Bagrong
RaG
Título: 3 de Janeiro - 113 Anos de John Ronald Reuel Tolkien
Autores: Sr. Cachopardo, Bagrong, Imadofus, Proview, Mith, Fëanor ¥
Data Referente: 03/01/2005
Apresentação:
No dia 3 de Janeiro deste ano, o escritor e professor John Ronald Reuel Tolkien estaria comemorando seus 113 anos. Apesar de ter falecido em 2 de Setembro de 1973, sua obra continua viva até hoje. E, seus personagens, sua histórias, estes serão eternos.
É pela grandiosidade da obra que podemos notar como Tolkien se esforçou para que seus livros ficassem o mais perfeitos possíveis: ele fazia inclusive as fases da Lua certas ao decorrer das datas. Só a trilogia "O Senhor dos Anéis" levou 14 anos para ser concluída, enquanto que "O Silmarilion" consumiu uma vida de trabalho.
Por essas e outras nós estaremos fazendo uma homenagem a este maravilhoso escritor, pois apesar de ele ter nos deixado, seus fãs jamais deixarão que sua lembrança se apague.
Cronologia Tolkien:
Infância:
Era o ano de 1891, quando Arthur Tolkien e Mabel Suffield se casavam. O casamento não duraria muito, pois 5 anos mais tarde morreria Arthur, pai de Ronald. Mas neste tempo o casal ganhou 2 filhos: em 3 de Janeiro de 1892, nascia Ronald Tolkien e em 17 de Fevereiro de 1894 nascia Hilary Tolkien, sua irmã.
Moravam na África do Sul, em Bloemfontein, uma pacata cidade na época, com um pequeno povoado. O verão era úmido e os invernos eram rigorosos. Muitos problemas aconteceram nesta parte da vida dos Tolkiens, e muitos destes fatos ajudariam a Ronald usar de inspiração para suas futuras obras.
Um fato curioso é quanto ao nome completo do bebê. Foi inicialmente batizado em 31 de Janeiro de 1892 como John (possivelmente uma homenagem ao avô paterno, de mesmo nome). O pai queria acrescentar e manter a tradição de "Reuel", mas a mãe gostaria de colocar "Ronald". Discussão foi e voltou que decidiu-se colocar "John Ronald Reuel Tolkien", nome que ficaria conhecido mundialmente como o autor de O Hobbit, O Senhor dos Anéis e tantos outros.
A casa onde a família Tolkien vivia abrigava um jardim perigoso no verão, com insetos e e serpentes letais. Houve uma vez que o bebê Tolkien fora picado por uma tarântula, com forte risco de morte, mas sua vida foi salva pela sua babá que sugou o veneno fora. Diz-se que esta foi a fonte de inspiração para a Aranha Gigante Laracna (Shelob), que habita uma toca nas montanhas de Mordor, em O Senhor dos Anéis.
Este e outros acontecimentos fizeram com que Mabel voltasse para a terra onde sua família morava, na Inglaterra. Porém Arthur não foi junto, disse que seu trabalho era muito importante e férias longas fariam-no perder o emprego de bancário do Banco da África. Mabel ficou triste, mas mudou-se com os dois filhos com destino à Inglaterra.
Um tempo passou e foi em Novembro de 1895 quando Arthur mandou uma carta para Mabel informando que havia adoecido com febre reumática. Mabel, por sua vez, respondeu a carta implorando que seu marido tirasse férias e juntasse à família na Inglaterra. Porém Arthur mais uma vez fugiu do assunto, alegando que não agüentaria o frio inglês.
Dia 14 de fevereiro de 1896, aos 4 anos, Ronald Tolkien chegou a ditar uma carta para seu pai, falando que sentia saudades e queria revê-lo. Mas a carta nunca chegou a ser enviada, pois o verão terrível da África havia chegado, e assim Arthur adoeceu mais ainda, falecendo no dia seguinte, 15 de fevereiro de 1896.
A situação piorou de vez. Do pouco que Arthur tinha investido mal dava para suprir as necessidades da família para manter-se na Inglaterra. A família Tolkien estava morando com os Suffield há mais de 9 meses.
Mabel não podia trabalhar, pois não tinha alguém que cuidasse das crianças, portanto procurou uma casa barata no distrito de Birmingham. Equilibrava o orçamento com os lucros magros do falecido marido. Mas em pouco tempo precisou procurar outra casa, pois a atual estava em área de prédios condenados prontos para a demolição.
Mudaram-se novamente para perto da Estação de Heath, algumas ruas perto dos Suffield. Mas a família dos Tolkiens não era bem vinda ali, se não fosse acompanhada da Tia Jane. Entretanto, para Mabel era um lugar melhor, ficava perto da St Dunstan, uma igreja que em 1901 seus filhos passaram a freqüentar.
Mas a paz interior desejada por ela para a família não foi alcançada com esta igreja. Encontrou em 1902 um Oratório de Birmingham, no subúrbio de Edgbaston, onde uma comunidade de padres vivia ali há mais de 50 anos (fundada em 1849, por John Henry Newman).
Foi nesta época que Mabel deu um passo seguro para o futuro de seus filhos, pois lá encontrou o Padre Francis Xavier Morgan. Em Janeiro de 1902, a Road Oliver 26 situada em Birmingham tornava-se a quinta moradia dos Tolkiens, próxima a escola e a Igreja.
Pe. Francis em pouco tempo ganhou a confiança da família Tolkien e tornara-se amigo íntimo, além de já sacerdote deles. Sua voz era cheia de energia e escutava-se seus risos pela casa. Hilary e Ronald passaram a respeitá-lo e nele depositar a confiança precisa. O Tolkien diz numa carta, quando está mais adulto, que o Padre foi o seu segundo pai.
Apesar da energia positiva que Francis Morgan representava, ele não podia aliviar os sofrimentos financeiros da família. Nos invernos, quando a noite chegava mais cedo, Ronald e Hilary tinham de ficar trancados na casa por causa do perigo que o lugar representava.
Mabel sentia-se triste pelo fato de seus filhos estarem estudando numa escola com professores desinteressados e com qualidade de ensino baixo, que era a Escola St. Philip. Queria colocá-los de volta na King Edward s. Então entrou em contato com a antiga escola para tentar uma bolsa de estudos. Ronald Tolkien fez um teste e então passou. Conseguiu voltar para sua querida escola.
No início de 1904, Mabel descobriu que tinha diabetes, mas como na época nada se podia fazer, além de descansar e moderar no alimento, ela foi cada vez mais enfraquecendo-se. Em Abril de 1904, Mabel foi internada no hospital, e morreu em Novembro do mesmo ano. Tolkien e sua irmã Hilary passaram a morar com a irmã de sua mãe, Beatrice, enquanto eram orientados pelo Padre Francis Morgan.
Em 1908, os dois Tolkien mudaram-se para a pensão da Sra. Faulkner. Lá Tolkien conheceu Edith Bratt, também órfã, e eles se apaixonaram no começo de 1909. Sendo Editt três anos mais velha que Tolkien.
Em 1910, o Padre Morgan descobriu o romance e proibiu Tolkien, na época com 19, de encontrar e se corresponder com Edith até ter completado 21 anos. Isso levou ele a se dedicar mais aos estudos, principalmente ao de línguas (ele já falava Latim e Grego fluentemente) e a conseguir entrar para o Exeter College da Universidade de Oxford.
A Vida Acadêmica em Oxford:
Na Universidade de Oxford, Tolkien estudou Inglês Clássico e outras línguas como Inglês Arcaico, Finlandês, Gales e Gótico e pouco tempo depois começou a desenvolver suas próprias línguas. Após não se sair muito bem em Inglês Clássico, ele mudou os estudos para Literatura e Línguas Inglesas em 1913.
Nos estudos de Inglês Arcaico, Tolkien ficou maravilhado ao descobrir um poema chamado Crist que continha os seguintes versos:
Eálá Earendel engla beorhtast, ofer middangeard monnum sended., ou em português: Salve Earendel, o mais brilhante dos anjos, sobre a Terra-média enviado aos homens.
Não é preciso dizer que Tolkien usou uma variação desses versos em suas obras posteriores.
Nessa época que Tolkien fundou, junto com amigos, o Tea Club, Barrovian Society, chamado de T.C.B.S. (Clube do Chá, Sociedade Barroviana, porque eles freqüentemente se reuniam para tomar chá nas Lojas Barrow’s). Os membros eram todos muito inteligentes e passavam muito tempo na Biblioteca. Eles compartilhavam o gosto por línguas como o Anglo-Saxão e poemas como Beowulf. Nessa época, Tolkien começou a pensar em escrever uma obra épica de mitologia e era encorajado pelos outros membros.
O TCBS ficou junto até 1916, quando Tolkien e outros membros foram mandados à Primeira Guerra Mundial e dois lá morreram: Geoffrey Bache Smith e Rob Gilson.
Voltando a 1913, Tolkien, com 21 anos, reencontrou Edith, e ficou noivo dela. Em Agosto desse ano a Guerra começou, mas ainda não afetava diretamente Tolkien. Em Outubro, Tolkien voltou a Oxford para reiniciar seus estudos.
Em Junho de 1915, Tolkien finalmente atingiu o Grau de Primeira Classe em Literatura e Línguas Inglesas. Nessa época ele também estava trabalhando com suas línguas, em especial o Qenya (mais tarde Quenya) que se tornaria o seu idioma mais importante. Também começava a desenvolver a história de Earendel, o marinheiro, que depois se tornaria Eärendil.
A Primeira Guerra Mundial:
Tolkien não se uniu imediatamente a causa da Guerra, mas acabou por se alistar como segundo Tenente nos Fuzileiros de Lancashire. Durante meses Tolkien ficou esperando pela convocação para os campos de batalha, Finalmente, parecia que embarcaria em breve para a França. Assim, ele e Edith vieram a se casar no dia vinte e dois de Março de 1916, antes que Tolkien embarcasse.
Nos campos de batalha, Tolkien acabou contraindo a “febre da trincheira” após apenas quatro meses após sua chegada.
Em novembro de 1916 Tolkien foi enviado de volta para Inglaterra, passando um mês internado no hospital de Birmingham, e no Natal ele já estava recuperado o suficiente para ficar ao lado de Edith. Durante este últimos meses, todos os seus amigos mais íntimos do “T.C.B.S.”, foram mortos em batalha à exceção de um, Christopher Wiseman. Os outros dois, Rob Gilson e Geoffrey B. Smith, não voltariam a seus lares.
Em parte, em memória a seus amigos mortos, e devido à suas experiências de Guerra, ele resolveu pôr suas idéias no papel. “Você deveria começar sua epopéia” (J.R.R. Tolkien: Uma Biografia, pág. 102), escreveu-lhe Christopher Wiseman, enquanto Tolkien ainda se recuperava de sua doença contraída nas trincheiras. G. B. Smith, antes de ser morto, escreveu à Tolkien: “e eu morrer hoje [...] ainda restará um membro da grande T. C. B. S. para expressar o que sonhei e no que todos concordamos.” (J.R.R. Tolkien: Uma Biografia, pág. 97).
Logo Tolkien começou a escrever suas lendas. Nesses escritos são encontrados as primeiras memórias da guerra contra Morgoth, o cerco, e a queda de Gondolin e Nargothrond, e as lendas de Túrin e de Beren e Lúthien, e aos quais mais tarde se juntariam diversos outros textos e passagens que formariam o Legendarium.
De Volta a Inglaterra:
Em 16 de Novembro de 1917 nascia na Inglaterra o primeiro filho de Edith e Tolkien, John Francis Reuel Tolkien. Foi nessa época que Tolkien pensou em criar a história de amor entre um mortal e uma elfa, usando como inspiração ele próprio e Edith, sendo Beren e Lúthien.Essa era a forma dele conciliar o seu amor entre Edith e a sua obra que tomaria toda a sua vida, até o seu último minuto.
Por volta de Novembro de 1918, quando a Guerra terminou, Tolkien começou a trabalhar no "The Oxford English Dictionary", como Assistente Lexicográfico.
Mas já em 1920, ele conseguiu um posto sênior de professor em Língua Inglesa na universidade de Leeds. Lá, junto de E.V. Gordon, fundou o Viking Club para os universitários que gostassem de ler contos nórdicos.
Dois outros filhos de Tolkien nasceram em Leeds: Michael Tolkien e o Christopher Tolkien.
Em 1925, Tolkien voltou a Oxford para ser Professor de Anglo-Saxão, e lá também nasceu Priscilla Tolkien, em 1929.
Os Livros:
Os livros de Jonh Ronald Reuel Tolkien fazem sucesso em todo mundo. Estima-se que só nos EUA, O Senhor dos Anéis, tenha vendido 75 milhões de exemplares. Eles atiçam a imaginação e criatividade do leitor enquanto os envolve nas mais fantásticas aventuras.
"O Hobbit" é o primeiro livro da mitologia de Arda de Tolkien publicado. É um prólogo de "O Senhor dos Anéis", que conta às aventuras de Bilbo Bolseiro na companhia de 13 anões e do mago Gandalf para recuperar o tesouro roubado por Smaug, o dragão.
Lançado originalmente em 21 de Setembro de 1937 na Inglaterra pela Editora "George Allen & Unwin." Foi criado como uma história para seus filhos, mas "O Hobbit" alcançou grande sucesso de forma que a editora (que havia acabado de negar a publicação do Silmarillion) acabou pedindo por uma continuação.
E a continuação é o mais famoso livro de Tolkien é O Senhor dos Anéis, que saiu cerca de quinze anos depois com "O Senhor dos anéis: A Sociedade do Anel", seguido de "As Duas Torres" e "O Retorno do Rei".
A Sociedade do Anel, lançado em 29 de Julho de 1954, conta como Gandalf chega na residência de Frodo Bolseiro para convidá-lo numa aventura mágica onde muitas forças serão enfrentadas para destruir um Anel poderoso.
As Duas Torres, lançado em 11 de Outubro de 1954, descreve as diferentes situações com os membros da Sociedade e da batalha no Abismo de Helm, enquanto que Sam e Frodo estão escalando na companhia de Gollum as escadarias de Cirith Ungol, rumo à Montanha da Perdição.
O Retorno do Rei, lançado em Outubro de 1955, é a parte final, onde Frodo destrói o Anel após muitas batalhas, como as em Gondor. É um livro mágico, onde o mal fica mais forte no final e as forças do bem tem de se mostrar melhores e mais corajosas, fazendo atos heróicos.
Tolkien ainda publicou vários outros livros como As Aventuras de Tom Bombadil; Sir Gawain, Sir Orfeu and The Pearl; Imram, The Homecoming of Beorhtnoth Beorhthelm's Son; The Lay of Aotrou and Itroun e Farmer Giles of Ham, Leaf by Niggle; Smith of Wootton Major; Mr. Bliss e Roverandom.
Em Roverandom, Tolkien conta a história de um cão que ousa morder um mago e passa por aventuras no fundo do mar e na Lua. Não é, porém, uma história integrante da mitologia de Arda. Foi escrita como foram de amenizar a tristeza que seu filho, Michael, sofreu ao perder seu cão de brinquedo.
Por curiosidade, Roverandom é a união de duas palavras: Rover + Random, que significa "Explorador Aleatório".
Teve uma época em que Tolkien se divertiu em inventar histórias de fantasia para divertir seus filhos. Ele escreveu anualmente cartas para o Papai Noel para seus próprios filhos, montando algumas pequenas histórias e depois de algum tempo escreveu e publicou como um livro entitulado As Cartas do Papai Noel.
A série de publicações acabou com a morte do autor em 1973, mas em 1977 Christopher Tolkien publicou o Silmarillion. As vendas do Silmarillion surpreenderam a "George Allen & Unwin". Em continuação ao Silmarillion foi lançado em 1980 Contos Inacabados, que reunia alguns manuscritos do pai. Mais uma vez as vendas foram bem sucedidas, e culminou com os doze Volumes do History of Middle-Earth (apelidado carinhosamente como HoME), uma obra bem mais complexa. O conteúdo reúne os manuscritos de John que não foram publicados no livros anteriores.
Veja Mais Sobre Os Livros:
O Hobbit
O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel
O Senhor dos Anéis - As Duas Torres
O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei
O Silmarillion
Contos Inacabados
O Roverandom
Os Inklings:
Seria hipocrisia dos estudiosos de Tolkien falar que ele escreveu todo esse mundo sem a ajuda de ninguém. É nesse contexto que entram os Inklings. Esse era o nome do grupo em que Tolkien e seus amigos se reuniam para ler o que haviam produzido. Se encontravam no The Eagle and Child Pub (mais conhecido como Bird and Baby) e tomavam uma cerveja.
Uma vez ou outra se reuniam na Magadalen’s College, em uma sala de C.S. Lewis. Eram os Inklings: JRR Tolkien, CS Lewis, Charles Williams, Orwen Barfield, W.H. Lewis, Nevill Coghill, John Wain, J. A. W. Benett, Lord David Cecil, Jim Dundas-Grant, Adam Fox, Colin Hardie, Robert E. Harvard, R. B. McCallum, C. E. Stevens, Christopher Tolkien, C. L. Wrenn, E. R. Eddison, Roy Campbell e Gervase Mathew.
Tolkien e a Lingüística:
Uma das partes mais completas na obra de Tolkien é a lingüística, o escritor sentia um enorme prazer em criar novas línguas e fazia isso com perfeição, mesmo assim, nem todos os idiomas criados pelo professor foram usados em sua obra, ele selecionou alguns dos mais complexos para os seus personagens falarem.
Esse vício de criar idiomas começou quando Tolkien ouviu os seus filhos falando em Animalic, uma brincadeira que as crianças haviam aprendido e que consistia numa língua nova, assim poderiam se comunicar sem serem entendidos. Rapidamente Animalic se tornou uma língua morta e novas brincadeiras vieram.
Algum tempo depois, o escritor criou a sua primeira língua, o Naffarin, que era pouco complexa mas foi o que desencadeou as outras escritas.
Baseando-se em diferentes idiomas como o latim, o anglo-saxão, o espanhol e outros, Tolkien tentava sempre criar uma língua perfeita, que fosse bela ao ser falada.
Foi em meados de 1915 que o escritor começou a criar o mais perfeito de seus idiomas: o quenya (inicialmente chamado qenya). Esse idioma é riquíssimo em sua composição e, junto ao sindarin, conseguiu alcançar a beleza que o escritor sempre almejou.
Com toda certeza, a profissão de Tolkien influenciou muito nesse seu vício, afinal de contas ele era Doutor em letras pela universidade de Oxford na Inglaterra.
Para sabe sobre as línguas escritas de Tolkien é interessante visitar o Ardalambion, site completíssimo sobre as línguas de Tolkien que é mantido por Helge Kåre Fauskanger , um amante e estudioso do mundo de Tolkien que criou o curso de quenya.
Ao final de sua vida Tolkien já havia desenvolvido dezenas de idiomas como o Quenya, Sindarin, Adûnaico, Westron, Telerin, Doriathrin, Nandorin, Ilkorin, Avarin, Khuzdul, Entês, Órquico, Valarin e diversos idiomas humanos.
Com toda certeza o nome John Ronald Reuel Tolkien está no Hall dos grandes idealizadores de línguas de toda a história.
Os Últimos Anos:
Segundo Michael White, "Em muitos aspectos, Tolkien fora velho antes de seu tempo." Pois na sua juventude, ele sonhava com idéias antiquadas. Na velhice o que era ruim era exagerado: seu defeito na fala era quase incompreensível. E o cachimbo entre os dentes atrapalhava na comunicação. E isso está registrado nas gravações das entrevistas de seus anos finais.
Tolkien culpou muitas vezes o rúgbi, que havia praticado como esporte na juventude, onde mordeu a língua profundamente (e teve um nariz quebrado), como o problema que atrapalhara na sua comunicação.
O sucesso de suas obras viera tarde demais, dos anos sessenta em diante ganhava a cada ano cheques mais polpudos das vendas pela editora "George Allan & Unwin" dos seus livros, principalmente pelo "O Senhor dos Anéis." E este dinheiro garantiu a boa vida dele com Edith nos últimos anos de vida.
Tolkien foi ficando velho. Um ser preconceituoso, que ao decorrer do tempo foi se entrincheirando nas suas opiniões muitos pessoais. Considerava "vulgar" ou "absurdo" as coisas de grande número. Havia reclamado da produção para o rádio de "O Senhor dos Anéis" da BBC, que segundo ele, faria melhor muitos personagens. Repugnava repórteres, concedendo raras entrevistas na sua vida. Julgava-se melhor em vários aspectos, dizia fazer uma foto melhor que qualquer fotógrafo.
Uma vez recebeu o rascunho de uma entrevista do casal de jornalistas Charlotte e Dennis Plimmer, mas respondeu friamente com uma redação de 2 mil palavras, dizendo sentir-se ofendido ao fato de terem sugerido que sua garagem era de fato seu "escritório", e de que "O Silmarillion" era sua obra predileta, pela presença das línguas.
No início dos anos sessenta, proibiu W. H. Auden de fazer uma breve biografia sua, considerando aquilo uma grosseria, e que só íntimos poderiam fazer sua biografia. Foi ficando cada vez mais reservado, não entendendo porque todo interesse por sua vida particular, a não ser pelas suas obras. Começava a ficar "paranóico" e não revelava acontecimentos seus do passado.
No início de 1965, uma editora americana chamada Ace Books soube do sucesso que o livro ganhava entre os estudantes da Califórnia e também descobriu que a editora de Tolkien, Houghton Mifflin, com sede em Boston, havia importado mais cópias do que foi avisado para os editores britânicos (Rayner Unwin, da "George Allan & Unwin").
Então decidiu correr o risco e publicar uma edição pirata de "O Senhor dos Anéis". Mas pouco tempo antes de ficar pronto, os editores responsáveis e que tinham o direito da obra, informaram à Tolkien sobre o caso. Mas aparentemente Tolkien não havia tomado conhecimento do que aquilo representava, e não "respondeu".
O tempo passou e a edição pirata da Ace foi publicada. Em pouco tempo a edição, que era vendida por 75 centavos de dólares americanos, alcançou vendas absurdas: em 1 ano vendera mais de 100 mil exemplares.
Nesse período, a Houghton Mifflin, havia lançado uma edição de brochura, com acabamento muito bem feito, e vendendo à 95 centavos americanos. Só que, como esta edição era legal, o preço tornara-se mais caro, devido aos royalties. Mas eles não deixaram por menos, tentaram durante este tempo um processo no tribunal contra a Ace Books, e no final das contas a Ace teve de pagar tudo o que era de direito aos editores e ao autor, J.R.R. Tolkien.
Se por um lado, a edição pirata foi ilegal, ela acabou por outro lado a atrair milhares de fãs. O número de cartas que Tolkien trocava com seus fãs crescia cada vez mais, inclusive astros de Hollywood e até um astronauta chegaram a trocar cartas com o autor.
Um fato extremamente engraçado e curioso, foi quando um grupo de fãs americanos partiram rumo à Headington, no verão de 1967, a fim de conhecer Tolkien. Eles acamparam no gramado em frente à casa de Tolkien e gritavam "Queremos Tolkien. Queremos Tolkien!"
Na época em que surgiu a cultura hippie, "O Senhor dos Anéis" ganhava fama mundial. Pois falava sobre a magia e do tornar-se possível algo, desde que cremos nela. Isto e tudo o que leitores interpretavam levava ao ingrediente perfeito de sucesso de uma obra.
Em 1966, Tolkien e Edith viajaram num cruzeiro pelo Mediterrâneo, para comemorarem as Bodas de Ouro. E no jardim do Merton College, ocorreu uma festa, onde o compositor Donald Swann apresentou "The Road Goes Ever On" (A Estrada Prossegue). Um seleção de músicas da Terra-média.
Mas quando Tolkien beirava na faixa dos 70 anos, não pode agüentar tanta fama, e mesmo porque não entendia porque as pessoas se interessavam por ele, e não pela obra em si. Mudou-se então de Headington para um lugar secreto, em 1968. Fez com que seu nome saísse da lista telefônica e assim seu endereço mudasse, evitando que a caixa de correspondência lotasse de cartas.
Passaram-se os anos, e Tolkien ainda trabalhava em cima de "O Silmarillion", aperfeiçoando, revisando, editando. Sentia-se de vez em quando deprimido, visto que seus filhos já tinham famílias e ele estava sozinho com seu amor e com pouco amigos, já que os grandes haviam morridos. Mas a sua fé e o amor por Edith faziam-no continuar.
Em 1968, Tolkien e Edith compraram uma casa com um bangalô, que era grande e tinha um jardim que Tolkien gostava de cuidar. Situava-se em Poole. Para Edith foram anos maravilhosos, por causa do conforto. Mas para Tolkien eram anos deprimentes, não haviam mais amigos do calibre de intelectualidade dele com quem pudesse conversar.
Com o tempo ele teve de aceitar aquilo e se acostumar. Foi ganhando gostos cada vez mais diferentes de quando era jovem, passara a usar gravatas e ternos feitos sob medida. E mesmo que reclamasse dos preços, ele passou a comer em restaurantes e a beber vinhos caros.
Ainda recebia algumas cartas, mas não respondia com o mesmo entusiasmo de anos antes. Não aceitava convites para jantares em restaurantes onde o trajeto tivesse de passar por algum campo devastado. Ficou danado quando batizaram um Canal com o nome de "Shadowfax" sem sua permissão.
Chegou o ano de 1971, e Edith, com 82 anos ficava cada vez mais frágil. Foi internada às pressas em novembro no hospital com inflamação na vesícula biliar. Poucos dias depois, em 29 de Novembro, morria sua amada mulher, Edith Mary Tolkien.
Assim Tolkien entrava numa fase final de vida. Restava-lhe pouco menos de dois anos de vida. Ficou de luto por um longo tempo. Poole já virava uma paisagem triste para ele, seu filho Christopher, o então Fellow do New College, providenciou um apartamento para ele, na rua Merton 21, uma propriedade de seu antigo college.
Lá instalaram a biblioteca de Tolkien, com seus livros organizados e um espaço luxuoso. Tolkien sentia-se um pouco melhor, por ser o "Fellow Honorário" e estar de volta em Oxford. Às vezes, quando encontrava-se solitário, remexia no seu grande livro de anotações e respondia com bondade às cartas de todo mundo.
Tolkien não deixou de ser homenageado pela comunidade acadêmica. Na Primavera de 1972, recebeu o título de C.B.E. (Comandante da Ordem do Império Britânico). Na mesma noite recebeu o convite para um jantar com Rayner Unwin, para que fosse homenageado. Recebeu também muitos doutorados honorários, mas o que Tolkien mais ficou contente foi de sua própria universidade. Em junho de 1972 recebia o título de Doutor Honorário em Letras.
Era visitado muitas vezes pelos filhos e familiares e pelos velhos amigos. Na primavera de 1973 recebeu seu antigo amigo do T.C.B.S., Christopher Wiseman e conversaram sobre tudo o que tinham direito: do mundo, do tempo que passou, de seus filhos e relembraram dos momentos bons da juventude e idade adulta.
Porém a saúde de Tolkien piorava a cada ano. Desde fins de 1972 sofria de problemas graves de indigestão e problema na vesícula biliar. Em 28 de Agosto de 1973 havia festejado o aniversário da Sra. Tolhurst, e até bebeu champagne, parecia bem.
Mas na manhã seguinte foi internado no hospital. O que a consulta dias antes no médico, com Raio X, não disse, se revelou naqueles dias: estava com úlcera gástrica aguda. Então, em 2 de Setembro de 1973, morria o Professor J.R.R. Tolkien.
Da Morte:
J.R.R. Tolkien foi notícia no jornal "The Sunday Times" quando faleceu. Para conferir mais sobre esta notícia, acesse o link do site Duvendor: Obituário.
Curiosidades:
1 - A biblioteca da Universidade de Marquette, na cidade de Milwaukee, Wisconsin, EUA, preserva muitos dos manuscritos originais de Tolkien, notas e cartas, e outros documentos que foram recuperados da Biblioteca Blodleian, em Oxford. Marquette também possui em seu acervo manuscritos de livros como O Hobbit e Mestre Gil de Ham, e material dos fãs de Tolkien, enquanto a Bodleian tem os esboços de O Silmarillion e os trabalhos acadêmicos de Tolkien.
2 - "O Senhor dos Anéis" foi eleito o livro do século pela BBC de Londres. E eleito o livro do milênio pela Amazon.com
3 - Na notícia Tolkien É Homenageado na Inglaterra o usuário poderá ver uma gostosa notícia, onde mostra que o local onde Tolkien passou internado por causa da "febre das trincheiras" foi decorado com uma placa especial.
4 - Em Patrimônio Tomba Casa, podemos ver que após o sucesso dos filmes, o patrimônio histórico do país tomba a casa onde Tolkien viveu muitos anos.
5 - Carta Leiloada na Inglaterra traz à tona a notícia de uma carta secreta que foi leiloada recentemente na Inglaterra, onde Tolkien se corresponde com uma mulher pedindo emprego de secretária.
6 - E através desta notícia, o fã de Tolkien poderá encontrar um site em inglês que possui um enorme acervo de capas dos livros de Tolkien publicados na época.
Fontes de Pesquisa:
Livro: "Tolkien - Uma Biografia", de Michael White, Ed. Imago, 2001.
Livro: J.R.R. Tolkien - Uma Biografia
Site: Duvendor
Site: Ardalambion
Site: Devir
Site: Heren Hyarmeno
Site: Amon Hen
Site: Dúvendor
Site: Sociedade de Tolkien Brasileira
Site: Enciclopédia de Valinor
Autores: Sr. Cachopardo, Bagrong, Imadofus, Proview, Mith, Fëanor ¥
Data Referente: 03/01/2005
Apresentação:
No dia 3 de Janeiro deste ano, o escritor e professor John Ronald Reuel Tolkien estaria comemorando seus 113 anos. Apesar de ter falecido em 2 de Setembro de 1973, sua obra continua viva até hoje. E, seus personagens, sua histórias, estes serão eternos.
É pela grandiosidade da obra que podemos notar como Tolkien se esforçou para que seus livros ficassem o mais perfeitos possíveis: ele fazia inclusive as fases da Lua certas ao decorrer das datas. Só a trilogia "O Senhor dos Anéis" levou 14 anos para ser concluída, enquanto que "O Silmarilion" consumiu uma vida de trabalho.
Por essas e outras nós estaremos fazendo uma homenagem a este maravilhoso escritor, pois apesar de ele ter nos deixado, seus fãs jamais deixarão que sua lembrança se apague.
Cronologia Tolkien:
Infância:
Era o ano de 1891, quando Arthur Tolkien e Mabel Suffield se casavam. O casamento não duraria muito, pois 5 anos mais tarde morreria Arthur, pai de Ronald. Mas neste tempo o casal ganhou 2 filhos: em 3 de Janeiro de 1892, nascia Ronald Tolkien e em 17 de Fevereiro de 1894 nascia Hilary Tolkien, sua irmã.
Moravam na África do Sul, em Bloemfontein, uma pacata cidade na época, com um pequeno povoado. O verão era úmido e os invernos eram rigorosos. Muitos problemas aconteceram nesta parte da vida dos Tolkiens, e muitos destes fatos ajudariam a Ronald usar de inspiração para suas futuras obras.
Um fato curioso é quanto ao nome completo do bebê. Foi inicialmente batizado em 31 de Janeiro de 1892 como John (possivelmente uma homenagem ao avô paterno, de mesmo nome). O pai queria acrescentar e manter a tradição de "Reuel", mas a mãe gostaria de colocar "Ronald". Discussão foi e voltou que decidiu-se colocar "John Ronald Reuel Tolkien", nome que ficaria conhecido mundialmente como o autor de O Hobbit, O Senhor dos Anéis e tantos outros.
A casa onde a família Tolkien vivia abrigava um jardim perigoso no verão, com insetos e e serpentes letais. Houve uma vez que o bebê Tolkien fora picado por uma tarântula, com forte risco de morte, mas sua vida foi salva pela sua babá que sugou o veneno fora. Diz-se que esta foi a fonte de inspiração para a Aranha Gigante Laracna (Shelob), que habita uma toca nas montanhas de Mordor, em O Senhor dos Anéis.
Este e outros acontecimentos fizeram com que Mabel voltasse para a terra onde sua família morava, na Inglaterra. Porém Arthur não foi junto, disse que seu trabalho era muito importante e férias longas fariam-no perder o emprego de bancário do Banco da África. Mabel ficou triste, mas mudou-se com os dois filhos com destino à Inglaterra.
Um tempo passou e foi em Novembro de 1895 quando Arthur mandou uma carta para Mabel informando que havia adoecido com febre reumática. Mabel, por sua vez, respondeu a carta implorando que seu marido tirasse férias e juntasse à família na Inglaterra. Porém Arthur mais uma vez fugiu do assunto, alegando que não agüentaria o frio inglês.
Dia 14 de fevereiro de 1896, aos 4 anos, Ronald Tolkien chegou a ditar uma carta para seu pai, falando que sentia saudades e queria revê-lo. Mas a carta nunca chegou a ser enviada, pois o verão terrível da África havia chegado, e assim Arthur adoeceu mais ainda, falecendo no dia seguinte, 15 de fevereiro de 1896.
A situação piorou de vez. Do pouco que Arthur tinha investido mal dava para suprir as necessidades da família para manter-se na Inglaterra. A família Tolkien estava morando com os Suffield há mais de 9 meses.
Mabel não podia trabalhar, pois não tinha alguém que cuidasse das crianças, portanto procurou uma casa barata no distrito de Birmingham. Equilibrava o orçamento com os lucros magros do falecido marido. Mas em pouco tempo precisou procurar outra casa, pois a atual estava em área de prédios condenados prontos para a demolição.
Mudaram-se novamente para perto da Estação de Heath, algumas ruas perto dos Suffield. Mas a família dos Tolkiens não era bem vinda ali, se não fosse acompanhada da Tia Jane. Entretanto, para Mabel era um lugar melhor, ficava perto da St Dunstan, uma igreja que em 1901 seus filhos passaram a freqüentar.
Mas a paz interior desejada por ela para a família não foi alcançada com esta igreja. Encontrou em 1902 um Oratório de Birmingham, no subúrbio de Edgbaston, onde uma comunidade de padres vivia ali há mais de 50 anos (fundada em 1849, por John Henry Newman).
Foi nesta época que Mabel deu um passo seguro para o futuro de seus filhos, pois lá encontrou o Padre Francis Xavier Morgan. Em Janeiro de 1902, a Road Oliver 26 situada em Birmingham tornava-se a quinta moradia dos Tolkiens, próxima a escola e a Igreja.
Pe. Francis em pouco tempo ganhou a confiança da família Tolkien e tornara-se amigo íntimo, além de já sacerdote deles. Sua voz era cheia de energia e escutava-se seus risos pela casa. Hilary e Ronald passaram a respeitá-lo e nele depositar a confiança precisa. O Tolkien diz numa carta, quando está mais adulto, que o Padre foi o seu segundo pai.
Apesar da energia positiva que Francis Morgan representava, ele não podia aliviar os sofrimentos financeiros da família. Nos invernos, quando a noite chegava mais cedo, Ronald e Hilary tinham de ficar trancados na casa por causa do perigo que o lugar representava.
Mabel sentia-se triste pelo fato de seus filhos estarem estudando numa escola com professores desinteressados e com qualidade de ensino baixo, que era a Escola St. Philip. Queria colocá-los de volta na King Edward s. Então entrou em contato com a antiga escola para tentar uma bolsa de estudos. Ronald Tolkien fez um teste e então passou. Conseguiu voltar para sua querida escola.
No início de 1904, Mabel descobriu que tinha diabetes, mas como na época nada se podia fazer, além de descansar e moderar no alimento, ela foi cada vez mais enfraquecendo-se. Em Abril de 1904, Mabel foi internada no hospital, e morreu em Novembro do mesmo ano. Tolkien e sua irmã Hilary passaram a morar com a irmã de sua mãe, Beatrice, enquanto eram orientados pelo Padre Francis Morgan.
Em 1908, os dois Tolkien mudaram-se para a pensão da Sra. Faulkner. Lá Tolkien conheceu Edith Bratt, também órfã, e eles se apaixonaram no começo de 1909. Sendo Editt três anos mais velha que Tolkien.
Em 1910, o Padre Morgan descobriu o romance e proibiu Tolkien, na época com 19, de encontrar e se corresponder com Edith até ter completado 21 anos. Isso levou ele a se dedicar mais aos estudos, principalmente ao de línguas (ele já falava Latim e Grego fluentemente) e a conseguir entrar para o Exeter College da Universidade de Oxford.
A Vida Acadêmica em Oxford:
Na Universidade de Oxford, Tolkien estudou Inglês Clássico e outras línguas como Inglês Arcaico, Finlandês, Gales e Gótico e pouco tempo depois começou a desenvolver suas próprias línguas. Após não se sair muito bem em Inglês Clássico, ele mudou os estudos para Literatura e Línguas Inglesas em 1913.
Nos estudos de Inglês Arcaico, Tolkien ficou maravilhado ao descobrir um poema chamado Crist que continha os seguintes versos:
Eálá Earendel engla beorhtast, ofer middangeard monnum sended., ou em português: Salve Earendel, o mais brilhante dos anjos, sobre a Terra-média enviado aos homens.
Não é preciso dizer que Tolkien usou uma variação desses versos em suas obras posteriores.
Nessa época que Tolkien fundou, junto com amigos, o Tea Club, Barrovian Society, chamado de T.C.B.S. (Clube do Chá, Sociedade Barroviana, porque eles freqüentemente se reuniam para tomar chá nas Lojas Barrow’s). Os membros eram todos muito inteligentes e passavam muito tempo na Biblioteca. Eles compartilhavam o gosto por línguas como o Anglo-Saxão e poemas como Beowulf. Nessa época, Tolkien começou a pensar em escrever uma obra épica de mitologia e era encorajado pelos outros membros.
O TCBS ficou junto até 1916, quando Tolkien e outros membros foram mandados à Primeira Guerra Mundial e dois lá morreram: Geoffrey Bache Smith e Rob Gilson.
Voltando a 1913, Tolkien, com 21 anos, reencontrou Edith, e ficou noivo dela. Em Agosto desse ano a Guerra começou, mas ainda não afetava diretamente Tolkien. Em Outubro, Tolkien voltou a Oxford para reiniciar seus estudos.
Em Junho de 1915, Tolkien finalmente atingiu o Grau de Primeira Classe em Literatura e Línguas Inglesas. Nessa época ele também estava trabalhando com suas línguas, em especial o Qenya (mais tarde Quenya) que se tornaria o seu idioma mais importante. Também começava a desenvolver a história de Earendel, o marinheiro, que depois se tornaria Eärendil.
A Primeira Guerra Mundial:
Tolkien não se uniu imediatamente a causa da Guerra, mas acabou por se alistar como segundo Tenente nos Fuzileiros de Lancashire. Durante meses Tolkien ficou esperando pela convocação para os campos de batalha, Finalmente, parecia que embarcaria em breve para a França. Assim, ele e Edith vieram a se casar no dia vinte e dois de Março de 1916, antes que Tolkien embarcasse.
Nos campos de batalha, Tolkien acabou contraindo a “febre da trincheira” após apenas quatro meses após sua chegada.
Em novembro de 1916 Tolkien foi enviado de volta para Inglaterra, passando um mês internado no hospital de Birmingham, e no Natal ele já estava recuperado o suficiente para ficar ao lado de Edith. Durante este últimos meses, todos os seus amigos mais íntimos do “T.C.B.S.”, foram mortos em batalha à exceção de um, Christopher Wiseman. Os outros dois, Rob Gilson e Geoffrey B. Smith, não voltariam a seus lares.
Em parte, em memória a seus amigos mortos, e devido à suas experiências de Guerra, ele resolveu pôr suas idéias no papel. “Você deveria começar sua epopéia” (J.R.R. Tolkien: Uma Biografia, pág. 102), escreveu-lhe Christopher Wiseman, enquanto Tolkien ainda se recuperava de sua doença contraída nas trincheiras. G. B. Smith, antes de ser morto, escreveu à Tolkien: “
Logo Tolkien começou a escrever suas lendas. Nesses escritos são encontrados as primeiras memórias da guerra contra Morgoth, o cerco, e a queda de Gondolin e Nargothrond, e as lendas de Túrin e de Beren e Lúthien, e aos quais mais tarde se juntariam diversos outros textos e passagens que formariam o Legendarium.
De Volta a Inglaterra:
Em 16 de Novembro de 1917 nascia na Inglaterra o primeiro filho de Edith e Tolkien, John Francis Reuel Tolkien. Foi nessa época que Tolkien pensou em criar a história de amor entre um mortal e uma elfa, usando como inspiração ele próprio e Edith, sendo Beren e Lúthien.Essa era a forma dele conciliar o seu amor entre Edith e a sua obra que tomaria toda a sua vida, até o seu último minuto.
Por volta de Novembro de 1918, quando a Guerra terminou, Tolkien começou a trabalhar no "The Oxford English Dictionary", como Assistente Lexicográfico.
Mas já em 1920, ele conseguiu um posto sênior de professor em Língua Inglesa na universidade de Leeds. Lá, junto de E.V. Gordon, fundou o Viking Club para os universitários que gostassem de ler contos nórdicos.
Dois outros filhos de Tolkien nasceram em Leeds: Michael Tolkien e o Christopher Tolkien.
Em 1925, Tolkien voltou a Oxford para ser Professor de Anglo-Saxão, e lá também nasceu Priscilla Tolkien, em 1929.
Os Livros:
Os livros de Jonh Ronald Reuel Tolkien fazem sucesso em todo mundo. Estima-se que só nos EUA, O Senhor dos Anéis, tenha vendido 75 milhões de exemplares. Eles atiçam a imaginação e criatividade do leitor enquanto os envolve nas mais fantásticas aventuras.
"O Hobbit" é o primeiro livro da mitologia de Arda de Tolkien publicado. É um prólogo de "O Senhor dos Anéis", que conta às aventuras de Bilbo Bolseiro na companhia de 13 anões e do mago Gandalf para recuperar o tesouro roubado por Smaug, o dragão.
Lançado originalmente em 21 de Setembro de 1937 na Inglaterra pela Editora "George Allen & Unwin." Foi criado como uma história para seus filhos, mas "O Hobbit" alcançou grande sucesso de forma que a editora (que havia acabado de negar a publicação do Silmarillion) acabou pedindo por uma continuação.
E a continuação é o mais famoso livro de Tolkien é O Senhor dos Anéis, que saiu cerca de quinze anos depois com "O Senhor dos anéis: A Sociedade do Anel", seguido de "As Duas Torres" e "O Retorno do Rei".
A Sociedade do Anel, lançado em 29 de Julho de 1954, conta como Gandalf chega na residência de Frodo Bolseiro para convidá-lo numa aventura mágica onde muitas forças serão enfrentadas para destruir um Anel poderoso.
As Duas Torres, lançado em 11 de Outubro de 1954, descreve as diferentes situações com os membros da Sociedade e da batalha no Abismo de Helm, enquanto que Sam e Frodo estão escalando na companhia de Gollum as escadarias de Cirith Ungol, rumo à Montanha da Perdição.
O Retorno do Rei, lançado em Outubro de 1955, é a parte final, onde Frodo destrói o Anel após muitas batalhas, como as em Gondor. É um livro mágico, onde o mal fica mais forte no final e as forças do bem tem de se mostrar melhores e mais corajosas, fazendo atos heróicos.
Tolkien ainda publicou vários outros livros como As Aventuras de Tom Bombadil; Sir Gawain, Sir Orfeu and The Pearl; Imram, The Homecoming of Beorhtnoth Beorhthelm's Son; The Lay of Aotrou and Itroun e Farmer Giles of Ham, Leaf by Niggle; Smith of Wootton Major; Mr. Bliss e Roverandom.
Em Roverandom, Tolkien conta a história de um cão que ousa morder um mago e passa por aventuras no fundo do mar e na Lua. Não é, porém, uma história integrante da mitologia de Arda. Foi escrita como foram de amenizar a tristeza que seu filho, Michael, sofreu ao perder seu cão de brinquedo.
Por curiosidade, Roverandom é a união de duas palavras: Rover + Random, que significa "Explorador Aleatório".
Teve uma época em que Tolkien se divertiu em inventar histórias de fantasia para divertir seus filhos. Ele escreveu anualmente cartas para o Papai Noel para seus próprios filhos, montando algumas pequenas histórias e depois de algum tempo escreveu e publicou como um livro entitulado As Cartas do Papai Noel.
A série de publicações acabou com a morte do autor em 1973, mas em 1977 Christopher Tolkien publicou o Silmarillion. As vendas do Silmarillion surpreenderam a "George Allen & Unwin". Em continuação ao Silmarillion foi lançado em 1980 Contos Inacabados, que reunia alguns manuscritos do pai. Mais uma vez as vendas foram bem sucedidas, e culminou com os doze Volumes do History of Middle-Earth (apelidado carinhosamente como HoME), uma obra bem mais complexa. O conteúdo reúne os manuscritos de John que não foram publicados no livros anteriores.
Veja Mais Sobre Os Livros:
O Hobbit
O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel
O Senhor dos Anéis - As Duas Torres
O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei
O Silmarillion
Contos Inacabados
O Roverandom
Os Inklings:
Seria hipocrisia dos estudiosos de Tolkien falar que ele escreveu todo esse mundo sem a ajuda de ninguém. É nesse contexto que entram os Inklings. Esse era o nome do grupo em que Tolkien e seus amigos se reuniam para ler o que haviam produzido. Se encontravam no The Eagle and Child Pub (mais conhecido como Bird and Baby) e tomavam uma cerveja.
Uma vez ou outra se reuniam na Magadalen’s College, em uma sala de C.S. Lewis. Eram os Inklings: JRR Tolkien, CS Lewis, Charles Williams, Orwen Barfield, W.H. Lewis, Nevill Coghill, John Wain, J. A. W. Benett, Lord David Cecil, Jim Dundas-Grant, Adam Fox, Colin Hardie, Robert E. Harvard, R. B. McCallum, C. E. Stevens, Christopher Tolkien, C. L. Wrenn, E. R. Eddison, Roy Campbell e Gervase Mathew.
Tolkien e a Lingüística:
Uma das partes mais completas na obra de Tolkien é a lingüística, o escritor sentia um enorme prazer em criar novas línguas e fazia isso com perfeição, mesmo assim, nem todos os idiomas criados pelo professor foram usados em sua obra, ele selecionou alguns dos mais complexos para os seus personagens falarem.
Esse vício de criar idiomas começou quando Tolkien ouviu os seus filhos falando em Animalic, uma brincadeira que as crianças haviam aprendido e que consistia numa língua nova, assim poderiam se comunicar sem serem entendidos. Rapidamente Animalic se tornou uma língua morta e novas brincadeiras vieram.
Algum tempo depois, o escritor criou a sua primeira língua, o Naffarin, que era pouco complexa mas foi o que desencadeou as outras escritas.
Baseando-se em diferentes idiomas como o latim, o anglo-saxão, o espanhol e outros, Tolkien tentava sempre criar uma língua perfeita, que fosse bela ao ser falada.
Foi em meados de 1915 que o escritor começou a criar o mais perfeito de seus idiomas: o quenya (inicialmente chamado qenya). Esse idioma é riquíssimo em sua composição e, junto ao sindarin, conseguiu alcançar a beleza que o escritor sempre almejou.
Com toda certeza, a profissão de Tolkien influenciou muito nesse seu vício, afinal de contas ele era Doutor em letras pela universidade de Oxford na Inglaterra.
Para sabe sobre as línguas escritas de Tolkien é interessante visitar o Ardalambion, site completíssimo sobre as línguas de Tolkien que é mantido por Helge Kåre Fauskanger , um amante e estudioso do mundo de Tolkien que criou o curso de quenya.
Ao final de sua vida Tolkien já havia desenvolvido dezenas de idiomas como o Quenya, Sindarin, Adûnaico, Westron, Telerin, Doriathrin, Nandorin, Ilkorin, Avarin, Khuzdul, Entês, Órquico, Valarin e diversos idiomas humanos.
Com toda certeza o nome John Ronald Reuel Tolkien está no Hall dos grandes idealizadores de línguas de toda a história.
Os Últimos Anos:
Segundo Michael White, "Em muitos aspectos, Tolkien fora velho antes de seu tempo." Pois na sua juventude, ele sonhava com idéias antiquadas. Na velhice o que era ruim era exagerado: seu defeito na fala era quase incompreensível. E o cachimbo entre os dentes atrapalhava na comunicação. E isso está registrado nas gravações das entrevistas de seus anos finais.
Tolkien culpou muitas vezes o rúgbi, que havia praticado como esporte na juventude, onde mordeu a língua profundamente (e teve um nariz quebrado), como o problema que atrapalhara na sua comunicação.
O sucesso de suas obras viera tarde demais, dos anos sessenta em diante ganhava a cada ano cheques mais polpudos das vendas pela editora "George Allan & Unwin" dos seus livros, principalmente pelo "O Senhor dos Anéis." E este dinheiro garantiu a boa vida dele com Edith nos últimos anos de vida.
Tolkien foi ficando velho. Um ser preconceituoso, que ao decorrer do tempo foi se entrincheirando nas suas opiniões muitos pessoais. Considerava "vulgar" ou "absurdo" as coisas de grande número. Havia reclamado da produção para o rádio de "O Senhor dos Anéis" da BBC, que segundo ele, faria melhor muitos personagens. Repugnava repórteres, concedendo raras entrevistas na sua vida. Julgava-se melhor em vários aspectos, dizia fazer uma foto melhor que qualquer fotógrafo.
Uma vez recebeu o rascunho de uma entrevista do casal de jornalistas Charlotte e Dennis Plimmer, mas respondeu friamente com uma redação de 2 mil palavras, dizendo sentir-se ofendido ao fato de terem sugerido que sua garagem era de fato seu "escritório", e de que "O Silmarillion" era sua obra predileta, pela presença das línguas.
No início dos anos sessenta, proibiu W. H. Auden de fazer uma breve biografia sua, considerando aquilo uma grosseria, e que só íntimos poderiam fazer sua biografia. Foi ficando cada vez mais reservado, não entendendo porque todo interesse por sua vida particular, a não ser pelas suas obras. Começava a ficar "paranóico" e não revelava acontecimentos seus do passado.
No início de 1965, uma editora americana chamada Ace Books soube do sucesso que o livro ganhava entre os estudantes da Califórnia e também descobriu que a editora de Tolkien, Houghton Mifflin, com sede em Boston, havia importado mais cópias do que foi avisado para os editores britânicos (Rayner Unwin, da "George Allan & Unwin").
Então decidiu correr o risco e publicar uma edição pirata de "O Senhor dos Anéis". Mas pouco tempo antes de ficar pronto, os editores responsáveis e que tinham o direito da obra, informaram à Tolkien sobre o caso. Mas aparentemente Tolkien não havia tomado conhecimento do que aquilo representava, e não "respondeu".
O tempo passou e a edição pirata da Ace foi publicada. Em pouco tempo a edição, que era vendida por 75 centavos de dólares americanos, alcançou vendas absurdas: em 1 ano vendera mais de 100 mil exemplares.
Nesse período, a Houghton Mifflin, havia lançado uma edição de brochura, com acabamento muito bem feito, e vendendo à 95 centavos americanos. Só que, como esta edição era legal, o preço tornara-se mais caro, devido aos royalties. Mas eles não deixaram por menos, tentaram durante este tempo um processo no tribunal contra a Ace Books, e no final das contas a Ace teve de pagar tudo o que era de direito aos editores e ao autor, J.R.R. Tolkien.
Se por um lado, a edição pirata foi ilegal, ela acabou por outro lado a atrair milhares de fãs. O número de cartas que Tolkien trocava com seus fãs crescia cada vez mais, inclusive astros de Hollywood e até um astronauta chegaram a trocar cartas com o autor.
Um fato extremamente engraçado e curioso, foi quando um grupo de fãs americanos partiram rumo à Headington, no verão de 1967, a fim de conhecer Tolkien. Eles acamparam no gramado em frente à casa de Tolkien e gritavam "Queremos Tolkien. Queremos Tolkien!"
Na época em que surgiu a cultura hippie, "O Senhor dos Anéis" ganhava fama mundial. Pois falava sobre a magia e do tornar-se possível algo, desde que cremos nela. Isto e tudo o que leitores interpretavam levava ao ingrediente perfeito de sucesso de uma obra.
Em 1966, Tolkien e Edith viajaram num cruzeiro pelo Mediterrâneo, para comemorarem as Bodas de Ouro. E no jardim do Merton College, ocorreu uma festa, onde o compositor Donald Swann apresentou "The Road Goes Ever On" (A Estrada Prossegue). Um seleção de músicas da Terra-média.
Mas quando Tolkien beirava na faixa dos 70 anos, não pode agüentar tanta fama, e mesmo porque não entendia porque as pessoas se interessavam por ele, e não pela obra em si. Mudou-se então de Headington para um lugar secreto, em 1968. Fez com que seu nome saísse da lista telefônica e assim seu endereço mudasse, evitando que a caixa de correspondência lotasse de cartas.
Passaram-se os anos, e Tolkien ainda trabalhava em cima de "O Silmarillion", aperfeiçoando, revisando, editando. Sentia-se de vez em quando deprimido, visto que seus filhos já tinham famílias e ele estava sozinho com seu amor e com pouco amigos, já que os grandes haviam morridos. Mas a sua fé e o amor por Edith faziam-no continuar.
Em 1968, Tolkien e Edith compraram uma casa com um bangalô, que era grande e tinha um jardim que Tolkien gostava de cuidar. Situava-se em Poole. Para Edith foram anos maravilhosos, por causa do conforto. Mas para Tolkien eram anos deprimentes, não haviam mais amigos do calibre de intelectualidade dele com quem pudesse conversar.
Com o tempo ele teve de aceitar aquilo e se acostumar. Foi ganhando gostos cada vez mais diferentes de quando era jovem, passara a usar gravatas e ternos feitos sob medida. E mesmo que reclamasse dos preços, ele passou a comer em restaurantes e a beber vinhos caros.
Ainda recebia algumas cartas, mas não respondia com o mesmo entusiasmo de anos antes. Não aceitava convites para jantares em restaurantes onde o trajeto tivesse de passar por algum campo devastado. Ficou danado quando batizaram um Canal com o nome de "Shadowfax" sem sua permissão.
Chegou o ano de 1971, e Edith, com 82 anos ficava cada vez mais frágil. Foi internada às pressas em novembro no hospital com inflamação na vesícula biliar. Poucos dias depois, em 29 de Novembro, morria sua amada mulher, Edith Mary Tolkien.
Assim Tolkien entrava numa fase final de vida. Restava-lhe pouco menos de dois anos de vida. Ficou de luto por um longo tempo. Poole já virava uma paisagem triste para ele, seu filho Christopher, o então Fellow do New College, providenciou um apartamento para ele, na rua Merton 21, uma propriedade de seu antigo college.
Lá instalaram a biblioteca de Tolkien, com seus livros organizados e um espaço luxuoso. Tolkien sentia-se um pouco melhor, por ser o "Fellow Honorário" e estar de volta em Oxford. Às vezes, quando encontrava-se solitário, remexia no seu grande livro de anotações e respondia com bondade às cartas de todo mundo.
Tolkien não deixou de ser homenageado pela comunidade acadêmica. Na Primavera de 1972, recebeu o título de C.B.E. (Comandante da Ordem do Império Britânico). Na mesma noite recebeu o convite para um jantar com Rayner Unwin, para que fosse homenageado. Recebeu também muitos doutorados honorários, mas o que Tolkien mais ficou contente foi de sua própria universidade. Em junho de 1972 recebia o título de Doutor Honorário em Letras.
Era visitado muitas vezes pelos filhos e familiares e pelos velhos amigos. Na primavera de 1973 recebeu seu antigo amigo do T.C.B.S., Christopher Wiseman e conversaram sobre tudo o que tinham direito: do mundo, do tempo que passou, de seus filhos e relembraram dos momentos bons da juventude e idade adulta.
Porém a saúde de Tolkien piorava a cada ano. Desde fins de 1972 sofria de problemas graves de indigestão e problema na vesícula biliar. Em 28 de Agosto de 1973 havia festejado o aniversário da Sra. Tolhurst, e até bebeu champagne, parecia bem.
Mas na manhã seguinte foi internado no hospital. O que a consulta dias antes no médico, com Raio X, não disse, se revelou naqueles dias: estava com úlcera gástrica aguda. Então, em 2 de Setembro de 1973, morria o Professor J.R.R. Tolkien.
Da Morte:
J.R.R. Tolkien foi notícia no jornal "The Sunday Times" quando faleceu. Para conferir mais sobre esta notícia, acesse o link do site Duvendor: Obituário.
Curiosidades:
1 - A biblioteca da Universidade de Marquette, na cidade de Milwaukee, Wisconsin, EUA, preserva muitos dos manuscritos originais de Tolkien, notas e cartas, e outros documentos que foram recuperados da Biblioteca Blodleian, em Oxford. Marquette também possui em seu acervo manuscritos de livros como O Hobbit e Mestre Gil de Ham, e material dos fãs de Tolkien, enquanto a Bodleian tem os esboços de O Silmarillion e os trabalhos acadêmicos de Tolkien.
2 - "O Senhor dos Anéis" foi eleito o livro do século pela BBC de Londres. E eleito o livro do milênio pela Amazon.com
3 - Na notícia Tolkien É Homenageado na Inglaterra o usuário poderá ver uma gostosa notícia, onde mostra que o local onde Tolkien passou internado por causa da "febre das trincheiras" foi decorado com uma placa especial.
4 - Em Patrimônio Tomba Casa, podemos ver que após o sucesso dos filmes, o patrimônio histórico do país tomba a casa onde Tolkien viveu muitos anos.
5 - Carta Leiloada na Inglaterra traz à tona a notícia de uma carta secreta que foi leiloada recentemente na Inglaterra, onde Tolkien se corresponde com uma mulher pedindo emprego de secretária.
6 - E através desta notícia, o fã de Tolkien poderá encontrar um site em inglês que possui um enorme acervo de capas dos livros de Tolkien publicados na época.
Fontes de Pesquisa:
Livro: "Tolkien - Uma Biografia", de Michael White, Ed. Imago, 2001.
Livro: J.R.R. Tolkien - Uma Biografia
Site: Duvendor
Site: Ardalambion
Site: Devir
Site: Heren Hyarmeno
Site: Amon Hen
Site: Dúvendor
Site: Sociedade de Tolkien Brasileira
Site: Enciclopédia de Valinor