Categoria: Textos e Ensaios

  • Casamento Élfico

    Os Elfos se casavam apenas uma vez na vida e era por amor e de livre
    vontade. Casamento era o curso natural de suas vidas e eles, em sua
    maior parte, se casavam na juventude e normalmente antes de seus
    quinquagésimos aniversários.
     
     
     
    Com bastante frequência ele podiam escolher um ao
    outro bastante cedo na juventudo, mesmo como crianças. Se eles eram
    crianças [ou seja, não tinham atingido 50 anos] o noivado aguardava o
    julgamento dos pais de ambos. Se eles já possuíam a idade apropriada, o
    noivado era anunciado em um encontro das duas Casas interessadas e se
    permitido os noivos trocavam alianças de prata entre si.

    De
    acordo com as leis dos Eldas este noivado mantido por pelo menos um ano
    e durante este tempo ele poderia ser revogado por uma devolução pública
    dos anéis; os anéis então seriam enterrados e nunca usados novamente
    para um noivado.

    Depois de pelo menos um ano ter se passado
    desde a festa de noivado, era função dos noivos indicar a data de seu
    casamento e a festa das duas Casas envolvidas. Ao final da festa os
    noivos punham-se à frente e a mãe da noiva e o pai do noivo juntava as
    mãos do casal e os abençoava.

    A forma desta benção não é
    conhecida pois nenhum mortal jamais a ouviu, mas os Eldar diziam que
    Varda era nomeada como testemunha pela mãe e Manwë pelo pai e o nome de
    Eru era mencionado também. Então os noivos devolviam suas alianças de
    prata, mas em troca davam finos anéis de ouro usados no indicados da
    mão direita.

    Para os Noldor existia também um costume no qual
    a mãe da noiva deveria dar ao noivo uma jóia em uma corrente ou colar e
    o pai do noivo deveria dar um presente igual à noiva. Este presente
    poderia ser dado antes da festa de casamento.

    Estas cerimônias
    não eram obrigatórias para o casamento; eram apenas um modo gracioso de
    reconhecer a união das duas Casas. Era no ato da união corpórea que o
    casamento era executado e após a qual a união estaria completa. Sempre
    foi permitido a qualquer Eldar [se solteiro] casar-se sem cerimônia ou
    testemunhas, exceto bençãos e menção de nomes, e em tempos de
    problemas, em fugas ou em exílios e viagens, tais casamentos eram
    frequentemente realizados.

    Não existem registros de nenhum
    Elfo que tenha pega a esposa de outro por força porque isto era contra
    sua natureza. Alguém forçado a isso poderia rejeitar sua vida corpórea
    e passar para Mandos. Isto dificilmente era possível, pois os Eldar
    podiam ler na voz e nos olhos do outro quando este era casado ou não.

    Segue abaixo a Lei de Ilúvatar sobre casamentos que foi pronunciada
    devido aos dois casamentos de Finwë, o que conflita com o enunciado da
    primeira linha que diz que os Elfos se casavam apenas uma vez durante a
    vida. A Lei sobre casamento como Mandos a disse aos conselheiros dos
    Eldar:

    “Esta é a Lei de Ilúvatar para vocês, seus filhos, como
    vocês sabem. Os Primogênitos deverão tomar uma esposa apenas e não ter
    outra na vida enquando Arda perdurar. Contudo esta lei não leva em
    consideração a Morte. Este destino é agora existente, pelo direito de
    governo que Ilúvatar concedeu a Manwé, que se o espírito de um
    parceiro, marido ou esposa, abandonar seu corpo deverá de qualquer
    forma passar para a guarda de Mandos, então ao vivo será permitido
    tomar outro parceiro. Mas isto apenas poderá ser se a antiga união for
    dissolvida para sempre. Então aquele mantido sob a guarda de Mandos
    deverá permanecer ali até o final de Arda, e não deverá despertar
    novamente ou tomar forma corpórea. Pois ninguém entre os Quendi poderá
    ter duas esposas de uma vez vivas e despertas. Mas uma vez que não pode
    se rpensado que os vivos poderão, por sua vontade apenas, confinar o
    espírito de outro a Mandos, esta desunião deverá ocorrer apenas com o
    consentimento de ambos. E após a concessão do consentimento dez anos
    dos Valar [9,82 Anos do Sol] deverão se passar antes que Mandos o
    confirme. Dentro deste período qualquer parte poderá revogar este
    consentimento, mas quando Mandos o confirmar, o o parceiro vivo casior
    com outro, será irrevogável até o fim de Arda.”

    [De: The History of Middle-Earth 10 – Morgoth`s Ring]

    [tradução de Fábio ‘Deriel’ Bettega]