leis
    que governam o homem e a natureza não são iguais às do mundo que
    ocupamos. Dessa forma, no mundo dos contos-de-fada, animais podem
    falar, mágica pode acontecer, pessoas podem voltar à vida, ou viver por
    extraordinariamente longos períodos de tempo. Os heróis de
    contos-de-fadas tendem a ser os pequenos e os fracos – irmãos ou irmãs
    mais novos, por exemplo, ou pessoas que acreditava-se serem estúpidos.
    Mas eles possuem virtudes que os permitem superar os fortes e poderosos
    – boa índole, ou gentileza inerente, ou uma surpreendente esperteza de
    raciocínio. . . . Em contraste, o herói de mitos ou lendas tende a ser
    quase como um deus, se não for de fato um. Embora possamos admirar um
    herói deste tipo, e possamos desejar ser como ele, sabemos que não
    podemos, simplesmente porque ele está muito acima de nós.” (Crabbe 33)

    “Podemos ver que Bilbo cresce constantemente em maturidade e
    responsabilidade ao longo da história. Não é apenas a mudança de
    caráter de Bilbo que parece correta nesta luta linear de situações.
    Tolkien também lutou para dar a Bilbo oponentes que se tornam
    consistentemente mais elementares, ou seja, menos humanos e mais
    próximos de serem forças da natureza. Ao fazer isso, ele utilizou o
    princípio da repetição, particularmente ao desenvolver três descidas
    até o submundo (A caverna de Gollum; Rei dos Elfos da Floresta; Tesouro
    de Smaug).” (Crabbe 37)

    Smaug perde a taça ~ O dragão de Beowulf perde a taça.

    “Embora Bilbo estivesse comprometido a salvar a si próprio e aqueles
    por quem tivesse afeição pessoal, no episódio de Smaug ele está agindo
    Segundo o que acredita ser o melhor interesse da humanidade. Ou seja,
    visto de forma paroquial, pode ser que ele tivesse traído Thorin e
    Cia., mas de forma mais ampla, ele está agindo com a crença de que está
    fazendo o melhor para todos os seres civilizados. Portanto, o desafio
    pelo fogo é maior do que o desafio pela escuridão ou pela água, e como
    tal vem como a resposta para um esforço maior e um objetivo mais
    heróico. ” (Crabbe 39)

    “Lá pelos capítulos finais da
    história, o leitor já entendeu há muito que a capacidade de Bilbo para
    coragem física é maior do que ele pensava, portanto não ficamos
    surpresos quando, na Batalha dos Cinco Exércitos, ele desembainha sua
    espada para ficar ao lado do Rei-élfico. Mas o lado heróico de Bilbo é
    revelado quando ele entrega a Pedra Arken, ato de sacrifício que
    repudia o coração da montanha e o coração de Thorin, é um ato de união:
    atrai os homens a ela e os une. Bilbo desistindo da Pedra Arken, ou
    seja, essa expressão de comprometimento com o mundo mais amplo, que ele
    coloca na frente de seu comprometimento com Thorin e Cia., o une não
    apenas com Gandalf, mas também com o herói altamente mimético, Bard.”
    (Crabbe 47)

    A Demanda como Lenda: O Senhor dos Anéis

    “. . . embora o tema de “O Senhor dos Anéisâ€?, assim como em “O Hobbit”,
    é a incessante luta do bem e do mal; em seu trabalho posterior, Tolkien
    conseguiu transformar essa luta dialética basica em algo complexo e
    interessante, simplesmente por ousar brincar com a idéia de que uma
    variação do que é bom assim como uma variação do que é mal, é possível
    no mundo. ” (Crabbe 67)

    “A primeira diferença que uma pessoa nota ao passar de “O Hobbitâ€? para “O Senhor dos Anéis” é o tom.” (Crabbe 68)

    “Estruturalmente, conforme destaca Randel Helms, “O Senhor dos Anéis” é
    “O Hobbit” de forma mais ampla, no sentido de que, nos dois trabalhos,
    participa-se da visão de toda a vida de um homem como sendo uma
    demanda. Esta demanda, no entanto, está marcada para todos os homens
    por dois grandes eventos: a chegada da idade adulta e a chegada da
    morte. Tomando emprestado o paradigma desenvolvido por Joseph Campbell,
    autor de O Herói das Mil Faces, Há uma vida heróica, e histórias
    referentes à demandas se diferenciam apenas pela forma com que eles
    usam diferentes partes dela. “O Hobbit” claramente faz uso apenas da
    primeira parte do ciclo, terminando com a passagem do herói para a
    maturidade. O tom da história é solar, até mesmo cômica, considerando
    que se trata da história do início de uma vida adulta plena e completa,
    cujas partes específicas somos deixados a imaginar sozinhos, e da
    história de um jovem hobbit com sua vida diante de si. O Senhor dos
    Anéis, no entanto, leva o herói num ciclo complete, até o ponto de sua
    morte essencialmente sacrificante. Seu tom sombrio é apropriado para a
    história de decadência e morte inevitáveis. De fato, o único momento em
    que “O Senhor dos Anéis� soa igual a “O Hobbit� ocorre quando Pippin e
    Merry, nos capítulos iniciais, permitem-se um pouco da tolice da
    juventude. Até mesmo Sam, que é geralmente visto como um veículo para o
    alívio cômico, é identificado como sério, desde os primórdios do Livro
    I, devido a sua reverência pelos elfos.” (Crabbe 69)

    “Da
    mesma forma que a natureza do evento de transição para o qual o enredo
    se move difere na seriedade, o mesmo acontece com o status social dos
    personagens. Bilbo é um hobbit comum, confortável, mas certamente não
    aristocrático. Não é de forma alguma extraordinário. É a função dessa
    história demonstrar como o jovem hobbit mais comum pode “ter mais nele
    do que alguém pode suspeitar�. Os anões com os quais ele viaja também
    são identificados como um povo comum. O grupo viaja em mantos manchados
    pelo clima, enxerga a aventura como um empreendimento econômico e,
    incapazes de encontrar ou gastar com um herói, contenta-se com um
    gatuno. / O Senhor dos Anéis, no entanto, seleciona seu pessoal nas
    ordens sociais mais altas. Em razão da fortuna de Bilbo e seu status de
    amigo-dos-elfos, a posição social e moral de Frodo é mais alta do que a
    de Bilbo na abertura de “O Hobbit�. O “background� de Pippin e Merry
    está traçado no Prólogo de tal maneira que estabelece seu status como
    descendentes de algumas das primeiras famílias do Condado.
    /Similarmente, enquanto que os elfos de “O Hobbit� são tolos, cheios de
    caprichos, e dados a cantar rimas sem sentido, tais como
    “tra-la-la-lally�, COME BACK TO THE VALLEY, os elfos de “O Senhor dos
    Anéis” são gloriosos, responsáveis, e poéticos. Muito tem se dito das
    idéias desenvolvidas por Tolkien a respeito da natureza e dos elfos, e
    quando o primeiro grupo de viajantes élficos aparece em O Senhor dos
    Anéis, afugentando os Cavaleiros Negros com seu hino à Elbereth, fica
    claro que estamos lidando com uma raça na qual os atributos de
    divindade são numerosos. A aparição do Senhor élfico Glofindel, a quem
    Frodo vê por um momento do outro lado do vau; o status de Elrond como
    reconhecido líder dos povos livres da Terra-média; e as visões místicas
    de Galadriel em Lothlórien, todos são bem-sucedidos ao espelhar a
    seriedade do tom na análise dos elfos.” (Crabbe 70)

    Afirmação prévia paralela para os homens de Gondor e Númenor

    “O Hobbit”, com seu foco constante em Bilbo e seu desenvolvimento, é um
    bom exemplo singular de uma demanda que refere-se primariamente a
    assuntos pessoais ou individuais. Embora seja feita alguma menção sobre
    assuntos que envolvem grandes sociedades inteiras, especialmente no
    reconhecimento da obrigação de alguém perante a humanidade e a visão
    das responsabilidades de um líder perante seu povo, o tema central e
    preocupação estrutural está no crescimento e desenvolvimento de Bilbo
    e, por meio dele, no crescimento e desenvolvimento individual humano. O
    Senhor dos Anéis, no entanto, embora ainda referindo-se à luta
    individual, conforme detalhado em Frodo, é muito mais um trabalho
    social, refletindo idéias sobre assuntos amplos de papéis sociais,
    responsabilidades e atributos culturais.” (Crabbe 73)

    Línguas
    são muito importantes por essa razão – “[Citação de Waclaw Lednicki]
    Cada língua representa séculos de esforços trágicos por parte dos seres
    humanos para encontrar uma expressão adequada para seus sentimentos e
    pensamentos sobre o universo. De fato, cada grande língua é um espelho
    único da paisagem, do ar, do céu – de todas as cercanias naturais nas
    quas se desenvolveu.”

    Heróis Guerreiros

    “Nos heróis dos homens em O Senhor dos Anéis, podemos ver toda uma
    hierarquia de possibilidades heróicas. Nosh omens de Rohan, vemos o
    homem como um herói puramente físico, guerreiro este que aparecia tão
    pouco em “O Hobbit”. Os Rohirrim são belos de se olhar, e amam a guerra
    e a coragem como coisas boas em si próprios, tanto um esporte quanto um
    objetivo. O poder da idéia do herói guerreiro é tão grande que, embora
    seja uma noção impopular para o nosso tempo, de fato incentivou Tolkien
    a unir a imagem de equipamentos de guerra com a de criatividade: Na
    batalha dos Campos do Pelennor, os homens de Rohan explodiram em
    canção, e cantavam enquanto matavam, pois a alegria da batalha estava
    neles, e o som de sua canção que era bela e terrível chegou até mesmo
    na cidade.” (Crabbe 75)

    “. . . as qualidades heróicas que
    Frodo possui, embora de menores proporções dramáticas do que aquelas
    dos heróis altamente miméticos, são suficientes para a tarefa que lhe
    foi dada. Apesar de seu medo, ele possui um comprometimento inabalável
    para com a demanda, uma vez que ele a aceitou. Ele é capaz de sentir
    pena até mesmo do atormentado Gollum e do decadente Saruman, e está
    disposto a cumprir por meio do sacrifício aquilo que ele não tem a
    esperança de cumprir pela força. E mais importante do que isso, ele é
    capaz de prosseguir quando não há esperança.” (Crabbe 77)

    Força para prosseguir: “Na disposição de Frodo para se sacrificar pelo
    Condado; no comprometimento de Bilbo com suas “Traduções do Élfico�; no
    desejo de Faramir de estudar os arquivos de Gondor sob a tutela de
    Gandalf; nas histórias compiladas por Pippin e Merry; e no Livro
    Vermelho do Marco Ocidental, mantido por Sam e entregue por meio de
    Elanor.” (Crabbe 77-78)

    Sacrifício

    “[Frodos] concordando em levar o anel até Mordor e sua provável
    destruição é um triunfo da vontade de servir sobre a vontade de viver .
    . . apesar do continuo desejo subconsciente de ceder ao poder do Anel,
    simbolizado pela busca contínua de sua mão na direção dele, Frodo
    jamais desiste de sua decisão consciente de oferecer a si próprio em
    sacrifício até que ele esteja sobre as Fendas da Perdição.� (Crabbe 78)

    “Quando, no momento em que a vontade subconsciente de viver
    e de conquistar o poder rompe o desejo consciente de sacrificar a si
    mesmo para destruir o poder, o resultado é, simbolicamente, a requerida
    morte em sacrifício, embora o corpo sacrificado é o do alter-ego de
    Frodo, Gollum . . .” (Crabbe 78)

    Neste momento, Frodo realmente morre, e permanece como um “herói inativo� e vive apenas até completar o Livro Vermelho.

    “Para Aragorn, o sacrifício é apropriadamente tal que apenas um
    governante pode fazer. – manter seus direitos à felicidade e bem-estar
    na espera até que possa prover seus objetos. O sacrifício dele é,
    portanto, sua longa e solitária vida como um Guardião exilado e seu
    amor duradouro por Arwen Estrela Vespertina. Gandalf, como Frodo, é
    chamado para um sacrifício em um contexto mais circunscrito. Como
    Frodo, Gandalf precisa oferecer sua vida e, como Frodo, está disposto a
    fazê-lo. Embora o apoteótico Gandalf retorne de sua queda até os
    abismos sem fim de Moria, a oferta de si próprio em sacrifício para
    salvar seus amigos do Balrog é não menos heróica. O mesmo vale para a
    defesa que Boromir faz de Merry e Pippin contra os Orcs. Não é menos
    heróica pelo fato de ter falhado, culminando com a captura dos hobbits
    e sua morte.” (Crabbe 79)

    Coragem

    “. . .
    como Frodo, aqueles homens são heróis que sentem o medo, assumem esse
    fato, e então fazem o que devem fazer apesar desse medo.” (Crabbe 79)

    “na separação dos caminhos que marca o rompimento da Sociedade, Frodo
    diz para Boromir, “Eu sei o que devo fazer, mas tenho medo de fazê-lo,
    Boromir, tenho medo.” (Crabbe 79)

    “. . . embora Aragorn
    lamente que, sem Gandalf, a sociedade não tem esperança de ser
    bem-sucedida em sua missão, ele também diz: “Temos que prosseguir sem
    esperançaâ€?.” (Crabbe 80)

    “. . . Sam, montando guarda para
    Frodo, que dormia nas planícies de Gorgoroth, de repente se dá conta de
    que, se eles alcançarem a Montanha da Perdição, eles não têm chance de
    retornar: Mas mesmo quando a esperança morria em Sam, ou parecia
    morrer, tornava-se uma nova força.’ ” (Crabbe 80)

    Piedade

    “Similar ao tratamento que Frodo dis pensava a Gollum [ex: Frodo sente
    compaixão por Gollum] é o tratamento que Gandalf dispensa ao decadente
    Saruman, quando ele oferece a Saruman a liberdade para deixar Orthanc,
    assim como quando Barbárvore liberta Saruman depois da derrota de
    Sauron. A piedade de Aragorn fica ilustrada no tratamento que dá ao
    exército que lidera até o Portão Negro”

    Amor Altruísta

    Sam (indo com Frodo) Frodo (amor pelo Condado e amor pela humanidade)
    Frodo (parte nas Quedas de Rauros para impedir a Companhia de passar
    por mais perigos): “Sam, como servidor de Frodo e como um ser de livre
    arbítrio, demonstra um altruísmo que contém perseverança que não pode
    ser alcançada por nenhum dos abjetos escravos de Sauron e dessa forma,
    ilustra a superioridade do amor dado livremente em relação à força, não
    importando o tamanho dessa força.” (Crabbe 83)

    Graus de
    bondade (não tão importantes)-> Mal (Gandalf, Aragorn, Boromir,
    Hobbits, Sacola-Bolseiros, Bill Samambaia, Gollum, Orcs, Laracna,
    Balrog, Sauron)

    “Da forma como é refletido em Sauron, o mal
    está intimamente aliado à busca por poder. Aqui a noção de poder
    ultrapassa a mera conquista de “O Hobbit”, para incluir o total
    controle – controle sobre o ser. O poder de Sauron, ou o poder que ele
    busca, é um poder que parodia o poder do criador. Em vez de criar,
    Sauron vai destruir; em vez de libertar, ele vai escravizar; em vez de
    curar, ele vai ferir. O desejo de Sauron de tornar tudo na Terra-média
    inferior ao que é capaz de ser é nítido em suas repetidas ameaças de
    “destruir� prisioneiros, nas terras arruinadas e desoladas que outrora
    foram fértis e produtivas, e nos orcs e trolls, suas imitações de
    homens e anões.” (Crabbe 86)

    Vitória Impossível

    “O título de Sauron, “O Senhor dos Anéis” também sugere a duradora
    qualidade do mal, qualidade esta que torna impossível uma vitória
    final. Embora Sauron tenha sido “vencido quando Isildur, o patriarca da
    linhagem de Aragorn, cortou o Anel de seu dedo, e embora Sauron tenha
    sido pego pela destruição de Númenor, perdendo a forma corpórea na qual
    ele andara por muito tempo, o mal não pode ser totalmente destruído.
    Pode ser temporariamente derrotado; pode ser afastado; na visão de O
    Senhor dos Anéis, não pode ser removido definitivamente do mundo.”
    (Crabbe 86)

    O Anel é o mal; o mal é representado como um
    equilíbrio; todos são de um tom de cinza específico, em vez de
    totalmente brancos ou pretos; o perigo não é perder a batalha contra o
    mal, mas sim ‘ser incorporado a ele.

    O mal é totalmente inábil para criar; deve apenas perverter.

    The Wanderer (O Caminhante) e Beowulf foram situados em um tempo
    passando a “era dourada”; da mesma forma que O Senhor dos Anéis.

    A Demanda como Mito: O Silmarillion

    “Da mesma forma que a qualidade narrative de O Silmarillion lembra a de
    Beowulf, o mesmo acontece com a estratégia Do Poeta. . . ” (Crabbe 129)

    “A visão escatológica pagã ou pré-Cristã, conforme Tolkien
    explicou em seu ensaio sobre Beowulf, é baseado na “credo da rendição�.
    Nas mitologias nórdicas, pelo menos, a suposição heróica era que a
    destruição do homem e suas criações era inevitável. O credo da
    rendição, portanto, afirma que o caos vai, eventualmente, triunfar e
    que, por essa razão, a vida humana pode ser transformada em algo
    significativo apenas se se opuser o caos com toda a força e vontade até
    que a morte inevitavelmente venha. A vida heróica pode terminar, mas a
    vontade heróica é indomável.” (Crabbe 130)

    “Dentre os elfos,
    os maiores protagonistas são Fëanor, criador das Silmarils, e Turgon,
    Senhor de Gondolin. No entanto, a tragédia dos elfos ocorre porque,
    graças ao juramento de Fëanor e o conseqüente destino dos Noldor, eles
    apenas têm heróis cujas ações trazem resultados catastróficos. Seguir o
    código da vontade não pode trazer vitória; pode só trazer, na melhor
    das hipóteses, derrota gloriosa.” (Crabbe 134)

    Fëanor traz a
    derrota ao se recusar a sacrificar suas Silmarils para os Valar. “Além
    disso, devido ao fato do ato de desobediência de Fëanor colocá-lo numa
    situação de pecado, o destino dos Noldor deve ser analisado como sendo
    uma observação daquilo que naturalmente acontece com aqueles que se
    entregam a suas próprias vontades, mais do que uma maldição originada
    pelos Valar.” (Crabbe 135)

    Turgon constrói uma cidade
    escondida [Gondolin] “cuja fama e glória são as mais poderosas nas
    canções dentre todas as moradas dos elfos nas HITHER LANDS”. No
    entanto,”. . . do momento em que Turgon deixa de repudiar o juramento e
    sua própria vontade, e deixa de se submeter à vontade dos Valar,a queda
    de Gondolin é predita.” (Crabbe 136).

    “A queda da cidade é
    provocada pela mesma falha heróica que leva Fëanor a sua morte: O
    orgulho superior do criador e de sua própria criação. Tendo construído
    sua Linda cidade, Turgon não consegue deixá-la, embora recorde-se do
    aviso do Vala Ulmo: Não ames demais o trabalho de tuas mãos e os
    desígnios de teu coração; e lembra-te de que a verdadeira esperança dos
    Noldor reside no Oeste. Este é um claro aviso contra o orgulho, e um
    estímulo para seguir os Valar; a falha em dar atenção a este pedido
    leva ao ataque à cidade, à morte de Turgon, e os fim dos Noldor como
    cultura. Faltando-lhe o estado de graça e a disposição de curvar sua
    vontade à de alguém naturalmente superior, tal como os Valar, mesmo um
    líder tão forte, sábio e criativo quanto Turgon não pode sobreviver aos
    ataques incessantes do mal.” (Crabbe 136)

    “Dentre a raça
    dos homens, heróis sofrem menos por transgredir as regras de obediência
    e responsabilidade do que sofrem por serem vítimas de um mundo que não
    consegue recompensar ação com justiça. Para os homens, o mundo visita o
    mal para os justos e injustos da mesma forma. E como os homens são mais
    frágeis, de vida menor, e mais limitados na compreensão do que os
    elfos, estão mais suscetíveis ao mal do mundo e menos hábeis a
    acreditar que um poder maior que os elfos os ama e protege.” (Crabbe
    136)

    Exceções (Beren): “[Frase do O Silmarillion] Dentre as
    histórias de sofrimento e ruína que vêm a nós da escuridão daqueles
    dias, ainda há algumas em que há alegria no meio do pranto, e há luz
    que permanece sob a sombra da morte.�]

    “Quando um homem é
    salvo de alguma dor física ou isolamento spiritual, jamais é por sua
    própria habilidade ou inteligência. Seres como estes são inteiramente
    impotentes contra a natureza destrutiva de um Morgoth ou de um Sauron.
    Embora elfos e homens sejam corajosos e habilidosos, eles somente podem
    ser salvos por meio de bravura (como Lúthien fez por Beren, ou Eärendil
    pelas duas raças) ou por misericórdia (dos Valar para as duas raças).”
    (Crabbe 138)

    Eärendil é como Frodo, um personagem que se sacrifica;Eärendil se sacrifice para benefício dos elfos e homens.

    “Nas heróicas figuras de O Silmarillion, dois modos de conduta são
    consistentemente refletidos – o criativo e o sacrificante. O criativo,
    em Morgoth e Fëanor em particular, apresenta-se como necessidade
    associada com força da vida, com a expansão da existência do herói.
    Porém, dentre os sutis e habilidosos criadores, o júbilo da criação é
    substituído pelo júbilo do controle. A mente que enxerga criações como
    posses em vez de criaturas com vontade e corpos próprios é uma mente
    que tenta conseguir com poder aquilo que só pode ser dado livremente.
    Há, portanto, uma falta de respeito com o princípio hierárquico da
    lealdade dada por vontade própria ao melhor de alguns.�(Crabbe 139-140)

    IMPORTÂNCIA DA LINGUAGEM: “Ao atribuir o desenvolvimento do alfabeto
    Fëanoriano ao filho rebelde de Finwë, Tolkien sugere que o
    desenvolvimento da língua, um passo Prometheano, pode tanto ser uma
    bênção quanto uma maldição. Ao perceber o mundo que o cerca, o usuário
    da linguagem também responde a sua própria criação e, ao responder a
    ela, ele define a si mesmo como separado de outras partes da criação.
    Somente quando o conceito da separação passa a existir é que pode-se
    exercitar o livre-arbítrio, porque até que exista um senso de
    separação, não há nada do que se libertar. A linguagem é uma bênção
    porque permite ao homem definir e então criar seu mundo, e é uma
    maldição porque traz a ele a consciência de que ele é distinto, talvez
    até mesmo isolado do resto de seu mundo.” (Crabbe 142)

    “[Benjamin Worf] . . . cada linguagem é um vasto sistema padrão no qual
    são culturalmente ordenadas as formas e categorias por meio das quais a
    personalidade não apenas nega tipos de relacionamentos e fenômenos,
    canaliza seu raciocínio, e constrói o lar de sua conscientização.”
    (Crabbe 142)

    PRINCÃ?PIO BASE: “O Silmarillion, portanto, é a
    história de um mundo que é perigoso e imperdoável demais para ser
    cômico; é também a história de um mundo que é caprichoso demais, muito
    capaz de recompensar até mesmo as coisas boas com cinzas, e ser
    realmente trágico. Em vez disso, Tolkien representa aqui um mundo que é
    irônico: o perigo está em todo lugar, vilões podem ser banidos mas não
    vencidos, a maçã tão desejada é podre até a alma. Os habitantes desse
    mundo vivem vidas em que as noções convencionais das relações entre
    ações e recompensas são aniquiladas. Eles vivem vidas em que as chances
    do bem vencer o mal são quase que absurdamente nulas. Todavia,
    capturados nessa armadilha entre poucas chances e más apostas, os
    heróis de Tolkien fazem a coisa mais heróica que os heróis irônicos
    podem fazer: eles resistem.” (Crabbe 144)

    A Demanda Realizada: Mundos Secundários

    “[Charles Nicol] Palavras significavam algo diferente para [Tolkien] do
    que para o resto de nós: elas eram objetos com muitas camadas por meio
    das quais ele conseguia detector o sentimento de um mundo anterior, e o
    brilhantismo de sua erudição residia em sua habilidade de reconstruir o
    meio de um romance Médio Inglês através de uma sutil análise de seu
    vocabulário.” (Crabbe 145)

    MESTRE GILES OF HAM: “Como Bilbo e
    Frodo, Giles não deseja ser um herói, e essa falta de vontade dura
    através da história. Mas ele é pragmático também. Ele não quer lutar
    com um gigante, mas propriedade é propriedade. . . . Até mesmo
    Chrysophylax [o dragão, oponente de Giles] comenta a respeito das
    limitações de Giles como um herói, dizendo, Costumava, senhor, ser
    hábito dos cavaleiros fazer um desafio em casos como este, após uma
    apropriada troca de títulos e credenciais.” (Crabbe 148)

    Giles é um herói comum dos contos-de-fada; tem três testes, viveu feliz
    para sempre e ele, como Bilbo, tem as virtudes dos impotentes, tais
    como prudência, discrição, a reverência pelo passado, sorte e uma
    afiada presença de espírito.

    LEAF BY NIGGLE: “A grande
    jornada de Niggle de sua casa e seu ateliê para a oficina ganha um
    paralelo com a implícita jornada no fim, quando Niggle parte para as
    montanhas. O compromisso com bons trabalhos e service para os outros
    que Niggle deveria ter realizado em casa, a aplicação na tarefa e a
    disciplina que lhe faltam, tudo isso é aprendido na oficina. Ele também
    aprende, por meio de lembranças, a apreciar seu vizinho, Parish. Dessa
    forma, a jornada de Niggle, assim como a de Bilbo em “O Hobbit”, o leva
    à maturidade, embora no caso de Niggle a maturidade seja espiritual em
    vez de física.” (Crabbe 159)

    A Demanda Continua

    “O sistema de valores que age em O Quenta parece ser um que valorize um
    código heróico baseado em resistência, coragem, e dever público. Por
    exemplo, quando Finweg (chamado Finweg o Valente) resolve resgatar
    Maidros da face de Thangorodrim, ele não o faz por ter alguma estima
    especial por Maidros, mas sim pore star determinado a encerrar a
    disputa resultante da traição de Fëanor ao abandonar os outros ao
    GRINDING ICE. Note-se também o imprudente desafio de Fingolfin no
    rompimento do sítio a Angband. Fingolfin entende que está indo para sua
    morte, porém sua raiva e angústia perante a derrota de seu povo é tal
    que ele desafia Morgoth de qualquer maneira.” (Crabbe 205)

    Referências Bibliográficas

    Crabbe, Katharyn W. J.R.R. Tolkien. The Continuum Publishing Company.
    New York 1988 Este livro foi encontrado na Biblioteca Pública Elmhurst

  • Os Rios e Faróis das Colinas de Gondor

    Os Rios e Faróis das Colinas de Gondor

    Rios e Fárois de Gondor, com comentários sobre os Numerais Eldarin, de um ensaio não publicado no HoME 12 por falta de espaço

    Editado por Carl F. Hostetter
    Com comentário e materiais adicionais
    fornecidos por Christopher Tolkien
    Textos de J.R.R. e Christopher Tolkien ©2001 The Tolkien Trust

    Introdução
    Este ensaio histórico e etimológico intitulado apenas “Nomenclatura”
    por seu autor, pertencente entre outros trabalhos semelhantes que
    Christopher Tolkien datou de c. 1967-69 (XII.293-94), incluindo Of
    Dwarves and Men, The Shibboleth of Feanor, e The History of Galadriel
    and Celeborn, e que foram publicados, por completo ou em parte, em
    Contos Inacabados e The Peoples of Middle-earth. De fato, Christopher
    Tolkien mostrou numerosos trechos desta composição em Contos
    Inacabados. Ele preparou uma apresentação mais completa do texto para
    The Peoples of Middle-earth, mas foi omitido daquele volume devido ao
    tamanho.

    Christopher Tolkien forneceu-me amavelmente tanto o
    texto completo da composição quanto sua própria versão editada e
    planejada para The Peoples of Middle-earth. Esta edição, sendo
    destinada ao público em geral e feita com restrição de espaço,
    naturalmente omite um número maior de passagens técnicas e/ou
    filológicas discursivas e notas. Editando o texto para o público mais
    especializado de Vinyar Tengwar, claro que restabeleci tal assunto
    filológico todo. Eu também retive, com seu cortês consentimento, tanto
    o próprio comentário de Christopher Tolkien na composição como
    praticável (claramente identificado como tal ao longo dela), como provi
    algum comentário adicional e notas próprios, principalmente em assuntos
    lingüísticos. Além de Christopher Tolkien, eu gostaria de estender
    minha gratidão a John Garth, Christopher Gilson, Wayne Hammond,
    Christina Scull, Arden Smith, e Patrick Wynne, todos quem leram este
    trabalho em rascunho e me apoiaram com muitos comentários úteis e
    correções.

    O ensaio consiste em treze páginas
    datilografadas, numeradas de 1 à 13 por Tolkien. Uma rasgada pela
    metade e sem número que continha uma nota manuscrita entitulada
    “Complicado demais” (contendo e referindo-se a um longo, discursivo
    debate do sistema numérico Eldarin, em particular a explicação do
    número 5) foi colocada entre as páginas 8 e 9. Outra folha sem número
    segue a última página, contendo uma nota manuscrita no nome Belfalas
    (que é parafraseada em CI:281). Todas essas folhas são vários
    formulários de escritório da George Allen & Unwin, com os escritos
    de Tolkien limitados aos lados em branco, exceto no caso da última
    folha. Aqui, o lado impresso foi usado para o rascunho manuscrito do
    Juramento de Cirion em Quenya (já muito perto da versão publicada; cf.
    CI:340) que foi continuado no topo (relativo à impressão) do lado em
    branco. A nota em Belfalas é escrita com a folha de ponta a cabeça (do
    rascunho em relação ao impresso).

    Sobre a origem e data
    deste ensaio, escreve Christopher Tolkien: “Em 30 de junho de 1969 meu
    pai escreveu uma carta ao Sr. Paul Bibire, que havia escrito a ele uma
    semana antes contando-lhe que tinha passado no exame para Bacharel de
    Filosofia em Inglês Antigo em Oxford; ele demonstrava um certo
    desapontamento com seu sucesso, alcançado apesar da negligência de
    certas partes do curso que ele achou menos atraente, e particularmente
    os trabalhos do antigo poeta inglês Cynewulf (ver Sauron Defeated, pág.
    285 nota 36). Ao término de sua carta Sr. Bibire disse:
    ´Conseqüentemente, há algo sobre o que eu tenho desejado saber desde
    que eu vi a adição relativa à segunda edição [de O Senhor dos Anéis]:
    se o Rio Glanduin é o mesmo que ‘Cisnefrota’ (para a referência ver
    Sauron Defeated, pág. 70 e nota 15)”. Christopher Tolkien proveu as
    porções referentes a resposta de seu pai (que não foi incluída na
    coleção de cartas editadas com Humphrey Carpenter):¹

    Foi
    amável da sua parte escrever para mim novamente. Eu estava muito
    interessado em notícias suas, e muito solidário. Eu achei e acho o caro
    Cynewulf um caso lamentável, porque é digno de lágrimas que um homem
    (ou homens) com talento em tramar as palavras, o qual deve ter ouvido
    (ou lido) tanto agora perdido, tenha gasto seu tempo compondo coisas
    tão sem inspiração.² Também em mais de uma vez em minha vida eu
    arrisquei minhas perspectivas por negligenciar coisas que não achei
    divertidas naquela oportunidade!…

    Eu sou agradecido a você
    por mostrar o uso de Glanduin no Apêndice A, SdA III, pág. 319.³ Eu não
    tenho nenhum índice dos Apêndices e tenho que fazê-lo. O Glanduin é o
    mesmo rio que o Cisnefrota, mas os nomes não estão relacionados. Eu
    noto no mapa com correções que estão para ser feitas na edição nova a
    aparecer ao término deste ano que este rio está marcado por mim como
    Glanduin e várias combinações com alph ´Cisne´.4 O nome Glanduin
    significa ´rio da fronteira´, um nome dado desde a Segunda Era quando
    ele era a fronteira meridional do Eregion, além do qual estavam os
    povos hostis de Dunland. Nos primeiros séculos dos Dois Reinos,
    Enedwaith (Povo do Meio) era uma região entre o reino de Gondor e o
    reino de Arnor, em vagaroso estado de desaparecimento (incluiu
    Minhiriath originalmente (Mesopotamia)). Ambos os reinos compartilhavam
    um interesse na região, mas estavam principalmente preocupados com a
    manutenção da grande estrada que era o meio principal de comunicação
    com exceção do mar, e a ponte a Tharbad. O povo de origem Númenoriana
    não viveu lá, exceto em Tharbad, onde uma guarnição grande de soldados
    e guardiões de rio foram mantidas uma vez. Naqueles dias haviam
    trabalhos de drenagem, e foram fortalecidos os bancos do Hoarwell e
    Greyflood. Mas nos dias de O Senhor dos Anéis a região tinha a muito
    ficado em ruínas e retornado a seu estado primitivo: um rio largo lento
    correndo através uma cadeia de pântanos e charcos: o abrigo de hóspedes
    como cisnes e outros pássaros aquáticos.

    Se o nome Glanduin
    ainda fosse lembrado ele só se aplicaria ao curso superior onde o rio
    corria rapidamente para baixo, tão logo se perdesse nas planícies e
    desaparecesse nos pântanos. Eu acho que eu posso manter Glanduin no
    mapa para a parte superior, e marcar a parte mais baixa como os
    pântanos com o nome Nîn-em-Eilph (terras aquáticas dos Cisnes) que
    explicará o rio Cisnefrota adequadamente SdA III.263.5
    Alph
    ´Cisne´ ocorre até onde eu me lembro só no SdA III, pág. 392.6 Não
    poderia ser Quenya, já que ph não é usado em minha transcrição de
    Quenya, e Quenya não tolera consoantes finais diferentes das dentais,
    t, n, l, r depois de uma vogal.7 Quenya para ´Cisne´ era alqua (alkw�?).
    O ramo “Céltico” do Eldarin (Telerin e Sindarin) mudou kw > p, mas
    não, como Céltico, alterou p original.8 O tão alterado Sindarin da
    Terra-Média mudou as consoantes paradas para fricativas depois de l, r,
    como fez o Galês: assim *alkw�? > alpa (Telerin) > S. alf (grafado
    alph em minha transcrição).

    Ao término da carta Tolkien adicionou um pós-escrito:

    Eu me recuperei muito – embora já tenha passado um ano que me
    acidentei.9 Agora eu posso caminhar quase que normalmente, até duas
    milhas ou mais (ocasionalmente), e ter um pouco de energia. Mas não
    bastante para enfrentar um composição contínua e o interminável
    “aprimoramento” de meu trabalho.

    No cabeçalho do presente
    ensaio, Tolkien escreveu “Nomenclatura”, seguido por: “Rio Cisnefrota
    (SdA edição rev., III 263) e Glanduin, III Apên. A. 319 “; e então por:
    “Examinado por P. Bibire (carta 23 de junho de 1969; resp. 30 de
    junho). Como mais brevemente declarado em minha resposta: Glanduin quer
    dizer ´rio da fronteira´”. O ensaio é deste modo visto como uma
    expansão e elaboração das observações em sua resposta.

    Os nomes dos Rios

    O ensaio começa com o longo excerto e nota do autor dados em CI:298-99
    (e assim não reproduzido aqui). Umas poucas variações entre o texto
    publicado e o datilografado são dignos de nota: onde o texto publicado
    tem Enedwaith, o datilografado lê Enedhwaith (esta era uma mudança
    editorial feita em todos os excerto deste ensaio que contém o nome em
    Contos Inacabados; cf. XII:328-29 n. 66); e onde o texto publicado tem
    Ethraid Engrin, o datilografado tem Ethraid Engren (mas note (Ered)
    Engrin, V.348 s.v. ANGÄ€-, V.379 s.v. ÓROT-, e muitos outros lugares).
    Além disso, uma oração que se refere ao porto antigo chamada Lond Daer
    Enedh foi omitida antes da última oração da nota do autor em CI:298;
    lê-se: “Era a entrada principal para os Númenorianos na Guerra contra
    Sauron (Segunda Era 1693-1701)” (cf. SdA:1147; e CI:268, 295-99).
    Também, de encontro a discussão da aproximação para Tharbad que fecha o
    primeiro parágrafo em CI:298, Tolkien forneceu a referência cruzada em
    “SdA I 287,390 “.10Seguindo a passagem que termina no
    início de CI:298, o ensaio continua com esta discussão etimológica, com
    referência ao nome Glanduin:

    glan: base (G)LAN, ´beira,
    ponta, borda, fronteira, limite´. Isto é visto em Q. verbo lanya
    ´limitar, cercar, separar de, marcar o limite de; lanwa ´ dentro dos
    limites, limitado, finito, (bem-)definido´; landa ´uma fronteira´; lane
    (lani-) ´margem´; lantalka ´ posto ou marco de fronteira´; cf. também
    lanka ´beirada acentuada, final súbito´, como por exemplo uma
    extremidade de precipício, ou a extremidade polida de coisas feitas ou
    montadas à mão, também usada em sentidos figurados, como em
    kuivie-lankasse, literalmente ´na beira da vida´, de uma situação
    perigosa na qual é provável resultar em morte.

    É debatido se
    gl- era um grupo inicial em Eldarin Comum ou era uma inovação de
    Telerin-Sindarin (muito estendido em Sindarin). Neste caso, de qualquer
    maneira, o gl- inicial é compartilhado por Telerin e Sindarin e é
    encontrado em todos os derivado nesses idiomas (exceto em T. lanca, S.
    lane, os equivalentes de Q. lanka): T. glana ´extremidade, borda´; 11
    glania – ´confinar, limitar´; glanna ´limitado, confinado´; glanda ´uma
    fronteira´: S. glân, ´bainha, borda´ (de tecidos e outras coisas feitas
    à mão), gland > glann ´fronteira´; glandagol ‘marco de fronteira’;
    12 gleina- ´fronteira, cerca, limite´. 13

    Tolkien então
    comenta: “Os nomes dos Rios dão algum trabalho; eles foram feitos às
    pressas sem exame suficiente”, antes de embarcar sobre uma consideração
    para cada nome por vez. Partes significantes desta seção do ensaio
    foram fornecidas em Contos Inacabados. Não são repetidas as passagens
    longas aqui, mas seus lugares estão indicados no ensaio.

    Adorn

    Este não está no mapa, mas é dado como o nome do rio pequeno que flui
    no Isen vindo do oeste de Ered Nimrais no Apên. A, SdA III 346.14 Ele
    é, como seria esperado em qualquer nome na região de origem
    não-Rohanense, de uma forma adequado ao Sindarin; mas não é
    interpretável em Sindarin. Deve-se supor que seja de origem
    pré-Númenoriana adaptado ao Sindarin.15

    Deste apontamento,
    Christopher Tolkien nota: “Na ausência do nome no mapa – referindo é
    claro ao meu mapa original de O Senhor dos Anéis, o qual foi
    substituído muito tempo depois pelo redesenhado, feito para acompanhar
    Contos Inacabados – ver CI:295, nota de rodapé “.

    Gwathló

    Do próximo apontamento, entitulado “Gwathlo (-ló)�?, Christopher Tolkien
    escreve: “A longa discussão que surge sobre este nome é encontrada em
    CI:294-95, com a passagem relativa a mudança dos homens Púkel e citada
    na seção no Drúedain, CI.423-424. Na passagem posterior a oração
    ‘Talvez até mesmo nos dias da Guerra do Anel alguns do povo de Drú
    permaneceram nas montanhas de Andrast, além da parte ocidental das
    Montanhas Brancas’ contém uma mudança editorial: o texto original tem
    ´as montanhas de Angast (Cabo Longo)´, 16 e a forma Angast acontece
    novamente mais de uma vez no ensaio. Esta mudança foi baseada na forma
    Andrast comunicada por meu pai à Pauline Baynes para inclusão, com
    outros novos nomes, em seu mapa ilustrado da Terra-Média; ver CI:294,
    nota de rodapé”. Uma mudança editorial adicional pode ser notada: onde
    o texto publicado tem Lefnui (CI:296, repetidos na nota extraída sobre
    os homens Púkel, CI.423) o datilografado lê Levnui; cf. o apontamento
    para Levnui está adiante.
    Uma nova nota sobre “o grande
    promontório… que formou o braço norte da Baía de Belfalas” lê:
    “Depois ainda chamado Drúwaith (Iaur) ´(Velha) terra Pukel´, e seus
    bosques escuros eram pouco visitados, nem considerado como parte do
    reino de Gondor” Também, uma oração cancelada por Tolkien segue
    “árvores enormes… sob as quais os barcos dos aventureiros rastejavam
    silenciosamente para a terra desconhecida�?, lê: “É dito que até alguns
    nesta primeira expedição vieram tão longe quanto os grandes pântanos
    antes que eles retornassem, temendo ficar desnorteados em seus
    labirintos.�?
    A discussão continuou originalmente com a nota etimológica seguinte, cancelada ao mesmo tempo que a oração apagada:

    Então era aquele o rio chamado em Sindarin Gwathlo (em Adunaico
    Agathurush) ´rio da sombra´. Gwath era uma palavra Sindarin de uma base
    do Eldarin Comum Wath ou Wathar estendido. Era muito usado; embora o
    referente em Quenya waþar , mais tarde vasar, não estava em uso
    diário.17 O elemento -lo também era de origem Eldarin Comum, derivado
    de uma base (s)log: em Eldarim Comum sloga tinha sido uma palavra usada
    para rios de tipos variáveis e sujeitos a alagarem seus bancos nas
    estações e causarem inundações quando cheios por chuvas ou derretimento
    de neve; principalmente como o Glanduin (descrito acima) que tinha sua
    origem nas montanhas e desaguava à princípio rapidamente, mas era
    contido nas terras mais baixas e planas, *sloga se tornou em Sindarin
    lhô; mas não era em tempos mais recentes usado exceto em rios ou nomes
    de pântanos. A forma Quenya teria sido hloä.

    Esta passagem
    contém uma nota, também cancelada, no nome Ringló, ocorrendo depois de
    “Sindarin lhô” e citada na discussão daquele apontamento adiante.

    A passagem apagada foi substituída por aquela dada em CI:296 começando
    em “Então o primeiro nome que eles deram a ele foi ´Rio da Sombra´,
    Gwath-hîr, Gwathir “. Pode ser notado que o palavra lo nesta passagem
    foi corrigida no texto datilografado por lhô. Uma nota no nome Ringló,
    omitida da passagem em Contos Inacabados, acontece depois das palavras
    “Gwathlo, o rio sombrio dos pântanos”. Para esta nota, e seu
    desenvolvimento, veja o apontamento para Ringló adiante. Depois desta
    nota, uma declaração etimológica intervém antes do último parágrafo do
    excerto publicado em Contos Inacabados:

    Gwath era uma
    palavra em Sindarin Comum para ´sombra´ ou meia-luz – não para as
    sombras de objetos reais ou pessoas causadas por sol ou lua ou outras
    luzes: estas eram chamadas morchaint ´formas-escuras´.18 Eram derivadas
    de uma base Eldarin Comum WATH, e também aparecia em S. gwathra-
    ´obscureça, escureça, oculte, obscure´; gwathren (pl. gwethrin)
    ´sombrio, turvo´. Também relacionado era auth ‘uma forma escura,
    aparição espectral ou vaga’, de *aw´tha. Esta também era encontrada no
    Quenya auþa, ausa de sentido semelhante,; mas por outro lado a raiz só
    era representada em Quenya pela extensão waþar, vasar ´ um véu´,
    vasarya – ´velar´.

    Lô foi derivado da base Eldarin Comum LOG
    ´molhado (e mole), ensopado, pantanoso, etc.´ A forma *loga produziu S.
    lô e T. loga; e também, de *logna, S. loen, T. logna ´encharcando de
    água, alagado´. Mas a raiz em Quenya, que devido a mudanças sonoras
    causaram seus derivados a não combinar com outras palavras, era pouco
    representada exceto na forma intensiva oloiya – ‘inundar, alagar’;
    oloire uma grande enchente´.

    Sobre as palavras “que devido a
    mudanças sonoras causaram seus derivado a não combinar com outras
    palavras” Tolkien adicionou esta nota:

    Assim a forma Quenya
    do S. lô teria sido *loa, idêntica a Q. loa <*lawa ´ano´; a forma de
    S. loen, T. logna teria sido *lóna idêntico a lóna ´charco, lagoa´ (da
    base LON também vista em londe ‘porto’, S. land, lonn).

    Erui

    Embora este fosse o primeiro dos Rios de Gondor, o nome não quer dizer
    ‘primeiro’. Em Eldarin er não era usado para contagem em série:
    significava ‘um, único, sozinho’. Erui não é Sindarin habitual para
    ‘único, só’: que era ereb (

    Sobre as palavras “o fim adjetival muito comum -ui de Sindarin” Tolkien adicionou esta nota:

    Este era usado como um fim adjetival geral sem significado específico
    (como por exemplo em lithui ‘de cinza’, ou ‘pálido, cor de cinza,
    cinzento, empoeirado’). É de origem incerta, mas provavelmente foi
    derivado do adjetival Eldarin Comum -ya que quando adicionado a
    substantivos-raízes que terminam em E.C. -o, -u produziria em Sindarin
    -ui. Este sendo mais distinto foi transferido então para outras raízes
    gramaticais. Os produtos de �?ya > oe, e de ăya, ĕya, ĭya > ei;
    �?ya, Å­ya > æ, e, não foram preservados em Sindarin.19 Mas -i que
    poderia vir de Ä“ya e de Ä«ya, também permaneceu em uso(mais limitado);
    cf. Semi adiante. A transferência é exemplificada nos ordinais que em
    Sindarin foram formados com -ui de ‘quarto’ em diante, entretanto -ui
    só estava historicamente correto em othui ‘sétimo’ e tolhui ‘oitavo’.
    ‘Primeiro’ era em Sindarin mais antigo e mais literário mein (Q.
    minya); mais tarde minui foi substituído [cancelado: no idioma
    coloquial; tadeg ‘segundo’; neleg ‘terceiro’]; então cantui (canhui)
    ‘quarto’, encui, enchui20 ‘sexto’, nerthui ‘nono’ [cancelado: caenui21
    ‘décimo’], etc. ‘Quinto’ ver adiante no nome Lefnui.

    Serni

    Christopher Tolkien escreve: “A declaração sobre este nome é dada no
    �?ndice de Contos Inacabados, mas com uma errata que nunca foi
    corrigida: a palavra Sindarin para ‘seixo’ é sarn, não sern “. Na
    oração de abertura lê-se: “Uma formação adjetival do S. sarn ‘pedra
    pequena, seixo (como descrito acima), ou um coletivo, o equivalente em
    Q. sarnie (sarniye) ‘telha, seixo de rio”. Em uma nova oração, vinda
    antes de “Sua foz era bloqueada com seixos” lê-se: “Foi o único dos
    cinco a entrar no delta do Anduin “.

    Sirith

    Isto simplesmente significa ‘um rio’: cf. tirith ‘vigiando, guardando’ da raiz tir- ‘vigiar’.

    Celos

    Christopher Tolkien escreve: “A declaração sobre este nome é dada no
    �?ndice de Contos Inacabados. No marcação errônea de Celos em meu mapa
    redesenhado de O Senhor dos Anéis, ver VII:322 n. 9 “.

    Gilrain

    Uma
    porção significante de observações neste nome de rio foi dada em
    CI:274-75; mas a discussão começa com uma passagem omitida de Contos
    Inacabados:

    Este se assemelha ao nome da mãe de Aragorn.
    Gilraen; mas a menos que haja erro na grafia, deve ter tido um
    significado diferente. (Originalmente a diferença entre o Sindarin
    correto ae e ai era ignorada, ai mais comum em inglês sendo usado para
    ambos na narrativa geral. Assim Dairon, agora corrigido, para Daeron um
    derivado do S. daer ‘amplo, grande’: E.C. *daira < P>

    Sobre esta última oração Tolkien proveu uma nota etimológica:

    Base
    E.C. RAY ‘rede, trama, urdidura ou entrelace’; também [cancelado:
    ‘prender’] ‘envolver em uma rede, entrelaçar´. Cf. Q. raima ‘uma rede’;
    24 rea e raita 1) ‘fazer rede ou entrelaçar´; raita 2) prender em uma
    rede’; 25 [cancelado: também raiwe ´trama´;] carrea (

    Desta
    nota Christopher Tolkien escreve: “Compare O Senhor dos Anéis, Apêndice
    E (i), pág. 393. 29 – Tressure(rede), uma rede para conter o cabelo, é
    uma palavra do inglês medieval que meu pai tinha usado na tradução dele
    de Sir Gawain and the Green Knight (estrofe 69): ‘as jóias claras / que
    estavam entrelaçadas em sua rede(tressure) em grupos de vinte’ onde o
    original tem a forma tressour.”
    A anotação então conclui:

    Em
    Gilrain o elemento -rain embora semelhante era distinto em origem.
    Provavelmente foi derivado da base RAN “vagar, errar, tomar curso
    incerto�?, o equivalente do Q. ranya. Isto não pareceria adequado a
    nenhum dos rios de Gondor…

    A porção dada em Contos
    Inacabados começa aqui (pág. 274). A oração final do primeiro extrato
    da discussão de Gilrain em CI:275 omite o final; na oração inteira
    lê-se: “Esta lenda [de Nimrodel] era bem conhecida em Dor-en-Ernil
    (Terra do Príncipe) e sem dúvida o nome [Gilrain] foi dado como
    lembrança disto, ou conferido na forma Élfica de um nome mais antigo de
    mesmo significado”. Também omitido foi o parágrafo que segue essa
    oração, o qual lê-se: “A viagem de Nimrodel foi datada pelos
    cronologistas como 1981 da Terceira Era. Um erro no Apêndice B aparece
    neste momento. Na anotação correta lia-se (ainda em 1963): “Os Anões
    fogem de Moria. Muitos dos Elfos da Floresta de Lorien fogem para o
    sul. Desaparecem Amroth e Nimrodel�?. Em edições ou reimpressões
    subseqüentes ‘fogem de Moria…�? para ‘Elfos da Florestas foram por
    razões desconhecidamente omitidas “. A leitura correta desta anotação
    foi restabelecida na edição mais recente (Sda:1151). Além disso, a
    primeira oração do parágrafo seguinte, introduzindo a passagem com o
    qual o extrato dado em Contos Inacabados (pág. 275) recomeça, lê-se:
    “Naquele momento foi Amroth, na lenda, chamado Rei de Lorien. Como isto
    está de acordo com a lei de Galadriel e Celeborn, será esclarecido em
    um resumo da história de Galadriel e Celeborn”. Finalmente, a última
    oração do último parágrafo dado em CI:276 foi omitida; lê-se: “ A
    comunicação era mantida constantemente com Lorien “.

    Uma
    nota datilografada anexada depois da primeira oração em CI:277, sobre a
    frase “os pesares de Lorien, que estava agora sem monarca” e
    subseqüentemente cancelada por Tolkien, lê: “Amroth nunca tomou uma
    esposa. Durante longos anos ele tinha amado Nimrodel, mas tinha buscado
    o amor dela em vão. Ela era da raça da Floresta e não amava os
    Intrusos, os quais (ela disse) trouxeram guerras e destruíram a antiga
    paz. Ela falaria só a Língua da Floresta, até mesmo depois que tivesse
    caído em desuso entre a maioria dos povos. Mas quando o terror saiu de
    Moria ela fugiu sem rumo, e Amroth a seguiu. Ele a achou perto dos
    limites de Fangorn (os quais nesses dias ficavam muito mais próximos a
    Lorien). Ela não ousou entrar na floresta, as árvores (ela disse)
    ameaçaram-na, e algumas moveram-se para bloquear seu caminho. Lá eles
    tiveram uma longa conversa; e no fim eles ficaram noivos, Amroth jurou
    que por ela ele deixaria seu povo até em hora de necessidade e com ela
    buscaria um refúgio de paz. ‘Mas não havia tal’ “. A nota cancelada
    termina aqui, em meio a oração. Como Christopher Tolkien observa
    (CI:274), esta passagem é a semente da versão da lenda de Amroth e
    Nimrodel dada em CI:272-74.

    A discussão sobre Gilrain conclui (seguindo o primeiro parágrafo dado em UT:245) com esta nota:

    O
    rio Gilrain se relacionado à lenda de Nimrodel tem que conter um
    elemento derivado de E.C. RAN ‘vagar, errar, seguir sem rumo´. Cf. Q.
    ranya ‘viagem errante’, S. rein, rain. Cf. S. randír ‘errante’ em
    Mithrandir, Q. Rána nome do espírito (Máya) que dizia-se morar na Lua
    como seu guardião.

    Ciril, Kiril

    Incerto,
    mas provavelmente do KIR ‘cortar’. Ele começava em Lamedon e corria
    para o oeste por algum caminho em um fundo canal rochoso.

    Ringló

    Para
    o elemento -ló ver discussão de Gwathló acima. Mas não há registro de
    qualquer pântano ou charco em seu curso. Era um rio rápido (e frio),
    como o elemento ring- implica.30 Suas primeiras águas vinham de um alto
    campo nevado que alimentava uma pequena lagoa gelada nas montanhas. Se
    esta na estação em que a neve derretia, se espalhava em um lago raso,
    isso explicaria o nome, mais um dentre muitos que se referem à nascente
    de um rio.

    Cf. a anotação Ringló no índice de Contos
    Inacabados. Esta explicação do nome que Ringló só surgiu no curso da
    composição deste ensaio; para a discussão de Gwathló que Tolkien
    cancelou ele tinha adicionado esta nota originalmente:

    Este
    [o elemento ló] também aparece no nome Ringló, o quarto dos Rios de
    Gondor. Pode ser traduzido como Rio Gelado. Descendo gelado das neves
    das Montanhas das Névoas em curso rápido, depois de sua união com o
    Ciril e depois com o Morthond formava pântanos consideráveis antes que
    atingisse o mar, entretanto estes eram muito pequenos comparados com os
    pântanos do Cisnefrota (Nîn-em-Eilph) perto de Tharbad.

    Na discussão revisada de Gwathlo (CI:294) esta nota foi substituída pela seguinte:

    Um
    nome semelhante é achado em Ringló, o quarto dos rios de Gondor.
    Nomeado como vários outros rios, como Mitheithel e Morthond (raiz
    negra), depois de sua nascente Ringnen ‘água-gelada’, ele era chamado
    posteriormente Ringló, uma vez que formava um pantanal perto de sua
    confluência com o Morthond, entretanto este era muito pequeno comparado
    com o Grande Pântano (Lô Dhaer) do Gwathló.

    Tolkien cancelou
    então a parte posterior desta nota (de “uma vez que formava um
    pantanal�? até o fim), substituindo-a com um objetivo de considerar a
    explicação final de Ringló dada acima, na qual o elemento lo não é
    derivado dos pantanais perto da costa (não há de qualquer pântano ou
    charco em seu curso “) mas do lago que formava a nascente do rio “na
    estação em que a neve derretia”.

    Morthond

    Semelhantemente
    o Morthond ‘Raiz Negra�?, que surge em um vale escuro nas montanhas
    exatamente no sul de Edoras, chamado Mornan,31 não só por causa da
    sombra das duas montanhas altas entre as quais se deita, mas porque por
    ele passava a estrada do Portão dos Mortos, e os vivos não iam lá.

    Levnui

    Não
    havia nenhum outro rio nesta região, “ao longo de Gondor”, até que
    chegasse ao Levnui, o mais longo e mais largo dos Cinco. Este era
    represado para ser o limite de Gondor nesta direção; para mais além
    repousar no promontório de Angast e no deserto da “Velha Terra Púkel�?
    (Drúwaith Iaur) a qual os Númenorianos nunca tinha tentado ocupar com
    povoados permanentes, entretanto eles mantiveram uma força de guarda
    Costeira e faróis no final do Cabo Angast.
    É dito que Levnui
    significa ´quinto´ (depois de Erui, Sirith, Semi, Morthond), mas sua
    forma oferece dificuldades. (está grafado Lefnui no Mapa; e que é
    preferível. Mas embora nos Apêndices seja dito que f tem o som do f
    inglês, exceto quando posicionado ao término de uma palavra,32 o f mudo
    não acontece medianamente antes de consoantes (em palavras ou nomes não
    compostos) em Sindarin; enquanto v é evitado antes de consoantes em
    inglês).33 A dificuldade é só aparente.

    Tolkien embarca
    então imediatamente em uma longa e elaborada discussão dos números em
    Eldarin, a qual foi transferida para um apêndice adiante.

    Seguindo
    com esta discussão, Tolkien (continuando para o oeste no mapa de
    Levnui) reapresentou o nome Adorn, e repetiu o conteúdo das observações
    anteriores: “Este rio flui do Oeste de Ered Nimrais para o Rio Isen,
    combina em estilo ao Sindarin, mas não tem nenhum significado naquele
    idioma, e provavelmente é derivado de um dos idiomas falado nesta
    região antes da ocupação de Gondor pelos Númenorianos que começou muito
    tempo antes da Queda de Númenor”. Ele continuou então:

    Vários
    outros nomes em Gondor são aparentemente de origem semelhante. O
    elemento Bel- em Belfalas não tem nenhum significado apropriado em
    Sindarin. Falas (Q. falasse) significava ´litoral´ – especialmente o
    exposto a grandes ondas e arrebentações (cf. Q. falma ´uma crista de
    onda, onda). é possível que Eel tivesse um sentido semelhante em uma
    língua estrangeira, e Bel-falas é um exemplo do tipo de nome-de-local,
    não incomum quando uma região está ocupada por um novo povo no qual
    dois elementos de mesmo significado topográfico são unidos: o primeiro
    sendo o mais antigo e o segundo no novo idioma.34 Provavelmente porque
    o primeiro foi tomado pelos Intrusos como um nome próprio. Porém, em
    Gondor o litoral da foz do Anduin para Dol Amroth foi chamada Belfalas,
    mas na verdade normalmente referiam-se a ele como i·Falas ´a praia da
    rebentação´ (ou às vezes como Then-falas ´praia curta´,35 em contraste
    à An-falas ´praia longa´, entre a foz de Morthond e Levnui). Mas a
    grande baía entre Umbar e Angast (o Cabo Longo, além de Levnui) foi
    chamado a Baía de Belfalas (Côf Belfalas) ou simplesmente de Bel (Côf
    gwaeren Bêl ´a ventosa Baía de Bêl´).36 Então é mais possível que Bêl
    fosse o nome ou parte do nome da região mais tarde chamada normalmente
    de Dor-en-Ernil ´terra do Príncipe´: talvez fosse a parte mais
    importante de Gondor antes da colonização Númenoriana.

    Christopher
    Tolkien escreve: “Com ´a ventosa Baía de Bêl´ cf. o poema The Man in
    the Moon came down too soon em The Adventures of Tom Bombadil(1962),
    onde o Homem na Lua desceu ´para um banho de espuma na ventosa Baía de
    Bel´, identificada como Belfalas no prefácio do livro. -Esta passagem
    foi cancelada, presumivelmente de imediato, uma vez que o próximo
    parágrafo começa novamente “Vários outros nomes em Gondor são
    aparentemente de origem semelhante�?. Uma página com manuscrito curto
    encontrada com o ensaio datilografado mostra meu pai esboçando uma
    origem completamente diferente para o elemento Bel-. Eu me referi a
    este texto e citei-o em parte em Contos Inacabados (pág. 281),
    observando que representa uma concepção completamente diferente da
    estabelecida para o porto élfico norte (Edhellond) de Dol Amroth
    daquela dada em Of Dwarves and Men (XII:313 e 329 n. 67), onde é dito
    que a razão de sua existência era ´a navegação dos Sindar provenientes
    dos portos ocidentais de Beleriand que fugiram em três navios pequenos
    quando o poder de Morgoth subjugou os Eldar e os Atani´. A página
    manuscrita pertence obviamente ao mesmo período que o ensaio, como é
    visto tanto pelo papel no qual é escrito e quanto pelo fato de que a
    mesma página carrega o rascunho para o Juramento de Cirion em Quenya
    (CI:340)”. Esta página manuscrita é dada abaixo na íntegra; duas notas
    que Tolkien fez ao texto estão adicionadas a seu fim:

    Belfalas.
    Este é um caso especial. Bel- é certamente um elemento derivado de um
    nome pré-Númenoriano; mas sua origem é conhecida, e era de fato
    Sindarin. As regiões de Gondor tiveram uma história complexa no passado
    distante, tão antiga quanto sua população podia se dar conta, e os
    Númenorianos evidentemente encontraram muitos assentamentos de povos
    misturados, e numerosas ilhas de povos isolados ou que permaneciam em
    velhas habitações, ou em refúgios na montanha protegidos dos invasores
    (Nota 1). Mas havia um pequeno (mas importante) componente em Gondor de
    um grupo bastante singular: uma colônia Eldarin.37 Pouco é conhecido de
    sua história até pouco antes de seu desaparecimento; para os Elfos de
    Eldarin, talvez Exilados de Noldor ou Sindar à muito enraizados, que
    permaneceram em Beleriand até sua desolação na Grande Guerra contra
    Morgoth,; e então se eles não foram para o Mar e vagaram rumo ao oeste
    [sic; leia “ao leste “] em Eriador. Lá, especialmente próximo a
    Hithaeglir (em qualquer lado), eles acharam colônias dispersas dos
    Nandor, Elfos de Telerin que nunca tinham completado na Primeira Era a
    jornada para as costas do Mar; mas ambos os lados reconheceram suas
    linhagens como Eldar. Porém, lá parece no princípio da Segunda Era, ter
    sido um grupo de Sindar que foi para o sul. Eles eram remanescentes,
    parece, do povo de Doriath que ainda nutria rancor contra os Noldor e
    deixaram os Portos Cinzentos por isso e todos os navios lá eram
    comandados por Cirdan (um Noldo). Tendo aprendido a arte de construção
    naval (Nota 2) eles viajaram por anos buscando um lugar para seus
    próprios portos. Finalmente eles povoaram a foz do Morthond. Já havia
    lá um porto primitivo de uma colônia de pescadores; mas estes fugiram
    para as montanhas com medo dos Eldar. A terra entre Morthond e Serni
    (as partes costeiras de Dor-en-Ernil).

    Nota 1.
    Embora nenhuma das regiões dos Dois Reinos existissem antes (ou
    depois!) das colônias densamente povoadas de Númenorianos como nós
    deveríamos supor.

    Nota 2:
    Todos os Elfos eram naturalmente hábeis na construção de barcos, mas a
    arte que era fazer uma viagem longa pelo Mar, perigosa até mesmo para a
    habilidade dos Elfos uma vez que a Terra Média estaria para atrás,
    exigia mais perícia e conhecimento.

    A página manuscrita termina aqui, incompleta, e sem chegar uma
    explicação do elemento Bel-. Christopher Tolkien escreve: “Era talvez
    uma extensão puramente experimental da história, imediatamente
    abandonada; mas a afirmação que Cirdan era um Noldo é muito estranha.
    Isto vai contra toda a tradição que concerne a ele – ainda que seja
    essencial à idéia esboçada nesta passagem. Possivelmente foi sua
    compreensão disto que levou meu pai a abandoná-la pela metade”.
    O
    texto datilografado recomeça com uma substituição da passagem rejeitada
    em Belfalas (e evitando agora discussão daquele nome problemático):

    Vários outros nomes em Gondor são aparentemente de origem semelhante.
    Lamedon não tem nenhum significado em Sindarin (se fosse Sindarin seria
    atribuída a *lambeton -, *lambetân -, mas E.C. lambe- ‘idioma’ pode
    dificilmente ser considerado). Arnach não é Sindarin. Pode ser
    relacionado com Arnen no lado oriental de Anduin. Arnach era empregado
    aos vales no sul das montanhas e suas montanhas menores entre Celos e
    Erui. Existiam muitas áreas rochosas lá, mas geralmente muito piores
    que os vales mais altos de Gondor. Arnen era um rochedo distante do
    Ephel Dúath, ao redor do qual o Anduin, ao sul de Minas Tirith, fazia
    uma curva larga.

    Sugestões dos historiadores de Gondor que arn- é um elemento em algum
    idioma pré-Númenoriano que significa ´pedra´ é somente uma suposição.38
    Mais provável é a visão do autor (desconhecido) de Ondonóre Nómesseron
    Minaþurie (´Pesquisa sobre os Nomes de Gondor´) preservado
    fragmentadamente.39 Conforme evidência interna ele viveu na época do
    reinado de Meneldil, filho de Anárion-nenhum evento posterior àquele
    reino é mencionado – quando recordações e registros dos primeiros dias
    das colonizações agora perdidos ainda estavam disponíveis, e o processo
    de nomear ainda estava em curso. Ele destaca que o Sindarin não era bem
    conhecido por muitos dos colonos que deram os nomes, marinheiros,
    soldados, e imigrantes, embora todos aspirassem ter um pouco de
    conhecimento dele. Gondor certamente era ocupada no começo pelos Fiéis,
    homens do grupo dos amigos dos Elfos e seus seguidores; e estes em
    revolta contra os ´Reis Adunaicos´ que proibiram o uso das línguas
    Élficas deram todo os novos nomes no reino novo em Sindarin, ou adaptou
    nomes mais antigos para a maneira Sindarin. Eles também renovaram e
    encorajaram o estudo do Quenya, no qual documentos importantes,
    títulos, e fórmulas eram compostos. Mas era provável que enganos fossem
    cometidos.40 Uma vez que um nome tivesse se tornado comum ele era
    aceito pelos administradores e organizadores. Então ele pensa que Arnen
    originalmente queria dizer ´ao lado da água, sc. Anduin´; mas ar- neste
    sentido é Quenya, não Sindarin. Embora como no nome completo Emyn Arnen
    o Emyn é plural Sindarin de Amon ´colina´, Arnen não pode ser um
    adjetivo Sindarin, uma vez que um adjetivo de tal forma teria o plural
    Sindarin ernain, ou ernin. O nome deve ter significado então ‘as
    colinas de Arnen’. É esquecido agora, mas pode ser visto nos registros
    antigos que Arnen era o nome mais antigo da maior parte da região mais
    tarde chamada Ithilien. Este foi dado à faixa estreita entre o Anduin e
    o Ephel Dúath, principalmente para a parte entre Cair Andros e a ponta
    meridional da curva do Anduin, mas vagamente estendia-se ao norte para
    o Nindalf e sul em direção à Poros. Foi quando Elendil tomou como sua
    residência o Reino Norte, devido à amizade dele com os Eldar, e confiou
    o Reino Sul aos seus filhos, eles então dividiram-no, como é dito em
    anais antigos: “Isildur tomou como sua própria terra toda a região de
    Arnen; mas Anárion tomou a terra de Erui ao Monte Mindolluin e deste em
    direção oeste à Floresta do Norte”, (mais tarde chamada em Rohan a
    Floresta Firien), “mas o sul de Ered Nimrais de Gondor eles controlavam
    em comum “.

    Arnach, se a explicação
    acima for aceita, não é relacionado então a Arnen. Sua origem e fonte
    estão nesse caso agora perdidas. Geralmente era chamado em Gondor
    Lossarnach. Loss é Sindarin para ´neve´, especialmente a caída e a
    muito acumulada. Por que razão que isto foi anteposto à Arnach é
    incerto. Seus vales superiores eram famosos por suas flores, e abaixo
    deles havia grandes pomares dos quais na época da Guerra do Anel ainda
    vinham muitas das frutas necessárias em Minas Tirith. Embora nenhuma
    menção disto seja encontrada em qualquer crônica -como é freqüente no
    caso de assuntos de conhecimento comum- parece provável que a
    referência seja de fato às floradas. Expedições para Lossarnach para
    ver as flores e árvores freqüentemente eram feitas pelas pessoas de
    Minas Tirith. (Ver índice Lossarnach adendo III 36,140;41 Imloth Melui
    “vale da flor doce”, um lugar em Arnach). Este uso de ´neve´ seria
    especialmente provável em Sindarin, no qual as palavras para neve caída
    e flor eram muito semelhantes, embora diferentes em origem: loss e
    loth, o significando(posterior) ´inflorescência, um cacho de flores
    pequenas. Loth é de fato mais freqüentemente usado em Sindarin para
    coletivo, equivalente a goloth; e uma única flor indicada por elloth
    (er-loth) ou lotheg.42

    Com Imloth Melui “vale da
    flor doce�? cf. a menção de Ioreth de “as rosas de Imloth Melui”, SdA:
    916. Sobre as palavras Sindarin loss e loth Tolkien fez a seguinte
    nota:

    S. loss é um derivado de
    (G)LOS ´branco´; mas loth é de LOT. Sindarin usa loss como um
    substantivo, mas forma intensiva gloss como um adjetivo ´branco
    (brilhante)´, loth era o único derivado de LOT que reteve,
    provavelmente porque outras formas da raiz gramatical assumiram uma
    forma fonética que parecia imprópria, ou era confundível com outras
    raízes (como LUT ´flutuar´): por exemplo *lod, *lûd. loth é do
    diminutivo lotse e provavelmente também derivado de lotta-. Cf. Q.
    losse ´neve´, lossea ´branco- neve´; e late ´uma flor´ (principalmente
    aplicado as flores grandes individualmente); olóte ´buque, conjunto de
    flores de uma única planta´; lilótea ´tendo muitas flores’; lotse ´uma
    única flor pequena´; losta ´florescer´, (t-t em inflexão> st.)
    Quenya e Sindarin mantêm para ´neve´ só a intensiva loss- uma vez que o
    s mediano entre vogais sofria mudanças que o fazia inadequado ou
    conflitante com outras raízes.

    Os Nomes dos Faróis das Colinas

    O sistema completo de faróis que ainda operava na época da Guerra do
    Anel não pode ter sido anterior ao estabelecimento dos Rohirrim em
    Calenardhon cerca de 500 anos antes; a sua função principal era
    advertir os Rohirrim que Gondor estava em perigo ou (mais raramente) o
    contrário. Quão antigos eram os nomes então usados não poderia ser
    dito. Os faróis eram instalados em colinas ou nos cumes altos de
    cordilheiras que corriam por fora das montanhas, mas alguns não eram
    objetos muito importantes.

    A primeira parte desta declaração foi citada na seção Cirion e Eorl em CI:335 n.35.

    Amon Dîn

    Esta anotação é dada na íntegra em CI:500 n. 51 (último parágrafo).

    Eilenach e Eilenaer

    Esta anotação é dada na mesma nota em Contos Inacabados, mas neste caso ligeiramente reduzida. No original a passagem começa:

    Eilenach (melhor grafado Eilienach). Provavelmente um nome estrangeiro;
    não Sindarin, Númenoriano, ou Idioma Comum. Na verdade eilen de
    Sindarin só poderia ser derivado de *elyen, *alyen, e seria escrito
    eilien normalmente. Isto e Eilenaer (nome mais velho de Halifirien:
    veja isso abaixo) são os únicos nomes deste grupo que são certamente
    pré-Númenorianos. Eles estão evidentemente relacionados. Ambos eram
    notavelmente importantes.

    O
    nome e nota parentética em Eilenaer começam aqui, assim como alterações
    para o texto datilografado. Christopher Tolkien escreve: “O nome
    Eilenaer de fato não ocorre relacionado a Halifirien neste ensaio: meu
    pai pretendeu introduzí-lo, mas antes que o fizesse ele rejeitou aquela
    relação em sua totalidade, como será visto”. Ao término da descrição de
    Eilenach e Nardol como dados em Contos Inacabados, onde é dito que o
    fogo em Nardol poderia ser visto de Halifirien, Tolkien adicionou uma
    nota:

    A linha de faróis de
    Nardol para Halifirien se dispunha em uma curva suave dobrando um pouco
    para o sul, de forma que os três faróis intervenientes não cortassem a
    visão.

    As declarações seguintes dizem respeito a Erelas e Calenhad, elementos os quais foram usados no índice de Contos Inacabados.

    Erelas

    Erelas era um farol pequeno, como também era Calenhad. Estes não eram
    sempre iluminados; a iluminação deles como em O Senhor dos Anéis era um
    sinal de grande urgência. Erelas é Sindarin em estilo, mas não tem
    nenhum significado satisfatório naquele idioma. Era uma colina verde
    sem árvores, de forma que nem er- ´único´ nem las(s) ‘folha’ parecem
    aplicáveis.

    Calenhad

    Calenhad era semelhante mas bastante maior e mais alto. Galen era a
    palavra comum em Sindarin para ´verde´ (seu sentido mais antigo era
    ´brilhante´, Q. kalina). -had parece ser para sad (com mutação comum em
    combinações); se não grafado erroneamente este deriva de SAT ´espaço,
    lugar, sc. uma área limitada naturalmente ou artificialmente definida´
    (também aplicado para identificar períodos ou divisões de tempo),
    ´dividir, demarcar´, visto em S. sad ´uma área limitada naturalmente ou
    artificialmente definida, um lugar, marca´, etc. (também sant ´um
    jardim, campo, pátio, ou outro lugar em propriedade privada, se cercado
    ou não´; said ´privado, separado, não comum, excluído´; seidia – ´posto
    em separado, destinado a um propósito ou dono especial´); Q. satì –
    verbo, com sentido de S. seidia – (< P etc. -); [Q. adj.] satya [com
    mesmo sentido] said; [Q.] asta divisão ano, ?mês? (sati Quenya tempo
    espaço).44 Calenhad significaria desta simplesmente ?espaço verde?,
    aplicado cume plano gramado colina. Mas had pode representar (os mapas
    usam este caso onde poderiam ser envolvidos dh, menos Caradhras
    omitido, Enedhwaith está grafado errado [?ened]. 45 -hadh seria então
    sadh (em uso isolado sâdh) ?relva, grama? – base SAD ?pelar, esfolar,
    descascar?, 46>

    Halifirien

    O ensaio termina (inacabado) com uma discussão longa e notável sobre
    Halifirien; As notas entremeadas de Tolkien estão juntadas ao término
    desta discussão. Com este relato cf. CI:334-1, 335-1.

    Halifirien é um nome no idioma de Rohan. Era uma montanha com fácil
    acesso ao seu ápice. Aos pés das suas encostas do norte crescia a
    grande floresta chamada em Rohan a Floresta Firien. Esta se tornava
    densa no terreno mais baixo solo, para o oeste ao longo do Ribeirão
    Mering e em direção ao norte para a planície úmida pela qual o Ribeirão
    fluía para o Entágua. A grande Estrada Oeste atravessava por uma longa
    trilha ou clareira através da floresta, para evitar a terra úmida além
    de seus limites. O nome Halifirien (modernizado em grafia de
    Háligfirgen) significava Monte Sagrado. O nome mais antigo em Sindarin
    tinha sido Fornarthan ´Farol Norte´; 47 a floresta tinha sido chamada
    Eryn Fuir ´Floresta Norte´. A razão para o nome de Rohan não é
    conhecida agora com certeza. A montanha era considerada com reverência
    pelos Rohirrim; mas de acordo com suas tradições na época da Guerra do
    Anel foi porque em seu ápice que Eorl o Jovem encontrou Cirion,
    Governante de Gondor; e lá quando eles tinham examinado a terra adiante
    eles fixaram os limites do reino de Eorl, e Eorl fez a Cirion o
    Juramento de Eorl – “o juramento inquebrável” – de amizade perpétua e
    aliança com Gondor. Desde então em juramentos da maior solenidade foram
    invocados os nomes dos Valar (Nota 1) – e embora o juramento fora
    chamado “o Juramento de Eorl” em Rohan também foi chamado “o Juramento
    de Cirion” (para Gondor foi empenhado ajudar Rohan igualmente) e ele
    usaria termos solenes em sua própria língua – isto poderia ser
    suficiente para sacramentar o local.

    Mas o relato em anais contém dois detalhes importantes: que havia no
    lugar onde Cirion e Eorl estavam o que pareceu ser um monumento antigo
    de pedras irregulares quase da altura de um homem com um topo plano; e
    que naquela ocasião Cirion para o espanto de muitos invocou o Um (que é
    Deus). As palavras exatas dele não estão registradas, mas elas
    provavelmente tomaram a forma de termos alusivos como Faramir usou
    explicando a Frodo o conteúdo da reverência “silenciosa” (antes de
    refeições comunais) isso era um ritual Númenoriano, por exemplo “Estas
    palavras permanecerão pela fé dos herdeiros da Terra da Estrela que
    mantém os Tronos do Oeste e daquele que está acima de todos os Tronos
    para sempre “.

    Isto consagraria de fato o lugar por tanto tempo quanto durasse os
    reinos dos Númenorianos, e não havia dúvida que a intenção era essa,
    não sendo de qualquer forma uma tentativa para restabelecer a adoração
    ao Um no Meneltarma (‘pilar de céu’), a montanha central de Númenor
    (Nota 2), mas uma lembrança dela, e da reivindicação feita pelos
    “herdeiros de Elendil�? que desde que eles nunca tinham vacilado em sua
    devoção ainda era permitido a eles (Nota 3) dirigirem-se ao Um em
    pensamento e oração.

    O “antigo
    monumento” – que foi evidentemente o significado de uma estrutura feita
    antes da vinda dos Númenorianos – é um detalhe curioso, mas não há
    nenhuma sustentação à opinião de que a montanha já era em algum sentido
    “sagrada” antes de seu uso na tomada do juramento. Se tivesse ela sido
    considerada de significado “religioso�? isto teria feito de fato seu uso
    impossível, a menos que pelo menos tivesse sido completamente destruída
    primeiro (Nota 4). Para uma estrutura religiosa que era “antiga” só
    poderia ter sido erguida pelos Homens de Escuridão, corrompidos por
    Morgoth ou o criado dele Sauron. Os Povos Médios, descendentes dos
    antepassados dos Númenorianos, não eram considerados como nocivos nem
    inimigos inevitáveis de Gondor. Nada é registrado da religião deles ou
    práticas religiosas antes que eles entrassem em contato com os
    Númenorianos (Nota 5), e aqueles que se associaram ou mesclaram com os
    Númenorianos adotaram seus costumes e crenças (incluído no
    “conhecimento” que Faramir fala de como tendo sido aprendido pelos
    Rohirrim). O “antigo monumento” não pode ter sido assim feito pelos
    Rohirrim, ou reverenciado por eles como sagrado, uma vez que eles não
    tinham ainda se estabelecido em Rohan na época do Juramento (logo
    depois da Batalha do Campo de Celebrant), e tais estrutura em lugares
    altos como lugares de adoração religiosa não fazia parte dos costumes
    dos Homens, bom ou mal (Nota 6). Pode porém ter sido uma tumba.

    As notas do autor ao relato de Halifirien

    Nota 1: Cf. a Coroação de Aragorn.
    Nota 2: Isso teria sido considerado sacrílego.
    Nota 3: E, como geralmente era confiado a seus governantes, todos que
    aceitassem sua liderança e recebessem suas instruções. Veja próxima
    nota.
    Nota 4: Para a visão Númenoriana dos habitantes anteriores
    veja a conversa de Faramir com Frodo, especificamente SdA II 287.49 Os
    Rohirrim eram de acordo com sua classificação os Povos Médios, e a
    importância deles para Gondor em sua época dele era principalmente em
    mente e modifica seu relato; a descrição dos vários homens dos “feudos�?
    meridionais de Gondor, que eram principalmente de descendência
    não-Númenoriana, mostrava que outros tipos de Povos Médios, descendia
    de outras das Três Casas dos Edain, que permaneceram no Oeste, em
    Eriador (como os Homens de Bree), ou mais adiante ao sul –
    principalmente os povos de Dor-en-Ernil (Dol Amroth).

    Nota 5: Porque tais assuntos tiveram pouco interesse pelos cronistas
    Gondorianos; e também porque foi suposto que eles tinham em geral
    permanecido fiéis ao monoteísmo dos Dúnedain, aliados e seguidores dos
    Eldar. Antes da remoção da maioria dos sobreviventes das “Três Casas
    dos Homens” para Númenor, não há nenhuma menção da reserva de um lugar
    importante para adoração do Um e a proibição em todos os templos
    construídos à mão que era característico dos Númenorianos até a sua
    rebelião e que entre os Fiéis (dos quais Elendil era o líder) depois da
    Queda e perda do Meneltarma tornou-se uma proibição em todos os lugares
    de adoração.

    Nota 6: Os Homens de
    Escuridão construíram templos, alguns de grande tamanho, normalmente
    cercados por árvores escuras, freqüentemente em cavernas (naturais ou
    cavadas) em vales secretos de regiões montanhosas; como os corredores
    terríveis e passagens sob a Montanha Assombrado além do Portão Negro
    (Portão dos Mortos) em Dunharrow. O horror singular do portão fechado
    antes do qual o esqueleto de Baldor foi achado provavelmente era devido
    ao fato de que a porta era a entrada para um salão de um templo
    maléfico para o qual Baldor tinha vindo, provavelmente sem oposição até
    aquele ponto. Mas a porta estava fechada na face dele, e inimigos que o
    tinham seguido em silêncio vieram e quebraram suas pernas e o deixaram
    para morrer na escuridão, incapaz de descobrir algum modo de sair.

    Nas palavras “Pode porém ter sido uma tumba.”. Tolkien abandonou este
    texto, e (sem dúvida que imediatamente) marcando o relato inteiro de
    Halifirien para cancelamento.

    Christopher Tolkien escreve: ” Estas últimas palavras podem bem
    significar o momento preciso a qual a tumba de Elendil em Halifirien
    [cf. CI:339] entrou na história; e é interessante observar o modo de
    seu aparecimento. O original ´Firien era a ´colina negra´ na qual
    estavam as cavernas de Dunharrow (VIII:251); também foi chamado ´o
    Halifirien´ (VIII:257, 262), e Dunharrow era ´ dito para ser um
    haliern´ (inglês antigo hálig-ern ´lugar santo, santuário´) ´e para
    conter alguma relíquia antiga dos velhos dias antes da Escuridão´;
    enquanto Dunharrow, na palavras posteriores de meu pai, é ´uma
    modernização de Rohan DÅ«nhaerg “o templo pagão na encosta”, denominado
    porque este refúgio do Rohirrim… estava no local de um lugar sagrado
    dos antigos habitantes (VIII:267 n. 35). O nome Halifirien foi logo
    transferido para se tornar a último dos faróis-das-colinas de Gondor,
    no final ocidental da cadeia (VIII:257) que tinha sido nomeado Mindor
    Uilos primeiro (VIII:233); mas não há nenhuma indicação de tudo do que
    meu pai tinha em mente, com respeito ao real significado expresso do
    nome Halifirien, quando ele fez esta transferência. O relato dado
    acima, escrito tão tarde na vida dele, parece ser a primeira declaração
    no assunto; e aqui ele assumiu sem questionamento que (logo que a
    colina surgiu os Sindarin a chamaram Fornarthan ‘Farol Norte’) foram os
    Rohirrim que a chamaram ´a Montanha Sagrada: e eles a chamaram assim,
    ´de acordo com suas tradições na época da Guerra do Anel´, por causa da
    profunda gravidade e solenidade do juramento de Cirion e Eorl assumido
    em seu topo no qual o nome de Eru foi invocado. Ele se refere a um
    registro nos anais que ‘um monumento antigo de pedras irregulares quase
    da altura de um homem com um topo plano’ situado no cume de Halifirien
    – mas ele imediatamente continua a discutir fortemente que sua presença
    não pode ser ´nenhum apoio para a versão de que a montanha era em algum
    sentido “sagrada” antes de seu uso na tomada do juramento´, uma vez que
    qualquer objeto antigo de significado ‘religioso’ só poderia ter sido
    erguido pelos Homens de Escuridão, corrompido por Morgoth ou seu criado
    Sauron´ Mas: ´Pode porém ter sido uma tumba.´

    “E assim a ´consagração´ da colina (antigamente chamada Eilenaer) foi
    feita dois mil e quinhentos anos atrás antes do Rohirrim se
    estabelecerem em Calenardhon: já no começo da Terceira Era ela era a
    Colina da Admiração, Amon Anwar dos Númenorianos, por causa daquela
    tumba em seu topo. Eu não tenho nenhuma dúvida que o relato dado do
    Juramento de Cirion e Eorl, com os textos intimamente relacionados, em
    Contos Inacabados, seguiram muito brevemente e talvez sem intervalo a
    todo o abandono deste ensaio nos nomes dos rios e faróis-das-colinas de
    Gondor.

    “É
    assim visto que não só o trabalho presente mas toda a história do
    Halifirien e a tumba de Elendil surgiu a partir do breve questionamento
    do Sr. Bibire.

    “Este é um lugar
    conveniente para notar uma fase no desenvolvimento da história da tumba
    de Elendil que não foi mencionada em Contos Inacabados. Há uma página
    de rascunho rejeitada para a passagem que reconta a definição dos
    limites de Gondor e Rohan por Cirion e Eorl que ligeiramente difere do
    texto impresso em Contos Inacabados até o início do parágrafo: ´Por
    este pacto apenas uma pequena parte da Floresta de Anwar…. ´
    (CI:342). Aqui o texto rejeitado lê:

    Por este acordo originalmente só uma pequena parte da Floresta à oeste
    do Ribeirão Mering foi incluída em Rohan; mas a Colina de Anwar foi
    declarada por Cirion para ser agora um lugar sagrado de ambos os povos,
    e qualquer deles só poderia ascender agora a seu topo com a permissão
    do Rei dos Éothéod ou do Governante de Gondor.
    Durante o dia
    seguinte depois da tomada dos juramentos Cirion e Eorl com doze homens
    ascenderam a Colina novamente; e Cirion deixou abrir a tumba. “Está
    correto agora afinal,” ele disse, “que os restos do pai dos reis sejam
    trazidos para ficarem a salvo nos santuários de Minas Tirith.
    Indubitavelmente se tivesse ele voltado da guerra sua tumba teria
    estado muito longe no Norte, mas Arnor definhou, e Fornost está
    desolada, e os herdeiros de Isildur entraram nas sombras, e nenhuma
    palavra deles veio a nós por muitas vidas de homens “.

    “Aqui meu pai parou, e tomando uma nova página escreveu o texto como
    está em Contos Inacabados, adiando a abertura da tumba e a remoção dos
    restos de Elendil para Minas Tirith para um ponto mais adiante na
    história (CI:346).”

    Apêndice: Os numerais Eldarin

    O texto seguinte foi removido do apontamento para o nome do rio Levnui (S. ´quinto´) anterior à este apêndice.

    As raízes dos números em Eldarin Comum (o qual até 12 concordam
    exatamente nos idiomas derivados) era: 1 ´único´ (não-consecutivo) ER;
    ´um, primeiro de uma série´ MIN. 2 TATA, ATTA. 3 NEL, NEL-ED. De 3 à
    951 as raízes eram dissílabas (Nota 1) (triconsonantal, embora duas
    delas não tinham nenhuma consoante inicial, como não era raro em
    Eldarin Comum neste padrão): 4 kan-at. 6 en-ek(w) (o (w) só aparece em
    Quenya). 7 ot-os. 8 tol-ot. 52 9 net-er. 10 kwaya, kway-am. 11
    minik(w). 12 yunuk(w). 53 5 é omitido porque é raro. Teve a raiz lepen,
    e uma suposta variante lemen(mas veja mais adiante) nenhuma das quais
    nunca apareceria sem a terceira consoante.

    Os números, como é habitual, não são na maioria dos casos
    referenciáveis a outras raízes ou bases com certeza. A forma min
    provavelmente é a mesma em origem como MIN que aparece em palavras que
    se aplicam às coisas imponentes isoladas, como campanários, torres
    altas, cumes montanhosos proeminentes, minya ´primeiro´ tanto
    significava eminente, proeminente´, cf. Q. eteminya ´proeminente´;
    também minde ´torre´, aumentada em mindon ´torre alta´, minasse, S.
    minas: ´forte, cidade, com uma fortaleza e torre de vigília central´.
    ´Cinco´ era sem dúvida primordialmente um número especial em povos de
    forma de élfica/humana, sendo o número dos dedos em uma mão. Assim
    lepen está sem dúvida relacionada à raiz LEP ´dedo´ (Nota 2). Também é
    certo que 10 kwaya, e kwayam (-m que também é de origem plural), é
    relacionado a base KWA (kwa-kwa, kwa-t) ´cheio, completo, tudo, todo”,
    e significava ´tudo, o lote inteiro, todos os dez dedos’.54 Mas já em
    Eldarin Comum os múltiplos de três, especialmente seis e doze, eram
    considerados especialmente importantes, por razões aritméticas gerais;
    e eventualmente ao lado da numeração decimal um sistema duodecimal
    completo foi inventado para cálculos, alguns dos quais, como as
    palavras especiais para 12 (dúzia), 18, e 144 (grossa), usado em
    geral.55 Mas desde então isto aparece ter sido um desenvolvimento
    relativamente recente (só começado depois do Eldarin Comum [?Período]
    com exceção da palavra para 12), 56 a vaga semelhança de nel(ed),
    e-nek-we, net-er provavelmente não são significantes.

    Em Eldarin Comum as formas cheias com ómataima (longo ou curto)57 foram
    empregadas como cardinais: como Telerin canat, Sindarin canad 4 lepne
    geraria lempe sem necessidade de substituir m. Veja mais adiante em
    Ordinais.
    O ordinais em Eldarin Comum parecem ter sido formados
    por adição de – y�? adjetival a uma raiz na qual a segunda vogal estava
    ausente. Não através de síncope, mas de acordo com os modos primitivos
    de derivação de bases. Em Quenya o final -ea foi generalizado para 3º,
    4º, 6º, 9º inclusive. Era a forma natural para Quenya em 3º, 4º, 6º,
    9º, e excluía-se o oya próprio para 7º, 8º. As formas em Quenya eram:
    1º minya; 2º tatya (Nota 4) logo substituído por attea; 3º nelya,
    também neldea,; 4º kantea; 5º lemenya (a forma comum; lempea só aparece
    mais tarde em Quenya); 6º enquea; 7º otsea; 8º toldea; 9º nertea; 10º
    quainea. As formas em Sindarin eram cardinais 1 mîn, er; 2 tâd; 3 nêl;
    4 canad; 5 leben; 6 eneg; 7 odog (a forma histórica odo
    Nesta
    colocação as anomalias Q. lemenya e S. levnui podem ser entendidas
    melhor. A forma lemenya em Quenya claramente sustenta a opinião que o
    número Eldarin Comum para 5 diferiu dos outros de 3 à 9: não era
    originalmente uma raiz de triconsonantal, o final nasal era um inflexo,
    e não havia nenhum ómataima além dele no momento primordial quando
    estes adjetivos foram inventados; o -ya adjetival foi adicionado então
    direto ao nasal. O m é porém uma alteração de Quenya baseada em lempe.
    Em Telerin, em contraste com Quenya e Sindarin, o ordinais, sob a
    influência de minya, tatya, nelya, e lepenya, generalizaram o padrão no
    qual -ya foi somado direto à consoante final da raiz: assim T. 4º
    canatya, 6º enetya, 7º ototya, 8º tolodya, 9º neterya, 10º paianya,.
    Pode ser observado que 5º eram lepenya; desde que o cardinal era lepen
    e não havia nenhuma forma tal como Q. lempe para induzir uma mudança
    para lemen-. O Telerin, embora em muitas formas a mais arcaica das
    línguas dos Eldarin, não era imune a mudanças analógicas como é visto
    na forma ototya (com tya em vez de sya) depois de -tya em 2º, 4º, 6º;
    mas não seria razoável supor que T. lepenya tem p depois de lepen em
    vez de m como em Q. lemenya; desde que o m está isolado em Quenya e
    satisfatoriamente explicável de lempe, enquanto que uma raiz variante
    *lemen seria obscura em suas relações para lepen que tem conexões
    etimológicas confiável.

    O S. levnui não
    sustenta *lemen. É verdade que *lemnui feito em um padrão semelhante
    para os outros números geraria levnui; mas o mesmo faria uma forma-raiz
    lepn- em Sindarin. Em Sindarin paradas mudas [i.e., p, t, k] antes de
    nasais tornam-se sonoras > b, d, g, e então junto com as paradas
    sonoras originais nesta posição tornam-se nasais antes de nasais
    homorgânicas (tn, dn> nn; pm, bm> mm), mas antes de outras nasais
    tornam geralmente fricativas como medianas (pn, bn> vn; tm, dm>
    ðm, depois> ðv, ðw,; kn, gn> gn> em; km, gm> gm> im>
    iv, iw). Como, entretanto, Quenya e Telerin mostram claramente que a
    raiz lepen não é uma raiz primordialmente distinta capaz do
    deslocamento da segunda vogal, a história real da anomalia Sindarin é
    provavelmente esta: a seqüência do E.C. lepenya teriam produzido
    *lepein(a) [cancelado: mais provavelmente lebein(a)], mas sua anomalia
    em relação a seus vizinhos teria só o apoio do distante *neil(a) 3º,
    que não era uma raiz triconsonantal; era então remodelada a lepni(a)
    depois de enki(a) 6º e nerti(a) 9º e o padrão semelhante das raízes em
    *kantaia 4º, otsoia 7º, toltoia 8º. O lepni seguiu o desenvolvimento
    Sindarin normal então para levni e subseqüentemente adotando como todos
    os outros vizinhos o final ui.

    Uma folha rasgada ao meio colocada entre esta discussão de números em Eldarin lê:

    Complicado demais. lemenya deve ser abandonado, o reflexo do Antigo
    Quenya em Vanyarin era lepenya (como em Telerin). Em Noldorin Quenya
    essa anomalia era corrigida por lempea (com -ea dos outros ordinais)
    derivado de lempe, e antes do Exílio esta já era a forma habitual
    falada de 5º em Quenya Noldorin, embora os Noldor todos conhecessem
    lepenya desde que era usado em Vanyarin e também em Telerin.

    Notas do autor para o relato dos numerais Eldarin

    Nota 1: As mais simples, e provavelmente mais antigas, formas
    bi-consonantais ocorrem, entretanto, em formas adverbiais ou prefixos:
    como AT(A) ´

  • Ungoliant, Dualismo e Livre-Arbítrio nos Mitos de Tolkien

    Ungoliant, Dualismo e Livre-Arbítrio nos Mitos de Tolkien

    Alguns temas e personagens abordados por Tolkien em sua obra são enigmas intrigantes por constituírem o que o autor denominava “vistas inatingíveis”. Tais mistérios compõem aquilo que Tolkien preferia deixar a cargo da imaginação de seus leitores, e, para esses elementos, ele se limitou a dar explicações lacônicas que, muitas vezes, apenas acrescentam mais incógnitas a matérias já bastante controversas.

    Leia mais

  • Carta #214

    Carta #214

    [Uma resposta para um leitor que mostrou uma aparente contradição em O Senhor dos Anéis: que no capítulo ´ Uma Festa Muito Esperada´ é declarado que ´Hobbits dão presentes a outras pessoas em seus próprios aniversários; contudo Gollum se refere ao Anel como seu ´presente de aniversário´, e conforme ele adquiriu-o, no capítulo ´ A Sombra do Passado´, indica que seu povo recebia presentes em seus aniversários. A carta do Sr. Nunn continuava: ´Então, uma das seguintes alternativas deve ser verdadeira: (1) o povo de Sméagol não era “do tipo hobbit ” como sugerido por Gandalf (I pág. 62); (2) o costume Hobbit de dar presentes só fora desenvolvido à pouco tempo; (3) os costumes dos Stoors [o povo de Sméagol-Gollum] eram diferentes daqueles dos outros Hobbits; ou (5) [sic] há um erro no texto. Eu ficarei muito grato se você puder dispensar um tempo para empreender alguma pesquisa sobre esse assunto importante.]

    [Não datado; provavelmente entre 1958 e 1959.]

    Caro Sr. Nunn,

    Eu não sou um modelo de erudição; mas no assunto da Terceira Era eu me considero um ´arquivo´ vivo. As falhas que possam aparecer em meu registro são, eu acredito, em nenhum caso devido a erros, que são declarações do que não é verdade, mas omissões e falta de informação, principalmente devido à necessidade de compressão, e na tentativa de introduzir informação ´en passant´ no curso de narrativa que naturalmente tendeu a omitir muitas coisas que não afetam diretamente o conto.

    No assunto de costumes de aniversário e as discrepâncias aparentes que você nota, podemos então, eu penso, descartar suas alternativas (1) e (5). Você omite (4).

    Com respeito a (1) Gandalf certamente diz no princípio ´ eu suponho´ (pág. 62); mas isso está de acordo com seu caráter e sabedoria. Em idioma mais moderno teria dito ele ´eu deduzo´, se referindo a assuntos que não estavam sujeitos a sua observação direta, mas em qual ele tinha formado uma conclusão baseada em estudo. (Você observará no Apêndice B que os Magos não vieram logo antes do primeiro aparecimento de Hobbits em qualquer registro, sendo que nesse tempo eles já eram divididos em três classes marcantes). Mas ele de fato não duvidou de sua conclusão ´ é na verdade tudo igual, etc. ´ (pág. 63).

    Sua alternativa (2) seria possível; mas desde que o registro diz na pág. 35 Hobbits (o qual ele usa qualquer que seja sua origem, como o nome para a raça inteira), e não os Hobbits do Condado, ou povo do Condado, deve-se supor que ele queira dizer que o costume de dar presentes era de alguma forma comum a todas as variedades, inclusive Stoors. Mas desde que sua alternativa (3) seja naturalmente verdade, nós poderíamos esperar enraizado mesmo assim um costume a ser exibido de modo bastante diferente em classes diferentes. Com a reemigração do Stoors de volta para Wilderland em 1356 da T.E., todo o contato entre este grupo retrógrado e os antepassados do povo do Condado estava rompido. Mais de 1100 anos passaram-se antes do Incidente de Déagol-Sméagol (c. 2463). À época da Festa em 3001 da T.E., quando os costumes do povo do Condado são superficialmente reportados à medida que eles afetam a história, o intervalo de tempo era quase 1650 anos.

    Todos os Hobbits eram lentos no que diz respeito a mudanças, mas os reemigrantes Stoors estavam regressando para uma vida mais selvagem e mais primitiva de pequenas e decrescentes[1] comunidades; enquanto o povo do Condado nos 1400 anos de sua ocupação tinham desenvolvido uma vida social mais organizada e elaborada, na qual a importância da relação familiar para seus sentimentos e costumes foram fortalecidas através de tradições detalhadas, escritas e orais.

    Embora eu tenha omitido qualquer dissertação sobre esse curioso mas característico fato de seu comportamento, os fatos relativos ao Condado poderiam ser mostrados em alguns detalhes. Os Stoors do beira-rio devem, naturalmente, permanecer mais conjeturais.

    ´Aniversários´ tinham uma importância social considerável. Uma pessoa que celebra seu aniversário era chamada um ribadyan (que pode ser traduzido de acordo com o sistema descrito como um aniversariante). Os costumes ligados aos aniversários tinham, embora profundamente arraigados, tornado-se regulamentados por uma etiqueta bastante rígida; e em conseqüência estavam em muitos casos reduzidos a formalidades: como realmente sugerido por ´ não muito caros como regra´ (pág. 35); e especialmente através da pág. 46 11. 20-26. Com respeito a presentes: em seu aniversário o ´ aniversariante´ tanto dava como recebia presentes; mas os processos eram diferentes em origem, função, e etiqueta. A recepção foi omitida pelo narrador (uma vez que não dizia respeito a Festa) mas era de fato o costume mais velho, e conseqüentemente o mais formal. (Isso diz respeito ao incidente de Sméagol-Déagol, mas o narrador, sendo obrigado reduzir isto para seus elementos mais significantes, e a colocá-lo na boca de Gandalf que fala a um hobbit, naturalmente não fez nenhum comentário sobre um costume que o hobbit (e nós) deveria considerar natural em relação a aniversários.)

    Recebimento de presentes: este era um ritual antigo ligado com parentesco. Era originalmente um reconhecimento da ligação do aniversariante de uma família ou clã, e uma comemoração de sua ´incorporação´ formal. [2] Nenhum presente era dado por pai ou mãe para suas crianças em seus (das crianças) aniversários (exclua nos casos raros de adoção); mas era de se supor que o chefe renomado da família desse algo, ao menos como ´lembrança´.

    Dando presentes: era uma questão pessoal, não limitada a parentesco.

    Era uma forma de ´agradecimento´, e tomada como um reconhecimento de serviços, benefícios, e amizade demostrada, especialmente no último ano decorrido.

    Pode ser observado que Hobbits, assim que eles se tornassem ´faunts´ (isso é falantes e andantes: normalmente acontecia no terceiro aniversário deles) davam presentes aos seus pais. Supõe-se que estes eram ´confeccionados´ pelo doador (ou seja: achado, cultivado, ou feito pelo ´aniversariante´), começando em crianças pequenas com buquês de flores selvagens. Esta pode ter sido a origem dos presentes de ´agradecimento´ de distribuição mais ampla, e a razão por que permaneceu ´correto´ no Condado tanto para presentes sendo coisas pertencentes ou produzidas pelo doador. Exemplares de produtos de seus jardins ou artesanato tornaram-se os ´presentes dados´ habituais, especialmente entre os Hobbits mais pobres.

    Na etiqueta de Condado, à data da Festa, a ´expectativa de recebimento´ era limitada a primos em segundo grau ou parentes mais próximos, e para os residentes dentro de 12 milhas[3]. Até mesmo aos amigos íntimos (se não aparentados) não era ´esperado´ dar, embora pudesse ocorrer. Os limites das residência do Condado era obviamente uma conseqüencia bastante recente da separação gradual das comunidades e famílias aparentadas, e dispersão de parentes, sob condições a muito tempo organizadas. O presente de aniversário recebido(nenhuma dúvida quanto ser uma relíquia dos costumes de pequenas famílias antigas) deve ser entregue pessoalmente, exatamente na véspera do Dia, ou mais tardar antes do ‘nuncheon’ no Dia do Aniversário. Eles eram recebidos reservadamente pelo ´aniversariante´; e era muito impróprio exibi-los separadamente ou em conjunto – justamente para evitar algum embaraço, como pode acontecer em nossas exibições de presentes de casamento (que teria horrorizado o povo do Condado)[4]. O doador poderia dar o presente em uma bolsa e demonstrar sua afeição sem incorrer em comentário público ou ofender (qualquer um) qualquer outro além do recebedor. Mas o costume não exigia presentes caros, e um Hobbit ficaria mais prontamente lisonjeado e encantado por um presente inesperadamente ´bom´ ou desejável que ofendido por uma habitual lembrança de boa-fé da família.

    Um sinal disto pode ser visto no relato de Sméagol e Déagol – modificado pelos caráteres individuais destes seres bastante infelizes. Déagol, evidentemente um parente (como sem dúvida eram todos os membros da pequena comunidade), já tinha dado seu presente habitual à Sméagol, embora eles provavelmente tenham partido em sua expedição de manhã bem cedo. Sendo uma alma pequena e má, ele invejou-o. Sméagol, sendo pior e mais avarento, tentou usar o ´aniversário´ como uma desculpa para um ato de tirania. ´Porque eu o quero´ era a declaração franca de sua principal intenção. Mas ele também sugeriu que o presente de Déagol era uma lembrança pobre e insuficiente: em conseqüência Déagol replicou que pelo contrário, aquilo era mais que ele poderia dispor.

    A distribuição de presentes pelo ´aniversariante´ – deixando de lado o caso de presentes para pais[5], mencionado acima – sendo pessoal e uma forma de agradecimento, variava muito mais em forma em tempos e lugares diferentes, e de acordo com a idade e importância do ´aniversariante´. O mestre e mestra de uma casa ou toca, no Condado, daria presentes a todos sob seu teto, ou a seu serviço, e normalmente também a vizinhos próximos. E eles poderiam estender a lista como bem entendessem, lembrando-se de quaisquer favores especiais durante o último ano. Era entendido que a oferta de presentes não era firmada por regra; embora a recusa em dar um presente habitual (como por exemplo para uma criança, um criado, ou um vizinho próximo de porta) era tomada como uma repreensão e marca de desgosto severo. Adolescentes e hóspedes (que não têm casa própria) não tinham tais obrigações como os donos da casa; mas eles normalmente davam presentes de acordo com sua posses e afetos. ´Não muito caro como regra´ – aplicados à todos os presentes. Bilbo era tanto nisto como em outros assuntos uma pessoa excepcional, e a Festa dele era até mesmo uma absurdo de generosidade para um Hobbit rico. Mas uma das cerimônias mais comuns de aniversário era dar uma ´festa´ – na noite do Dia do Aniversário. Para todos aqueles convidados eram dados presentes pelo anfitrião, que eram esperados, como parte do entretenimento (sendo secundária a comida oferecida). Mas eles não trouxeram presentes com eles. O povo do Condado teria pensado que seria muito impróprio. Se os convidados já não tivessem dado um presente (sendo um daqueles exigido pelo parentesco), era tarde demais. Para outros convidados seria uma coisa ´não feita´ – pareceria como se estivessem pagando a festa ou comparando festa e presente, e isso era muito embaraçoso. Às vezes, no caso de um amigo muito querido estar impossibilitado vir a uma festa (por causa de distância ou outras causas) um convite simbólico seria enviado com um presente. Neste caso o presente era sempre algo que comer ou beber, com propósito de ser uma amostra do bufê da festa.

    Eu acho que será notado que todos os detalhes registrados como ´fatos´ ajustam-se a um quadro definido de sentimento e costume, entretanto este quadro não é esboçado até mesmo na forma incompleta desta nota. Poderia, claro, ter aparecido no Prólogo: por exemplo no meio da pág. 12. Mas embora eu tenha cortado uma grande parte, aquele Prólogo ainda é muito longo e sobrecarregou até mesmo a esses críticos que permitam que tenha algum uso, e não faz (como alguns) avisos aos leitores para esquecê-lo ou saltá-lo.

    Incompleto como é, esta nota pode parecer a você muito muito longa; e embora você tenha pedido, é mais do que você perguntou. Mas eu não vejo como eu poderia ter respondido suas questões mais brevemente e de um modo que pudesse satisfazer os elogios que você me faz em ter um interesse em Hobbits suficiente para preencher a lacuna na informação fornecida.

    Porém, o fornecimento de informação sempre abre vistas adicionais; e você verá indubitavelmente que o breve relato de ´presentes´ ainda abre mais assuntos antropológicos implícitos para tais termos como parentesco, família, clã, e assim por diante. Eu aventuro-me a somar uma nota adicional neste ponto, para que não, considerando o texto a luz de minha resposta, você deva senti-se inclinado a investigar mais adiante sobre a ´avó de Sméagol´, a qual Gandalf descreve como uma regente (de uma família de reputação alta, grande e mais rica que a maioria, pág. 62) e até mesmo a chama de uma ´ matriarca´ (pág. 66).

    Até onde eu sei Hobbits eram universalmente monógamo (realmente eles muito raramente casavam uma segunda vez, até mesmo se esposa ou marido morressem muito jovens); e eu deveria dizer que seus arranjos familiares eram ´patrilinear´ em lugar de patriarcal. Quer dizer, seus nomes de família descenderam em uma linha-masculina (as mulheres adotavam os nomes dos maridos); também o chefe titular da família normalmente era o macho mais velho. No caso de grandes famílias poderosas (como o Tûks), ainda coerente até mesmo quando eles tinham ficado muito numerosos, e mais o que nós poderíamos chamar clãs, o chefe era corretamente o macho mais velho que era considerado a linha mais direta da descendência. Mas o governo de uma ´ família´, como uma unidade real : o ´lar´, não era uma monarquia (exceto por acidente). Era um ´ duarquia´ no qual o mestre e mestra tinham posições sociais iguais, talvez com funções diferentes. A qualquer um era assegurado o direito de ser o representante formal do outro no caso de ausência (inclusive morte). Não havia ´ viúvas dotadas´. Se o mestre morresse primeiro, o lugar dele era tomado pela esposa, e isto incluiu (se ele tivesse assegurada aquela posição) a chefia titular de uma grande família ou clã. Este título não descenderia ao filho, ou a outro herdeiro, enquanto ela vivesse, a menos que ela abdicasse voluntariamente[6]. Poderia, então, acontecer em várias circunstâncias que uma mulher de idade avançada de caráter forte permanecesse ´chefe do família´, até que ela tivesse os netos crescidos.

    Laura Bolseiro (neé Grubb) permaneceu ´chefe´ da família dos ´Bolseiros de Hobbiton´, até seus 102 anos. Como ela era 7 anos mais jovem que seu marido(que morreu com a idade de 93 em RC-1300), ela manteve esta posição durante 16 anos, até RC-1316; e seu filho Bungo não se tornou ´chefe´, até ele ter 70, dez anos antes que ele morresse com a prematura idade de 80. Bilbo não o sucedeu até a morte de sua mãe Tûk, Beladona, em 1334, quando ele tinha 44.

    A liderança dos Bolseiros então, devido aos eventos estranhos, entra em dúvida. Otho Sacola-Bolseiros era o herdeiro a este título – totalmente aparte de questões de propriedade que teriam surgido se seu primo Bilbo tivesse morrido intestado; mas depois do fiasco legal de 1342 (quando Bilbo retornou vivo depois de ser ´dado como morto´) ninguém ousou presumir a morte dele novamente. Otho morreu em 1412, seu filho Lotho foi assassinado em 1419, e sua esposa Lobelia morreu em 1420. Quando Mestre Samwise informou a ‘partida para o Mar´ de Bilbo (e Frodo) em 1421, ainda sim foi impossível presumir morte; e quando Mestre Samwise tornou-se Prefeito em 1427, uma regra foi feita que: ´se qualquer habitante do Condado for para o Mar na presença de uma testemunha fidedigna, com a intenção expressa de não retornar, ou em circunstâncias que impliquem tal intenção claramente, ele ou ela será julgado para que seja renunciado todos os títulos de direito ou propriedades previamente assegurados ou ocupados, e o herdeiro ou os herdeiros deles entrarão em seguida de posse destes títulos, direitos ou propriedades, como é ordenado por costume estabelecido, ou pelo testamento e disposição do morto, como o caso possa requerer. Presumivelmente o título de ´chefe´ passou então aos descendentes de Ponto Bolseiro – provavelmente Ponto (II).

    Um caso famoso, também, era o de Lalia a Grande (ou menos cortesmente a Gorda). Fortinbras II, uma vez chefe dos Tûks e Thain, casou com Lalia dos Clayhangers em 1314, quando ele tinha 36 e ela 31. Ele morreu em 1380 aos 102 anos, mas ela viveu longamente após ele, tendo um fim triste em 1402 com a idade de 119. Assim ela comandou os Tûks e Os Grandes Smials durante 22 anos, um grande e memorável, se não universalmente amado, ´matriarcado´. Ela não estava na famosa Festa (RC-1401), foi assim aconselhada não só por seu grande tamanho e imobilidade, como também pela idade. O filho dela, Ferumbras, não teve nenhuma esposa, sendo incapaz (como alegava) de achar qualquer um que quisesse ocupar apartamentos nos Grandes Smials, sob o comando de Lalia. Lalia, em seus últimos e mais gordos anos, tinha o costume de ser levada na cadeira de rodas para a Grande Porta, para tomar ar nas manhãs agradáveis. Na primavera de RC 1402, sua desajeitada assistente deixou a pesada cadeira correr além da soleira, derrubando Lalia degraus abaixo, indo parar no jardim. Assim terminou um reinado e vida que poderiam bem ter rivalizado com o do Grande Tûk.

    Eram grandes os rumores que a assistente era Pérola (a irmã de Pippin), entretanto os Tûks tentaram manter o assunto dentro da família. Na celebração de ascensão de Ferumbras o desgosto e pesar da família foram expressos formalmente pela exclusão de Pérola da cerimônia e banquete; mas não escapou a notícia que mais tarde (depois de um intervalo decente) ela apareceu com um colar esplêndido com as jóias que lhe davam seu nome, que a muito havia pertencido aos bens dos Thains.

    Costumes eram diferentes em casos onde o ´chefe´ morria sem deixar nenhum filho. Na família Tûk, desde que o comando era também ligado ao título e (originalmente militar) cargo de Thain[7], a descendência era estritamente através da linhagem masculina. Em outras grandes famílias o comando poderia passar por uma filha do finado direto ao neto primogênito deste (independente da idade da filha). Este último costume era habitual em famílias de origem mais recente, sem registros antigos ou mansões ancestrais. Em tais casos o herdeiro (se ele aceitasse o título de cortesia) toma o nome de família de sua mãe – embora ele freqüentemente tomasse o da família de seu pai também (colocado em segundo). Este era o caso com Otho Sacola-Bolseiro. O comando nominal dos Sacolas tinha vindo através de sua mãe Camélia. Era sua ambição, bastante absurda, alcançar a distinção rara de ser ´chefe´ de duas famílias (ele provavelmente teria se chamado então Bolseiro-Sacola-Bolseiro): uma situação que explicará sua exasperação com as aventuras e desaparecimentos de Bilbo, totalmente aparte de qualquer perda de propriedade envolvida na adoção de Frodo.

    Eu acredito que foi um ponto discutível na tradição Hobbit (o qual a decisão do Prefeito Samwise preveniu de ser discutida neste caso de particular) se ´adoção´ por um ´chefe´ sem filhos poderiam afetar a descendência do comando. Era concordado que a adoção de um membro de uma família diferente não pudesse afetar o comando, sendo uma questão de sangue e parentesco; mas havia uma opinião que adoção de um parente íntimo do mesmo nome[8] antes que ele fosse de maior idade, o habilitava a ter todos os privilégios de um filho. Esta opinião (mantida por Bilbo) foi contestada naturalmente por Otho.

    Não há nenhuma razão para supor que os Stoors de Wilderland tivessem desenvolvido um sistema estritamente ´matriarcal´, chamando corretamente. Nenhuma pista de tal coisa foi achada entre o elemento Stoor em Eastfarthing e Buckland, entretanto eles mantinham várias diferenças de costumes e leis. O uso de Gandalf (ou propriamente seu relato e o uso do tradutor) da palavra ´matriarca´ não era ´antropológico´, mas significava simplesmente uma mulher que de fato comandou o clã. Nenhuma dúvida que ela tinha sobrevivido ao marido e era uma mulher de caráter dominante.

    É provável que, no recessivo e decadente território Stoor de Wilderland, a tribo de mulheres (como freqüentemente será observado em tais condições) tendeu a preservar melhor o caráter físico e mental do passado, e assim tornou-se de importância especial. Mas não é (eu penso) suposto que qualquer mudança fundamental em seus costumes matrimoniais tenham acontecido, ou qualquer tipo de sociedade matriarcal ou poliândrica desenvolveu-se (embora isto pudesse explicar a ausência de qualquer referência ao pai de Sméagol-Gollum). ´Monogamia´ era praticada universalmente neste período no Oeste, e outros sistemas eram vistos com repugnância, como coisas só feitas ´sob a Sombra´.

    Eu na verdade comecei esta carta quase quatro meses atrás; mas nunca foi terminada. Logo após ter recebido seus questionamentos minha esposa, que tinha estado doente a maior parte de 1958, celebrou o retorno da saúde com uma queda no jardim, esmagando seu braço esquerdo tão gravemente que ela ainda está incapacitada e engessada. Assim 1958 foi um ano quase completamente frustrado, e com outros problemas, e a iminência de minha aposentadoria que envolve muitas reestruturações, eu não tive nenhum tempo para trabalhar no Silmarillion. Muito embora eu deseje fazê-lo (e, felizmente, Allen e Unwin também parecem querer o mesmo).

    [O rascunho termina aqui.]

    Notas

    [1] entre 2463 e o começo dos questionamentos especiais de Gandalf com relação ao Anel (quase 500 anos depois) eles aparecem ter desaparecido completamente(exceto, é claro, para Sméagol); ou ter fugido da sombra de Dol Guldur.

    [2] Antigamente isto aconteceu aparentemente, logo após nascimento, pelo anúncio do nome da criança para a família agregada, ou em comunidades maiores e mais elaboradas para o ´chefe´ titular´ do clã ou família. Veja nota no fim.

    [3] Conseqüentemente a expressão Hobbit ´um primo de doze-milhas´ para uma pessoa excluída pela lei, e não é reconhecida nenhuma obrigação além de sua interpretação precisa: aquele que não daria à você nenhum presente se a distância do degrau de entrada dele para seu não estivesse abaixo de 12 milhas (de acordo com a própria medida dele).

    [4] Nenhum presente era dado no ou durante a celebração de casamentos de Hobbits, exceto flores (casamentos eram realizados principalmente na Primavera ou nas manhãs do Verão). Ajuda em mobiliar uma casa (se o casal fosse ter uma em separado, ou apartamentos privados em um Smial) era dada muito antes pelos pais de qualquer lado.

    [5] Em comunidades mais primitivas, como aquelas ainda vivendo em clã-smials, o aniversariante também fazia um presente para o ´chefe da família´. Não há nenhuma menção dos presentes de Sméagol. Eu imagino que ele era um órfão; e não suponho que ele desse qualquer presente em seu aniversário, guardava (de má vontade) o tributo para sua ´avó´, provavelmente peixe. Um das razões, talvez, para a expedição. Teria sido como Sméagol dar peixe, mas de fato pego por Déagol!

    [6] Nós estamos aqui só tratando com ´chefe´ titular não com possessão de propriedade, e sua administração. Estas eram questões distintas; embora no caso da sobrevivência das ´grandes casas´, como Grande Smials ou Salas de Brandy, elas poderiam sobrepor. Em outros casos o comando, sendo um mero título e um assunto de cortesia, era naturalmente raro ser renunciado pelo herdeiro.

    [7] Este título e ocupação descendem imediatamente, e não foi mantido por uma viúva. Mas Ferumbras, embora ele se tornasse Thain Ferumbras III em 1380, ainda sim ocupou nada mais que um pequeno apartamento de um filho solteiro no Grande Smials, até as 1402.

    [8] os descendentes de um bisavô comum do mesmo nome.

  • Valinor entrevista Helge Kåre Fauskanger

    O [url=http://www.uib.no/People/hnohf]Ardalambion[/url] (com versão em português [url=http://www.ardalambion.com.br]aqui[/url]) é
     

    O [url=http://www.uib.no/People/hnohf]Ardalambion[/url] (com versão em português [url=http://www.ardalambion.com.br]aqui[/url]) é o site mais completo sobre as línguas tolkienianas encontrado na Internet. O responsável por ele é Helge Kåre Fauskanger, filólogo norueguês e entusiasta das línguas de Tolkien, que nos concedeu uma entrevista onde fala, entre outras coisas, sobre sua paixão por idiomas, tolkienianos ou não, as desavenças que ocorrem entre dois grupos de lingüistas e o recém publicado livro de seu Curso de Quenya.

    Clique [url=http://www.valinor.com.br/artigo/1224]aqui[/url] para ler a entrevista.

  • Valinor entrevista Mormegil

    [url=http://br.groups.yahoo.com/group/o_condado/]O Condado[/url] é uma das listas de discussão brasileiras sobre Tolkien que se destaca
     

    [url=http://br.groups.yahoo.com/group/o_condado/]O Condado[/url] é uma das listas de discussão brasileiras sobre Tolkien que se destaca pelo grande número de mensagens e pela qualidade das discussões. O responsável por ela é Marcello Santos, o “Mormegil”, que nos concedeu uma entrevista em que falou sobre a lista, suas opiniões e interpretações da obra de Tolkien e dentre outros assuntos, do [url=www.ocondado.bravehost.com/]Projeto Livro Vermelho[/url], que pretende discutir “O Senhor dos Anéis” capítulo-a-capítulo.

    Clique [url=http://www.valinor.com.br/artigo/1196]Aqui[/url] para ler a entrevista.