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Diferença entre Valar e Mayar

Daniel LPS

O Senhor dos Dragões
Criei este tópico para perguntar sobre o quão diferente, em questões de capacidade, é um Valar para um Mayar.

Os Valar possuem uma discrepância de capacidade, mas de uma maneira modesta entre um e outro, já os Mayar possuem um discrepância muito grande entre um e outro, como por exemplo Sauron, Eonwë e Olórin são ao menos “diferenciados”comparados à um Mayar qualquer e quando digo capacidade é tudo mesmo Sabedoria,Poder, capacidade de cocriação e por aí vai.

Então gostaria de ter ao menos, uma medição entre os Valar, Mayar como os três que citei e Mayar “comuns”.
 
Criei este tópico para perguntar sobre o quão diferente, em questões de capacidade, é um Valar para um Mayar.


Os Valar possuem uma discrepância de capacidade, mas de uma maneira modesta entre um e outro, já os Mayar possuem um discrepância muito grande entre um e outro, como por exemplo Sauron, Eonwë e Olórin são ao menos “diferenciados”comparados à um Mayar qualquer e quando digo capacidade é tudo mesmo Sabedoria,Poder, capacidade de cocriação e por aí vai.

Então gostaria de ter ao menos, uma medição entre os Valar, Mayar como os três que citei e Mayar “comuns”.

Para medir a diferença de poderes/capacidades entre os Valar e Maiar, tem de haver o entendimento do “tamanho” do Universo do Silmarillion. Muitos fã e leitores casuais vêem Eä - O Mundo que é - como se limitando somente ao Planeta Terra rodeado de "estrelas incontáveis", quando em verdade trata-se do Universo com estrelas, planetas, galáxias, etc.

Entretanto, quando eles entraram no Vazio, Ilúvatar lhes disse: - Contemplem sua Música! - E lhes mostrou uma visão, dando-lhes uma imagem onde antes havia somente o som. E eles viram um novo Mundo tomar-se visível aos seus olhos; e ele formava um globo no meio do Vazio, e se mantinha ali, mas não pertencia ao Vazio, e enquanto contemplavam perplexos, esse Mundo começou a desenrolar sua história, e a eles parecia que o Mundo tinha vida e crescia

Tenho a impressão que o termo/denominação "Mundo" com o "M" maiúsculo venha a se tratar do Universo com seus vastos espaços, estrelas incontáveis, etc. Sim, existe (na minha opinião) uma distinção com o termo "mundo" com o "m" minúsculo que se refere à Arda/Planeta Terra. É só pegar o contexto presente no próprio Silma e algumas definições em cartas do próprio Tolkien, vide a carta 297 - "Rascunhos para uma carta para o 'Sr.Rang':

(...)
Os Valar deram ouvidos à súplica de Earendil em nome de Elfos e Homens (ambos seus parentes) e enviaram um grande exército em auxílio deles. Morgoth foi
derrotado e removido do Mundo (o universo físico).

Bem como a carta 212 - "Rascunho de uma continuação da carta acima (não enviado)":

Esses eram os Valar e seus servidores menores. São aqueles que se “enamoraram” pela visão e sem dúvida foram aqueles que desempenharam a parte mais “subcriativa” (ou, como poderíamos dizer, “artística”) na Música. * Por conseguinte os Elfos chamavam o Mundo, o Universo, de Eä — É.

E em meio a todos os esplendores do Mundo, seus vastos palácios e espaços e seus círculos de fogo, Ilúvatar escolheu um local para habitarem nas Profundezas do Tempo e no meio das estrelas incontáveis. E essa morada poderia parecer insignificante para quem leve em conta apenas a majestade dos Ainur, e não sua terrível perspicácia; e considere toda a área de Arda como o alicerce de uma coluna e a erga até que o cone do seu topo seja mais aguçado que uma agulha; ou contemple somente a vastidão incomensurável do Mundo, que os Ainur ainda estão moldando, não a precisão detalhada com que moldam todas as coisas que ali existem.

Então, aqueles dos Ainur que assim desejaram, levantaram-se e entraram no Mundo no início dos Tempos; e foi sua missão realizar esse Mundo e, com seus esforços, concretizar a visão que haviam tido. Foi longa sua labuta nas regiões de Eä, que são vastas para além do alcance de elfos e homens, até que, no momento previsto, foi criada Arda, o Reino da Terra.Eles então vestiram os trajes da Terra, desceram até ela e a habitaram.

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Tolkien fala de vastos espaços como se falasse do Universo, imenso além do alcance do pensamento. De círculos de fogo como se fossem estrelas/galáxias e ao mesmo tempo fala de uma Morada nas Profundezas do Tempo "que poderia parecer insignificante para quem leve em conta apenas a majestade dos Ainur, e não sua terrível perspicácia". Ademais, a cronologia parecer ser a seguinte.

Tendo em vista essas informações, podemos "medir" as capacidades dos Valar e os Maiar. Neste caso, a primeira fase é a dos Ainur como sendo forças demiúrgicas:


1) Todos os Ainur são manifestações de Iluvatar (Deus). Todos estão na forma espiritual e alheios ao Tempo e Espaço como o conhecemos - As Timeless Hall. Existe a Canção dos Ainur - um exercício de vários "reality warpers" para definiren os alicerces que regerão a realidade física, ou seja, cada Ainur exerceu seu poder de "Criação de Conceitos": https://powerlisting.fandom.com/wiki/Concept_Creation - e geraram as leis que regem o universo: a) Fogo, Gelo, entropia = Melkor; b) Luz, estrelas, Gravidade = Varda; c) substância bruta planetária, Matéria = Aulë; d) Vida Primeva = Yavanna, etc.

2) Os ainur adentram o "Mundo" - O Universo, e começam ordenar este Universo de caos primordial:

Mas quando os Valar entraram em Eä, a princípio ficaram assustados e desnorteados, pois era como se nada ainda estivesse feito daquilo que haviam contemplado na Visão; tudo estava a ponto de começar, ainda sem forma, e a escuridão era total. Pois a Grande Música não havia sido senão a expansão e o florescer do pensamento nas Mansões Eternas, sendo a Visão apenas um prenúncio; mas agora eles haviam entrado no início dos Tempos, e perceberam que o Mundo havia sido apenas prefigurado e prenunciado; e que eles deveriam concretizá-la

Ademais:

Assim teve início sua enorme labuta em espaços imensos e inexplorados, e em eras incontáveis e esquecidas, até que nas Profundezas do Tempo e no meio das vastas mansões de Eä, veio a surgir à hora e o lugar em que foi criada a habitação dos Filhos de Ilúvatar. E, nessa obra, a parte principal coube a Manwë, Aulë e Ulmo; mas Melkor também estava ali desde o início e interferia em tudo o que era feito, transformando-o, se conseguisse, de modo que satisfizesse seus próprios desejos e objetivos; e ele acendia enormes fogueiras. E assim, quando a Terra ainda era jovem e repleta de energia, Melkor a cobiçou e disse aos outros Valar: - Este será o meu reino; e eu o designo como meu!


Aí vem a pergunta, o Universo é gigantesco/imenso além da percepção Humana. Como os Ainur se deslocavam para gerar cada planeta, ordenar cada galáxia, posicionar cada estrela, e estabelecer os princípios da física/química que regem cada pedaço do Universo/Eä? Os escritos tardios de Tolkien têm a resposta:

- Teleporte ou "Viagem na velocidade do pensamento" que ultrapassam até a velocidade da luz:

a) Melkor se teleportou do "Templo do Senhor" na versão abandonada da "Queda dos Homens" como uma chama ardente:

“Thereupon he [Morgoth] went up as in a great flame and smoke, and we were scorched by the heat. But suddenly he was gone, and it was darker than night; and we fled from the House.”
Morgoth’s Ring

b) Os Ainur podiam viver em qualquer velocidade possível - até se deslocando na velocidade do pensamento:

“But as for the Valar themselves, and the Maiar also in their degree: they could live at any speed of thought or motion which they chose or desired .*(3) *
They could move backward or forward in thought, and return again so swiftly that to those who were in their presence they did not appear to have moved.

c) No Silmarillion, quando Morgoth grita com medo de Ungoliant, os Balrogs se deslocam em velocidade absurda saindo de Angband e indo até Lammoth - mais de 500 km de um ponto a outro - em segundos ou Minutos:

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O próprio Aragorn ao falar com Gandalf, o branco, em seu primeiro encontro com o ressuscitado, alega:

Mas não duvido que você chegue lá antes de mim, se quiser (....) Não falo a verdade, Gandalf - disse Aragorn finalmente - quando digo que você poderia a qualquer lugar que quisesse mais rápido que eu?

Os Ainur tinham capacidades de resistência contra várias formas de destruição da matéria, ou seja, viviam em ambientes hostis numa era pré-biótica, viagem pelo espaço sideral no zero absoluto, suportavam extinções em massa, etc:

Pois, no início da criação do Universo-Eä (ou Mundo - "M" maiúsculo) os Ainur começam a ordenar as leis da realidade (gravidade, temperatura, matéria, energia) sem possuirrm corpos, ou seja, eram espíritos interagindo com a matéria primordial/caótica:

Mas quando os Valar entraram em Eä, a princípio ficaram assustados e desnorteados, pois era como se nada ainda estivesse feito daquilo que haviam contemplado na Visão; tudo estava a ponto de começar, ainda sem forma, e a escuridão era total. Pois a Grande Música não havia sido senão a expansão e o florescer do pensamento nas Mansões Eternas, sendo a Visão apenas um prenúncio; mas agora eles haviam entrado no início dos Tempos, e perceberam que o Mundo havia sido apenas prefigurado e prenunciado; e que eles deveriam concretizá-la. Assim teve início sua enorme labuta em espaços imensos e inexplorados, e em eras incontáveis e esquecidas, até que nas Profundezas do Tempo e no meio das vastas mansões de Eä, veio a surgir à hora e o lugar em que foi criada a habitação dos Filhos de Ilúvatar.

E assim, quando a Terra ainda era jovem e repleta de energia, Melkor a cobiçou e disse aos outros Valar: - Este será o meu reino; e eu o designo como meu!

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Interessante é que num período pré-biótico - numa Terra hostil a qualquer forma de vida e em condições adversas de temperatura e pressão (vulcanismo, formação dos continentes, atmosfera, etc) os Ainur assumem formas com as vestes da matéria do Universo:

Então os Valar assumiram formas e matizes; e, atraídos para o Mundo pelo amor aos Filhos de Ilúvatar, por quem esperavam, adotaram formas de acordo com o estilo que haviam contemplado na Visão de Ilúvatar, menos na majestade e no esplendor.

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Naquele período, os Valar trouxeram ordem aos mares, terras e montanhas, e Yavanna finalmente plantou as sementes que havia muito imaginara. E, como houvesse necessidade de luz, já que os fogos estavam dominados ou enterrados sob as colinas primitivas, Aulë, a pedido de Yavanna, criou duas lamparinas poderosas para iluminar a Terra-média, construída por ele entre os mares circundantes.

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- Formação geológica com vulcanismo, terremotos, atmosfera abiótica - batalha titânica pelo domínio de Arda:

Assim começou a primeira batalha dos Valar com Melkor pelo domínio de Arda; e sobre esses tumultos, os elfos sabem pouquíssimo, pois o que foi aqui declarado teve origem nos próprios Valar, com quem os eldalië falavam na terra de Valinor e por quem foram instruídos; mas os Valar pouco se dispõem a relatar sobre as guerras anteriores à chegada dos elfos. Diz-se, porém, entre os eldar que os Valar sempre se esforçaram, apesar de Melkor, para governar a Terra e prepará-la para a chegada dos Primogênitos: e eles criaram terras, e Melkor as destruía; sulcavam vales, e Melkor os erguia; esculpiam montanhas, e Melkor as derrubava; abriam cavidades para os mares, e Melkor os fazia transbordar; e nada tinha paz ou se desenvolvia, pois mal os Valar começavam algum trabalho, Melkor o desfazia ou corrompia. E, no entanto, o trabalho deles não foi totalmente vão; e embora em tarefa ou em parte alguma sua vontade e determinação fossem perfeitamente cumpridas, e todas as coisas fossem em matiz e forma diferentes da intenção inicial dos Valar, apesar disso, lentamente, a Terra foi moldada e consolidada. E assim finalmente estabeleceu-se à morada dos Filhos de Ilúvatar nas Profundezas do Tempo e no meio das estrelas incontáveis.

- O zero absoluto (- 273º Celsius, capaz de congelar o hidrogênio) do Vácuo Espacial do Universo. Melkor assumiu uma forma escura e vagava pelo espaço "remoendo nas trevas distantes" e "recuou e partiu para outras regiões, e lá fez o que quis":

E Melkor fugiu de sua fúria e de suas risadas, abandonando Arda, e a paz reinou por uma longa era. E Tulkas permaneceu, tomando-se um dos Valar do Reino de Arda; mas Melkor remoia pensamentos nas trevas distantes, e dirigiu seu ódio a Tulkas para todo o sempre.

- 1ª Extinção em Massa. Uma forma de radiação que matou a fauna e flora inicialmente imaginada/concretizada por Yavanna e CIA num alcance global, gerando, ainda, formas mutantes e criaturas monstruosas, além de iniciar o ciclo de ecossistemas e disputa dos seres herbívoros x carnivoros:

E, embora os Valar ainda nada soubessem a respeito, mesmo assim a perversidade de Melkor e a influência maléfica de seu ódio emanavam de lá, e a Primavera de Arda foi destruída. Os seres verdes adoeceram e apodreceram, os rios foram obstruídos por algas e lodo; criaram-se pântanos, repelentes e venenosos, criatórios de moscas; as florestas tornaram-se sombrias e perigosas, antros do medo; e as feras se transformaram em monstros de chifre e marfim e tingiram a terra de sangue.

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- 2ª Extinção em Massa - análoga a uma espécie de queda de 2 poderosos meteoros com a liberação catastrófica de energia semelhante à 2 estrelas:


Os Valar tiveram então certeza, de que Melkor estava agindo novamente, e saíram à procura de seu esconderijo. Melkor, porém, confiante na resistência de Utumno e no poder de seus servos, apresentou-se de repente para a luta e deu o primeiro golpe antes que os Valar estivessem preparados, atacou as luzes de Illuin e Ormal, arrasou suas colunas e quebrou suas lamparinas. Quando as enormes colunas desmoronaram, terras fenderam-se e mares elevaram-se em turbulência. E, quando as lamparinas foram derrubadas, labaredas destruidoras se derramaram pela Terra. E a forma de Arda, além da simetria de suas águas e de suas terras, foi desfigurada naquele momento, de modo tal que os primeiros projetos dos Valar nunca mais foram restaurados. Em meio à confusão e às trevas, Melkor conseguiu escapar, embora o medo se abatesse sobre ele; pois, mais alto que o bramido dos mares, ele ouvia a voz de Manwë como um vento fortíssimo, e a terra tremia sob os pés de Tulkas. Chegou, porém a Utumno antes que Tulkas conseguisse alcançá-lo; e ali permaneceu escondido. E os Valar não puderam então derrotá-lo, já que a maior parte de sua força era necessária para controlar as turbulências da Terra e salvar da destruição tudo o que pudesse ser salvo de sua obra. Depois, eles recearam fender novamente a Terra, enquanto não soubessem onde habitavam os Filhos de Ilúvatar, que ainda estavam por vir num momento que desconheciam. Assim terminou a Primavera de Arda. A morada do Valar em Almaren foi totalmente destruída, e eles não tinham nenhum local de pouso na face da Terra.
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Por fim, existiu o embate dos Poderes, em que a Terra Gemia e os Águas mudavam de lugar, uma verdadeira titanomaquia grega com explosões à nível de bombas atômicas:

Melkor enfrentou a investida dos Valar no noroeste da Terra-média, e toda a região sofreu grande destruição. Mas a primeira vitória dos exércitos do oeste foi rápida, e os servos de Melkor fugiram, perseguidos, até Utumno. Então, os Valar cruzaram a Terra-média, e montaram guarda para vigiar Cuiviénen; e daí em diante os quendi nada souberam da grande Batalha dos Poderes senão que a Terra tremia e gemia sob seus pés, e as águas mudavam de lugar; e ao norte havia clarões como os de enormes fogueiras. Longo e angustiante foi o cerco a Utumno, e muitas batalhas foram travadas diante de seus portões, das quais nada chegou aos ouvidos dos elfos, a não ser rumores. Nessa época, a forma da Terra-média foi alterada, e o Grande Mar que a separava de Aman se alargou e se aprofundou. Ele também avançou costa adentro e formou um golfo profundo mais ao sul. Muitas baías menores foram abertas entre o Grande Golfo e Helcaraxë no extremo norte, onde a Terra-média e Aman se aproximavam.

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Essas capacidades de manipular a matéria de seus corpos denotam uma capacidade própria dos Valar e Maiar - Shapeshifting ou assumir formas físicas e alterá-las de acordo com suas vontades:

Então os Valar assumiram formas e matizes; adotaram formas de acordo com o estilo que haviam contemplado na Visão de Ilúvatar, menos na majestade e no esplendor. Além do mais, sua forma deriva de seu conhecimento do Mundo visível, em vez de derivar do Mundo em si; e eles não precisam dela, a não ser apenas como as vestes que usamos, e, no entanto podemos estar nus sem sofrer nenhuma perda de nosso ser. Portanto, os Valar podem caminhar, se quiserem, despidos; e nesse caso nem mesmo os eldar conseguem percebê-los com clareza, mesmo que estejam presentes. Quando os Valar desejam trajar-se, porém, costumam assumir, alguns, formas masculinas, outros, formas femininas; pois essa diferença de temperamento eles possuíam desde o início, e ela somente se manifesta na escolha de cada um, não sendo criada por essa escolha,exatamente como entre nós o masculino e o feminino podem ser revelados pelos trajes, mas não criados por eles.

Na concepção da realidade de Eä, Tolkien cita o Mundo Visível e seu Contraponto (?) Mundo em si. Como analisá-los e entendê-los fora da visão/abominação Eldrich dos Ainur? O Mundo Visível é, a grosso modo, uma externalização/representação da "Música dos Ainur". Tolkien descreve que as formas dos Ainur baseadas no Mundo Visível é apenas um VÉU a encobrir suas essências, ou seja, uma imitação de algo que já preexistente:

Mas, por mais belas e nobres que fossem as formas dos Filhos de Ilúvatar, elas não passavam de um véu a encobrir sua beleza e seu poder. E, se pouco se diz aqui de tudo o que os eldar souberam outrora, isso não é nada em comparação com seu verdadeiro ser, que remonta a regiões e eras muito além do alcance de nossa mente.

A ideia dos Valar se basearem em objetos/elementos pré-existentes, ou melhor, modelos comparativos para se definir um conceito, neste caso, o Mundo Visível é explicado pela visão filosófica do Realismo Platônico, principalmente no conceito metafísico da Problemática Universal. Este se caracteriza uma propriedade ou uma relação que pode ser exemplificada por um número de coisas particulares diferentes. É uma idéia ou essência comum a todas as coisas que agrupamos sob um mesmo signo linguístico: http://en.wikipedia.org/wiki/Universals

In metaphysics, a universal is what particular things have in common, namely characteristics or qualities. In other words, universals are repeatable or recurrent entities that can be instantiated or exemplified by many particular things.[1] For example, suppose there are two chairs in a room, each of which is green. These two chairs both share the quality of "being a chair," as well as greenness or the quality of being green. Metaphysicians call this quality that they share a "universal." There are three major kinds of qualities or characteristics: types or kinds (e.g. mammal), properties (e.g. short, strong), andrelations (e.g. father of, next to). These are all different types of universal.[2]

Tendo em vista estas características, os Ainur podiam assumir várias formas modificá-las, vide Sauron que virou Lobisomen, Serpente, Vampiro, etc:

Assumiu, portanto, a forma de um lobisomem e se fez o mais poderoso que já havia pisado no mundo (...) Sauron, então mudou de forma, de lobo para serpente, e de monstro para sua forma costumeira.

Ou Arien, que foi escolhida para ser condutora do Sol e assumiu uma forma parecida com uma mini-estrela:

Arien, a donzela, era mais poderosa que ele, e foi escolhida por não ter sentido medo do calor de Laurelin (...) ela era um espírito de fogo (...) Os olhos de Arien eram brilhantes demais até para os elfos contemplarem e (...) ela abandonou a forma e os trajes que, como os Valar, usava lá e se tornou como uma labareda nua, terrível na plenitude de seu esplendor

Existem diversos poderes espalhados nas obras, seja no Silmarillion, Senhor dos Anéis ou nos escritos do "History of Middle Earth - HOME":

Telepatia. Sendo uma reminiscência dos escritos de Tolkein sobre Ósanwe Kenta, a grosso modo a capacidade dos seres racionais poderem ler, captar ou se comunicar por pensamentos, sendo, portanto, uma capacidade inata:

Esta habilidade dependente/se correaciona de três fatores: a) Afinidade, b) urgência e c) autoridade:

The Incarnates have by the nature of sáma the same faculties; but their perception is dimmed by the hröa, for their fëa is united to their hröa and its normal procedure is through the hröa, which is in itself part of Eä, without thought. The dimming is indeed double; for thought has to pass one mantle of hröa and penetrate another. For this reason in Incarnates transmission of thought requires strengthening to be effective. Strengthening can be by affinity, by urgency, or by authority. Affinity may be due to kinship; for this may increase the likeness of hröa to hröa, and so of the concerns and modes of thought of the indwelling fëar, kinship is also normally accompanied by love and sympathy. Affinity may come simply from love and friendship, which is likeness or affinity of fëa to fëa. Urgency is imparted by great need of the "sender" (as in joy, grief or fear); and if these things are in any degree shared by the "receiver" the thought is the clearer received. Authority may also lend force to the thought of one who has a duty towards another, or of any ruler who has a right to issue commands or to seek the truth for the good of others.

Seu exemplo prático a nível de comunicação/troca de informações tá na conversação de Gandalf e Galadriel retratada na Reunião do Conselho Branco no 1º filme do Hobbit:
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Bem como na obra:

Pois eles não se mexiam nem usavam as bocas para falar; olhavam de uma mente ara outra, e apenas seus olhos brilhantes se agitavam e se acendiam, enquanto trocavam pensamentos - O Retorno do Rei. Muitas Despedidas

Parecia que ela estava olhado dentro de mim e me perguntando o que eu faria se me fosse dada a chance de fugir de volta para casa no Condado...

Lembrar que esta capacidade mental (analisando o caso de Galadriel) não se limita só a comunicação verbalizada, mas se externa também em imagem, sensações, sons e o próprio ambiente. A conversação entre ela e Frodo na Sociedade do Anel, parece indicar que os dois foram incorporados numa espécie de bolsão/realidade do pensamento - alheia aos que não participam da conversa, tanto que Galadriel comenta sobre ser uma portadora do anel e assume a forma terrível, de altura incalculável e de beleza insuportável:
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Você viu meu anel? - perguntou ela, voltando-se para Sam.

Não, Senhora - respondeu ele - Para falar a verdade, estava me perguntando sobre o que conversavam. Vi uma estrela através de seu dedo. Mas, se perdoa o que vou dizer, acho que meu patrão está certo.

Sauron possuía tal capacidade num nível monstruoso, pois foi capaz de entrar em contato com a mente de Frodo na Sociedade do Anel:

E, de repente, sentiu o Olho (...) uma determinação feroz e ávida estava nele (...) Ouviu-se dizendo: - Nunca, nunca! - Ou seria, Sim irei até você.

E Gandalf, estando longe fisicamente influencia a mente de Frodo:

Tire-o! Tire-o! Tolo, tire-o. Tire o Anel

Os Valar e Maiar também consegue predizer certos aspectos do futuro:

Námo, o mais velho, mora em Mandos, que fica a oeste, em Valinor. Ele é o guardião das Casas dos Mortos; e o que convoca os espíritos dos que foram assassinados. Nunca se esquece de nada; e conhece todas as coisas que estão por vir, à exceção daquelas que ainda se encontram no arbítrio de Ilúvatar. Ele é o Oráculo dos Valar; mas pronuncia seus presságios e suas sentenças apenas em obediência a Manwë

E muitas outras palavras disse Ilúvatar aos Ainur naquele momento; e, em virtude da lembrança de suas palavras e do conhecimento que cada um tinha da música que ele próprio criara, os Ainur sabem muito do que foi, do que é e do que será,e deixam de ver poucas coisas.

Pois em todas as partes do corpo e da mente, em valentia, em resistência, em beleza, em compreensão, em talento, em força e em sutileza, no mesmo grau, Fëanor havia sido o mais poderoso de todos os Filhos de Ilúvatar, e nele ardia uma chama brilhante. As obras maravilhosas para a glória de Arda que ele poderia ter criado, se tudo tivesse sido diferente, somente Manwë poderia de certo modo conceber.

Assim seja! Custosas lhes sairão essas canções e serão, entretanto, uma boa aquisição. Pois o preço não poderia ser outro. Assim, exatamente como Eru nos falou, uma beleza ainda não concebida chegará a Eä e ainda terá sido bom que o mal tenha existido. • E mesmo assim continuará sendo o mal – retrucou Mandos, porém – A mim Fëanor virá em breve.

Esses são alguns exemplos das habilidades comuns à todos os Ainur, em geral, mas analisando alguns personagens para fazer uma hierarquia de poder na obra, de cima para baixo:

a) Iluvatar - Eru (Deus): Onipotente, Onisciente e Onipresente

Os Valar representam princípios cósmicos que regem a realidade física do Universo:

b) Melkor Morgoth - pluripotente, ou seja, é capaz de fazer tudo que os outros Ainur poderiam fazer em maior ou menor grau, só que numa forma "caótica" - uma força entrópica que gera o decaimento de tudo que existe:

Grande poder lhe foi concedido por Ilúvatar, e ele era contemporâneo de Manwë. Dispunha dos poderes e conhecimentos de todos os outros Valar, mas os desviava para objetivos perversos e desperdiçava sua força em violência e tirania.

Por ter todas as habilidade dos outros Valar, Melkor podia anular/atrapalhar os poderes dos seus pares. Por isso, Melkor conseguiu introduzir no início do Universo algumas leis que regem a realidade, ou seja, Varda colocou a luz no universo e Melkor introduziu as trevas; Yavanna introduziu o conceito de vida e Melkor introduziu o conceito de Morte/extinções em massa; Mandos dominava uma dimensão dos mortos e Melkor pôde ter corrompido o conceito e colocado a "dimensão dos espectros", o "Wraith World" citado nas obras:

Não te intrometas entre o nazgúl e sua presa! Ou ele te matará na tua hora. Vai levar-te embora para as casas de lamentação, além de toda a escuridão, onde tua carne será devorada, e tua mente murcha será desnudada diante do Olho Sem Pálpebra.

Podiam caminhar, se quisessem, sem serem vistos por nenhum olhar neste mundo sob o sol; e podiam enxergar coisas em mundos invisíveis para os mortais. Mas com enorme freqüência viam apenas os espectros e as ilusões de Sauron.

Lórien é um Vala do Mundo dos Sonhos - tipo um Sandman da Vertigo ou Hipnos da mitologia grega - controlando ou criando uma dimensão de sonhos. Uma "Dreamland" de Lovecraft ou o "Sonhar" de Sandman:

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Mas Melkor parece ter corrompido o conceito para uma dimensão de pesadelos horrendos, algo parecido com o Mundo de Sombras vivenciado por Eowyn ferida pelo Rei Bruxo:

— Talvez eu tenha o poder de curar-lhe o corpo, e de resgatá-la do vale escuro. M as para o que ela despertará: para a esperança, para o esquecimento ou para o desespero, não posso saber. Se for para o desespero, então morrerá, a não ser que lhe apareça uma outra cura que não posso trazer. Lamento, pois seus feitos a colocaram entre as rainhas de grande renome.

— Éowyn, filha de Éomund, desperte! Seu inimigo foi-se embora! Ela não se mexeu, mas agora começava outra vez a respirar fundo, de modo que seu peito subia e descia sob o linho branco do lençol. Mais uma
vez Aragorn esmagou duas folhas de athelas e as jogou na água fumegante; banhou então a testa da enferma com a infusão, como também o braço esquerdo, gelado e imóvel sobre a coberta.
Então, talvez porque Aragorn tivesse realmente algum esquecido poder do Ponente, talvez pelo efeito causado pelas palavras ditas sobre a Senhora Éowyn, todos os circunstantes tiveram a impressão de que, á
medida que a doce influência da erva se espalhava pelo quarto, um vento
penetrante soprava através da janela, sem trazer fragrância alguma, mas era
um ar inteiramente fresco, limpo e jovem, como se nunca tivesse sido
inspirado por qualquer criatura viva, e tivesse acabado de sair diretamente
de montanhas cheias de neve, altas sob uma abóbada de estrelas, ou de
praias de prata distantes, banhadas por mares de espuma.

— Desperte, Éowyn, Senhora de Rohan! — disse Aragorn de novo, tomando-lhe a mão direita com a sua e sentindo-a quente, voltando á vida. — Desperte! A sombra se foi e estamos livres da escuridão! – Depois pousou a mão da Senhora na de Éomer e deixou o quarto. — C hame-a! – disse ele do quarto em silêncio.

— Éowyn, Éowyn! — chamou Éomer em meio às lágrimas.
Mas ela abriu os olhos e disse:
— Éomer! Que ventura é esta? P ois disseram que estava morto. M asnão, essas foram apenas as vozes escuras no meu sonho. Quanto tempo fiquei sonhando?

Melkor seria então uma entidade cósmica que aplicou sua vontade entrópica em cada átomo que compóe o universo, capaz de rivalizar com todos os Valar:

Contudo, tão extraordinário era o poder de sua rebelião, que, em eras esquecidas, combateu Manwë e todos os Valar, e durante longos anos em Arda manteve a maior parte dos territórios da Terra sob seu domínio.

E poderia ter sido senhor de toda Eä:

“And as is known well, the prime among these is Melkor. Measureless as were the regions of Ea, yet in the Beginning, where he could have been Master of all that was done…”
Morgoth’s Ring

Isso levando em conta que existiam outros planetas com outros Valar e Maiar com suas formas de vidas inteligentes e alienígenas que não são conhecidos pelos elfos:

EXISTIAM OUTROS, INCONTÁVEIS PARA ALÉM DO NOSSO PENSAMENTO, EMBORA CONHECIDOS E NUMERADOS NA MENTE DE ILÚVATAR, CUJO LABOR JAZ EM OUTRO LUGAR E EM OUTRAS REGIÕES E HISTÓRIAS DO GRANDE CONTO, ENTRE ESTRELAS REMOTAS E MUNDOS ALÉM DO ALCANÇE DO MAIS LONGíNQUO PENSAMENTO. MAS DESSES OUTROS, NÓS NADA SABEMOS E PODEMOS SABER, AINDA QUE OS VALAR DE ARDA, TALVEZ, SE RECORDEM DE TODOS ELES”

e

MELKOR NÃO ERA APENAS UM MAL LOCAL NA TERRA, NEM UM anjo GUARDIÃO DA TERRA* QUE HAVIA SE CORROMPIDO, ELE ERA O ESPÍRITO DO MAL, SUBLEVANDO-SE ANTES MESMO DA CRIAÇÃO DE EÄ. SUA TENTATIVA DE DOMINAR A ESTRUTURA DE EÄ E DE ARDA EM PARTICULAR, E ALTERAR OS DESÍGNIOS DE ERU ( O QUAL GOVERNAVA TODAS AS OPERAÇÕES DOS VALAR FIÉIS) HAVIA INTRODUZIDO O MAL, OU UMA TENDÊNCIA ABERRANTE EM RELAÇÃO AO DESÍGNIO EM TODA A MATÉRIA FÍSICA DE ARDA.

Porém Melkor - um monstro cósmico - virou Morgoth, um tirano que se contentava em ter escravos de carne e osso; e foi-se enfraquecendo com a corrupção de Eä e Arda. Até ser derrotado por um exército de elfos, Eonwe e Eärendil na Guerra da Ira.

Tempestade Da Vingança

9º nível de conjuração




Abaixo deles, de repente, estourou o trovão, faíscas saltaram para o alto, e as montanhas sacudiram. As Thangorodrim soltaram fogo e fumaça, e raios flamejantes foram atirados ao longe, para cair sobre as terras, trazendo destruição; e os noldor em Hithlum tremeram.



Invulnerabilidade
9º nível de abjuração



De forma que eles chegam, por fim, à própria Utumno e descobrem que “o Morgoth” não possui no momento “força” suficiente (em qualquer sentido) para defender-se do contato pessoal direto.

(...)

Contudo, tão extraordinário era o poder de sua rebelião, que, em eras esquecidas, combateu Manwë e todos os Valar, e durante longos anos em Arda manteve a maior parte dos territórios da Terra sob seu domínio.

(...)

Quando as enormes colunas desmoronaram, terras fenderam-se e mares elevaram-se em turbulência. E, quando as lamparinas foram derrubadas, labaredas destruidoras se derramaram pela Terra. E a forma de Arda, além da simetria de suas águas e de suas terras, foi desfigurada naquele momento, de modo tal que os primeiros projetos dos Valar nunca mais foram restaurados.



Desejo
9º nível de conjuração



Melkor penetrara sozinho nos espaços vazios em busca da Chama Imperecível, pois ardia nele o desejo de dar Existência a coisas por si mesmo; e a seus olhos Ilúvatar não dava atenção ao Vazio, ao passo que Melkor se impacientava com o vazio. E, no entanto ele não encontrou o Fogo, pois este está com Ilúvatar. Estando sozinho, porém, começara a conceber pensamentos próprios, diferentes daqueles de seus irmãos. Alguns desses pensamentos ele agora entrelaçava em sua música, e logo a dissonância surgiu ao seu redor. Muitos dos que cantavam próximo perderam o ânimo, seu pensamento foi perturbado e sua música hesitou; mas alguns começaram a afinar sua música a de Melkor, em vez de manter a fidelidade ao pensamento que haviam tido no início. Espalhou-se então cada vez mais a dissonância de Melkor, e as melodias que haviam sido ouvidas antes soçobraram num mar de sons turbulentos. Ilúvatar, entretanto, escutava sentado até lhe parecer que em volta de seu trono bramia uma tempestade violenta, como a de águas escuras que guerreiam entre si numa fúria incessante que não queria ser aplacada. Ergueu-se então Ilúvatar, e os Ainur perceberam que ele sorria E ele levantou a mão esquerda, e um novo tema surgiu em meio à tormenta, semelhante ao tema anterior e ao mesmo tempo diferente; e ganhava força e apresentava uma nova beleza. Mas a dissonância de Melkor cresceu em tumulto e o enfrentou. Mais uma vez houve uma guerra sonora, mais violenta do que antes, até que muitos dos Ainur ficaram consternados e não cantaram mais, e Melkor pôde dominar. Ergueu-se então novamente Ilúvatar, e os Ainur perceberam que sua expressão era severa. Ele levantou a mão direita, e vejam! Um terceiro tema cresceu em meio à confusão, diferente dos outros. Pois, de início parecia terno e doce, um singelo murmúrio de sons suaves em melodias delicadas; mas ele não podia ser subjugado e acumulava poder e profundidade. E afinal pareceu haver duas músicas evoluindo ao mesmo tempo diante do trono de Ilúvatar, e elas eram totalmente díspares. Uma era profunda, vasta e bela, mas lenta e mesclada a uma tristeza incomensurável, na qual sua beleza tivera principalmente origem. A outra havia agora alcançado uma unidade própria; mas era alta, fútil e infindavelmente repetitiva; tinha pouca harmonia, antes um som uníssono e clamoroso como o de muitas trombetas soando apenas algumas notas. E procurava abafar a outra música pela violência de sua voz, mas suas notas mais triunfais pareciam ser adotadas pela outra e entremeadas em seu próprio arranjo solene. No meio dessa contenda, na qual as mansões de Ilúvatar sacudiram, e um tremor se espalhou, atingindo os silêncios até então impassíveis, Ilúvatar ergueu-se mais uma vez, e sua expressão era terrível de ver. Ele então levantou as duas mãos, e num acorde, mais profundo que o Abismo, mais alto que o Firmamento, penetrante como a luz do olho de Ilúvatar, a Música cessou. Então, falou Ilúvatar e disse: - Poderosos são os Ainur, e o mais poderoso dentre eles é Melkor; mas, para que ele saiba, e saibam todos os Ainur, que eu sou Ilúvatar, essas melodias que vocês entoaram, irei mostrá-las para que vejam o que fizeram E tu, Melkor, verás que nenhum tema pode ser tocado sem ter em mim sua fonte mais remota, nem ninguém pode alterar a música contra a minha vontade. E aquele que tentar, provará não ser senão meu instrumento na invenção de coisas ainda mais fantásticas, que ele próprio nunca imaginou.

Aprisionamento
9º nível de abjuração



- Você há de ver e há de confessar que não minto - disse Morgoth. E, levando Húrin de volta a Angband, colocou-o em um assento de pedra em um lugar alto de Thangorodrim, de onde podia ver ao longe a terra de Hithlum no oeste e as terras de Beleriand ao sul. Lá foi atado pelo poder de Morgoth; e Morgoth, de pé ao seu lado, o amaldiçoou novamente e pôs seu poder sobre ele, de forma que não podia se mexer daquele lugar, nem morrer, enquanto Morgoth não o libertasse.

- Agora fique aí sentado - disse Morgoth - e contemple as terras onde o mal e o desespero hão de acometer os que você me entregou. Pois ousou zombar de mim e questionou o poder de Melkor, Mestre dos destinos de Arda. Portanto, você há de ver com meus olhos e ouvir com meus ouvidos, e nada lhe será ocultado.



Rogar Maldição
9º nível de necromancia



- No entanto posso chegar a você e a toda a sua casa amaldiçoada - disse Morgoth, dominado pela ira -, e serão quebrados por minha vontade, mesmo que sejam todos feitos de aço. - E tomou um montante que jazia lá e o quebrou diante dos olhos de Húrin, e uma lasca lhe feriu o rosto; mas Húrin não se esquivou. Então Morgoth, estendendo o longo braço para Dor-lómin, amaldiçoou Húrin, Morwen e seus descendentes: - Olhe! A sombra de meu pensamento pesará sobre eles aonde quer que vão, e meu ódio há de persegui-los até os confins do mundo.

(...)

- Você o diz - afirmou Morgoth. - Eu sou o Rei Mais Velho: Melkor, primeiro e mais poderoso de todos os Valar, que era antes do mundo, e o fez. A sombra de meu propósito paira sobre Arda, e tudo que nela está se curva lenta e seguramente à minha vontade. Mas sobre todos os que você ama meu pensamento há de pesar como uma nuvem do destino, e há de afundá-los em trevas e desespero. Aonde quer que vão, o mal surgirá. Quando quer que falem, suas palavras hão de trazer mau conselho. O que quer que façam há de se voltar contra eles. Hão de morrer sem esperança, amaldiçoando tanto a vida quanto a morte.




Alterar Forma
9º nível de transmutação



Então os Valar assumiram formas e matizes; e, atraídos para o Mundo pelo amor aos Filhos de Ilúvatar, por quem esperavam, adotaram formas de acordo com o estilo que haviam contemplado na Visão de Ilúvatar, menos na majestade e no esplendor.

(...)

Mas as formas com as quais os Grandes se ornamentam não são sempre semelhantes às formas dos reis e rainhas dos Filhos de Ilúvatar; já que às vezes eles podem se revestir do próprio pensamento, tornado visível em formas de majestade e terror.

(...)

Cresceu-lhe então muito mais a inveja; e ele também assumiu forma visível; mas, em virtude de seu ânimo e do rancor que nele ardia, essa forma era escura e terrível. E ele desceu sobre Arda com poder e majestade maiores do que os de qualquer outro Vala, como uma montanha que avança sobre o mar e tem seu topo acima das nuvens, que é revestida de gelo e coroada de fumaça e fogo, e a luz dos olhos de Melkor era como uma chama que faz murchar com seu calor e perfura com um frio mortal.



Terremoto
8º nível de evocação



Então, os Valar cruzaram a Terra-média, e montaram guarda para vigiar Cuiviénen; e daí em diante os quendi nada souberam da grande Batalha dos Poderes senão que a Terra tremia e gemia sob seus pés, e as águas mudavam de lugar; e ao norte havia clarões como os de enormes fogueiras.

(...)

Naquela hora, o grito de Morgoth foi o maior e mais horrendo jamais ouvido no norte do mundo. Abalou as montanhas, a terra tremeu e rochas se fenderam.

Pois a Terra tremia ao norte com o estrondo das forjas subterrâneas de Morgoth.

Telepatia
8º nível de evocação



Os Encarnados possuem pela natureza da sáma as mesmas aptidões; mas a sua percepção é obscurecida pelo hröa, pois seu fëa é ligado ao seu hröa, e seu procedimento normal é através do hröa, que é em si parte de Eä, sem pensamento. O obscurecimento é de fato duplo; pois o pensamento tem que passar do manto de um hröa e penetrar em outro. Por essa razão, nos Encarnados, a transmissão de pensamento requer fortalecimento para ser efetiva. O Fortalecimento pode ser por afinidade, por urgência, ou por autoridade.

A Afinidade pode ser devido ao parentesco; pois isso pode aumentar a semelhança de hröa para hröa, e também dos interesses e modos de pensamento dos fëar residentes; o parentesco também é normalmente acompanhado por amor e simpatia. A Afinidade pode vir simplesmente do amor e amizade, que é a semelhança ou afinidade de fëa para fëa.

A Urgência é transmitida por grande necessidade do “remetente” (como em contentamento, pesar ou medo); e se essas questões forem comuns em qualquer grau ao “receptor”, o pensamento é o mais claro recebido. A Autoridade também pode conceder força ao pensamento de alguém que possui uma responsabilidade quanto a outro, ou de qualquer governante que tenha um direito a emitir comandos ou a buscar a verdade para o bem de outros.

Essas causas podem fortalecer o pensamento para passar os véus e alcançar uma mente receptora. Mas essa mente deve permanecer aberta, e ao menos passiva. Se, estando ciente que ele é endereçado, ela então se fecha, e nenhuma urgência ou afinidade permitirá o pensamento do remetente entrar.

Fortaleza Poderosa
8º nível de conjuração



Melkor iniciou então as escavações e a construção de uma enorme fortaleza nas profundezas da Terra, debaixo das montanhas escuras onde os raios de Illuin eram frios e pálidos. Esse reduto foi chamado Utumno.

(...)

E Melkor construiu também uma fortaleza e arsenal não muito distante do litoral noroeste, para resistir a qualquer ataque que viesse de Aman. Essa cidadela era comandada por Sauron, lugartenente de Melkor; e seu nome era Angband.

(...)

Ali, voltou a escavar seus enormes salões subterrâneos e calabouços; e, acima de seus portões, ergueu os picos tríplices das Thangorodrim, e uma densa nuvem de fumaça escura os envolveu eternamente.



Evaporação De Abi
8º nível de necromancia



E, embora os Valar ainda nada soubessem a respeito, mesmo assim a perversidade de Melkor e a influência maléfica de seu ódio emanavam de lá, e a Primavera de Arda foi destruída. Os seres verdes adoeceram e apodreceram, os rios foram obstruídos por algas e lodo; criaram-se pântanos, repelentes e venenosos, criatórios de moscas; as florestas tornaram-se sombrias e perigosas, antros do medo; e as feras se transformaram em monstros de chifre e marfim e tingiram a terra de sangue.


Escuridão Enlouquecedora
8º nível de evocação



E toda a floresta das encostas setentrionais daquela região foi aos poucos se transformando numa região de tamanho pavor e feitiços sinistros, que nem mesmo os orcs nela penetravam, a menos que a necessidade os forçasse, e ela se chamou Deldúwath, e Taur-nu-Fuin, a Floresta Sob a Sombra da Noite. As árvores que ali cresceram depois do incêndio eram negras e sinistras, com as raízes enroscadas, tateando no escuro como garras de animais. E aqueles que se desgarravam no meio delas ficavam perdidos e cegos, e eram estrangulados ou perseguidos até a loucura por espectros aterrorizantes.

(...)

Ered Gorgoroth, e a seus pés havia sombras ali dispostas antes do surgimento da Lua. Mais além, ficavam os ermos de Dungortheb, onde os feitiços de Sauron e o poder de Melian se enfrentavam, e o horror e a loucura andavam a solta.



Nuvem Incendiária
8º nível de conjuração



Contempla a neve, e o belo trabalho da geada! Melkor criou calores e fogo sem limites, e não conseguiu secar teu desejo nem sufocar de todo a música dos mares.

(...)

Começou desejando a Luz; mas, quando viu que não podia possuí-la só para si, desceu através do fogo e da ira, em enormes labaredas, até as Trevas.

(...)

E nas trevas habitava Melkor, e ele ainda saía com freqüência, sob muitos disfarces de poder e terror, brandindo o frio e o fogo, dos cumes das montanhas às fornalhas profundas que se encontram sob elas; e tudo o que fosse cruel, violento ou fatal naqueles tempos é a ele atribuído.



Dominar Monstro
8º nível de encantamento



Como caçador poderoso vinha com lança e arco, perseguindo até a morte os monstros e as criaturas impiedosas do reino de Melkor; e seu cavalo branco Nahar brilhava como prata nas sombras.

(...)

Os seres nefastos que ele havia pervertido andavam a solta, e os bosques escuros e sonolentos eram assombrados por monstros e formas pavorosas. E, em Útumno, reuniu ele ao seu redor seus demônios, aqueles espíritos que primeiro lhe haviam sido leais nos seus dias de esplendor e se tornado mais parecidos com ele em sua depravação Seus corações eram de fogo, mas eles se ocultavam nas trevas, e o terror ia à sua frente, com seus açoites de chamas. Balrogs foram eles chamados na Terra-média em tempos mais recentes. E, naquela época sombria, Melkor gerou muitos outros monstros de variados tipos e formas, que por muito tempo atormentaram o mundo. E seu reino cada vez mais se espalhava na direção sul, pela Terra-média.

(...)

Passados mais de cem anos, Glaurung, o primeiro dos urulóki, os dragões de fogo do norte, saiu pelos portões de Angband à noite.

(...)

Na vanguarda desse incêndio vinha Glaurung, o Dourado, pai de todos os dragões, no apogeu de sua força. Atrás dele vinham balrogs, e atrás destes vinham os exércitos sinistros dos orcs, em multidões tais como os noldor nunca haviam visto ou imaginado.



Controlar O Clima
8º nível de transmutação



Contempla a neve, e o belo trabalho da geada! Melkor criou calores e fogo sem limites, e não conseguiu secar teu desejo nem sufocar de todo a música dos mares. Admira então a altura e a glória das nuvens, e das névoas em permanente mutação; e ouve a chuva a cair sobre a Terra! E nessas nuvens, tu és levado mais para perto de Manwë, teu amigo, a quem amas. Respondeu então Ulmo: - Na verdade, a Água tornou-se agora mais bela do que meu coração imaginava. Meu pensamento secreto não havia concebido o floco de neve, nem em toda a minha música estava contida a chuva que cai. Procurarei Manwë para que ele e eu possamos criar melodias eternamente para teu prazer! - E Manwë e Ulmo se aliaram desde o início, e sob todos os aspectos serviram com a máxima fidelidade aos objetivos de Ilúvatar.

(...)

No entanto, quando se aproximou o meio do inverno, a neve veio do norte mais pesada do que a conheciam nos vales dos rios, e o Amon Rûdh foi coberto por uma espessa camada. Dizia-se que os invernos estavam piorando em Beleriand à medida que crescia o poder de Angband.



Aura Sagrada
8º nível de abjuração



E essa morada poderia parecer insignificante para quem leve em conta apenas a majestade dos Ainur, e não sua terrível perspicácia; e considere toda a área de Arda como o alicerce de uma coluna e a erga até que o cone do seu topo seja mais aguçado que uma agulha; ou contemple somente a vastidão incomensurável do Mundo, que os Ainur ainda estão moldando, não a precisão detalhada com que moldam todas as coisas que ali existem.




Tempestade De Fogo
7º nível de evocação



E tão súbita e desastrosa foi a investida dessa terrível esquadrilha, que o exército dos Valar foi forçado a recuar, pois a chegada dos dragões veio acompanhada de fortes trovões, relâmpagos e uma tempestade de fogo.



Miragem
7º nível de ilusão



E então a terra adormecida tremia ao som de seus cascos dourados; e, no crepúsculo do mundo, Oromë costumava fazer soar a Valaróma, sua grande trompa, pelas planícies de Arda; nesse momento, as montanhas reverberavam o som, as sombras do mal fugiam, e o próprio Melkor tremia em Utumno, prevendo a ira que estava por vir. Porém, assim que Oromë passava, os servos de Melkor voltavam a se reunir; e as terras se cobriam de sombras e falsidade.



Forma Etérea

7º nível de transmutação



Pois ele ainda era um Valar, e podia mudar sua apresentação ou andar sem forma, como seus irmãos; embora esse poder ele logo perdesse para sempre.



Teletransporte
7º nível de conjuração


Mas, quanto aos próprios Valar, e os Maiar também em seu grau: eles poderiam viver a qualquer velocidade de pensamento ou movimento que eles escolheram ou desejassem. Podiam mover-se para trás ou para a frente em pensamentos, e voltar novamente tão rapidamente que para aqueles que estavam na presença deles, não pareciam se mudar.





Regeneração
7º nível de transmutação



Poder-se-ia esperar, portanto, que o espírito negro do ‘restante’ de Melkor, eventualmente e após longas eras crescesse novamente, e mesmo (como alguns defendem) recuperar para si alguma parte de seu poder anteriormente dissipado. Ele o faria (mesmo Sauron não poderia) devido à sua relativa grandeza. Ele não se arrependeu, ou finalmente se livrou de sua obsessão, mas mantinha ainda resquícios de sabedoria, de forma que ele ainda poderia buscar seu objetivo indiretamente, e não simplesmente cegamente. Ele descansaria, buscaria curar a si mesmo, se distrairia com outros pensamentos e desejos e aparatos – mas tudo simplesmente para recuperar força suficiente para retornar a atacar os Valar, e à sua antiga obsessão. Enquanto crescesse ele se tornaria, como fora, uma sombra escura, aguardando nos confins de Arda e a desejando.

Visão Da Verdade
6º nível de adivinhação



Ali, Beren, na forma de lobo, esgueirou-se para baixo do trono; mas Lúthien foi despida do disfarce pela vontade de Morgoth, que voltou seu olhar para ela. Ela não se intimidou com os olhos de Morgoth.



Sugestão Em Massa
6º nível de encantamento



Daquela época em diante, instigado por esse desejo, ele buscou, cada vez mais avidamente, um meio de destruir Fëanor e encerrar a amizade entre os Valar e os elfos; mas disfarçou seus objetivos com astúcia, e nenhuma malignidade podia ser vislumbrada no semblante que ele apresentava. Por muito tempo dedicou-se ele a esse trabalho, e a princípio lentos e estéreis eram seus esforços. Contudo, quem semeia mentiras no final não deixará de ter sua colheita; e em breve poderá descansar da labuta enquanto outros vão colher e semear em seu lugar. Melkor sempre encontrava ouvidos que lhe dessem atenção, e algumas línguas que aumentassem o que haviam escutado; e suas mentiras passaram de amigo a amigo, como segredos cujo conhecimento demonstra a sabedoria de quem os revela. Amargo foi o preço pago pelos noldor, nos tempos que se seguiram, pela tolice de manter os ouvidos abertos. Quando via que muitos se inclinavam em sua direção, Melkor costumava caminhar entre eles; e, em meio a suas belas palavras, eram entremeadas outras, com tanta sutileza, que muitos daqueles que as ouviam, ao procurar se lembrar, acreditavam terem elas brotado de seu próprio pensamento. Ele fazia surgirem visões em seus corações dos esplêndidos reinos que eles poderiam ter governado por si mesmos, em poder e liberdade, no leste; e então se espalharam rumores de que os Valar teriam atraído os eldar para Aman em decorrência de sua inveja, temendo que a beleza dos quendi e o poder criador que Ilúvatar lhes havia transmitido crescessem tanto, que os Valar não pudessem mais controlá-lo, à medida que os elfos crescessem e se espalhassem pelas terras do mundo.

(...)

Pois agora, mais do que nos tempos de Utumno, antes que seu orgulho sofresse humilhação, o ódio o devorava; e ele consagrava seu espírito a dominar seus servos e a inspirar-lhes o desejo do mal.


Mover Terra
6º nível de transmutação



Já as montanhas eram as Hithaeglir, as Torres de Névoa nas fronteiras de Eriador. Eram, entretanto, mais altas e mais terríveis naquela época e haviam sido erguidas por Melkor para impedir à cavalgada de Oromë.



Ataque Visual
6º nível de necromancia



E alguns ele amedrontou tanto com o terror de seus olhos, que eles não precisavam mais de correntes, mas viviam apavorados, fazendo sua vontade onde quer que estivessem.


Proteger Fortaleza
6º nível de abjuração



Melkor, porém, confiante na resistência de Utumno e no poder de seus servos, apresentou-se de repente para a luta e deu o primeiro golpe antes que os Valar estivessem preparados, atacou as luzes de Illuin e Ormal, arrasou suas colunas e quebrou suas lamparinas.

(...)

As terras do extremo norte tornaram-se ainda mais desoladas nesse período; pois lá Utumno havia sido escavada a enorme profundidade, e seus subterrâneos estavam cheios de fogos e de grandes contingentes de servos de Melkor.



Criar Homúnculo
6º nível de transmutação



Não tenho certeza sobre os Trolls. Acredito que sejam meras “imitações” e, portanto (embora aqui, é claro, eu esteja apenas usando elementos de antiga criação mítica bárbara que não possuía uma metafísica “consciente”), voltam a ser meras imagens de pedra quando não estão no escuro. Mas há outras espécies de Trolls além desses extremamente ridículos, ainda que brutais, Trolls-de-pedra, para os quais outras origens são sugeridas.

É claro que (visto que inevitavelmente meu mundo é por demais imperfeito mesmo em seu próprio plano, nem foi feito completamente coerente — nosso Mundo Real também não parece ser completamente coerente; e, na verdade, eu mesmo não estou convencido de que, embora em cada mundo em cada plano tudo deva estar, no final das contas, sob a Vontade de Deus, mesmo no nosso não haja algumas imitações subcriacionais “toleradas”!) quando você faz Trolls falarem, está lhes dando um poder que no nosso mundo (provavelmente) significa a posse de uma “alma”. Porém, não concordo (caso o senhor admita esse elemento de contos de fadas) que meus trolls apresentam qualquer sinal de “bem” estrita e não sentimentalmente observado.


Praga
5º nível de necromancia



Quando estava com três anos, porém, surgiu uma peste em Hith1um, trazida por um vento nefasto de Angband, e ela morreu.

(...)

E, no outono daquele ano, para confirmar suas palavras, veio um vento malévolo do norte sob céus de chumbo. Chamavam-no Hálito Maligno, pois era pestilento; e muitos adoeceram e morreram no outono, nas terras do norte que faziam limite com Anfauglith, e eram em sua maioria crianças ou jovens que cresciam nas casas dos homens.

Onda Destrutiva
5º nível de evocação



Morgoth então ergueu bem alto Grond, o Martelo do Mundo Subterrâneo, e o fez baixar como um raio. Fingolfin, porém, deu um salto para o lado, e Grond abriu um tremendo buraco na terra, de onde jorraram fumaça e fogo. Muitas vezes Morgoth tentou esmagá-la, e a cada vez Fingolfin escapava com um salto, como o relâmpago que sai de uma nuvem escura.

(...)

Entretanto, a terra estava toda esburacada e rasgada ao seu redor, e ele tropeçou e caiu para trás aos pés de Morgoth.



Cúpula Antivida
5º nível de abjuração



Deixaremos então desoladas e repletas de maldade as terras de sua morada? Será que eles caminharão nas trevas enquanto nós temos a luz? Eles chamarão Melkor de senhor enquanto Manwë tem seu trono na Taniquetil?

(...)

Subiu bem alto pelos contrafortes das Thangorodrim e contemplou em desespero a desolação daquela terra; mas nenhuma passagem ou fenda conseguiu encontrar através da qual pudesse penetrar na fortaleza de Morgoth.

(...)

Essas torres eram negras, desoladas e extremamente altas. De seu cume saía fumaça, escura e repugnante para os céus do norte. Diante dos portões de Angband, a imundície e a devastação se espalhavam na direção sul por muitos quilômetros pela planície de Ard-galen.



Consagrar
5º nível de evocação



Auxiliado pela própria escuridão criada por Morgoth, chegou sem ser visto ao reduto dos inimigos.

(...)

De seu cume saía fumaça, escura e repugnante para os céus do norte.

(...)

Dizem que no início os anões foram feitos por Aulë na escuridão da Terra-média.

(...)

Enquanto as Lamparinas brilhavam, ali tivera início um crescimento que agora estava interrompido porque tudo voltara à escuridão.



Conhecimento Lendário
5º nível de adivinhação



A morte é seu destino, o dom de Ilúvatar, que, com o passar do tempo, até os Poderes hão de invejar. Melkor, porém, lançou sua sombra sobre esse dom, confundindo-o com as trevas; e fez surgir o mal do bem; e o medo, da esperança.

(...)

Melkor, porém, falou-lhes em segredo dos homens mortais, percebendo que o silêncio dos Valar poderia ser distorcido. Pouco sabia ele, ainda, dos homens, pois, absorto em seu próprio pensamento, na Música, prestara pouquíssima atenção ao Terceiro Tema de Ilúvatar; mas agora corriam entre os elfos rumores de que Manwë os mantinha cativos, para que os homens pudessem chegar e suplantá-los nos territórios da Terra-média, pois os Valar consideravam que poderiam influenciar com maior facilidade essa raça mais fraca e de vida curta, privando os elfos da herança de Ilúvatar.



Chamado Infernal
5º nível de conjuração



Morgoth deu então um grito terrível, que ecoou pelas montanhas. Por esse motivo, aquela região foi chamada de Lammoth, pois os ecos de sua voz permaneceram ali para sempre, de tal modo que quem desse um grito naquele lugar os despertava, e todos os recantos isolados entre os montes e o mar ficavam cheios de um clamor de vozes em agonia. Naquela hora, o grito de Morgoth foi o maior e mais horrendo jamais ouvido no norte do mundo. Abalou as montanhas, a terra tremeu e rochas se fenderam. Nas profundezas de lugares esquecidos, aquele grito foi ouvido. Muito abaixo dos salões destruídos de Angband, em subterrâneos aos quais os Valar, na pressa de seu ataque, não haviam descido, balrogs ainda estavam escondidos, sempre à espera do retomo de seu Senhor. E agora, velozes, eles se ergueram e, passando por Hithlum, chegaram a Lammoth como uma tempestade de chamas.

c) Manwë - contemporâneo de Melkor e irmão do mesmo - vice regente de Iluvatar em Eä, Rei de Arda, Senhor dos Ventos;

d) Varda - senhora das estrelas que conhece todo o Universo e que manipula a gravidade;

e) Ulmo - senhor das águas, mas que mora "no oceano de fora", ou seja, navega pelo mar do espaço sideral igual ao que Vingilot e Earendil

f) Aulë - senhor da matéria que compõe planetas, meteoros, etc;

g) Yavanna - conceito de vida, ciclos de ecossistemas, mãe Terra - Gáia;

h) Mandos - Thanatos/Hela/Destino, irmão de Sandman - o julgador dos Valar;

i) Nienna - senhora do pesar e introduziu a compaixão em Arda;

j) Oromë - menos poderoso que Tulkas, mas mais terrível em sua fúria, o grande caçador dos monstros de Melkor;

Os Maiar, na minha opinião, estão mais para um nível planetário/continental, sendo assistentes dos Valar. A hierarquia seria esta:

a) Ilmarë - criada de Varda e quem sabe tenha auxiliado na formação das estrelas

b) Arien - a donzela do sol;

c) Eonwë - que supera todos em Armas, ajudou na derrota de Morgoth e introduziu os conceitos de civilização aos Númenorianos;

d) Tilion - o caçador da lua;

e) Ossê - causava tsunamis, tempestades e ainda ergueu (das profundezas) a ilha de Númenor;

f) Uinen - esposa de Ossë, cuja a cabeleira está em toda Arda;

g) Mélian - a melhor em canções de poder. Expulsou Ungoliant; ergueu a barreira de desorientação no Reino de Thingol - poder parecido, mas (possivelmente) mais potente que a de Galadriel em Lothlórien;

h) Mairon, o admirável - pupilo de Aulë;

i) Olórin, Mithrandir, Gandalf, o mais sábio dos Maiar;

O caso de Sauron é passível de ser analisado, pois existe o Sauron sem o Um-Anel, mas com a tutela de poderes de Morgoth:

Sauron até o final da 1ª Era apresentou (como Melkor/Morgoth) uma certa pluripotência. Devia de ter um poder capaz de rivalizar com Mélian, a Maia e (quem sabe) com Ossë:

Numa cronologia, vejo o seguinte:

- Mairon, antes da entrada no "Mundo que é", seria (como os Ainur em geral) um reality waper, ou seja, prenunciaram o universo e Arda na grande canção - o que vemos aqui é a utilização de propriedades angelicais originais - o que nasceu com ele, sendo o Ainu uma extensão/criação dos pensamentos de Iluvatar.

Criado Eä, Mairon passou a ser pupilo de Aulë - tendo seu alinhamento (e seus poderes ditos divinos) relacionados (ao meu ver) ao próprio Aulë - mais ou menos um assistente Hefestiano, relacionado a elaboração, criações de itens de mente/mãos, artesanato, tecnologia. No ramo elemental Mairon estaria nos moldes ou manipulação das substâncias físicas que compõem Arda: Terra, pedras preciosas, etc.

Temos então a traição aos Valar e de Admirável, o Inimigo vira Gorthaur, creio que este momento já nos demonstra um pouco da utilização dos conhecimentos artísticos adquiridos na tutela de Aulë em benefício de Melkor. Mas como? Eu, particularmente, teorizo que Sauron começou numa postura traiçoeira não só pela espionagem e transferências de informações do que ocorria na Corte dos Valar. Eu acho que ele sabotou o projeto das lâmpadas, haja vista estar, naquele momento, sob a égide dos Poderes - e como assistente de Aulë, deveria de saber os esquemas/mecanismo técnicos/arquitetônicos das lâmpadas - tendo enfraquecido propositalmente a obra.

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Nos embates entre os poderes, em que a Terra Gemia e os mares foram alargados (uma verdadeira titanomaquia), Sauron agiu como lugar tenente em Angband num sentido estritamente logístico/estratégico, ou seja, reter o maior número possível das hostes dos Valar, impedindo que Utunmo fosse afligida por um número maior de inimigos - não houve ao meu ver uma demonstração clara do nível pessoal de poder saurônico neste período, mas pode-se ver o uso do conhecimento inato no entendimento dos mecanismos naturais, mas diferentemente das atribuições na tutelagem de Aulë: criação artística/artesão - em favor de Melkor: conhecimento geológico com vulcanismo, terremotos e outros fenômenos entrópicos para manter afastado o exército que provavelmente cercava e investia contra Angband:

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O que eu vejo nisso é o fato de Sauron possuir o conhecimento inato, mas quem atribui os poderes ou transmite a energia para que tais fenômenos pudessem ser realizados por Sauron é o próprio Morgoth, a exemplo do que ele fez (guardando as devidas proporções dos casos) em favor de Ungoliant e Carcharoth. O silma dá até uma assertiva neste sentido:

Pois, sob o comando de Morgoth,seu poder era imenso

Acho que o processo metafísico se assemelharia com o que ocorreu com o Witch King - que Tolkien diferencia o Rei Bruxo na perseguição à Frodo (que fugiu do fogo de Aragorn no Topo do Vento) com o Rei Bruxo no Cerco a Minas Tirith, que ignorou as chamas rubras presentes no Campo de Pelennor. A esse poder Tolkien descreve como sendo "Demonic Force/Power" que Sauron transmitiu ao seu Grande Capitão.

Então partimos para a 1ª era, o que para muitos seria o auge energético/poderio/mágico de Sauron. O que ele fez nesse período? Pelo pouco que temos:

- Era capaz de aprisionar almas/espectros em uma Matrix Espiritual - aspecto presente na Balada de Leithian e citado nas obras e brevemente detalhado no Retorno do Rei. E utilização de espectros para ilusões e demais artimanhas. Quem sabe os fantasmas e espíritos que perseguiam e estrangulavam os infelizes que adentravam a floresta de Taur nu Fuin sejam das hostes do Necromante, vai saber. E quem seriam esses espectros? Ao meu ver são os Maiar servos de Melkor, destruídos nos embates com os Valar e utilizados na criação de lobisomens, já que Sauron aprisionava espíritos apavorantes nos corpos dessas criaturas.

A Sauron, capitão da hoste, o senhor de lobisomens e fantasmas, o mais hediondo e cruel de todos os que se ajoelham diante do trono de Morgoth. (...) Seu idiota: vistes um fantasma que eu, eu Sauron fiz para enganar a tua vista. Nada mais estava ali. Os espectros de Sauron são demasiado frios para casar! (,,,) Com feitiços esse necromante nas suas hostes mantinha
espectros e fantasmas errantes, feitiços falhados e ilegítimos monstros que à sua volta se apinhavam, cumprindo as suas ordens escuras e vilãs: os lobisomens da Ilha do Feiticeiro.

Utilizando para iludir Gorlim, o infeliz:

Um dia, no outono, ele chegou na hora do crepúsculo e, ao se aproximar, pensou ter visto uma luz à janela. Aproximando-se com toda a cautela, espiou lá dentro. Ali viu Eilinel, com o rosto aflito de tristeza e fome, e Gorlim pareceu ouvir sua voz lamentando ter sido abandonada. Porém, no exato momento em que ele deu um grito, a luz foi apagada pelo vento. Lobos uivaram, e ele de repente sentiu nos ombros as pesadas mãos dos caçadores de Sauron (...) Então, Sauron deu uma risada, zombou de Gorlim e revelou que o que havia visto era uma aparição criada por feitiços para atraí-lo, pois Eilinel estava morta.

- Shapeshifter: Essa é uma capacidade inata dos Ainur, sendo capazes de assumirem diversas formas, tornando seus pensamentos em formas físicas - desde existências humanoides ou monstruosas/lovecraftinianas. No caso de Sauron: Feiticeiro, Lobisomem, Serpente, Vampiro, etc.

Ora, Sauron (...) Assumiu, portanto, a forma de um lobisomem e se fez o mais poderoso que já havia pisado no mundo.(...) Sauron, então, mudou de forma, de lobo para serpente, e de monstro para sua forma costumeira, (...) Sauron assumiu a forma de um vampiro, imenso como uma nuvem escura que encobre a lua.

- Mas o principal feito na realizações da 1ª era não foi o embate contra Huan, nem as canções de poder com Finrod (habilidade angelical - divina originalmente feita para interagir com a realidade de Arda e seus fenômenos). Na minha opinião, a tomada da fortaleza de Tol-Sirion fora um evento pouco valorizado, uma vez que esta fortaleza estava sob proteção do próprio Ulmo, e Sauron foi capaz não só de suplantar a bênção do Senhor das Águas, como também expulsou e destruiu a guarnição élfica comandada por Orodreth. Sendo capaz disso, quem sabe ele teria capacidade de ir igual para igual com Ossë e Uinen em termos de poder:

Por quase dois anos depois da Dagor Bragollach, os noldor ainda defendiam a passagem ocidental
perto das nascentes do Sirion, pois o poder de Ulmo estava naquela água, e Minas Tirith resistia aos orcs. (...) Sauron agorase tornara um feiticeiro de poder tremendo, mestre das sombras e dos espectros, torpe na inteligência, cruel na força, deformando tudo o que tocava, confundindo o que governava, senhor de lobisomens.

Ademais, ele parecia fazer frente aos poderes de Mélian, a Maia, sendo um capaz de anular o poder do outro:

Mais além, ficavam os ermos de Dungortheb, onde os feitiços de Sauron e o poder de Melian se enfrentavam, e o horror e a loucura andavam a solta.

Sauron durante a criação dos Anéis de Poder estaria no nível de Mairon, o admirável:

Nesta cronologia leva-se em conta que após a derrota e expulsão da ilha de Tol Sirion (embate Huan e Lúthien), Sauron fora "deserdado" (e desertou também) do comando e do pronto fornecimento desta "demonic power" oferecida por Melkor. Acho que após o estarrecimento com a destruição da Guerra da Ira e o voto de arrependimento à Eonwë, vejo Sauron retornando aos "seus poderes originais" - shapeshifter, conhecimento técnico/artístico (elementos da época da tutelagem de Aulë), mas com a manutenção de aspectos ligados à Melkor: trapaça, enganação, atuação, lábia divina.

Temos então os séculos de decadência e obscuridade na T.M, com os homens em estado primitivo , haja vista o cataclismo em Beleriand e a natural perda do conhecimento - nos moldes da Lenda do "Enigma do Aço" retratado em Conan, ou seja, uma civilização ou belle Époque sofrem uma catástrofe de grandes proporções é um sinônimo de obscuridade e primitivismo tecnológico - uma espécie de Dark Age na T.M: http://www.valinor.com.br/forum/top...em-do-tempo-e-tecnologia.148773/#post-2625740

É possível que os territórios em que Conan viaja fizessem parte de uma fronteira ou posto avançado da civilização perdida, que teria tecnologia superior. Esta hipótese parece ser apoiada pela descoberta, no filme, de uma ruína/túmulo onde o herói encontra uma Atlantean sword, que é feita de aço. Resta saber se os cimérios aprenderam a fabricar aço pelos atlantes, ou são um resto do povo mítico. Numa nota um pouco diferente, é de perguntar se os atlantes podem ser identificados com os gigantes da mitologia dos cimérios, derrotados por Crom com "fogo e vento dos céus" que fizeram "tremer a terra" e "lançaram os gigantes às águas". Há três pontos fundamentais para a mitologia do filme. O primeiro é o momento em que o pai de Conan lhe explica a teogonia de Crom e dos titãs. As semelhanças com a mitologia grega e a ascensão dos deuses do Olimpo são completas, com a excepção do aspecto crucial que faz dos cimérios de Howard um povo especial: os deuses perderam o segredo do fabrico do aço, agora nas mãos dos humanos. Desde então, os cimérios são invejados pela sua técnica metalúrgica por deuses e homens.

Os primeiros séculos da 2ª era - época do Sauron andarilho. A situação geopolítica se pautava na formação dos reinos élficos e uma espécie de renascimento da estirpe Noldo em Eregion. Mas os monstros, orcs, feras e demais servos de Morgoth estavam dispersos e sem liderança. Em relação aos homens, Sauron deve ter se utilizados da 3ª Lei de Clarke: https://pt.wikipedia.org/wiki/Leis_de_Clarke para cooptá-los a sua causa:

Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível de magia.

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Neste cenário de decadência, obscuridade e primitivismo, um "deus benevolente" chega e traz ensinamentos de cunho tecnológico que impacta no desenvolvimento social, econômico e político das sociedades que interagem com essa divindade andante - na melhor das hipóteses Sauron já estava pensando à longo prazo, ou seja, fortalecimento militar, submissão e dependência tecnológica dos homens pré-históricos para uma futura conquista aos bolsões opositores que ficavam no noroeste da T.M - principalmente em Eriador - isso equivale a uma interferência no desenvolvimento normal de uma cultura ou sociedade, tolhendo-se toda e qualquer liberdade ou inovação (social, tecnologia, governo, etc) que pudessem atentar ou questionar esse falso Prometeu. Isso me lembrou um aspecto tratado em Star Trek - a Diretriz Primária: https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Diretriz_(Star_Trek)

É proíbido a todas as naves e membros da Frota Estelar interferir com o desenvolvimento normal de uma cultura ou sociedade. Essa diretiva é mais importantes do que a proteção das naves ou membros da Frota Estelar. Perdas são toleradas, caso sejam necessárias para a observação dessa diretiva.

Nesta demonstração de milagres e poderes (na minha visão era o uso de tecnologias e conhecimentos de sua época com Aulë), os homens ignorantes passaram a entender isso tudo num sentido estritamente religioso - transmutando a produção tecnológica em rituais, impondo dogmas para evitar questionamentos do que seriam esses conhecimentos (como se fossem cultos de mistérios, em que apenas a elite sacerdotal pudesse ter acesso) - mais ou menos o que o Planeta Terminus fazia na trilogia fundação de Isaac Azimov, quando monopolizava o conhecimento e fornecia os aparatos aos planetas incultos que entendiam tal conhecimento como sendo magia ou favor divino: https://pt.wikipedia.org/wiki/Foundation

Neste sentido temos a participação na confecção dos anéis de poder. Quais seriam suas funções essenciais/principais? Os ferreiros élficos queriam gerar bolsões de paraíso no mundo mortal, a grosso modo, trazer a boa aventurara e estrutura física divina/temporal à Terra Média. Isso seria uma espécie de poder de manipulação no tempo - espaço. O tempo e espaço nesses locais passariam de forma diferente da parte de fora desses bolsões, mantendo eterno as coisas que são mortais/perenes (fruto do "ingrediente morgoth" presente na matéria/átomo), o que me faz até pensar se não dá para encaixar Teoria da Relatividade Geral e/ou Especialnesses territórios (em relação as árvores, rios, pedras, etc) que não envelhecem como seus semelhantes "de fora", ou seja, eles estariam em uma velocidade diferente, conforme percebido por Samwise:

- É muito estranho – murmurou ele. - A lua é a mesma no Condado e nas Terras Ermas, ou deveria ser. Mas ou ela está fora de seu curso, ou estou completamente errado em meus cálculos. O senhor se lembra, Sr. Frodo, que a lua estava no quarto minguante quando estávamos no flet em cima da árvore: uma semana depois da lua cheia, eu calculo. E ontem fez uma semana que estamos viajando, quando apareceu uma lua nova, fina como a apara de uma unha, como se não tivéssemos ficado tempo algum na terra dos elfos. - Bem, eu me lembro com certeza de três noites, e tenho a impressão de lembrar de várias outras, mas juraria que não completamos um mês de estada lá. Qualquer um pensaria que lá o tempo não contou!
- E talvez tenha sido isso mesmo - disse Frodo. - Naquela terra, talvez estivéssemos num tempo que já se passou há muito em outros lugares. Acho que foi só quando o Veio de Prata nos levou de volta para o Anduin que voltamos ao tempo que corre através das terras mortais, em direção ao Grande Mar. E eu não me lembro de
nenhuma lua, velha ou nova, em Caras Galadhon: só estrelas à noite, e sol de dia.

Realizados tais artefatos, Sauron poderia controlar os pensamentos e ações dos seus portadores (19 elfos controlados parecem pouco, mas nesse caso não é). Imaginem 19 agentes controlados com artefatos reality warpers; imaginem então um falso deus mestre no conhecimento químico, físico e geológico - tipo um assistente do deus vulcano. Imaginem ele controlando artefatos que aumentam a potência/força/magia ou capacidade de seu portador. Ora, com os 9 anéis dados aos homens, Sauron acessava e controlava uma dimensão espiritual. Se ele tivesse acesso aos 3 anéis - fogo, água e terra - ele poderia ter virado uma espécie de Demiurgo - controlaria a própria realidade, suas leis, seus fenômenos naturais - de forma que as criaturas racionais que ele desejava comandar (os elfos em especial) estariam presas num mundo de ilusões (uma das especialidades de Sauron) - tipo um falso paraíso ou quem sabe uma Matrix, tudo de acordo com sua vontade e bel prazer:

Se com Galadriel e Elrond que não possuíam as capacidades, conhecimentos e poderes nativos comparáveis com o de Sauron conseguiram parar/alterar a passagem de tempo em pequenas extensões territoriais, imaginem um Maia de grande potência como Sauron. Dentre os poderes específicos dos anéis:

- Em Valfenda, Elrond teve controle total do Rio contra os Nazgûl (controle das águas - coisa que Ulmo fez em Tol Sirion). Repeliu o cerco nas Guerras entre Angmar e os reinos de Arnor. Sendo um mestre das tradições, estudos e sabedoria - Valfenda externa tal intenção em um lugar de repouso, leitura, pensamento, busca de conhecimento e sabedoria.

- Em Lothlórien: Galadriel consegue gerar portais que aceleram a passagem de quem entra neles - espécies de buracos de minhocas - à exemplo do que ela fez quando o Eored de Eorl, o jovem, atravessou sem som e sem tocar o chão centenas de milhas num túnel de névoa com o teto embranquecido. Ademais, as extensões de Lórien conseguem repelir seres com alinhamentos/intenções desejáveis, vide os 3 ataques à floresta feitas pelos exércitos de Dol Gouldur.

Se com 2 elfos haviam isso, com Sauron os 3 anéis teriam um alcance muito maior, quem sabe o bolsão de Valfenda e Lórien (limitados territorialmente) se estenderiam à todo Planeta? Em vez de repelir exércitos de Orcs, Sauron faria uma barreira que repeliria exércitos de Valinor. Em vez de controlar um rio, Sauron controlasse o mar. Em vez de controlar uma floresta, controlasse a terra. É como Tolkien disse, os elfos seriam cientistas loucos:

Sauron em Númenor. Na minha opinião estava tão poderoso quanto Ossë, servo de Ulmo:

Comecemos pela "rendição" de Sauron. Tolkien fala em cartas que a rendição de Sauron foi astuta e voluntariosa. Ademais, os Númenorianos não seriam capaz de controlá-lo militarmente:

Então Sauron recorreu ao logro. Entregou-se e foi levado à Númenor como um refém-prisioneiro. Mas, é claro, ele era uma pessoa “divina” (nos termos desta mitologia; um membro menor da raça dos Valar) e, dessa forma, poderoso demais para ser controlado dessa maneira. A “rendição” pessoal de Sauron foi voluntária e astuta*: ele conseguiu livre transporte para Númenor!

A atuação de Sauron na ilha é de um benesse e brilhantismo político sem igual, pois não houve a utilização de uma arma ofensiva terrível (sem raios laser, bomba de anti-matéria, força bruta. Como vemos por aí nos quadrinhos, tv, filmes). O modus operandi de Sauron está mais para um Ozymandias do Watchmen - intelecto em contraponto (ironicamente) ao uso de poderes divinos como um Dr. Manhattan. Eu simbolizo mais ou menos essa cena aqui:

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Sauron se pautou em conceitos. Ideias. Ora, parece séculos e séculos de isolacionismo e exclusão dos elfos na ilha fizeram com que as gerações posteriores esquecessem do passado de guerra, derrotas e escravizações que os pais dos Númenorianos sofreram em Beleriand. Neste sentido, um povo que se esquece de seu passado, de onde vieram e de quem vieram, são passíveis de cometerem os mesmos erros passados ou em maior grau. E Sauron parece ter se aproveitado disso.

Pois, quem controla o passado, controla o futuro. Quem controla o presente, controla o passado. Os regimes autoritários têm grande preocupação com a linguagem. Não basta apenas calar a divergência: também é preciso submeter a língua a uma torção que inverta o sentido das palavras. E para mim, Sauron se utilizou dessa arma. Coisa que até Melkor fazia em Valinor. Ora, se no paraíso dos deuses ele subvertia o significado das linguagem, imaginem numa terra em que a maioria da população estava degenerada em luxúria e guerra:

Pois, agora, tendo acesso aos ouvidos dos homens, Sauron com muitos argumentos negava tudo o que os Valar haviam ensinado. E disse aos homens que pensassem que no mundo, no leste e mesmo no oeste, ainda havia muitos mares e muitas terras a serem conquistadas, que possuíam tesouros sem conta. E, no entanto, se eles acabassem chegando ao final dessas terras e desses mares, para além de tudo ficava o Escuro Ancestral.

Sauron fez a mesma coisa, porém, além de fazer surgir o desejo por novas terras, novas conquistas, aqui, ele trouxe um desejo megalomaníaco de dominação de planetas, sistemas, quem sabe o espaço de Eä. Uma teocracia espacial, de homem submetidos à um deus. Bem, essa é a premissa de Warhammer - com Imperador deus da humanidade:

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Mas a principal ideia era a concessão da imortalidade, pois os homens, tendo pouco tempo de vida (se comparado aos elfos) não iriam desfrutar destas promessas. Desta forma, criou-se e disseminou-se o culto ao deus libertador que iria livrar os homens do "Arcontes" do grande monstro Demiurgico que aprisionou os corpos dos homens numa prisão estreita chamada Arda.

É nesse período de blasfêmia que inicia-se os cultos de sacrifícios humanos, tendo Sauron como sumo sacerdote - o cara passe de prisioneiro político à chefe teológico/religioso. Como argumentar contra um senhor da lábia e detentor de verdades dogmáticas naturais de quase todas as religiões? E, ainda mais imortal. Ele provavelmente mostrava que sua condição de imortalidade era alcançável também aos homens? Como um (falso) "Messias" que, nas religiões e histórias do nosso mundo tratavam de ensinamentos a serem seguidos para que outros pudessem também atingir a "iluminação" e saírem dessa condição de carne, sangue e ossos.

Aí vem grande momento de Sauron. Pois os Valar se encolerizaram com a Ilha. E a bombardearam com granizo, tempestades, raios e trovões. Do qual Sauron ficou incólume no topo do templo:

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Então os raios aumentaram e mataram homens nas colinas, nos campos e nas ruas da cidade. E uma faísca de fogo atingiu em cheio a cúpula do Templo e a fendeu, e ela ficou envolta em chamas. Mas o Templo em si não sofreu abalo, e Sauron ficou de pé em seu pináculo, desafiando os relâmpagos sem ser ferido.

Ou seja, o Inimigo foi capaz de suportar um fenômeno com cinco vezes a temperatura da superfície do Sol! - https://super.abril.com.br/blog/superlistas/9-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-raios/ - E não somente isso, mas os raios conseguiam destruir certas estruturas de Númenor (tendo rachado ao meio o Templo dedicado à Melkor) tão poderosas como a pedra de Orthanc ou os Muros de Minas Tirith.

É possível que Sauron usasse seus poderes e causasse as tempestades, os raios, as doenças e loucuras que atormentavam os homens em Númenor. E colocou a culpa nos Valar.

Sauron no final da 2ª era:

Analisando os poderes exercidos por Sauron imediatamente após a queda de Númenor, verifica-se o uso inato de uma habilidade dos Ainur em geral, ou seja, o mesmo assumiu forma etérea e exerceu uma telecinesia para carregar o Um anel para Mordor, conforme dito nas Cartas de Tolkien - numa versão a lá poltergeist:

Apesar de reduzido a “um espírito de ódio levado por um vento sombrio”, não acho que seja necessário se espantar com esse espírito levando embora o Um Anel, do qual seu poder de dominação de mentes agora dependia amplamente.
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Sauron, entretanto, não era de carne mortal; e, embora estivesse agora destituído dessa forma na qual havia cometido tamanho mal, para nunca mais voltar a parecer simpático aos olhos dos homens, mesmo assim seu espírito se elevou das profundezase passou como uma sombra e um vento escuro por cima do mar, voltando à Terra-média e a Mordor, que era seu lar.

Na Guerra da Última Aliança, o Inimigo passou menos de 2 séculos para assumir forma corpórea - em comparação à demora para gerar forma física na 3º era do Sol, razão pela qual, tendo em vista as análises passadas retratando os feitos e poderes de Sauron nas 1ª e 2ª era, percebe-se que o Inimigo é mais subestimado na 3ª era do que em qualquer outro momento. Mas lembrando, ele perdeu um corpo em Númenor, assumiu nova forma física e ainda exerceu poder o suficiente para gerar uma erupção vulcânica:

Ora, Sauron preparava a guerra contra os eldar e os homens de Ponente; e os fogos da Montanha foram mais uma vez atiçados. Motivo pelo qual, ao ver a fumaça de Orodruin ao longe e perceber que Sauron retomara, os númenorianos renomearam aquela montanha como Amon Amarth, o que significa Montanha da Perdição.

E sem contar que, mesmo com esse dispêndio de energia - houve ainda o exercício de telepatia a nível continental para reunir um contingente de servos dispersos em várias regiões longínquas - dos desertos de Harad às planícies de Rhûn - do longínquo leste ao litoral dos Númenorieanos Negros- imagino que tudo tenha sido por telepatia, pois o pesadelo logístico para mandar tantos mensageiros, para passarem as informações e reunir tantos exércitos - seria uma tarefa de nível mitológico, haja vista que as décadas em Númenor fez com que vários subordinados ficassem dispersos em vários territórios.

Sauron, é claro, foi “confundido” pelo desastre e diminuído (tendo despendido uma enorme energia na corrupção de Númenor). Ele precisava de tempo para sua própria reabilitação corpórea e para adquirir controle sobre seus antigos subordinados.

Verifica-se que o auge do nível de controle de mentes chegou à um nível monstruoso, pois não somente os seres racionais estavam dominados, mas as feras-bestas e demais animais estavam nos 2 lados no Campo de Dagorlad - sendo que o Silma fala que todos os seres estavam divididos, à exceção dos elfos:

De Imladris, eles atravessaram as Montanhas Nevoentas por muitos desfiladeiros e marcharam ao longo do Rio Anduin, chegando, afinal, a deparar com o exército de Sauron em Dagorlad, a Planície da Batalha, que se estende diante dos portões da Terra Negra. Naquele dia, todos os seres vivos estavam divididos; e alguns de cada espécie, mesmo entre os animais selvagens e as aves eram encontrados dos dois lados, à única exceção dos elfos Somente eles não se dividiram e seguiram a liderança de Gil-galad. Dos anões, poucos lutaram, fosse de um lado, fosse do outro. Mas a linhagem de Durin de Moria combateu Sauron.

Os números deveriam ser massivos, pois a batalha se estendeu não por horas, mas sim por dias e (quem sabe) até meses:

— É, sim — disse Gollum. — Todos mortos, todos podres. Elfos e homens e orcs. Os Pântanos Mortos. Houve uma grande batalha há muito tempo, sim, assim lhe disseram quando Sméagol era jovem, quando eu era jovem antes de o Precioso chegar. Foi uma grande batalha. Homens altos com grandes espadas, e elfos terríveis, e orcses gritando. Lutaram sobre a planície por dias e meses diante dos Portões Negros. Mas os Pântanos cresceram desde então, engoliram os túmulos, sempre se espalhando, se espalhando.

Sendo vitoriosos em Dagorlad, há uma série de vertentes/pontos de vistas que tentam trazer "à luz"/mais informações que não temos tanto no legendarium. Ora, o mesmo Sauron que ficou 7 anos "ruminando" na torre de Barad-dûr, enquanto os exércitos de homens, elfos e anões estreitavam o cerco à sua fortaleza, veio (lógico, é um exercício de imaginação ou "extrapolação") a utilizar seus "maquinários" e servos em suas contendas contra os seus inimigos, mas além disso há 2 pontos que me passavam despercebido outrora:

Sitiaram a fortaleza por sete anos e sofreram perdas pelo fogo, por lanças e setas do inimigo, e Sauron fez muitas investidas contra eles

Me parece que, além dos meios convencionais como o uso de máquinas de cerco, exércitos de orcs; creio que Sauron utilizou-se dos fogos advindos das entranhas da terra de Mordor; meio que "invocar"/requerer a saída do magma para atingir seus inimigos e lembrar que ele usou o magma em seus feitiços e em sua forja. Se isso realmente ocorreu, parabéns aos elfos-homens-anões (quem sabe estes últimos tenha sido a salvação dos exércitos por serem capazes de manter e pressionar o cerco à Sauron), mas mesmo com esse nível de destruição, o Inimigo fora obrigado a sair de seu reduto e lutar contra a Última Aliança. Interessante que numa visão superficial, parece que Sauron enfrentou "somente" Gil - Galad, Elendil, Cirdan, Elrond e Isildur nas encostas da Montanha da Perdição:

No final, porém, o cerco era tão rigoroso, que o próprio Sauron se apresentou; e lutou com Gil-Galad e Elendil, matando os dois; e a espada de Elendil quebrou quando ele tombou.
Mas poucos perceberam o que Isildur fez. Ele tinha ficado sozinho ao lado do pai no confronto final; e ao lado de Gil-galad aperias Círdan ficou, e eu. Mas Isildur não deu ouvidos ao nosso conselho.

O que faz com que muitos pensem que houve um duelo de 5 contra 1. Mas na verdade, é bem capaz que Sauron tenha enfrentado (junto com seu exército) todo o exército da Aliança, pois se levarmos em conta que o combate se estendeu até as encosta da Montanha da perdição, Sauron teria de ter andado toda a distância da Torre-Negra até o vulcão, ou seja, são quase 30 milhas de um local cercado até a montanha da perdição, enfrentando sabe se lá quantos elfos e Númenorianos até chegar ao seu destino:

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Não obstante, Sauron conseguiu furar o bloqueio. Mas como? Tendo usado a essência de Morgoth na reconstrução de sua forma física, é possível que o Inimigo tenha assumido um corpo de sombras e chamas, algo parecido com o Balrog - emanando calor e causando medo suficiente para queimar e repelir os ataques de milhares de elfos e homens no ataque:

Talvez o Anel sinta falta do calor da mão de Sauron, que era negra e mesmo assim queimava como fogo, e assim Gil-galad foi destruido (....) Ali, ele mais uma vez apanhou seu magnífico Anel em Barad-dûr; e ali permaneceu, sinistro e mudo, até inventar para si uma nova aparência, uma imagem de perversidade e ódio tornados visíveis; e poucos conseguiam encarar o Olho de Sauron, o Terrível.

No final da 2ª era, mesmo após gastar muita energia corrompendo Númenor, ter perdido uma forma-física, ter refeito o corpo, reunido telepaticamente várias hordas, causado erupções vulcânicas, enfrentar sabe-se lá quantos inimigos, e ter ido à Montanha enfrentar Elendil e Gil-Galad, Sauron causou um grande estrago e só perdeu por não está em plenas forças (tanto física-quanto em poder/energia divina).

O Sauron da 3ª Era é falado que é o período mais fraco de Sauron. Bem, deixo aqui um compêndio de todas as "magias" utilizadas por ele. Quem jogou D&D vai reconhecer que o personagem é facilmente um Lv. 20-30 ou até mais:

Poderes de Sauron na 3a era:


Controlar vulcão – erupção

Conjuração 10

Na obra:


E havia uma montanha de fogo naquela terra, que os elfos chamavam de Orodruin. Com efeito, por esse motivo, Sauron havia fixado moradia ali no passado remoto, pois usava o fogo que brotava das entranhas da terra em seus feitiços e em sua forja.

(...)

Sam estava olhando para Orodruin, a Montanha de Fogo. De vez em quando, as fornalhas bem abaixo de seu pico de cinzas despejavam, em meio a grandes ondas e convulsões, rios de rocha fundida, saídos de fendas em suas encostas. Alguns corriam reluzindo na direção de Barad-dûr por grandes canais; outros traçavam um caminho sinuoso e entravam na planície de pedra, até se resfriarem e se deitarem como formas retorcidas de dragões, o vômito da atormentada terra.

(...)

Tudo continuava escuro, não apenas por causa da fumaça da Montanha: parecia haver uma tempestade se aproximando, e na distância a sudeste havia um faiscar de relâmpagos sob os céus negros. Pior de tudo, o ar estava cheio de vapores; respirar era difícil e doloroso, e os dois foram dominados por uma tontura, de modo que cambaleavam e freqüentemente caíam. E mesmo assim sua força de vontade não cedeu, e eles avançavam com esforço

Tempestade da Vingança

conjuração 9

Correspondente nos livros:


A orla da tempestade se erguia, rasgada e molhada, e a batalha principal tinha passado, indo estender suas grandes asas sobre os Emyn Muil, onde os pensamentos escuros de Sauron se concentraram por um tempo. Desse ponto mudou de rumo, golpeando o Vale do Anduin com granizo e relâmpagos, e lançando sua sombra sobre Minas Tirith com a ameaça da guerra. Então, caindo sobre as montanhas, e se formando em grandes espirais, rolou lentamente por sobre Gondor e as fronteiras de Rohan, até que bem distante os Cavaleiros na planície viram suas torres negras se movendo atrás do sol, conforme cavalgavam para o oeste.



Terremoto

evocação 8

Na obra
:

Não sei — disse Frodo. — Está assim faz algum tempo. Algumas vezes parece que o chão treme, outras parece o ar pesado latejando em nossos ouvidos.

Nesse momento, um ruído retumbante soou de novo, agora mais alto e profundo. O chão pareceu tremer sob os pés deles.

Mas era tarde demais. Naquele momento a rocha se agitou e tremeu embaixo deles. O grande ruído retumbante, mais alto do que nunca, reboou sob o chão e ecoou nas montanhas.


Dominar Monstro

encantamento 8

Nas obras:


De todas as suas estratégias e teias de medo e traição, de todos os seus estratagemas e guerras sua mente se libertou, e todo o seu reino foi atravessado por um tremor, seus escravos vacilaram, seus exércitos pararam e seus capitães, subitamente sem liderança, desprovidos de vontade, hesitaram e se desesperaram. Pois foram esquecidos. Toda a mente e o propósito do Poder que os controlava concentravam-se agora com uma força arrasadora na Montanha.

O Poder que os fazia avançar e os enchia de ódio e fúria estava vacilando, sua vontade afastavase deles;

Como formigas que vagam sem destino e sem propósito, para depois morrerem exauridas, quando a morte golpeia o ser inchado e incubante que habita o formigueiro e a todas mantém sob controle, da mesma maneira as criaturas de Sauron, orcs ou trolls ou animais escravizados por encantamento, corriam de um lado para o outro sem rumo; alguns se matavam ou se jogavam em abismos, ou ainda fugiam gemendo para se esconderem em buracos e lugares escuros e sem luz, distantes de qualquer esperança.

Nem todos os seus servidores e empregados são espectros! Há orcs e trolls, há wargs e lobisomens. Todos os seres malignos se agitavam.


Enfraquecer Intelecto

encantamento 8

Na obra
:

Agora é fácil supor com que rapidez o olho errante de Saruman caiu e ficou preso na armadilha, e como, desde então, ele foi persuadido de longe, e intimidado, quando a persuasão não surtia efeito. O feitiço contra o feiticeiro, o falcão debaixo do pé da águia, a aranha numa teia de aço! Por quanto tempo, fico imaginando, foi ele forçado a procurar com frequência esta pedra para inspeções e instruções, e por quanto tempo a pedra de Orthanc foi de tal modo inclinada na direção de Barad-dûr que, se qualquer pessoa sem uma força de vontade extraordinária agora olhar dentro dela, a pedra levará sua mente e vista rapidamente para lá?

Ele não ficou preso por muito tempo, e os hobbits têm um poder de recuperação. A memória, ou o horror que a acompanha, provavelmente vão desaparecer depressa. Depressa demais, talvez. Você poderia, Aragorn, pegar a pedra de Orthanc e guardá-la? É uma tarefa perigosa.

Pippin soltou um suspiro e fez um esforço, mas permaneceu curvado, e depois ficou rígido; seus lábios se moveram sem fazer ruído por uns instantes. Então, com um grito estrangulado, caiu para trás e ficou imóvel no chão.

O grito foi agudo. Os guardas saltaram dos barrancos. Todo o

acampamento logo ficou em polvorosa.

— Então, este é o ladrão — disse Gandalf. Jogou depressa sua capa sobre o globo. — Mas você, Pippin! Este é um acontecimento lamentável! — Ajoelhou-se ao lado do corpo de Pippin: o hobbit estava deitado de costas, rígido, com olhos cegos na direção do céu.

— O feitiço! Que mal terá esse hobbit causado a si mesmo, e a todos

nós? — O rosto do mago estava contraído e lívido.

Pegou a mão de Pippin e curvou-se sobre seu rosto, tentando escutar-lhe a respiração; depois colocou a mão sobre a fronte. O hobbit estremeceu.

Seus olhos se fecharam.

Soltou um grito e sentou-se, olhando espantado para todos os rostos à

sua volta, pálidos ao luar.

— Isso não é para você, Saruman! — gritou ele numa voz aguda e fraca, afastando-se de Gandalf. — Vou mandar buscá-lo imediatamente. Está entendendo? Diga apenas isso! — Então Pippin esforçou-se para se levantar e escapar, mas Gandalf o segurou com delicadeza e firmeza.



— Tudo bem! — disse ele. — Não diga mais nada! Você não se tornou mau. Não há mentira em seus olhos, como eu receava. Mas ele não falou com você por muito tempo. Um tolo, mas um tolo honesto, você continua sendo, Peregrin Túk. Pessoas mais sábias poderiam ter-se saído pior numa situação dessas. Mas veja bem! Você foi salvo, e todos os seus amigos também, principalmente pela boa sorte, como se diz. Não pode contar com ela uma segunda vez. Se ele o tivesse interrogado, ali e naquela hora, é quase certeza que você lhe teria contado tudo o que sabe, para a ruína de todos nós. Mas ele foi ávido demais.



Telepatia

adivinhação 8

Na obra
:

No início, conseguiu ver pouca coisa. Parecia estar num mundo de névoa no qual só havia sombras: o Anel agia sobre ele. Então, aqui e ali a névoa cedeu e ele viu muitas imagens: pequenas e nítidas como se estivessem sob seus olhos numa mesa, e ao mesmo tempo remotas. Não havia sons, só imagens claras e vívidas. Parecia que o mundo tinha encolhido e silenciado. Ele estava sobre o Trono da Visão no Amon Hen, a Colina do Olho dos homens de Númenor. Ao Leste, examinou as terras selvagens que não estavam nos mapas, planícies sem nome, e florestas inexploradas.

Olhou para o Norte e o Grande Rio jazia como uma fita embaixo dele; as Montanhas Sombrias se erguiam pequenas e rígidas como dentes quebrados. No Oeste viu as pastagens largas de Rohan, e Orthanc, o pináculo de Isengard, como um ferrão preto. Olhou ao Sul, e bem abaixo de seus pés o Grande Rio se enrolava como uma onda enorme e se jogava sobre as cachoeiras de Rauros num abismo de espuma; um arco -íris brilhante brincava na fumaça. E viu Ethir Anduin, o grande delta do Rio, e milhares de pássaros marinhos rodopiando como uma poeira branca ao sol, e debaixo deles um mar verde e prateado, encrespando-se em linhas intermináveis. Mas em todo lugar que olhava, via sinais de guerra. As Montanhas Sombrias se agitavam como formigueiros: orcs saíam de mil tocas. Sob os galhos da Floresta das Trevas havia contendas mortais entre elfos e homens e animais cruéis. A terra dos beornings estava em chamas; uma nuvem cobria Moria; fumaça subia das fronteiras de Lórien.

Cavaleiros galopavam sobre a relva de Rohan; de Isengard jorravam lobos.

Dos portos de Harad, navios de guerra saíam para o mar; e do Oeste saíam homens sem parar: espadachins, lanceiros, arqueiros, carruagens levando líderes e carroças carregadas. Todo o poder do Senhor do Escuro estava em ação. Então, voltando-se de novo para o Sul, Frodo viu Minas Tirith. Parecia distante e bela: com muralhas brancas, muitas torres, majestosa e linda sobre sua montanha; seus parapeitos reluziam como aço, e suas torres brilhavam com muitas bandeiras. A esperança renasceu em seu coração. Mas contra Minas Tirith erguia -se outra fortaleza, maior e mais forte.

Sentiu que seu olhar se dirigia para o Leste, sendo atraído contra sua vontade. Passou pelas pontes arruinadas de Osgiliath, pelos portões escancarados de Minas Morgul e pelas Montanhas assombradas, detendo-se sobre Gorgoroth, o vale do terror na Terra de Mordor. Lá a escuridão jazia sob o sol.

O fogo reluzia em meio à fumaça.

A Montanha da Perdição queimava e um cheiro insuportável

empesteava o ar.

Então, finalmente, seu olhar foi detido: muralhas e mais muralhas, parapeito sobre parapeito, negra, incomensuravelmente forte, montanha de ferro, portão de aço, torre de diamante, ele a viu: Barad-dûr, a Fortaleza de Sauron. Perdeu todas as esperanças.

E, de repente, sentiu o Olho. Havia um olho na Torre Escura que nunca dormia. Frodo sabia que ele tinha percebido seu olhar. Uma determinação feroz e ávida estava nele. Saltou na direção de Frodo, que quase como um dedo o sentiu, procurando-o. Muito em breve iria tocá-lo e saber exatamente onde estava.

Ouviu-se dizendo:

—Nunca, nunca!

Ou seria: Sim, eu irei, irei até você? Não saberia dizer. Então, como um relâmpago, de algum outro ponto de poder veio à sua mente um outro pensamento: Tire-o! Tire-o! Tolo, tire-o. Tire o Anel!

As duas forças lutavam nele.

E Sauron o forjou na Montanha de Fogo na Terra da Sombra. E, enquanto usava o Um Anel, ele conseguia perceber tudo o que era feito pelos anéis subalternos, e ler e controlar até mesmo os pensamentos daqueles que os usavam.

Digo a você, Frodo, que neste exato momento em que conversamos eu percebo o Senhor do Escuro e sei o que se passa na mente dele, ou pelo menos tudo que se relaciona aos elfos. E ele sempre se insinua para me ver e ler meus Pensamentos. Mas a porta ainda está fechada.



Controlar o Clima

transmutação 8

Na obra:


— Pergunto se isso não é um artifício do Inimigo — disse Boromir. Dizem na minha terra que pode governar tempestades nas Montanhas da Sombra, que ficam nas fronteiras de Mordor. Tem poderes estranhos e muitos aliados.

— O braço dele realmente cresceu — disse Gimli —, se ele pode trazer a neve do Norte para nos atrapalhar aqui, a trezentas léguas de distância.

— O braço dele cresceu — disse Gandalf.

Naquele dia, o tempo mudou de novo, quase como se estivesse sob o comando de um poder que não via mais utilidade na neve, já que a Comitiva tinha — se retirado da passagem, um poder que desejava agora uma luz clara, na qual os seres que se movessem nas terras desertas pudessem ser vistos de longe.

A escuridão se desfazia precocemente, antes da data que seu Mestre havia determinado:

— Não monte no monstro do mar! Se as tiverem, os homens do mar poderão nos trazer comida e outras coisas de que necessitamos, e vocês podem permanecer aqui até que o Rei dos Bruxos vá para casa. Pois no verão o poder dele míngua, mas agora seu hálito é mortal, e seu braço frio é comprido.

"Mas Arvedui não seguiu o conselho. Agradeceu ao chefe dos lossoth e na despedida deu-lhe seu anel, dizendo: — Este é um objeto que vale muito mais do que você possa imaginar. Simplesmente por ser antigo. Não tem poder algum, exceto a estima que lhe dedicam os membros de minha casa. Não vai ajudá-lo em nada, mas, se seu povo tiver qualquer necessidade, meus parentes podem resgatá-lo em troca de um grande

estoque de tudo o que vocês desejarem.

Apesar disso, por acaso ou devido a algum poder de previsão, o conselho dos lossoth tinha valor; pois o navio ainda não tinha alcançado o alto-mar quando uma grande tempestade de vento se ergueu, e chegou do norte com uma nevasca que não permitia enxergar nada; o navio foi arrastado de volta na direção do gelo, que se empilhou ate cobri-lo por completo. Até os marinheiros de Cirdan ficaram sem ação, e durante a noite o gelo rompeu o casco, e o navio afundou.



Campo Antimagia

abjuração 8

Na obra:


Três vezes Lórien fora atacada por Dol Guldur, mas, além da coragem dos elfos daquela região, o poder que lá morava era forte demais para ser derrotado por quem quer que fosse, a não ser que o próprio Sauron atacasse Lórien.

Em sua extrema necessidade, puxou mais uma vez o frasco de Galadriel, mas ele estava pálido e frio em sua mão trêmula, e não jogava luz alguma naquela escuridão sufocante. Sam chegara ao coração do reino de Sauron, e ás forjas de seu antigo poder, as maiores da Terra-média; ali todos os outros poderes eram subjugados.



Nível 8

Antipatia/Simpatia

encantamento 8

Na obra:


— Sim, a Mordor — disse Gandalf — Infelizmente, Mordor atrai todas as coisas malignas, e o Poder Escuro estava usando todas as forças para reuni-las ali. O Anel do Inimigo também cumpriria seu papel, fazendo Gollum ficar atento aos chamados. E todas as pessoas estavam na época sussurrando sobre a nova Sombra no Sul, e sobre seu ódio pelo Oeste. Ali estavam seus novos e bons amigos, que o ajudariam em sua vingança.



Estes eram homens de outra raça, vindos das selvagens terras do leste, reunindo-se ao chamado de seu Senhor Supremo; exércitos que tinham acampado diante de seu Portão durante a noite e agora marchavam para aumentar seu poder crescente.

Não obstante, não se pode duvidar de que, quando Denethor viu grandes forças reunidas contra ele em Mordor, e mais Outras se reunindo, ele viu o que realmente é.



Forma Etérea

transmutação 7

Na obra
:

Sauron, entretanto, não era de carne mortal; e, embora estivesse agora destituído dessa forma na qual havia cometido tamanho mal, para nunca mais voltar a parecer simpático aos olhos dos homens, mesmo assim seu espírito se elevou das profundezas e passou como uma sombra e um vento escuro por cima do mar, voltando à Terra-média e a Mordor, que era seu lar.

Então Sauron foi derrotado por algum tempo e abandonou seu corpo. Seu espírito fugiu para longe e se ocultou em local ermo. E por muitos anos ele não voltou a assumir forma visível.



Proteção Primordial (Primordial Ward)

6º nível de abjuração

Nas obras:


Talvez o Anel sinta falta do calor da mão de Sauron, que era negra e mesmo assim queimava como fogo, e assim Gil-galad foi destruído; e talvez, se o ouro for reaquecido, a inscrição fique visível outra vez.

Então os raios aumentaram e mataram homens nas colinas, nos campos e nas ruas da cidade. E uma faísca de fogo atingiu em cheio a cúpula do Templo e a fendeu, e ela ficou envolta em chamas. Mas o Templo em si não sofreu abalo, e Sauron ficou de pé em seu pináculo, desafiando os relâmpagos sem ser atingido.

E, quando os Capitães olharam para o sul na direção da Terra de Mordor, tiveram a impressão de que, negro contra a cortina de nuvens, erguia-se um enorme vulto de sombra, impenetrável, coroado de relâmpagos, enchendo todo o céu.



Visão da Verdade

adivinhação 6

Na obra:


No abismo negro apareceu um único olho que cresceu lentamente, até cobrir quase toda a extensão do Espelho. Tão terrível era aquela visão que Frodo ficou colado ao solo, sem poder gritar ou desviar o olhar. O Olho estava emoldurado por fogo, mas era ele mesmo que reluzia, amarelo como o de um gato, vigilante e atento, e a fenda negra de sua pupila era um abismo, uma janela que se abria para o nada.

Então o Olho começou a se movimentar, procurando algo de um lado e de outro, e Frodo percebeu, com medo e certeza, que ele próprio era uma das muitas coisas que estavam sendo procuradas. Mas também percebeu que não podia ser visto — por enquanto, a não ser que o desejasse.

E, de repente, sentiu o Olho. Havia um olho na Torre Escura que nunca dormia. Frodo sabia que ele tinha percebido seu olhar. Uma determinação feroz e ávida estava nele. Saltou na direção de Frodo, que quase como um dedo o sentiu, procurando-o. Muito em breve iria tocá-lo e saber exatamente onde estava.

O olho: aquela horrível sensação crescente de uma vontade hostil que lutava com grande força para penetrar todas as sombras de nuvens, e a terra e a carne, para vê-lo: para cravá-lo sob seu olhar mortal, nu, imóvel. Tão tênues, tão frágeis e tênues estavam ficando os véus que ainda ofereciam proteção contra ele. Frodo sabia exatamente onde a moradia atual e o coração daquela vontade estavam: e com a certeza com a qual um homem diz a direção do sol com os olhos fechados. Ele a estava encarando, e sua potência pesava-lhe sobre as pálpebras.

Sem qualquer propósito claro, puxou o Anel e colocou-o de novo no dedo. Imediatamente sentiu o grande fardo de seu peso, e sentiu de novo, agora mais forte e opressiva que nunca, a malícia do Olho de Mordor, perscrutando, tentando penetrar as sombras que fizera para a própria defesa, mas que nesta hora o atrapalhavam em sua inquietude e dúvida.



Proteger Fortaleza

abjuração 6

Na obra


Eram como grandes figuras sentadas em tronos. Cada uma tinha três corpos unidos, e três cabeças olhando para fora, e para dentro, e através do portão. As cabeças tinham caras de abutres, e em seus grandes joelhos descansavam mãos em forma de garras. Pareciam ter sido entalhadas em enormes blocos de pedra, imóveis, e apesar disso estavam vigilantes: algum espírito terrível de vigilância maligna morava nelas. Conheciam quem era um inimigo. Visível ou invisível, ninguém poderia passar despercebido. Proibiriam sua entrada, ou sua fuga.

Forçando sua disposição, Sam lançou o corpo outra vez para a frente, e parou com um solavanco, cambaleando como se tivesse levado um murro na cabeça e no peito.



Mover Terra

transmutação 6

Na obra
:

— Sei pouco sobre Iarwain além do nome — disse Galdor. — Mas acho que Glorfindel está certo. O poder para desafiar o Inimigo não está nele, a não ser que esteja na própria terra. E, mesmo assim, podemos ver que Sauron tem o poder de torturar e destruir as próprias colinas.

As poças sufocantes estavam cheias de cinzas e lama que se espalhava, num branco-acinzentado repugnante, como se as montanhas tivessem vomitado a imundície de suas entranhas sobre as terras que as circundavam. Altos montes de pedra esmigalhada e esmagada, grandes cones de terra arruinados pelo fogo e manchados de veneno jaziam como um cemitério obsceno em fileiras intermináveis, lentamente reveladas na luz relutante.



Sam estava olhando para Orodruin, a Montanha de Fogo. De vez em quando, as fornalhas bem abaixo de seu pico de cinzas despejavam, em meio a grandes ondas e convulsões, rios de rocha fundida, saídos de fendas em suas encostas. Alguns corriam reluzindo na direção de Barad-dûr por grandes canais; outros traçavam um caminho sinuoso e entravam na planície de pedra, até se resfriarem e se deitarem como formas retorcidas de dragões, o vômito da atormentada terra.



De fato, toda a superfície das planícies de Gorgoroth estava salpicada de grandes buracos, como se, quando ela ainda era uma região coberta de lama mole, tivesse sido atingida por uma chuva de raios e pedras arrojadas por enormes fundas. Os buracos maiores eram contornados por bordas de rocha quebrada, e largas fissuras corriam deles em todas as direções.



Criar Mortos-Vivos

necromancia 6

Na obra:


Nove ele deu a Homens Mortais, orgulhosos e poderosos, e desse modo os seduziu. Há muito tempo caíram sob o domínio do Um, e se tornaram Espectros do Anel, sombras sob sua grande Sombra, seus mais terríveis servidores.

Uma sombra veio de lugares distantes e escuros, e os ossos se mexeram dentro dos túmulos. Criaturas Tumulares andavam pelas cavidades com um tilintar de anéis em dedos frios e correntes de ouro ao vento. Os anéis de pedra sorriam no chão como dentes quebrados ao luar. Os hobbits tremeram. Até no Condado, os rumores sobre as Criaturas Tumulares das Colinas dos Túmulos além da Floresta já tinham sido ouvidos

Há coisas mortas, rostos mortos na água disse ele cheio de terror.

— Rostos mortos!

Gollum riu.

— Os Pântanos Mortos, é, sim: esse é o nome deles — disse ele

gargalhando. — Você não deve olhar quando as velas estão acesas.

— Quem são eles? O que são eles? — perguntou Sam tremendo,

voltando-se para Frodo que agora vinha logo atrás.

— Não sei — disse Frodo numa voz que parecia saída de um sonho. Mas também os vi. Nas poças, quando as velas estão acesas. Jazem em todas as poças, rostos pálidos, nas profundezas das águas escuras. Eu os vi: rostos repugnantes e maus, e rostos nobres e tristes. Muitos rostos altivos e belos, e ervas em seus cabelos prateados. Mas todos nojentos, podres, todos mortos. Há uma luz terrível neles. — Frodo cobriu os olhos com as mãos. — Não sei quem são; mas tive a impressão de ter visto ali homens e elfos, e orcs ao lado deles.

— É, sim — disse Gollum. — Todos mortos, todos podres. Elfos e homens e orcs. Os Pântanos Mortos. Houve uma grande batalha há muito tempo, sim, assim lhe disseram quando Sméagol era jovem, quando eu era jovem antes de o Precioso chegar. Foi uma grande batalha. Homens altos com grandes espadas, e elfos terríveis, e orcses gritando.

Lutaram sobre a planície por dias e meses diante dos Portões Negros. Mas os Pântanos cresceram desde então, engoliram os túmulos, sempre se espalhando, se espalhando.

— Mas isso foi há uma ou duas eras — disse Sam. — Os Mortos não podem realmente estar lá. Isso é alguma feitiçaria criada na Terra Escura? — Quem pode saber? Sméagol não sabe — respondeu Gollum.











Doença Plena

necromancia 6

Na obra:


E, no reinado de Telemnar, o vigésimo terceiro da linhagem de Meneldil, trazida por ventos sinistros do leste, veio uma peste que se abateu sobre o Rei e seus filhos, e muitos do povo de Gondor pereceram.



Ataque Visual

necromancia 6

Na obra:


Uma imagem de perversidade e ódio tornados visíveis; e poucos conseguiam encarar o Olho de Sauron, o Terrível.



Onda Destrutiva

evocação 5

Na obra:




Teve uma visão rápida de nuvens rodopiando, e no meio delas torres e ameias, altas como colinas, fundadas sobre um poderoso trono de montanha acima de abismos incomensuráveis; grandes pátios e calabouços, prisões sem olhos, íngremes como penhascos, e portões escancarados feitos de ferro e pedra adamantina: e então tudo acabou. Torres caíram e montanhas deslizaram; paredes desmoronaram e derreteram, esboroandose; enormes espirais de fumaça e jatos de vapor subiam, subiam e se espalhavam, até formarem um teto semelhante a uma onda ameaçadora, e sua crista alucinada se crispou e veio descendo e cobrindo tudo, espumando sobre a terra. E então, por fim, através das milhas da planície chegou um ribombo, crescendo até se tornar um estrondo e um rugido ensurdecedores; a terra tremeu, a planície arfou, abriu-se em brechas e o Orodruín cambalcou. Chamas se lançavam de seu topo fendido. Os céus explodiram em trovão, cortados por relâmpagos.

Durante o Senhor dos Anéis:

a) Sauron - dito por Gandalf, o branco, como sendo o mais poderoso da Terra Média (e sem o Anel);
b) Gandalf, o branco;
c) Saruman;
d) Gandalf, o cinzento = Balrog, a ruína de Dúrin;
e) Radagast

Aí fica a pergunta chave: Como esses seres cósmicos decaíram tanto? Tolkien tem a resposta:

Os Valar eram como arquitetos trabalhando com um plano ‘passado’ pelo Governo. Eles se tornaram menos e menos importantes (estruturalmente!) enquanto o plano se tornava mais e mais completo. Mesmo na Primeira Era nós os vemos após incontáveis eras de trabalho já perto do fim de seu tempo de trabalho – não de sabedoria ou conselho. (Quanto mais sábios eles se tornavam menos poder eles tinham para fazer qualquer coisa – exceto por aconselhamento).
 
Última edição:
Bem, pelo Silmarillion, só tomamos conhecimento de que Tolkien intencionalmente não realizou a medição de todos os espíritos sagrados vindo a deixar apenas alguns marcos dentre os principais.

Todavia entende-se que do grupo dos Ainur, os espíritos divinos filhos do pensamento de Eru, os 14 maiores foram chamados de Valar, a exceção de Melkor que se rebelou e passou a ser chamado de ex-Vala. No que o autor inicia uma comparação entre Manwë, Ulmo e Aulë com pequenas diferenças no poderio de cada um, porém não entra mais em detalhes no decorrer do texto deixando a critério do leitor reconhecer o poder deles de acordo com os feitos realizados.

Dado a importância que os anglófonos da época (incluindo Tolkien) davam a própria palavra e discurso (uma questão de honra) e aos feitos de cada um dos nomes é notável que quanto mais fama os nomes do Silmarillion tenham maior a queda ou elevação que eles venham a adquirir. E que aqueles Maiar que têm muitas citações sejam os mais vitais e louvados quando se considera a estória dos filhos de Eru (Elfos, homens e anões) nos registros élficos (O Silmarillion).

Os registros deixados para nós continham somente aquilo que os Valar estavam dispostos a revelar e que muitos e grandes segredos não foram apresentados. Ainda, muita coisa que um Vala podia se esquecer ou não esperar, como os Ents ou a filha de Melian lhes podia lhes parecer de pouca relevância deixando de serem incluídos nos textos.

Por exemplo, a guerra da Ira teve só alguns rumores citados no texto e não sabemos dos detalhes da batalha de Feanor contra os Balrogs. Ainda, se algo fosse bom demais como o futuro do trabalho de Eru na visão que se apagou antes dos Valar saberem de tudo ou maligno demais tinha tendência a não permancer nos registros.

Cada Vala se ligava a seu povo, Aulë e seus ferreiros, Yavanna e suas criaturas, etc... Mas a oportunidade e o destino também influiam.
 
Mas como Sauron equivale à Mairon até a confecção do Um Anel sendo que eles são a mesma pessoa, então ele nunca aumentou seu poder? E só mais uma pergunta, apenas Morgoth e Sauron foram demostrados como Ainur pluripotentes?
 
Última edição:
Mas como Sauron equivale à Mairon sendo que eles são a mesma pessoa, ele perdeu poder então? E só mais uma pergunta, apenas Morgoth e Sauron foram demostrados como Ainur pluripotentes?

Minha opinião sobre o nível de poder de Mairon/Sauron, colocarei de cima (auge de poder) para baixo (mais baixo nível de poder):

- Mairon, antes da entrada no "Mundo que é", seria (como os Ainur em geral) um reality waper, ou seja, prenunciaram o universo e Arda na grande canção - o que vemos aqui é a utilização de propriedades angelicais originais - o que nasceu com ele, sendo o Ainu uma extensão/criação dos pensamentos de Iluvatar: https://powerlisting.fandom.com/wiki/Reality_Warping

350


A) Aulë e seus Maiar estabeleceram o conceito da Matéria: Planetas, Meteoros, etc.
B) Varda e suas Maiar estabeleceram o conceito de luz/energia: Estrelas, aglomerados, etc.
C) Melkor estabeleceu a entropia, a discórdia e o decaimento de tudo que existe em Eä.
D) Etc.

Portanto, o Mairon seria o auge (em termos de poder) do personagem Sauron. Primordialmente o mesmo (junto com os demais Ainur) controlariam/fabricaram vários aspectos da realidade em cada canto do Universo-físico. O problema é que os Valar e os Ainur começaram a decair em poder sobre a realidade, Tolkien fala que os Poderes eram que nem arquitetos que estabelecem os alicerces da Obra (Universo), mas vão ficando "enfraquecidos" em termos de autoridade:

Os Valar eram como arquitetos trabalhando com um plano ‘passado’ pelo Governo. Eles se tornaram menos e menos importantes (estruturalmente!) enquanto o plano se tornava mais e mais completo. Mesmo na Primeira Era nós os vemos após incontáveis eras de trabalho já perto do fim de seu tempo de trabalho – não de sabedoria ou conselho. (Quanto mais sábios eles se tornavam menos poder eles tinham para fazer qualquer coisa – exceto por aconselhamento).

Por exemplo, Aulë passou de um demiurgo cósmico forjador de Galáxias:

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Para um demiurgo planetário forjador de vulcões/montanhas/platôs num Planeta pequeno chamado Arda:

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Se o que penso estiver correto, este processo deve de ter acontecido com Sauron - me parece que os Ainur vão entrando numa espécie de cansaço do mundo - um crepúsculo dos deuses - que resultará num enfraquecimento que permitiria (na versão do Ragnarok de Tolkien) a volta de Morgoth da Prisão de Mandos:

Dessa forma falou a profecia de Mandos, que ele declarou em Valmar durante o julgamento dos Deuses, e rumores dele são sussurrados por todos os Elfos do Oeste: quando o mundo estiver velho e os Poderes cansarem-se, então Morgoth deverá retornar através da Porta para fora da Noite Eterna; e ele deverá destruir o Sol e a Lua, mas Earendel virá até ele como uma chama branca e o derrubará dos ares. Então deverá ser travada a última batalha sobre os campos de Valinor. Naquele dia Tulkas lutará com Melkor, e à sua direita estará Fionwe e à sua esquerda estará Turin Turambar, filho de Hurin, Conquistador do Destino; e será a espada negra de Turin que trará a Melkor sua morte e fim definitivo; e então as Crianças de Hurin e todos os homens estarão vingados.

Quem era Sauron pré-queda de Númenor na 2ª era do Sol? Se fizermos um cálculo matemático: Possuía todos os poderes do Sauron "enfraquecido" do final da Terceira Era:

A rejeição de Galadriel à tentação foi baseada em pensamento e resolução prévios. De qualquer maneira, Elrond ou Galadriel teria prosseguido na política agora adotada por Sauron: teriam erguido um império com grandes generais e exércitos absolutamente subservientes e máquinas de guerra, até que pudessem desafiar Sauron e destruí-lo à força. O confronto apenas com Sauron, sem auxílio, individual, não era contemplado. Pode-se imaginar a cena na qual Gandalf, digamos, fosse colocado em tal posição. Seria um equilíbrio delicado. De um lado a verdadeira fidelidade do Anel a Sauron; do outro, força superior, pois Sauron na verdade não estava de posse dele, e talvez também porque ele fora enfraquecido pela longa corrupção e gasto de vontade na dominação de inferiores. Se Gandalf se mostrasse vitorioso, o resultado teria sido para Sauron o mesmo que a destruição do Anel; para ele teria sido destruído, tirado de si para sempre. Mas o Anel e todas as suas obras teriam perdurado. Este teria sido o mestre no final. Gandalf como Senhor do Anel teria sido muito pior que Sauron. Ele teria permanecido “justo”, mas farisaico. Teria continuado a governar e ordenar as coisas para o “bem” e o benefício de seus subordinados de acordo com sua sabedoria (que era e teria permanecido grande).


Poderes de Sauron na 3a era:


Controlar vulcão – erupção

Conjuração 10

Na obra:


E havia uma montanha de fogo naquela terra, que os elfos chamavam de Orodruin. Com efeito, por esse motivo, Sauron havia fixado moradia ali no passado remoto, pois usava o fogo que brotava das entranhas da terra em seus feitiços e em sua forja.

(...)

Sam estava olhando para Orodruin, a Montanha de Fogo. De vez em quando, as fornalhas bem abaixo de seu pico de cinzas despejavam, em meio a grandes ondas e convulsões, rios de rocha fundida, saídos de fendas em suas encostas. Alguns corriam reluzindo na direção de Barad-dûr por grandes canais; outros traçavam um caminho sinuoso e entravam na planície de pedra, até se resfriarem e se deitarem como formas retorcidas de dragões, o vômito da atormentada terra.

(...)

Tudo continuava escuro, não apenas por causa da fumaça da Montanha: parecia haver uma tempestade se aproximando, e na distância a sudeste havia um faiscar de relâmpagos sob os céus negros. Pior de tudo, o ar estava cheio de vapores; respirar era difícil e doloroso, e os dois foram dominados por uma tontura, de modo que cambaleavam e freqüentemente caíam. E mesmo assim sua força de vontade não cedeu, e eles avançavam com esforço

Tempestade da Vingança

conjuração 9

Correspondente nos livros:


A orla da tempestade se erguia, rasgada e molhada, e a batalha principal tinha passado, indo estender suas grandes asas sobre os Emyn Muil, onde os pensamentos escuros de Sauron se concentraram por um tempo. Desse ponto mudou de rumo, golpeando o Vale do Anduin com granizo e relâmpagos, e lançando sua sombra sobre Minas Tirith com a ameaça da guerra. Então, caindo sobre as montanhas, e se formando em grandes espirais, rolou lentamente por sobre Gondor e as fronteiras de Rohan, até que bem distante os Cavaleiros na planície viram suas torres negras se movendo atrás do sol, conforme cavalgavam para o oeste.



Terremoto

evocação 8

Na obra
:

Não sei — disse Frodo. — Está assim faz algum tempo. Algumas vezes parece que o chão treme, outras parece o ar pesado latejando em nossos ouvidos.

Nesse momento, um ruído retumbante soou de novo, agora mais alto e profundo. O chão pareceu tremer sob os pés deles.

Mas era tarde demais. Naquele momento a rocha se agitou e tremeu embaixo deles. O grande ruído retumbante, mais alto do que nunca, reboou sob o chão e ecoou nas montanhas.


Dominar Monstro

encantamento 8

Nas obras:


De todas as suas estratégias e teias de medo e traição, de todos os seus estratagemas e guerras sua mente se libertou, e todo o seu reino foi atravessado por um tremor, seus escravos vacilaram, seus exércitos pararam e seus capitães, subitamente sem liderança, desprovidos de vontade, hesitaram e se desesperaram. Pois foram esquecidos. Toda a mente e o propósito do Poder que os controlava concentravam-se agora com uma força arrasadora na Montanha.

O Poder que os fazia avançar e os enchia de ódio e fúria estava vacilando, sua vontade afastavase deles;

Como formigas que vagam sem destino e sem propósito, para depois morrerem exauridas, quando a morte golpeia o ser inchado e incubante que habita o formigueiro e a todas mantém sob controle, da mesma maneira as criaturas de Sauron, orcs ou trolls ou animais escravizados por encantamento, corriam de um lado para o outro sem rumo; alguns se matavam ou se jogavam em abismos, ou ainda fugiam gemendo para se esconderem em buracos e lugares escuros e sem luz, distantes de qualquer esperança.

Nem todos os seus servidores e empregados são espectros! Há orcs e trolls, há wargs e lobisomens. Todos os seres malignos se agitavam.


Enfraquecer Intelecto

encantamento 8

Na obra
:

Agora é fácil supor com que rapidez o olho errante de Saruman caiu e ficou preso na armadilha, e como, desde então, ele foi persuadido de longe, e intimidado, quando a persuasão não surtia efeito. O feitiço contra o feiticeiro, o falcão debaixo do pé da águia, a aranha numa teia de aço! Por quanto tempo, fico imaginando, foi ele forçado a procurar com frequência esta pedra para inspeções e instruções, e por quanto tempo a pedra de Orthanc foi de tal modo inclinada na direção de Barad-dûr que, se qualquer pessoa sem uma força de vontade extraordinária agora olhar dentro dela, a pedra levará sua mente e vista rapidamente para lá?

Ele não ficou preso por muito tempo, e os hobbits têm um poder de recuperação. A memória, ou o horror que a acompanha, provavelmente vão desaparecer depressa. Depressa demais, talvez. Você poderia, Aragorn, pegar a pedra de Orthanc e guardá-la? É uma tarefa perigosa.

Pippin soltou um suspiro e fez um esforço, mas permaneceu curvado, e depois ficou rígido; seus lábios se moveram sem fazer ruído por uns instantes. Então, com um grito estrangulado, caiu para trás e ficou imóvel no chão.

O grito foi agudo. Os guardas saltaram dos barrancos. Todo o

acampamento logo ficou em polvorosa.

— Então, este é o ladrão — disse Gandalf. Jogou depressa sua capa sobre o globo. — Mas você, Pippin! Este é um acontecimento lamentável! — Ajoelhou-se ao lado do corpo de Pippin: o hobbit estava deitado de costas, rígido, com olhos cegos na direção do céu.

— O feitiço! Que mal terá esse hobbit causado a si mesmo, e a todos

nós? — O rosto do mago estava contraído e lívido.

Pegou a mão de Pippin e curvou-se sobre seu rosto, tentando escutar-lhe a respiração; depois colocou a mão sobre a fronte. O hobbit estremeceu.

Seus olhos se fecharam.

Soltou um grito e sentou-se, olhando espantado para todos os rostos à

sua volta, pálidos ao luar.

— Isso não é para você, Saruman! — gritou ele numa voz aguda e fraca, afastando-se de Gandalf. — Vou mandar buscá-lo imediatamente. Está entendendo? Diga apenas isso! — Então Pippin esforçou-se para se levantar e escapar, mas Gandalf o segurou com delicadeza e firmeza.

— Tudo bem! — disse ele. — Não diga mais nada! Você não se tornou mau. Não há mentira em seus olhos, como eu receava. Mas ele não falou com você por muito tempo. Um tolo, mas um tolo honesto, você continua sendo, Peregrin Túk. Pessoas mais sábias poderiam ter-se saído pior numa situação dessas. Mas veja bem! Você foi salvo, e todos os seus amigos também, principalmente pela boa sorte, como se diz. Não pode contar com ela uma segunda vez. Se ele o tivesse interrogado, ali e naquela hora, é quase certeza que você lhe teria contado tudo o que sabe, para a ruína de todos nós. Mas ele foi ávido demais.

Telepatia

adivinhação 8

Na obra
:

No início, conseguiu ver pouca coisa. Parecia estar num mundo de névoa no qual só havia sombras: o Anel agia sobre ele. Então, aqui e ali a névoa cedeu e ele viu muitas imagens: pequenas e nítidas como se estivessem sob seus olhos numa mesa, e ao mesmo tempo remotas. Não havia sons, só imagens claras e vívidas. Parecia que o mundo tinha encolhido e silenciado. Ele estava sobre o Trono da Visão no Amon Hen, a Colina do Olho dos homens de Númenor. Ao Leste, examinou as terras selvagens que não estavam nos mapas, planícies sem nome, e florestas inexploradas.

Olhou para o Norte e o Grande Rio jazia como uma fita embaixo dele; as Montanhas Sombrias se erguiam pequenas e rígidas como dentes quebrados. No Oeste viu as pastagens largas de Rohan, e Orthanc, o pináculo de Isengard, como um ferrão preto. Olhou ao Sul, e bem abaixo de seus pés o Grande Rio se enrolava como uma onda enorme e se jogava sobre as cachoeiras de Rauros num abismo de espuma; um arco -íris brilhante brincava na fumaça. E viu Ethir Anduin, o grande delta do Rio, e milhares de pássaros marinhos rodopiando como uma poeira branca ao sol, e debaixo deles um mar verde e prateado, encrespando-se em linhas intermináveis. Mas em todo lugar que olhava, via sinais de guerra. As Montanhas Sombrias se agitavam como formigueiros: orcs saíam de mil tocas. Sob os galhos da Floresta das Trevas havia contendas mortais entre elfos e homens e animais cruéis. A terra dos beornings estava em chamas; uma nuvem cobria Moria; fumaça subia das fronteiras de Lórien.

Cavaleiros galopavam sobre a relva de Rohan; de Isengard jorravam lobos.

Dos portos de Harad, navios de guerra saíam para o mar; e do Oeste saíam homens sem parar: espadachins, lanceiros, arqueiros, carruagens levando líderes e carroças carregadas. Todo o poder do Senhor do Escuro estava em ação. Então, voltando-se de novo para o Sul, Frodo viu Minas Tirith. Parecia distante e bela: com muralhas brancas, muitas torres, majestosa e linda sobre sua montanha; seus parapeitos reluziam como aço, e suas torres brilhavam com muitas bandeiras. A esperança renasceu em seu coração. Mas contra Minas Tirith erguia -se outra fortaleza, maior e mais forte.

Sentiu que seu olhar se dirigia para o Leste, sendo atraído contra sua vontade. Passou pelas pontes arruinadas de Osgiliath, pelos portões escancarados de Minas Morgul e pelas Montanhas assombradas, detendo-se sobre Gorgoroth, o vale do terror na Terra de Mordor. Lá a escuridão jazia sob o sol.

O fogo reluzia em meio à fumaça.

A Montanha da Perdição queimava e um cheiro insuportável

empesteava o ar.

Então, finalmente, seu olhar foi detido: muralhas e mais muralhas, parapeito sobre parapeito, negra, incomensuravelmente forte, montanha de ferro, portão de aço, torre de diamante, ele a viu: Barad-dûr, a Fortaleza de Sauron. Perdeu todas as esperanças.

E, de repente, sentiu o Olho. Havia um olho na Torre Escura que nunca dormia. Frodo sabia que ele tinha percebido seu olhar. Uma determinação feroz e ávida estava nele. Saltou na direção de Frodo, que quase como um dedo o sentiu, procurando-o. Muito em breve iria tocá-lo e saber exatamente onde estava.

Ouviu-se dizendo:

—Nunca, nunca!

Ou seria: Sim, eu irei, irei até você? Não saberia dizer. Então, como um relâmpago, de algum outro ponto de poder veio à sua mente um outro pensamento: Tire-o! Tire-o! Tolo, tire-o. Tire o Anel!

As duas forças lutavam nele.

E Sauron o forjou na Montanha de Fogo na Terra da Sombra. E, enquanto usava o Um Anel, ele conseguia perceber tudo o que era feito pelos anéis subalternos, e ler e controlar até mesmo os pensamentos daqueles que os usavam.

Digo a você, Frodo, que neste exato momento em que conversamos eu percebo o Senhor do Escuro e sei o que se passa na mente dele, ou pelo menos tudo que se relaciona aos elfos. E ele sempre se insinua para me ver e ler meus Pensamentos. Mas a porta ainda está fechada.

Controlar o Clima

transmutação 8

Na obra:


— Pergunto se isso não é um artifício do Inimigo — disse Boromir. Dizem na minha terra que pode governar tempestades nas Montanhas da Sombra, que ficam nas fronteiras de Mordor. Tem poderes estranhos e muitos aliados.

— O braço dele realmente cresceu — disse Gimli —, se ele pode trazer a neve do Norte para nos atrapalhar aqui, a trezentas léguas de distância.

— O braço dele cresceu — disse Gandalf.

Naquele dia, o tempo mudou de novo, quase como se estivesse sob o comando de um poder que não via mais utilidade na neve, já que a Comitiva tinha — se retirado da passagem, um poder que desejava agora uma luz clara, na qual os seres que se movessem nas terras desertas pudessem ser vistos de longe.

A escuridão se desfazia precocemente, antes da data que seu Mestre havia determinado:

— Não monte no monstro do mar! Se as tiverem, os homens do mar poderão nos trazer comida e outras coisas de que necessitamos, e vocês podem permanecer aqui até que o Rei dos Bruxos vá para casa. Pois no verão o poder dele míngua, mas agora seu hálito é mortal, e seu braço frio é comprido.

"Mas Arvedui não seguiu o conselho. Agradeceu ao chefe dos lossoth e na despedida deu-lhe seu anel, dizendo: — Este é um objeto que vale muito mais do que você possa imaginar. Simplesmente por ser antigo. Não tem poder algum, exceto a estima que lhe dedicam os membros de minha casa. Não vai ajudá-lo em nada, mas, se seu povo tiver qualquer necessidade, meus parentes podem resgatá-lo em troca de um grande

estoque de tudo o que vocês desejarem.

Apesar disso, por acaso ou devido a algum poder de previsão, o conselho dos lossoth tinha valor; pois o navio ainda não tinha alcançado o alto-mar quando uma grande tempestade de vento se ergueu, e chegou do norte com uma nevasca que não permitia enxergar nada; o navio foi arrastado de volta na direção do gelo, que se empilhou ate cobri-lo por completo. Até os marinheiros de Cirdan ficaram sem ação, e durante a noite o gelo rompeu o casco, e o navio afundou.

Campo Antimagia

abjuração 8

Na obra:


Três vezes Lórien fora atacada por Dol Guldur, mas, além da coragem dos elfos daquela região, o poder que lá morava era forte demais para ser derrotado por quem quer que fosse, a não ser que o próprio Sauron atacasse Lórien.

Em sua extrema necessidade, puxou mais uma vez o frasco de Galadriel, mas ele estava pálido e frio em sua mão trêmula, e não jogava luz alguma naquela escuridão sufocante. Sam chegara ao coração do reino de Sauron, e ás forjas de seu antigo poder, as maiores da Terra-média; ali todos os outros poderes eram subjugados.

Nível 8

Antipatia/Simpatia

encantamento 8

Na obra:


— Sim, a Mordor — disse Gandalf — Infelizmente, Mordor atrai todas as coisas malignas, e o Poder Escuro estava usando todas as forças para reuni-las ali. O Anel do Inimigo também cumpriria seu papel, fazendo Gollum ficar atento aos chamados. E todas as pessoas estavam na época sussurrando sobre a nova Sombra no Sul, e sobre seu ódio pelo Oeste. Ali estavam seus novos e bons amigos, que o ajudariam em sua vingança.

Estes eram homens de outra raça, vindos das selvagens terras do leste, reunindo-se ao chamado de seu Senhor Supremo; exércitos que tinham acampado diante de seu Portão durante a noite e agora marchavam para aumentar seu poder crescente.

Não obstante, não se pode duvidar de que, quando Denethor viu grandes forças reunidas contra ele em Mordor, e mais Outras se reunindo, ele viu o que realmente é.

Forma Etérea

transmutação 7

Na obra
:

Sauron, entretanto, não era de carne mortal; e, embora estivesse agora destituído dessa forma na qual havia cometido tamanho mal, para nunca mais voltar a parecer simpático aos olhos dos homens, mesmo assim seu espírito se elevou das profundezas e passou como uma sombra e um vento escuro por cima do mar, voltando à Terra-média e a Mordor, que era seu lar.

Então Sauron foi derrotado por algum tempo e abandonou seu corpo. Seu espírito fugiu para longe e se ocultou em local ermo. E por muitos anos ele não voltou a assumir forma visível.

Proteção Primordial (Primordial Ward)

6º nível de abjuração

Nas obras:


Talvez o Anel sinta falta do calor da mão de Sauron, que era negra e mesmo assim queimava como fogo, e assim Gil-galad foi destruído; e talvez, se o ouro for reaquecido, a inscrição fique visível outra vez.

Então os raios aumentaram e mataram homens nas colinas, nos campos e nas ruas da cidade. E uma faísca de fogo atingiu em cheio a cúpula do Templo e a fendeu, e ela ficou envolta em chamas. Mas o Templo em si não sofreu abalo, e Sauron ficou de pé em seu pináculo, desafiando os relâmpagos sem ser atingido.

E, quando os Capitães olharam para o sul na direção da Terra de Mordor, tiveram a impressão de que, negro contra a cortina de nuvens, erguia-se um enorme vulto de sombra, impenetrável, coroado de relâmpagos, enchendo todo o céu.

Visão da Verdade

adivinhação 6

Na obra:


No abismo negro apareceu um único olho que cresceu lentamente, até cobrir quase toda a extensão do Espelho. Tão terrível era aquela visão que Frodo ficou colado ao solo, sem poder gritar ou desviar o olhar. O Olho estava emoldurado por fogo, mas era ele mesmo que reluzia, amarelo como o de um gato, vigilante e atento, e a fenda negra de sua pupila era um abismo, uma janela que se abria para o nada.

Então o Olho começou a se movimentar, procurando algo de um lado e de outro, e Frodo percebeu, com medo e certeza, que ele próprio era uma das muitas coisas que estavam sendo procuradas. Mas também percebeu que não podia ser visto — por enquanto, a não ser que o desejasse.

E, de repente, sentiu o Olho. Havia um olho na Torre Escura que nunca dormia. Frodo sabia que ele tinha percebido seu olhar. Uma determinação feroz e ávida estava nele. Saltou na direção de Frodo, que quase como um dedo o sentiu, procurando-o. Muito em breve iria tocá-lo e saber exatamente onde estava.

O olho: aquela horrível sensação crescente de uma vontade hostil que lutava com grande força para penetrar todas as sombras de nuvens, e a terra e a carne, para vê-lo: para cravá-lo sob seu olhar mortal, nu, imóvel. Tão tênues, tão frágeis e tênues estavam ficando os véus que ainda ofereciam proteção contra ele. Frodo sabia exatamente onde a moradia atual e o coração daquela vontade estavam: e com a certeza com a qual um homem diz a direção do sol com os olhos fechados. Ele a estava encarando, e sua potência pesava-lhe sobre as pálpebras.

Sem qualquer propósito claro, puxou o Anel e colocou-o de novo no dedo. Imediatamente sentiu o grande fardo de seu peso, e sentiu de novo, agora mais forte e opressiva que nunca, a malícia do Olho de Mordor, perscrutando, tentando penetrar as sombras que fizera para a própria defesa, mas que nesta hora o atrapalhavam em sua inquietude e dúvida.

Proteger Fortaleza

abjuração 6

Na obra


Eram como grandes figuras sentadas em tronos. Cada uma tinha três corpos unidos, e três cabeças olhando para fora, e para dentro, e através do portão. As cabeças tinham caras de abutres, e em seus grandes joelhos descansavam mãos em forma de garras. Pareciam ter sido entalhadas em enormes blocos de pedra, imóveis, e apesar disso estavam vigilantes: algum espírito terrível de vigilância maligna morava nelas. Conheciam quem era um inimigo. Visível ou invisível, ninguém poderia passar despercebido. Proibiriam sua entrada, ou sua fuga.

Forçando sua disposição, Sam lançou o corpo outra vez para a frente, e parou com um solavanco, cambaleando como se tivesse levado um murro na cabeça e no peito.

Mover Terra

transmutação 6

Na obra
:

— Sei pouco sobre Iarwain além do nome — disse Galdor. — Mas acho que Glorfindel está certo. O poder para desafiar o Inimigo não está nele, a não ser que esteja na própria terra. E, mesmo assim, podemos ver que Sauron tem o poder de torturar e destruir as próprias colinas.

As poças sufocantes estavam cheias de cinzas e lama que se espalhava, num branco-acinzentado repugnante, como se as montanhas tivessem vomitado a imundície de suas entranhas sobre as terras que as circundavam. Altos montes de pedra esmigalhada e esmagada, grandes cones de terra arruinados pelo fogo e manchados de veneno jaziam como um cemitério obsceno em fileiras intermináveis, lentamente reveladas na luz relutante.

Sam estava olhando para Orodruin, a Montanha de Fogo. De vez em quando, as fornalhas bem abaixo de seu pico de cinzas despejavam, em meio a grandes ondas e convulsões, rios de rocha fundida, saídos de fendas em suas encostas. Alguns corriam reluzindo na direção de Barad-dûr por grandes canais; outros traçavam um caminho sinuoso e entravam na planície de pedra, até se resfriarem e se deitarem como formas retorcidas de dragões, o vômito da atormentada terra.

De fato, toda a superfície das planícies de Gorgoroth estava salpicada de grandes buracos, como se, quando ela ainda era uma região coberta de lama mole, tivesse sido atingida por uma chuva de raios e pedras arrojadas por enormes fundas. Os buracos maiores eram contornados por bordas de rocha quebrada, e largas fissuras corriam deles em todas as direções.

Criar Mortos-Vivos

necromancia 6

Na obra:


Nove ele deu a Homens Mortais, orgulhosos e poderosos, e desse modo os seduziu. Há muito tempo caíram sob o domínio do Um, e se tornaram Espectros do Anel, sombras sob sua grande Sombra, seus mais terríveis servidores.

Uma sombra veio de lugares distantes e escuros, e os ossos se mexeram dentro dos túmulos. Criaturas Tumulares andavam pelas cavidades com um tilintar de anéis em dedos frios e correntes de ouro ao vento. Os anéis de pedra sorriam no chão como dentes quebrados ao luar. Os hobbits tremeram. Até no Condado, os rumores sobre as Criaturas Tumulares das Colinas dos Túmulos além da Floresta já tinham sido ouvidos

Há coisas mortas, rostos mortos na água disse ele cheio de terror.

— Rostos mortos!

Gollum riu.

— Os Pântanos Mortos, é, sim: esse é o nome deles — disse ele

gargalhando. — Você não deve olhar quando as velas estão acesas.

— Quem são eles? O que são eles? — perguntou Sam tremendo,

voltando-se para Frodo que agora vinha logo atrás.

— Não sei — disse Frodo numa voz que parecia saída de um sonho. Mas também os vi. Nas poças, quando as velas estão acesas. Jazem em todas as poças, rostos pálidos, nas profundezas das águas escuras. Eu os vi: rostos repugnantes e maus, e rostos nobres e tristes. Muitos rostos altivos e belos, e ervas em seus cabelos prateados. Mas todos nojentos, podres, todos mortos. Há uma luz terrível neles. — Frodo cobriu os olhos com as mãos. — Não sei quem são; mas tive a impressão de ter visto ali homens e elfos, e orcs ao lado deles.

— É, sim — disse Gollum. — Todos mortos, todos podres. Elfos e homens e orcs. Os Pântanos Mortos. Houve uma grande batalha há muito tempo, sim, assim lhe disseram quando Sméagol era jovem, quando eu era jovem antes de o Precioso chegar. Foi uma grande batalha. Homens altos com grandes espadas, e elfos terríveis, e orcses gritando.

Lutaram sobre a planície por dias e meses diante dos Portões Negros. Mas os Pântanos cresceram desde então, engoliram os túmulos, sempre se espalhando, se espalhando.

— Mas isso foi há uma ou duas eras — disse Sam. — Os Mortos não podem realmente estar lá. Isso é alguma feitiçaria criada na Terra Escura? — Quem pode saber? Sméagol não sabe — respondeu Gollum.

Doença Plena

necromancia 6

Na obra:


E, no reinado de Telemnar, o vigésimo terceiro da linhagem de Meneldil, trazida por ventos sinistros do leste, veio uma peste que se abateu sobre o Rei e seus filhos, e muitos do povo de Gondor pereceram.


Ataque Visual

necromancia 6

Na obra:


Uma imagem de perversidade e ódio tornados visíveis; e poucos conseguiam encarar o Olho de Sauron, o Terrível.


Onda Destrutiva

evocação 5

Na obra:


Teve uma visão rápida de nuvens rodopiando, e no meio delas torres e ameias, altas como colinas, fundadas sobre um poderoso trono de montanha acima de abismos incomensuráveis; grandes pátios e calabouços, prisões sem olhos, íngremes como penhascos, e portões escancarados feitos de ferro e pedra adamantina: e então tudo acabou. Torres caíram e montanhas deslizaram; paredes desmoronaram e derreteram, esboroandose; enormes espirais de fumaça e jatos de vapor subiam, subiam e se espalhavam, até formarem um teto semelhante a uma onda ameaçadora, e sua crista alucinada se crispou e veio descendo e cobrindo tudo, espumando sobre a terra. E então, por fim, através das milhas da planície chegou um ribombo, crescendo até se tornar um estrondo e um rugido ensurdecedores; a terra tremeu, a planície arfou, abriu-se em brechas e o Orodruín cambalcou. Chamas se lançavam de seu topo fendido. Os céus explodiram em trovão, cortados por relâmpagos.

A Carta na manga de Sauron era a posse de Um Anel para "facilitar" o acesso sua Mana:

Essas duas condições (isoladas ou juntas) levarão ao desejo por Poder, para tornar a vontade mais rapidamente efetiva — e, assim, à Máquina (ou Magia). Com a última tenho em mente o uso de planos ou artifícios (aparelhos) externos ao invés do desenvolvimento dos poderes ou talentos interiores inerentes — ou mesmo do uso desses talentos com o motivo corrupto da dominação: de intimidar o mundo real ou coagir outras vontades. A Máquina é nossa forma moderna mais óbvia, embora mais intimamente relacionada com a Magia do que se costuma reconhecer.

“É bastante possível, claro, que certos “elementos” das condições da matéria tenham atraído a atenção especial de Morgoth [principalmente, exceto no passado remoto, por razões de seus próprios planos]. Por exemplo, todo o ouro [na Terra-média] parece ter uma tendência especialmente “maligna” – mas não a prata. A água é representada como quase inteiramente livre de Morgoth. [Isto, claro, não significa que um mar, rio, poço ou mesmo vasilhame de água em particular não pudesse ser envenenado ou poluído – como todas as coisas podiam.]”

e

“O poder de Morgoth estava disseminado através de todo o Ouro, se em nenhuma parte absoluto [pois ele não criara o Ouro] em nenhuma parte estava ausente. [Era este elemento-Morgoth na matéria, de fato, que era o pré-requisito para a “mágica” e outras perversidades que Sauron praticou com ele e sobre ele.]”



Dando prosseguimento às análises do poderio pessoal do Sauron pós criação dos anéis, temos que levar em conta o controle das 19 joias e seus efeitos inter-temporais e especiais na T.M. Mas não somente isso, Eregion se tornara o centro renascentista nas artes e ciências numa época Dark Age - o fato de Celebrimbor e CIA terem o poder político e o prestígio social neste epicentro mostra um joguete de poder temporal/governamental que Sauron incutiu nos joalheiros: a expulsão de Galadriel e Celeborn e o golpe político dos Mirdhain em Eregion (segundo a versão dos Contos Inacabados), ou seja, Sauron governaria tudo à distância e controlaria seus Michelangelo, Da Vinci, e outros elfos das ciências - e tudo por telepatia - algo parecido com o que o "Mulo" da Trilogia Fundação fazia:

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Para quem gosta de D&D - isso equivale à uma magia de domínio de pessoas (level 5): www.dandwiki.com/wiki/SRDominate_Person

You can control the actions of any humanoid creature through a telepathic link that you establish with the subject’s mind.


If you and the subject have a common language, you can generally force the subject to perform as you desire, within the limits of its abilities. If no common language exists, you can communicate only basic commands, such as “Come here,” “Go there,” “Fight,” and “Stand still.” You know what the subject is experiencing, but you do not receive direct sensory input from it, nor can it communicate with you telepathically.


Once you have given a dominated creature a command, it continues to attempt to carry out that command to the exclusion of all other activities except those necessary for day-to-day survival (such as sleeping, eating, and so forth). Because of this limited range of activity, a Sense Motive check against DC 15 (rather than DC 25) can determine that the subject’s behavior is being influenced by an enchantment effect (see the Sense Motive skill description).


Changing your instructions or giving a dominated creature a new command is the equivalent of redirecting a spell, so it is a move action.


By concentrating fully on the spell (a standard action), you can receive full sensory input as interpreted by the mind of the subject, though it still can’t communicate with you. You can’t actually see through the subject’s eyes, so it’s not as good as being there yourself, but you still get a good idea of what’s going on.


Subjects resist this control, and any subject forced to take actions against its nature receives a new saving throw with a +2 bonus. Obviously self-destructive orders are not carried out. Once control is established, the range at which it can be exercised is unlimited, as long as you and the subject are on the same plane. You need not see the subject to control it.


If you don’t spend at least 1 round concentrating on the spell each day, the subject receives a new saving throw to throw off the domination.


Protection from evilor a similar spell can prevent you from exercising control or using the telepathic link while the subject is so warded, but such an effect neither prevents the establishment of domination nor dispels it.

Ou sugestão em Massa (poder level 6) - um dos aspectos inerentes a força de vontade oculta dentro de Sauron, somada à sua lábia divina e o desejo latente pela dominação/submissão: http://www.dandwiki.com/wiki/SRD:Mass_Suggestion

You influence the actions of the target creature(s) by suggesting a course of activity (limited to a sentence or two). The suggestion must be worded in such a manner as to make the activity sound reasonable. Asking the creature to do some obviously harmful act automatically negates the effect of the spell. The same suggestion applies to all these creatures.


The suggested course of activity can continue for the entire duration. If the suggested activity can be completed in a shorter time, the spell ends when the subject finishes what it was asked to do. You can instead specify conditions that will trigger a special activity during the duration. If the condition is not met before the spell duration expires, the activity is not performed.


A very reasonable suggestion causes the save to be made with a penalty (such as –1 or –2).

Por ter tido pouco tempo no uso e desuso do Um anel, acho que o controle mental de Sauron sobre os Orcs e Homens não era tão tremendo. Mas porquê? O perfil combativo de Sauron é o comando e de preferência à distância - como um jogador de Warcraft ou de Xadrez em relação às suas peças - não que ele não venha a desempenhar uma atitude presencial, mas a última vez que o fez em combate ele quase perdeu seu corpo na luta contra Huan. Mas o que aconteceu é que, em vez de ficar num local fortificado e comandar mentalmente suas tropas numa posição segura à sua pessoa, ele agiu como um comandante de tropas (papel que seria desempenhado por Witch king no futuro) - a lá Alexandre, o grande ou Napoleão - o que eu vejo nisso é que o alcance mental para cobrir grandes distâncias e exercer esta telepatia vai enfraquecendo quanto maior for distância do controlador em relação às suas tropas - tipo um sinal de celular que vai ficando mais fraco quando longe da torre de telefonia. É por isso que ele teve que tá lá no meio dos Orcs imundos e bárbaros por esse limite territorial/geográfico:

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E ainda mais se arriscou num confronto Maia x elfo contra Celebrimbor:

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Até então temos o quê com o Um anel recém criado? Aumento de controle/sugestão em massa para o comando massivo de seres com tendências malignas e (normalmente) "contaminados/imbuídos" com Elemento Morgoth em seus corpos - e não somente os orcs e trolls, mas os homens também que possuem um fragmento do ingrediente morgoth em seus corpos e que se manifesta quando incentivado ou quando da prática de atos de maldade, ou seja, o acordar do monstro/fera que existe em todo o homem. Penso que tal controle mental/telepático não era tão grande pelo pouco tempo de "carregar as energias" do UM anel ou treinar mais esse poder. E digo não tão grande pelo alcance, distância geográfica a ponto de Sauron ter que pessoalmente acompanhar as tropas (agindo como uma torre de sinal ambulante). Muito diferente dessa postura mais sábia:

Talvez consiga manter seus homens reunidos pelo tempo necessário, mas eu duvido. Está encurralado por um inimigo poderoso demais. Pois chegou quem eu temia.

— Não... o Senhor do Escuro?
— exclamou Pippin, esquecendo sua posição devido ao pavor.

Denethor riu de um modo amargo.

— Não, ainda não, Mestre Peregrin! Ele não virá, a não ser para triunfar sobre mim quando tudo estiver perdido. Ele usa outros como suas armas. Assim fazem os grandes senhores, se forem sábios, Mestre Pequeno. Ou por que motivo estaria eu aqui, sentado em minha torre e pensando, assistindo, esperando, pondo em risco até mesmo meus filhos? Pois ainda consigo brandir uma arma.

Comecemos pela "rendição" de Sauron. Tolkien fala em cartas que a rendição de Sauron foi astuta e voluntariosa. Ademais, os Númenorianos não seriam capaz de controlá-lo militarmente:

Então Sauron recorreu ao logro. Entregou-se e foi levado à Númenor como um refém-prisioneiro. Mas, é claro, ele era uma pessoa “divina” (nos termos desta mitologia; um membro menor da raça dos Valar) e, dessa forma, poderoso demais para ser controlado dessa maneira. A “rendição” pessoal de Sauron foi voluntária e astuta*: ele conseguiu livre transporte para Númenor!
A atuação de Sauron na ilha é de um benesse e brilhantismo político sem igual, pois não houve a utilização de uma arma ofensiva terrível (sem raios laser, bomba de anti-matéria, força bruta. Como vemos por aí nos quadrinhos, tv, filmes). O modus operandi de Sauron está mais para um Ozymandias do Watchmen - intelecto em contraponto (ironicamente) ao uso de poderes divinos como um Dr. Manhattan. Eu simbolizo mais ou menos essa cena aqui:
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É nesse período de blasfêmia que inicia-se os cultos de sacrifícios humanos, tendo Sauron como sumo sacerdote - o cara passa de prisioneiro político à chefe teológico/religioso. Como argumentar contra um senhor da lábia e detentor de verdades dogmáticas naturais de quase todas as religiões? E, ainda mais imortal. Ele provavelmente mostrava que sua condição de imortalidade era alcançável também aos homens? Como um (falso) "Messias" que, nas religiões e histórias do nosso mundo tratavam de ensinamentos a serem seguidos para que outros pudessem também atingir a "iluminação" e saírem dessa condição de carne, sangue e ossos.

Aí vem grande momento de Sauron. Pois os Valar se encolerizaram com a Ilha. E a bombardearam com granizo, tempestades, raios e trovões. Do qual Sauron ficou incólume no topo do templo:

Então os raios aumentaram e mataram homens nas colinas, nos campos e nas ruas da cidade. E uma faísca de fogo atingiu em cheio a cúpula do Templo e a fendeu, e ela ficou envolta em chamas. Mas o Templo em si não sofreu abalo, e Sauron ficou de pé em seu pináculo, desafiando os relâmpagos sem ser ferido.
Ou seja, o Inimigo foi capaz de suportar um fenômeno com cinco vezes a temperatura da superfície do Sol! - https://super.abril.com.br/blog/superlistas/9-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-raios/ - E não somente isso, mas os raios conseguiam destruir certas estruturas de Númenor (tendo rachado ao meio o Templo dedicado à Melkor) tão poderosas como a pedra de Orthanc ou os Muros de Minas Tirith.

É possível que Sauron usasse seus poderes e causasse as tempestades, os raios, as doenças e loucuras que atormentavam os homens em Númenor. E colocou a culpa nos Valar.

O Sauron do final da 2ª era estava enfraquecido pelo gasto de energia na corrupção de milhões de mentes de Númenor e gastou mais energia reconstruindo um corpo do zero:

Sauron, é claro, foi “confundido” pelo desastre e diminuído (tendo despendido uma enorme energia na corrupção de Númenor). Ele precisava de tempo para sua própria reabilitação corpórea e para adquirir controle sobre seus antigos subordinados.

E ainda gastou energia controlando a mente de centenas de milhares de Orcs, Numenoreanos Negros, Trolls, homens de Harad, Khand, os Variags e até aves e feras:

Naquele dia, todos os seres vivos estavam divididos; e alguns de cada espécie, mesmo entre os animais selvagens e as aves eram encontrados dos dois lados, à única exceção dos elfos Somente eles não se dividiram e seguiram a liderança de Gil-galad. Dos anões, poucos lutaram, fosse de um lado, fosse do outro. Mas a linhagem de Durin de Moria combateu Sauron.

Analisando os poderes exercidos por Sauron imediatamente após a queda de Númenor, verifica-se o uso inato de uma habilidade dos Ainur em geral, ou seja, o mesmo assumiu forma etérea e exerceu uma telecinesia para carregar o Um anel para Mordor, conforme dito nas Cartas de Tolkien - numa versão a lá poltergeist:

Apesar de reduzido a “um espírito de ódio levado por um vento sombrio”, não acho que seja necessário se espantar com esse espírito levando embora o Um Anel, do qual seu poder de dominação de mentes agora dependia amplamente.
Ademais:

Sauron, entretanto, não era de carne mortal; e, embora estivesse agora destituído dessa forma na qual havia cometido tamanho mal, para nunca mais voltar a parecer simpático aos olhos dos homens, mesmo assim seu espírito se elevou das profundezase passou como uma sombra e um vento escuro por cima do mar, voltando à Terra-média e a Mordor, que era seu lar.
Isso me lembrou a descrição de John Milton, quando Satã sai das profundezas do inferno/abismo no Paraíso Perdido:


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Na Guerra da Última Aliança, o Inimigo passou menos de 2 séculos para assumir forma corpórea - em comparação à demora para gerar forma física na 3º era do Sol, razão pela qual, tendo em vista as análises passadas retratando os feitos e poderes de Sauron nas 1ª e 2ª era, percebe-se que o Inimigo é mais subestimado na 3ª era do que em qualquer outro momento. Mas lembrando, ele perdeu um corpo em Númenor, assumiu nova forma física e ainda exerceu poder o suficiente para gerar uma erupção vulcânica:

Ora, Sauron preparava a guerra contra os eldar e os homens de Ponente; e os fogos da Montanha foram mais uma vez atiçados. Motivo pelo qual, ao ver a fumaça de Orodruin ao longe e perceber que Sauron retomara, os númenorianos renomearam aquela montanha como Amon Amarth, o que significa Montanha da Perdição.
E sem contar que, mesmo com esse dispêndio de energia - houve ainda o exercício de telepatia a nível continental para reunir um contingente de servos dispersos em várias regiões longínquas - dos desertos de Harad às planícies de Rhûn - do longínquo leste ao litoral dos Númenorieanos Negros- imagino que tudo tenha sido por telepatia, pois o pesadelo logístico para mandar tantos mensageiros, para passarem as informações e reunir tantos exércitos - seria uma tarefa de nível mitológico, haja vista que as décadas em Númenor fez com que vários subordinados ficassem dispersos em vários territórios:


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Neste caso:

Sauron, é claro, foi “confundido” pelo desastre e diminuído (tendo despendido uma enorme energia na corrupção de Númenor). Ele precisava de tempo para sua própria reabilitação corpórea e para adquirir controle sobre seus antigos subordinados.
Verifica-se que o auge do nível de controle de mentes chegou à um nível monstruoso, pois não somente os seres racionais estavam dominados, mas as feras-bestas e demais animais estavam nos 2 lados no Campo de Dagorlad - sendo que o Silma fala que todos os seres estavam divididos, à exceção dos elfos:

De Imladris, eles atravessaram as Montanhas Nevoentas por muitos desfiladeiros e marcharam ao longo do Rio Anduin, chegando, afinal, a deparar com o exército de Sauron em Dagorlad, a Planície da Batalha, que se estende diante dos portões da Terra Negra. Naquele dia, todos os seres vivos estavam divididos; e alguns de cada espécie, mesmo entre os animais selvagens e as aves eram encontrados dos dois lados, à única exceção dos elfos Somente eles não se dividiram e seguiram a liderança de Gil-galad. Dos anões, poucos lutaram, fosse de um lado, fosse do outro. Mas a linhagem de Durin de Moria combateu Sauron.
Os números deveriam ser massivos, pois a batalha se estendeu não por horas, mas sim por dias e (quem sabe) até meses:

— É, sim — disse Gollum. — Todos mortos, todos podres. Elfos e homens e orcs. Os Pântanos Mortos. Houve uma grande batalha há muito tempo, sim, assim lhe disseram quando Sméagol era jovem, quando eu era jovem antes de o Precioso chegar. Foi uma grande batalha. Homens altos com grandes espadas, e elfos terríveis, e orcses gritando. Lutaram sobre a planície por dias e meses diante dos Portões Negros. Mas os Pântanos cresceram desde então, engoliram os túmulos, sempre se espalhando, se espalhando.
Sendo vitoriosos em Dagorlad, há uma série de vertentes/pontos de vistas que tentam trazer "à luz"/mais informações que não temos tanto no legendarium. Ora, o mesmo Sauron que ficou 7 anos "ruminando" na torre de Barad-dûr, enquanto os exércitos de homens, elfos e anões estreitavam o cerco à sua fortaleza, veio (lógico, é um exercício de imaginação ou "extrapolação") a utilizar seus "maquinários" e servos em suas contendas contra os seus inimigos, mas além disso há 2 pontos que me passavam despercebido outrora:

Sitiaram a fortaleza por sete anos e sofreram perdas pelo fogo, por lanças e setas do inimigo, e Sauron fez muitas investidas contra eles
Me parece que, além dos meios convencionais como o uso de máquinas de cerco, exércitos de orcs; creio que Sauron utilizou-se dos fogos advindos das entranhas da terra de Mordor; meio que "invocar"/requerer a saída do magma para atingir seus inimigos e lembrar que ele usou o magma em seus feitiços e em sua forja. Se isso realmente ocorreu, parabéns aos elfos-homens-anões (quem sabe estes últimos tenha sido a salvação dos exércitos por serem capazes de manter e pressionar o cerco à Sauron), mas mesmo com esse nível de destruição, o Inimigo fora obrigado a sair de seu reduto e lutar contra a Última Aliança. Interessante que numa visão superficial, parece que Sauron enfrentou "somente" Gil - Galad, Elendil, Cirdan, Elrond e Isildur nas encostas da Montanha da Perdição:

No final, porém, o cerco era tão rigoroso, que o próprio Sauron se apresentou; e lutou com Gil-Galad e Elendil, matando os dois; e a espada de Elendil quebrou quando ele tombou.
e

Mas poucos perceberam o que Isildur fez. Ele tinha ficado sozinho ao lado do pai no confronto final; e ao lado de Gil-galad aperias Círdan ficou, e eu. Mas Isildur não deu ouvidos ao nosso conselho.
O que faz com que muitos pensem que houve um duelo de 5 contra 1:

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Mas na verdade, é bem capaz que Sauron tenha enfrentado (junto com seu exército) todo o exército da Aliança, pois se levarmos em conta que o combate se estendeu até as encosta da Montanha da perdição, Sauron teria de ter andado toda a distância da Torre-Negra até o vulcão, ou seja, são quase 30 milhas de um local cercado até a montanha da perdição, enfrentando sabe se lá quantos elfos e Númenorianos até chegar ao seu destino:

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Então, o melhor modelo é (por incrível que pareça) o que aparece na abertura do filme "A Sociedade do Anel" - os exércitos contra Sauron:

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Não obstante, Sauron conseguiu furar o bloqueio. Mas como? Tendo usado a essência de Morgoth na reconstrução de sua forma física, é possível que o Inimigo tenha assumido um corpo de sombras e chamas, algo parecido com o Balrog - emanando calor e causando medo suficiente para queimar e repelir os ataques de milhares de elfos e homens no ataque:


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Talvez o Anel sinta falta do calor da mão de Sauron, que era negra e mesmo assim queimava como fogo, e assim Gil-galad foi destruido
e

Ali, ele mais uma vez apanhou seu magnífico Anel em Barad-dûr; e ali permaneceu, sinistro e mudo, até inventar para si uma nova aparência, uma imagem de perversidade e ódio tornados visíveis; e poucos conseguiam encarar o Olho de Sauron, o Terrível.
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No final da 2ª era, mesmo após gastar muita energia corrompendo Númenor, ter perdido uma forma-física, ter refeito o corpo, reunido telepaticamente várias hordas, causado erupções vulcânicas, enfrentar sabe-se lá quantos inimigos, e ter ido à Montanha enfrentar Elendil e Gil-Galad, Sauron causou um grande estrago e só perdeu por não está em plenas forças (tanto física-quanto em poder/energia divina). O cara era F#### mesmo. Mas o que mais encontro são fóruns detonando o personagem por ser fraco em Poder. Ou é isso ou é muita Fanboyzice mesmo.

Pq o Sauron da 1ª era não é mais poderoso do que o da 2ª e 3ª eras? Por este motivo:
Recuperando sua forma e a capacidade de interagir com o mundo. Recuperando o poder que ainda lhe restava, e não o poder de Eras atrás, e muito menos aumentando-o. O poder que ele gastou não volta mais.

E baseado em que você pode afirmar que Sauron não tinha nenhuma dessas habilidades das quais você citou na Primeira Era?
Pouco é dito sobre Sauron na Primeira Era, mas o pouco que temos mostram que seu poder era imenso, e, em momento algum, mostra algo que fosse inferior ao que ele se apresentou em Eras posteriores.

E o Sauron da Terceira Era teria muito menos capacidade de parar o Ar-Pharazon do que a capacidade que já não teve na segunda. Caso contrário Gondor já teria sido varrida há muito.
Eu concordo plenamente com você sobre a capacidade de Sauron na 1ª Era, o próprio Silmarillion pontilha que "seu poder era imenso". E que o poder que ele gastou não volta mais (estou falando do poder inato, o que já nasceu com ele, que é finito e não renovável). Numa das análises de Tolkien, ele fala que Sauron não decaiu tanto em "estatura" como Morgoth do final da 1ª Era. Porém, discordo sobre a 1ª era ter sido seu auge.

Sobre as habilidades de Sauron na 2 últimas eras em contraponto a antiguidade da 1ª, me baseio nas obras e uma ou outra dedução, mas o principal é que na 1ª era, quando Sauron estaria no seu auge ele não conseguiria fazer algo que fez nas 2ª e 3ª, uma coisa muito básica para sua atuação a nível pessoal: A capacidade de conseguir recuperar uma forma física - que é algo básico, entretanto:

- Lá para todo o sempre - disse-lhe Lúthien - teu eu nu suportará o tormento do escárnio de Morgoth e será perfurado pelos seus olhos, a menos que me cedas o comando de tua torre; Sauron então se rendeu, e Lúthien assumiu o comando da ilha e de tudo o que ali se encontrava. E Huan o libertou.
Como isso é possível? Um Sauron em seu máximo poder não consegue recuperar um corpo, mas nas 2ª e 3ª eras, quando estaria "em baixa", conseguiu duas vezes.

Temos que lembrar que ele já tinha gasto uma porção de força inata quando da atuação na formação de Eä e Arda. Traiu os Valar e teve acesso a "Ingrediente Morgoth" que o Tolkien descreve em cartas e ensaios, e cita na própria obra, quando fala da transferência da energia do Inimigo aos seus servos. Na 2ª era, gastou a "maior parte do que nasceu com ele" no Um anel. Então o que sobrou? Sobrou uma parte, mas como fazer tudo isso e ter "Mana/energia" para realizar tudo o que fez no restante da 2ª e toda 3ª era? O anel do poder captaria/acessaria a Corrupção de Morgoth herdada por Arda.

e:

Foi assim que Sauron apareceu nesta forma. E mitologicamente suposto que quando essa forma era “real”, isto é, uma realidade física no mundo físico e não uma visão transferida de mente para mente, levava algum tempo para ser construída. Era então destrutível como outros organismos físicos. Mas isso, é claro, não destruía o espírito nem o liberava do mundo ao qual estava ligado até o fim. Após a batalha com Gilgalad e Elendil, Sauron levou um longo tempo para reconstruí-la, mais longo do que havia levado após a Queda de Númenor (suponho que assim o seja porque cada construção consumia certa quantidade da energia inerente do espírito, que poderia ser chamado de “vontade” ou elo efetivo entre a mente e o ser indestrutíveis e a realização de sua imaginação). A impossibilidade de reconstrução após a destruição do Anel está suficientemente clara “mitologicamente” no presente livro.

Sobre a pluripotência dos outros Ainur:
a) Ossë ergueu a ilha de Númenor do fundo do mar. Você pode pensar que ele exerceu algum poder "elemental" sobre a terra e gerou uma mega erupção debaixo do Mar para a formação geológica que conhecemos OU Ossë utilizou alguma "mágica" para utilizar alguma propriedade da água para erguer a massa de terra em forma de estrela.

b) Ulmo e seus servos utilizaram uma ilha como se fosse um barco para o transporte dos Teleri. Mais uma vez podemos pensar no exemplo acima, mas em termos geológicos é praticamente impossível uma ilha virar um barco, a não ser que Ulmo tivesse movido placas tectônicas inteiras para fazer tal coisa.
 
Última edição:
Comentando um pouco mais sobre os nomes "Mairon" e "Sauron" os Ainur relacionados a Aulë sempre têm muito domínio sobre a forma. Saruman se chamava "de muitas cores" e de "forjador de anéis" enquanto o elfo Fëanor se tornou no maior artista dentre os filhos por ter estudado com um dos ferreiros de Aulë para dominar totalmente o poder das formas físicas ao mesmo tempo em que criava escrita (os nomes registrados por meio de alfabeto).

Então a cada vez que Sauron assumia um novo nome ele criava uma aparência equivalente ao seu novo papel (novo plano) segundo seu estado/opinião na época, por exemplo, o "senhor dos presentes Annatar" era a forma de alguém belo e convidativo e o ápice da habilidade de sedução dele que foi desenvolvida quando assumiu aquela forma (os próprios 19 grandes anéis são feitos com ajuda do legado de Fëanor por meio do neto dele que era um mestre das formas dentro da capacidade dos elfos). Outro exemplo, quando decide que buscará destruir o cão de Valinor Huan ele também assume a forma de um grande lobo.

A palavra Sauron tem sentido de "maligno"/abominável em oposição a Mairon que seria "admirável". Na medida em que a personalidade dele vai mudando (para pior) a possibilidade de tomar formas belas e poderosas vai diminuindo restando apenas a forma terrível e marcada, primeiro com um sinal de condenação de Eru derrubando-o de Númenor (um prenúncio) e depois ao ser morto por Elendil e Gil Galad.

Isso tudo é planejado por Tolkien e o decaimento nele será nítido, físico e aparente, no mundo e nos registros (os nomes de fama dele vão se tornando terríveis até que simplesmente os elfos preferem não nomear e ele perde até mesmo a presença do nome na boca dos elfos). O maia Ossë (de Ulmo) também tem essa bipolaridade mas ele tinha a sorte de ter Uinen para suavizar sua personalidade ambígua. Mas Sauron é "seco"(perdão pelo trocadilho) e sustenta os efeitos da bipolaridade da mesma forma que os Círculos do Mundo, ou seja, mal. Porque existem limites para a matéria ser torturada entre a luz e a escuridão, entre um lado e outro, antes que tudo soçobre incluindo a forma dos Poderes.
 

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