No 20º aniversário de "Fogo Contra Fogo", Henry Rollins relembra o soco que levou de Al Pacino
Esta semana marca o aniversário de 20 anos do filme de ação de Michael Mann,
Fogo contra Fogo, que traz a história de um assalto a banco filmado em Los Angeles, estrelando Al Pacino como um policial linha dura na caçada de Robert De Niro, que interpreta um criminoso renomado. O filme também traz Val Kilmer e Tom Sizemore entre o bando de assaltantes, Amy Brenneman como a paixão de Robert De Niro, Jon Voight, Ashley Judd, Dennis Haysbert, Natalie Portman ainda jovem, Danny Trejo, William Fichtner como um traidor que faz lavagem de dinheiro e Henry Rollins como seu capanga.
O que os fãs não sabiam quando o filme saiu em 1995 é que a relação de trabalho entre os dois ícones principais da trama era tensa, revelou Rollins ao
Yahoo Movies durante uma entrevista recente. (Embora Rollins dissesse que não sabia a razão de discórdia entre Pacino e De Niro, os dois atores vencedores do Oscar admitiram ter uma rivalidade no passado).
Henry Rollins em “Fogo contra Fogo”
Rollins, que protagoniza o filme
indie de terror chamado
He Never Died, não tem muito tempo de cena em
Fogo contra Fogo, mas conseguiu ótimas histórias com as filmagens. No terceiro ato do filme, ele tem uma cena importante de briga com Al Pacino. Veja o que Rollins revelou sobre sua experiência com Al Pacino durante as filmagens de
Fogo contra Fogo, em suas próprias palavras:
Quando descobriu a tensão entre os atores principais de Fogo contra Fogo:
O diretor de elenco, Bonnie Timmermann, me levou para conhecer o diretor Michael Mann. Ele é um homem muito bom. Ele disse: “Olha, eu tenho muita tensão no
set com De Niro e Pacino. Não preciso de mais drama.”
Recordando um teste nada ortodoxo na hora do almoço:
Michael Mann me disse: “você terá cenas muitas com Al Pacino. Se ele não gostar de você, você não pode ficar neste filme. Eu não posso deixar Al ter qualquer turbulência; já temos atores o suficiente no
set. Então, este teste vai basicamente resumir se Al Pacino gosta ou não de você”. Eu disse: “Como você vai fazer isso?” Ele disse: “Você vai almoçar com o Al Pacino”. Eu disse: “Okaaay. Quando isso vai acontecer?” Ele disse: “Agora. Vamos indo”. Eu fiquei assim: “O quê!?”. E saímos do prédio. Eu me esqueci de aonde fomos porque eu estava em choque. De repente, nos sentamos e lá estava Al Pacino. Eu disse: “Como vai, senhor?” E ele disse [Rollins fez uma representação idêntica]: “Me chame de Al! Me chame de Al!” Então, eu almocei com ele; ele é divertido e maravilhoso. Depois do almoço, ele virou para Michael e disse [representando novamente]: “Michael, eu gostei dele”.
O dublê que sofreu um ferimento terrível:
Se você se lembra do filme, sabe que nossos dublês atravessam um painel de vidro [mostrado acima], ele [Al Pacino] me bate, eu estou algemado e sou jogado em um sofá. Nosso dublê, que atravessou a janela, o cara que faz o papel por mim — ele abriu a nuca na cena 1. Ele estava sangrando muito, mas eles não viram. Eu disse: “Você está sangrando”. Ele disse, “É! Eles vão me dar pontos e vou terminar esta cena.” Então, ele passa por uma janela uma segunda vez, eles finalizam a cena, e ele vai ao hospital.
Assista à cena com Al Pacino e Henry Rollins:
Sobre ter levado um soco — bem forte — de Al Pacino: Al Pacino e eu estávamos [durante a cena] nos recuperando sobre os cacos de vidro de borracha. Al tinha que me agarrar, me xingar de tudo quanto é nome e me bater. Ele é um homem bom, ele não queria me machucar. Ele me bateu um pouco [imitando perfeitamente a inflexão de Al Pacino]: “Bastardo!” Ele me bateu e eu disse [fora das câmeras]: “Al, senhor, nós temos que ser convincentes. Então, você deve mesmo me jogar longe e me esmurrar”. [Imitando Al Pacino] “Eu não quero te machucar”. Eu disse: “Olhe para este rosto. O que você poderia fazer a ele que já não foi feito por um cara de San Diego que tinha cinco anéis na mão”. Ele disse: “Ok”. Al investiu no momento. Então, na cena seguinte, ele me agarrou pelos cabelos com tanta força que eu quase comecei a chorar, me jogou longe e esmurrou meu rosto de tal maneira que eu senti a dor até nos dedos dos pés. “Seu bastardo, seu…! (murro e mais murro!)”. Meu rosto ficou dormente. Felizmente, depois de algumas cenas, terminamos! É Michael Mann, são muitas cenas. É uma pena que eles usaram uma das cenas anteriores.
Al Pacino durante um dos seus momentos mais animados em “Fogo contra Fogo”
Lembrando os gracejos de Al Pacino:
Com Michael Mann, tudo é real. As algemas são reais, as armas são reais e os espancamentos são reais. Acabei algemado e os assistentes tinham que vir me soltar após cada cena. É um grande filme, e os assistentes nem sempre são encontrados com facilidade — especialmente para um ator tão pequeno como eu. Por isso, fiquei lá algemado em um sofá. Al, sendo um cavalheiro e tanto, não saía de perto até que eu fosse solto. Enquanto eu ficava lá sentado e algemado, Al me usava como objeto de diversão. Ele me agarrava por trás da cabeça e dizia [representando]: “Olhe para ele. Olhe a cara dele! Venha e me traga um marca-texto. Vou colocar um bigode no rosto dele”. Ou, então, ele agarrava minhas bochechas e dizia: “Olhem para a cara dele. Não dá vontade de beijar!?”
Aproveitando a experiência:
Ele não podia ter sido melhor. Estávamos todos em histeria. Trabalhar com um ator do calibre dele e vê-lo sendo um cara tão legal e tão engraçado, talentoso e simpático, era muita coisa para um cara como eu. Ser companheiro de trabalho de Al Pacino por alguns dias foi inesquecível.
(Images: Warner. Bros; GIFs animados por Paul Rosales)
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