Turgon
犬夜叉
Mais uma linda lista de games!
Sim. Sou fan da Nintendo. Mas mais do que da Nintendo. Sou fan das empresas que investem na jogabilidade. Investem no que torna Jogos Eletrônicos uma mídia diferente do restante.
A evolução dos games não podem ser visados na evolução dos gráficos. Os gráficos proporcionam que revoluções sejam feitas, mas não podem ser o foco.
Eu sempre gostei disso. E é por isso que escolhi esses games que joguei tantas vezes na minha vida. Sendo que eu dificilmente repito uma experiencia (assistir filmes mais de 1 vez, jogar um game mais de 1 vez, etc).
Fiquei triste por deixar de fora RPGs sensacionais como FF6, Chrono Trigger, Xenogears, Xenosaga, etc. Mas foram todas experiencias "1 time only". E por isso acabam perdendo espaço. Mas não deixam de ser games que encabeçariam listas de melhores games de todos os tempos em análise criteriosa.
1) The Legend of Zelda: Ocarina of Time
1998 - N64 - Nintendo
Clichê começar uma lista com ela. Mas é inevitável. E certamente estará nas demais listas deste evento.
A história todos conhecem: a de um garoto nascido sem sua fadinha guia e que descobre que está destinado a livrar Hyrule do domínio de um tirano.
Nada demais. As histórias de jogos da Nintendo normalmente são bem planas. O que está por trás delas, a mecânica de jogo, é o que importa. A história é moldada para que a revolução no gameplay apareça.
Não é porque a história se baseia em um Link se locomovendo por 2 Hyrules separadas por 7 anos que acionou uma jogabilidade variando entre uma criança frágil com seu estilingue e um adolescente forte, manejando a mística Master Sword. A ordem verdadeira se dá invertendo a frase anterior.
Essa é a mágica que a Nintendo traz ao mundo dos jogos. E que sempre busca. E que, por isso, sempre surpreende.
Tecnicamente ainda introduziu um fator que seria utilizado em praticamente todos os jogos de ação em 3 dimensões a partir dali, a mira Z que eliminava um grande problema com o posicionamento da câmera em momentos cruciais.
Ainda faltaria citar o sentimento quando primeiro se adentra no aparentemente infinito campo aberto de Hyrule. Uma sensação de liberdade que parecia ser impossível aumentar depois da sensação que a própria Nintendo apresentava nos primeiros segundos de Mario 64 (lançado 2 anos antes). E que mais tarde seria ampliado pelos jogos sand-box.
Por tudo isso, o jogo é apontado por muitos como o maior game de todos os tempos. E mesmo se não fosse, ter sido um expoente quase unânime em um ano que nos presenteou com outras obras primas como Half-Life e Metal Gear Solid, já seria uma honra para poucos.
2) Super Mario Bros. 3
1988 - NES - Nintendo
Mais Nintendo. Mas, novamente, é inevitável. Mesmo os amantes da Sony e MS precisam admitir que não há empresa mais importante para a indústria. Se forem realmente amantes do ramo.
Mario é uma das poucas franquias que conseguiu revolucionar a indústria mais de uma vez. Pelo menos 4 vezes, pra ser mais exato.
A minha revolução favorita foi com esse jogo. Que, pela impossibilidade de salvar a progressão, me fazia deixar meu Nintendinho ligado a noite toda pra retomar a jogatina no dia seguinte. Zerar foi uma das experiências mais gostosas da minha infância.
Bowser rapta princesa. Mario vai salva-la. Ponto.
Vamos ao que interessa agora. O game introduziu o conceito de mundos temáticos, introduziu uma gama de transformações para o personagem principal maior do que qualquer outro jogo da franquia e, com isso, criava quase uma infinidade de modos para vencer os quebra-cabeças que eram apresentados.
Apesar de Super Mario Bros ter moldado a mecânica da ação, foi em Mario Bros 3 que a estrutura de mundos usados na maior parte dos jogos de plataforma (e em alguns de RPG, aventura, ação) está toda baseada nesse jogo.
3) Sid Meier's Civilization
1991 - PC / SNES - MicroProse
Outro expoente em seu gênero. E outro que me prendeu por dias, semanas, meses. Na época eu não possuia um PC, mas possuia um SNES. Foi, de longe, a fita mais alugada por parte de mim. A ponto do dono da loja me oferecer o jogo por uma merreca já que eu tinha mais que gastado em aluguéis o seu valor de venda.
Novamente me atenho a revolução no gameplay. Neste caso o gameplay na verdade é emprestado dos já centenários jogos de tabuleiro. Mas não importa, Sid Meier elevou esse conceito para patamares não vistas antes.
Não se trata de um jogo tecnicamente tão redondo quanto The Settlers, Age of Empires ou até o sci-fi Starcraft. Estes buscaram desenvolver o minimalismo, o detalhismo dos edifícios, construções, personagens, etc. Civilization era grandiosidade pura. Você trabalhava com meros quadradinhos, inúmeros meros quadradinhos. Mas estes quadradinhos nada mais eram do que cidades inteiras.
Cidades contendo os edificios, as ruas, os personagens. Não se tratava de dominar um continente, uma região mesopotâmica, etc. Se tratava de conquistar todos os continentes, instalar cidades em cada canto do planeta. Desenvolver a tecnologia desde a invenção da roda até a estação espacial. Possuir desde casinhas simples em suas cidades, até meia dúzia de Maravilhas do mundo antigo e moderno.
A experiência se aperfeiçoou com os anos. Hoje em dia o minimalismo dos RTS citados e a megalomania de Civilization caminham praticamente juntas. Ainda com pitadas de RPG a cerca de cada combatente individual.
Pra mim ainda resta a simplicidade de jogatina dos 2 primeiros Civilizations.
4) Broken Sword: The Shadow of the Templars
1996 - PC - Revolution Software
De férias na França, George Stobbart presencia um ataque terrorista a uma cafeteria. A partir daí se inicia uma história de conspirações relacionadas a sociedades secretas e os templários.
Trata-se de um jogo point-and-click. Que teve um período de fama com os aclamados The Dig, Full Throttle, etc. Mas nenhum destes me prendeu tanto quanto esta série (pra mim são 2, o terceiro e quarto eu dispenso).
Possuia uma animação fluida dos personagens e uma arte gráfica bastante simples mas bela. Cada personagem possuia suas características únicas e inconfundíveis. Como o inspetor Moue, a bela Nicole, o vilão Khan, entre outros.
A história se transforma em uma viagem por vários pontos turísticos da França e alguns outros pontos europeus. Sempre apresentando quebra-cabeças inteligentes que requeriam muitas vezes rapidez de raciocínio.
Sua sequência (Broken Sword II: The Smoking Mirror), apesar de mais bela, apresentou uma queda na complexidade dos quebra-cabeças e preferiu focar mais em mitologias e histórias fantásticas, ao invés de conspirações mais pé-no-chão.
5) Twinsen's Odyssey (ou Little Big Adventure 2)
1997 - PC - Adeline Software International
Um jogo de aventura baseado na história de Twinsen. Me marcou muito por ter sido o primeiro jogo que eu joguei que era tanto legendado quanto dublado em português. Todos os personagens.
A história começa numa cidade pacata onde Twinsen vive com sua mulher Zoe, que está grávida. Durante a progressão, visitamos todo o planeta natal do personagem e terminamos visitando outros planetas. Sempre em busca de impedir os planos de FunFrock. Este último que já havia sido derrotado na primeira aventura de Twinsen (e que eu não joguei).
O jogo era uma mistura de aventura e plataforma. E apresentava uma grande gama de armas com que o personagem poderia utilizar. O controle do personagem era bastante travado, muito pouco intuitivo. Era dividido em 4 modalidades (esportivo, normal, agressivo e discreto) Mas isso pouco importava.
Os quebra-cabeças e as reações que cada ação sua gerava, compensava esse defeito. Existiam easter-eggs a todo o momento, e você podia facilitar ou dificultar sua estadia nas cidades ou planetas de acordo com suas ações. Em muito antecipou parte das características que hoje se exige de um RPG ocidental.
Ser espancado pelos pais/irmãos de pimpolhos que você dava um soco na escola primária era hilária e completamente inesperada. Ter sua estadia negada no hotel da cidade por ter roubado uma moeda no chão, idem. A interação com os personagens e as cidades eram incríveis.
Hoje em dia o gameplay que eu me referi ser defeituoso, deixa o jogo com um ar de datado. E as novidades em interação não parecerão inovadoras. Mas para quem jogou na época, fica a boa lembrança. E, novamente, tudo em bom português.
Anexos
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The-Legend-of-Zelda--Ocarina-of-Time-1.webp23,2 KB · Visualizações: 301
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game-super-mario-bros-3.webp41,6 KB · Visualizações: 299
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civilization.webp91 KB · Visualizações: 295
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Broken-Sword-Shadow-Of-Templars-Front-Cover-15302.webp55,6 KB · Visualizações: 293
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lba2-pc.webp47,5 KB · Visualizações: 295