Phantom Lord
London Calling
BIOGRAFIA
“Bob Dylan reescreveu a gramática do rock assim como James Joyce reescreveu as regras do romance. Ele é o único autor de rock a quem o termo poeta pode ser rigorosamente aplicado. É o maior e mais invulgar talento da música rock. O que os Beatles fizeram, em conjunto, pelo rock, ele fez sozinho.”(Jeremy Pascall, em The Illustrated History of Rock Music, Londres, 1977.)
Robert Allen Zimmerman, mais conhecido como Bob Dylan, (Duluth, 24 de maio de 1941) é um cantor e compositor americano.
Nascido no estado de Minnesota, neto de imigrantes judeus-russos, aos dez anos de idade Dylan escreveu seus primeiros poemas e, ainda adolescente, aprendeu piano e guitarra sozinho. Começou cantando em grupos de rock, imitando Little Richard e Buddy Holly, mas quando foi para a Universidade de Mineapólis em 1959, voltou-se para a folk music, impressionado com a obra musical do lendário cantor folk Woody Guthrie, a quem foi visitar em New York em 1961.
Dylan já lançou mais de 45 álbuns desde 1962, quando lançou seu primeiro disco, “Bob Dylan”, dedicado ao folk tradicional. Seu segundo álbum, “The Freewhellin’ Bob Dylan”(1963), contendo apenas canções de sua autoria, consagrou o músico com o hit “Blowin’ in the Wind”, que se tornou um hino do movimento dos direitos civis. Além desta, canções como “A Hard Rain’s A-gonna Fall”, “Masters Of War”, entre outras, tornaram-se clássicas como músicas de “protesto”, embora Dylan mais tarde recusasse o rótulo de “cantor de protesto”. Estas músicas, que entre outras compostas por ele, abordavam temas sociais e políticos numa linguagem poética, o tornaram um fenômeno entre os jovens artistas folk da época, levando-o ao estrelato folk, principalmente após sua participação no Newport Folk Festival de 1963, onde foi promovido pela “rainha” folk da época, a cantora Joan Baez. O sucesso do álbum “The Times They Are-A-Changing” (1964) apenas consolidou esta posição.
Mas logo Dylan mudou de rumos artísticos, afastando-se do movimento folk de protesto e voltando-se para canções mais pessoais, instrospectivas, ligadas a uma visão muito particular de mundo. As questões sócio-políticas de seu tempo: racismo, guerra fria, guerra do Vietnã, injustiça social, cedem espaço para a temática das desilusões amorosas, amores perdidos, vagabundos errantes, liberdade pessoal, viagens oníricas e surrealistas, embaladas pela influência da poesia beat. Esta transição se dá entre 1964 e 1966, quando Dylan eletrifica a sua música, passa a tocar com uma banda de blues-rock como apoio e choca a platéia folk, com sua aproximação ao rock. Na época, muitos ignoravam que Dylan já havia tocado rock’roll na adolescência e apreciava artistas country como Johnny Cash, que já trabalhavam com instrumentos elétricos desde os anos 50. O sucesso dos Beatles e demais roqueiros britânicos na releitura do rock americano também chamaram-lhe a atenção. Em compensação, foi aclamado pela crítica, ampliou o seu público (mesmo sendo chamado de “traidor” por fãs do Dylan cantador folk), tornando-se cada vez mais influente entre artistas contemporãneos (John Lennon que o diga) e lançando os mais apreciados discos de sua carreira, com uma série de canções clássicas de seu repertório: “Maggie’s Farm”, “Subterranean Homesick Blues”, “Gates of Eden”, “It’s Alright Ma (I’m Only Bleeding)”, “Mr. Tambourine Man”, “Ballad Of A Thin Man”, “Like a Roling Stone”, “Just Like a Woman”, entre outras, lançadas em seus álbuns mais inspirados: “Bringing It All Back Home” e “Highway 61 Revisited” de 1965 e o duplo “Blonde on Blonde”, de 1966.
Em maio de 1966, após uma tumultuada turnê pela Inglaterra, devido ao formato rock dos shows, Dylan sofreu um grave acidente de moto que o afastou dos palcos e gravações até 1968. Em seu retorno, supreendeu público e crítica com o álbum “John Wesling Hardin”, fortemente influenciado pelo country, tendência que acentuou-se no trabalho seguinte, “Nashville Skyline”, que trouxe o clássico “Lay Lady Lay” para as paradas. Limitando-se a apresentações esporádicas, das quais a mais importante foi sua participação no Festival da Ilha de Wight em agosto de 1969, além de sua participação no Concerto para Bangladesh, organizado por George Harrison em 1971, Dylan só voltaria a realizar turnês em 1974.
O que produziu no início dos anos 70 não foi bem recebido pela crítica, considerado muito abaixo de seus melhores momentos. Apenas algumas canções destacam-se: “If Not For You” (1970), “Knockin’ on Heaven’s Door” (1973), “Forever Young” (1974). Mas ao voltar as turnês, acompanhado pelo grupo The Band, retorna a evidência e ao sucesso, principalmente pelo elogiado duplo ao vivo “Before the Flood” (1974). Na retomada da carreira de forma mais ativa, Dylan produz “Blood On Tracks” (1975) e “Desire” (1976), seus melhores discos nos anos 70, aclamados pela crítica. Deste último, a canção “Hurricane”, baseado na história de Rubin Carter, um boxeador negro preso injustamente, foi um sucesso espetacular, ao mesmo tempo que a turnê Roling Thunder Revue (75/76) era aclamada por crítica e público.
Mas após seu divórcio em 1977, da esposa Sara Lownes, com quem era casado desde 1965, Dylan viveu uma grande crise pessoal, que refletiu-se em seu trabalho artístico. Depois de uma turnê mundial em 1978, em parte registrada no duplo ao vivo “At Budokan” (gravado no Japão), ele voltou-se para a música gospel, ao converter-se e se filiar a uma igreja. Foi o período mais controverso e polêmico de sua carreira, principalmente por Dylan afastar-se de seu repertório clássico e investir em canções religiosas. Nesta nova fase, “Slow Train” (1979) ainda traz momentos inspirados: a canção “Gotta Serve Somebody” ganhou um Grammy, mas os discos seguintes são irregulares.
Com “Infidels”, de 1983, Dylan afasta-se da fé cristã, volta-se inesperadamente para as suas raízes judaicas e parece reencontrar certo equilíbrio artístico. Bem recebido pela crítica, é considerado seu melhor álbum desde Desire. As apresentações ao vivo, em que volta a interpretar suas canções clássicas, marcam uma reconcialiação com seu público. Dylan continua a gravar regularmente, buscando uma sonoridade “made anos 80” ao mesmo tempo em que tenta preservar seu estilo. “Down In The Grovy”, álbum de 1988, passou despercebido, contém várias covers, mas equivale a uma declaração de princípios, com canções de folk-rock, gospel, rock, que demarcam os gostos artísticos preferenciais do artista. Depois de uma turnê com a lendária banda californiana Grateful Dead, ele lança o álbum “Oh Mercy” (1989), elogiado pela qualidade inesperada das canções e volta às paradas com o super-grupo Traveling Wilburys, formado com os amigos George Harrison, Tom Petty, além de Jeff Lynne e Roy Orbison.
No início dos anos 90, Bob Dylan parece dar uma “parada” na carreira. Para comemorar e fazer um balanço de seus 30 anos de trajetória, ele volta a gravar folk tradicional, acústico, sem importar-se com o pouco apelo comercial deste gênero nos dias atuais. Em 1992 é realizado um show-tributo em grande estilo, com a participação de várias nomes do rock, country e do soul cantando suas músicas: Eric Clapton, Stevie Wonder, Neil Young, Willie Nelson, Lou Reed, Eddie Vedder entre outros.
Depois do acústico produzido para a MTV em 1994, Dylan só voltaria com um CD de inéditas em 1997. O álbum “Time Out Of Mind” ganharia vários prêmios Grammy e foi considerado por muitos uma nova ressurreição artística, confirmada pela qualidade de “Love and Theft” (2001). Neste mesmo ano a revista Rolling Stone publicou uma lista com as 500 melhores músicas da história e em primeiro lugar ficou Like a Rolling Stone, de Bob Dylan. Atualmente registra-se um novo interesse pela vida e obra de Dylan, com o lançamento oficial de várias gravações piratas, além do lançamento do documentário “No Direction Home”, de Martin Scorsese, que flagra os anos iniciais de sua carreira (1961-1966) e, mais recentemente, com “Modern Times”, lançado em 2006, com o qual, pela quarta vez na carreira, Dylan conquistou a liderança do ranking dos mais vendidos dos Estados Unidos, vendendo 192,000 cópias na primeira semana. A última vez que Dylan tinha alcançado a liderança nos Estados Unidos, foi com o álbum “Desire”, de 1976, que ficou 5 semanas no topo das paradas. Antes disso, alcançou o primeiro lugar com o clássico disco “Blood On The Tracks”, em 1975, e com “Planet Waves”, no ano anterior.
Seus últimos trabalhos de estúdio foram Together Through Life(2009) e Tempest(2012).
Alguns textos sobre o cantor:
Dylan Volume 1 - O Artista que é três, cinco, vários, alguns milhões
Dylan Volume 2 – O press-release do disco Infidels
Dylan Volume 3 – Batendo na porta do céu
[FONT=&]Dylan Volume 4 – Um gênio que não pára[/FONT]
DISCOGRAFIA
Bob Dylan (1962)
The Freewheelin' Bob Dylan (1963)
The Times They Are A-Changin' (1964)
Another Side of Bob Dylan (1964)
Bringing It All Back Home (1965)
Highway 61 Revisited (1965)
Blonde on Blonde (1966)
Bob Dylan's Greatest Hits (1967)
John Wesley Harding (1968)
Nashville Skyline (1969)
Self Portrait (1970)
New Morning (1970)
Bob Dylan's Greatest Hits, Vol. 2 (1971)
Pat Garrett and Billy the Kid (1973)
Dylan (1973)
Planet Waves (1974)
Before the Flood (1974)
Blood on the Tracks (1975)
The Basement Tapes (1975)
Desire (1976)
Hard Rain (1976)
Street Legal (1978)
At Budokan (1979)
Slow Train Coming (1979)
Saved (1980)
Shot of Love (1981)
Infidels (1983)
Real Live (1984)
Biograph (1985)
Empire Burlesque (1985)
Knocked Out Loaded (1986)
Dylan & the Dead (1988)
Down in the Groove (1988)
Oh Mercy (1989)
Under the Red Sky (1990)
The Bootleg Series Volumes 1-3 (1991)
Good as I Been to You (1992)
The 30th Anniversary Concert Celebration (1993)
World Gone Wrong (1993)
Bob Dylan's Greatest Hits, Vol. 3 (1994)
MTV Unplugged (1995)
Time Out Of Mind (1997)
The Bootleg Series, Vol. 4: Bob Dylan Live 1966 (1998)
The Essential Bob Dylan (2000)
"Love and Theft" (2001)
The Bootleg Series, Vol. 5: Bob Dylan Live 1975 (2002)
The Bootleg Series, Vol. 6: Bob Dylan Live 1964 (2004)
No Direction Home: The Soundtrack (The Bootleg Series Vol. 7) (2005)
The Best of Bob Dylan (2005)
Modern Times (2006)
Together Through Life (2009)
Christmas in the Heart (2009)
Tempest (2012)
Discografia Comentada: Bob Dylan
Discografia Comentada: Bob Dylan - Parte 2
[FONT=&]
Bob Dylan -Transformar o cara em Cristo só pra depois chamar de Judas.
Talvez já tenha se dito ou especulado quase tudo sobre a vida, e ou, carreira (artística) de Bob Dylan. Sobre os tempos reclusos, guerras conjugais, problemas com drogas, problemas com público, canções, interpretações falhas e também boas interpretações de sua obra. Mas acho que acima de qualquer pesquisa que se faça, acima de qualquer teoria, interpretação acadêmica, conversa de bar; está aquela sensação agradável (ou não) de ouvir uma canção, um suspiro que preenche a gaita, o toque dos dedos sujos na guitarra, ou no violão acústico, enfim, a sensação quase sempre única de ouvir algum trabalho do Dylan. E isso quer dizer que não importa o que o crítico disse sobre o disco, o que os fãs falam sobre a música ou que história ela guarda consigo, o que importa é o sentimento que eu sentirei quando os primeiros acordes soarem.
Não existe nenhum deus, nenhum herói, existe um cara compenetrado em escrever suas canções para desafiar o mundo, os críticos e - incrívelmente - os fãs. Toda interpretação que se faz, e isso não se vale apenas para as músicas do Dylan, é só metade do que a música representa, a outra metade não pode ser escrita, porque ela só se nota quando transborda pelo nosso corpo, seja em lágrimas ou em urros de raiva. Assim como as canções tribais, as sinfonias das metrópoles, as canções de Dylan simplesmente existem porque deveriam existir. Aquilo é um conjunto, Dylan traduz o asfalto quente, o óleo diesel, o canto do pássaro em retirada, a fumaça dos cigarros... e como interpretar uma coisa dessas? Só nos resta sentir e o que tornará isso mais interessante é que cada um sentirá da sua maneira, conforme ele vê ou sente o asfalto, os pássaros e os cigarros. As teorias, as conversas, as interpretações, são todas tentativas de explicar esse sentimento, não as julgo erradas, eu sempre que possível faço isso, é até um exercício para entender melhor estes sentimentos. Mas the answer is blowing in the wind, e o vento já passou, a gente só olha pelo retorvisor e sente um vazio no peito. Por isso, fumar um cigarro olhando o disco se movimentar na vitrola, calmamente junto com a melodia, é igual (ou melhor), que tragar aceleradamente em uma mesa de bar, atormentado por aditivos noturnos tentando conversar um outro que "Desire" é melhor que "Highway 61". São tentativas, são interpretações, pessoais, interpessoais, chapadas, ordenadas; são sentimentos, são movimentos internos. É apenas uma canção, um som dançando em nossos ouvidos, mudando gerações, fazendo pessoas entrarem ou sairem do buraco. Este é Bob Dylan.
[FONT=&]Mas nessa confusão toda de sentimentos, de busca por explicação ou de tentar se aproximar do cara, acredito que uma coisa está certa: Bob Dylan traduz a metáfora da vida. Assim como outros artistas também o fazem muito bem (Julio Reny, no Brasil, Johnny Cash lá fora...), assim como outras formas artísticas também fazem, assim como o próprio futebol representa uma metáfora da vida, nos campos tortuosos e sujos de várzea onde alguns talentosos se sobressaem aos esforçados e nobres zagueiros. A metáfora é essa, a vida não é fácil, não é um gramado verde limpo e liso, é um campo esburacado, com sinais de uma guerra, é a guerra vista do front. E o cara traduz isso, o cara saca essa metáfora e amplifica a guitarra pra fazer isso, ou simplesmente senta com um violão acústico e uma harmônica. As mudanças de estilos, as trocas de sonoridades, são adaptações, adaptações que sua alma faz ao mundo que engole asfalto lá fora. Não se muda o mundo com uma canção, então não há o que insistir no mesmo erro. A metáfora está na nossa frente o dia todo, nos metrôs lotados, nos ônibus pegando fogo, e alguém precisa armazenar isso nas nossas telas da vida, alguém precisa botar a cara a tapa. Ser o Judas e ser o Cristo, ao mesmo tempo.
Fonte
[/FONT]
Bob Dylan é um dos meus artistas favoritos e o considero o melhor autor de letras dentro do universo da música.
Em se tratando de álbuns diria que os meus preferidos são: Blood On The Tracks(1975), The Freewheelin' Bob Dylan(1963) e Bringing It All Back Home(1964).
[/FONT][FONT=&][FONT=&]Dentro da sua vasta discografia ter que escolher apenas cinco músicas não foi uma tarefa fácil, mas enfim, essas foram as minhas escolhidas(os textos foram retirados da matéria As Maiores Canções de Bob Dylan):
01 - [/FONT][/FONT]A Hard Rain's A-Gonna Fall (The Freewheelin' Bob Dylan,1963)
<span style="mso-ansi-language:EN-US" lang="EN-US">[video=dailymotion;xq1q9k]http://www.dailymotion.com/video/xq1q9k_bob-dylan-a-hard-rain-s-a-gonna-fall-1964_music#.UQ2yy_JIT-A[/video]
A maior canção de protesto feita pelo maior compositor de protestos de seu tempo: um épico de sete minutos que adverte contra um apocalipse vindouro enquanto desfila visões horripilantes – crianças armadas, uma árvore pingando sangue. A ameaça da guerra nuclear estava no ar na época, como deixam claro outras músicas das sessões de Freewheelin – incluindo “Talkin’ World War III Blues” e o inflamado discurso antiabrigos nucleares “Let Me Die in My Footsteps”. Mas a chuva do título era mais abstrata do que literal. “Não é a chuva nuclear”, disse Dylan. “Significa só algum tipo de fim que está prestes a acontecer.”
"...Oh, what'll you do now, my blue-eyed son?Oh, what'll you do now, my darling young one?I'm a-goin' back out 'fore the rain starts a-fallin',I'll walk to the depths of the deepest black forest,Where the people are many and their hands are all empty,Where the pellets of poison are flooding their waters,Where the home in the valley meets the damp dirty prison,Where the executioner's face is always well hidden,Where hunger is ugly, where souls are forgotten,Where black is the color, where none is the number,And I'll tell it and speak it and think it and breathe it,And reflect it from the mountain so all souls can see it,
Then I'll stand on the ocean until I start sinkin',
But I'll know my song well before I start singin',And it's a hard, it's a hard, it's a hard, it's a hard,
It's a hard rain's gonna fall."
02 - Tanged Up In Blue (Blood On The Tracks,1975)
“Levei dez anos para viver esta música, e dois anos para compô-la”, Dylan declarava em seus shows, antes de tocá-la. Seu casamento desmoronava em 1974 enquanto ele compunha a canção, seu exame mais pessoal sobre a dor e da nostalgia. Os versos mudam de perspectiva, entre a confissão e a crítica, e suas precisas referências às experiências dos anos 60 evocaram uma década de utopias e promessas não cumpridas. Seu vocal melancólico e o frescor da escolha dos músicos de Minneapolis contratados fizeram com que a música resgatasse um sentimento mais antigo: o coração partido e a restauração espiritual presentes nas baladas da região Apalache.
"...She lit a burner on the stove and offered me a pipe."I thought you'd never say hello," she said,"You look like the silent type."Then she opened up a book of poemsAnd handed it to me.Written by an Italian poetFrom the thirteenth century
And every one of them words rang trueAnd glowed like burning coalPouring off of every pageLike it was written in my soul from me to you
Tangled up in blue."
03 - Blowin' In The Wind (The Freewheelin' Bob Dylan,1963)
04 - One More Cup Of Cofee (Desire,1976)A música que rotulou Dylan como profeta pela primeira vez faz nove perguntas e não responde a nenhuma delas. É uma releitura da canção espiritual anti-escravatura “No More Auction Block”. Dylan alegou ter completado a composição desta meditação sobre os atos inumanos da humanidade em dez minutos. A versão que o público mais ouviu em 1963 não foi a de Dylan – foi a cover de Peter, Paul and Mary, que chegou aos mais altos postos da parada pop.
"...Yes and how many years can a mountain existBefore it's washed to the seas (sea)
Yes and how many years can some people existBefore they're allowed to be free?Yes and how many times can a man turn his head
Pretend that he just doesn't see?
The answer, my friend, is blowin' in the windThe answer is blowin' in the wind..."
[video=dailymotion;xmsihu]http://www.dailymotion.com/video/xmsihu_one-more-cup-of-coffee-bob-dylan_travel#.UQ22IPJIT-A[/video]
Em 24 de maio de 1975, Dylan estava visitando o pintor David Oppenheim no sul da França e os dois foram a um festival cigano. A música foi inspirada por essa visita e soa como um misterioso tributo a uma mulher com olhos “como duas joias no céu” e um pai rico e poderoso. É cheia de misticismo e se torna ainda mais poderosa pelos vocais peculiares: a voz afiada de Dylan se mistura ao vocal de apoio de anjo assombrado de Emmylou Harris. O verdadeiro toque cigano aqui, entretanto, é o exótico violino executado por Scarlet Rivera.
"...Your sister sees the future
Like your momma and yourself.You've never learned to read or writeThere's no books upon your shelf.
And your pleasure know no limitsYour voice is like a meadow larks.But your heart is like an oceanMysterious and dark.
One more cup of coffee for the road.One more cup of coffee for I go,
To the valley below."
05 - Idiot Wind (Blood On The Tracks,1975)
[video]http://www.videohippy.com/video/158185/Idiot-Wind--Bob-Dylan[/video]
A versão original desta peça central de Blood on the Tracks era uma balada acústica melancólica, mas, quando Dylan resolveu regravar metade do álbum na última hora em Minneapolis, a profundamente reescrita “Idiot Wind” tornou-se uma de suas músicas mais críticas, raivosas e furiosas – um desabafo violento contra a mulher com quem havia se casado e contra a idiotice em si. A versão ao vivo presente no álbum Hard Rain – tocada na presença de seu aparente alvo, sua futura ex-esposa, na plateia – é mais cruel e ainda mais gloriosamente enfurecida.
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"...I been double-crossed now for the very last time and now I'm finally free,
I kissed goodbye the howling beast on the borderline which separated you from me.You'll never know the hurt I suffered nor the pain I rise above,And I'll never know the same about you, your holiness or your kind of love,And it makes me feel so sorry.
Idiot wind, blowing through the buttons of our coats,
Blowing through the letters that we wrote.Idiot wind, blowing through the dust upon our shelves,We're idiots, babe.
It's a wonder we can even feed ourselves."
Anexos
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