Fúria da cidade
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E se uma única nota tivesse o valor de várias dessas verdinhas?
Não só de US$ 10 mil, como até de US$ 100 mil. Muito antes do internet banking, quando os sistemas bancário e financeiro eram totalmente analógicos, colocar em circulação cédulas com valor de face mais alto do que o padrão era uma "tecnologia" implementada pelos Estados Unidos para aquecer a economia em tempos de crise.
Durante a Guerra Civil, por exemplo, os recursos eram escassos e o governo precisava garantir financiamento para os esforços de guerra —basicamente vendendo papéis com a garantia que poderiam ser resgatados anos depois, do jeitinho que funciona o atual Tesouro Direto.
Assim, desde o final do século 18, os americanos imprimiram, em diferentes províncias, estados e períodos, cédulas de papel com valor de face acima dos atuais um, dois, cinco, dez, 20, 50 e 100 dólares. Ah, e olha a bipolaridade monetária: apesar de imprimir dinheiro com valores exorbitantes, os EUA são o único país desenvolvido a ainda fabricar e manter notas de US$ 1 circulando.
As primeiras com valor acima de US$ 100 foram as cédulas de US$ 500, na Carolina do Norte, em 1780. Como você pode notar na imagem a seguir, elas não tinham nada a ver com o dólar atual.
Imagem: Reprodução
No mesmo ano, a então província de Virginia imprimiu notas de US$ 500 e de US$ 1.000. No ano seguinte, foram os primeiros a imprimir cédulas de US$ 2.000.
Nota de US$ 500 impressa em 1862
Imagem: Reprodução
Uma outra leva de notas com valores estratosféricos foi impressa em 1934, um ano depois de o presidente Franklin D. Roosevelt confiscar todo o ouro mantido por pessoas físicas para aumentar as reservas em ouro do país e tentar fugir da recessão econômica.
O governo pagava pelo ouro com notas de US$ 100, US$ 1.000, US$ 10 mil e até US$ 100 mil. Mas, essas cédulas não serviam para tomar um café na esquina nem para trocar no bar: seu uso era válido exclusivamente entre instituições financeiras.
Nota de US$ 1.000 impressa em 1918
Imagem: Reprodução
O último lote de notas de alto valor foi impresso em dezembro de 1945 e foi saindo de circulação espontaneamente até julho de 1969. A partir desse ano ,o Federal Reserve, banco central dos EUA, passou a recolher e destruir as cédulas graúdas ainda existentes. Hoje em dia, com as transações financeiras todas digitalizadas, é improvável que imprimir notas de altíssimo valor volte a ocorrer.
Nota de US$ 5.000 impressa em 1928
Imagem: Reprodução
Atualmente, sabe-se da existência de 336 notas de US$ 10 mil, 342 de US$ 5 mil e 165 mil notas de US$ 1.000. Algumas delas estão bem guardadas em coleções particulares, e outras tantas, expostas em museus pelo mundo.
Nota de US$ 10 mil impressa em 1934
Imagem: Reprodução
https://www.uol.com.br/tilt/colunas...-e-verdade-que-existem-notas-de-us-10-mil.htm