Bel
o.O
Tradução e adaptação feita por eu mesma dos textos do site oficial. Em parênteses são comentários originais do texto, em colchetes são comentários meus.
Sobre Gillian
Gillian Flynn nasceu em 24 de fevereiro de 1971 em Kansas City [Missouri, não Kansas], filha de dois professores: a mãe ensinava leitura/interpretação e o pai, cinema. Portanto, Gillian cresceu rodeada de livros e filmes, a ponto de ter livros arrancados de suas mãos na hora do jantar e ver filmes como Alien e Pshyco quando ainda tinha 7 anos de idade. Ela teve uma boa infância.
No colegial, teve trabalhos estranhos, como embalar e desembalar presuntos ou se fantasiar de "yoghurt cone" [casquinha de iogurte?], com terno. Por quê terno? Uma questão que a assombrou por anos.
Fez faculdade na Universidade do Kansas, de onde saiu com diplomas de Inglês e Jornalismo.
Depois de passar 2 anos escrevendo sobre recursos humanos para uma revista de negócios da Califórnia, Flynn mudou-se para Chicago. Lá fez mestrado em jornalismo na Northwestern University e descobriu que era muito covarde para ser uma repórter criminal.
Por outro lado, ela era uma movie geek com diploma de jornalista, então se mudou para Nova York e foi trabalhar na revista Entertainment Weekly, onde passou 10 felizes anos visitando sets ao redor do mundo (incluindo Nova Zelândia e O Senhor do Anéis). Nos últimos 4 anos de EW, Flynn foi crítica de TV (melhor programa de todos os tempos: The Wire).
Seu primeiro romance, lançado em 2006, foi Sharp Objects, um livro de mistério. Foi finalista do Edgar Award e ganhou dois Britain’s Dagger Awards (o primeiro livro a ganhar dois Daggers no mesmo ano). Os direitos de filmagem foram vendidos.
O segundo romance, Dark Places, New York Times bestseller de 2009, também ganhou vários prêmios e terá o filme lançado em breve, com Charlize Theron no papel da protagonista.
O terceiro romance, Gone Girl, foi lançado em 2012 e o filme, com roteiro da própria Gillian e direção de David Fincher, estreou em outubro de 2014.
O trabalho de Flynn já foi publicado em 28 países. Atualmente, ela vive em Chicago com o marido, Brett Nolan, dois filhos e um gato preto gigante chamado Roy. Teoricamente, ela está trabalhando no próximo livro...
Sharp Objects
MALVADA acima do quadril, GAROTA sobre o coração
Palavras são como um mapa para o passado da jornalista Camille Preaker. Recém saída de um hospita psiquiátrico, sua primeira tarefa como repórter de um jornal de segunda linha a leva de volta a sua cidade natal para cobrir os assassinatos de duas pré-adolescentes.
INDECENTE no joelho, BABYDOLL na perna [não tem tradução pro termo]
Desde que saiu da cidade há 8 anos, Camille quase não falou com sua mãe neurótica e hipocondríaca ou com a meia-irmã qua mal conhece: uma linda e misteriosa garota de 13 anos. Agora, mais uma vez instalada na mansão da família, Camille é assombrada pela tragédia que marcou sua infância e que ela passou a vida inteira tentando esquecer.
PERIGOSA no pulso, PUTA no tornozelo
À medida que Camille tentar descobrir a verdade sobre os crimes hediondos, ela começa a se identificar com as vítimas, talvez até demais. As pistas não levam a lugar nenhum, forçando Camille a desvendar o labirinto psicológico que é o seu passado para entender a história atual. Persistente, Camille tem que enfrentar o que aconteceu anos atrás se quiser sobreviver a esta volta para casa.
Dark Places
Existe algo mesquinho dentro de mim, tão real quanto um órgão.
Libby Day tinha 7 anos de idade quando sua mãe e suas irmãs foram assassinadas no "Sacrifício Satanista de Kinnakee, Kansas". Enquanto sua família morria, Libby fugiu da pequena casa de fazenda para a congelante neve de janeiro. Ela perdeu alguns dedos dos pés e das mãos, mas sobreviveu e declarou que deu irmão de 15 anos, Ben, era o assassino. Vinte e cinco anos depois, Ben está na prisão, e a problemática Libby vive o fim do dinheiro que conseguiu através de doações quando o caso estava na mídia.
O Clube da Morte é uma sociedade secreta macabra, obcecada com crimes notórios. Quando localizam Libby e perguntam sobre detalhes e provas, na expectativa de inocentar Ben, ela bola um plano pra lucrar com sua trágica história. Por uma certa quantia de dinheiro, ela vai procurar pessoas envolvidas nos acontecimentos daquela noite e relatar o que descobrir para o Clube. Talvez até admita que seu testemunho não era tão confiável assim...
À medida que a pesquisa de Libby a leva de boates decréptas em Missouri a cidades turísticas abandonadas em Oklahoma, a narrativa volta para 2 de janeiro de 1985. Os eventos daquele dia são narrados pelos olhos de Patty (mãe de Ben, Michelle, Debby e Libby) e de Ben, um adolescente solitário e com raiva da situação financeira da família que se aproxima da "nova garota" da cidade. Pouco a pouco, a verdade inimaginável surge, e Libby se encontra mais uma vez onde tudo começou: fugindo de um assassino.
Gone Girl
Casamento pode ser um verdadeiro assassino. Uma das escritoras de suspense mais aclamadas pela crítica atual, Gillian Flynn leva essa frase ao seu local mais escuro nesta obra-prima sobre um casamento que deu muito, muito errado. Citando The Washington Post, o livro "atrai o leitor e o mantém lendo com a força de um vício puro mas desagradável". A inteligência afiada de Gone Girl, junto com a prosa arrepiante, cria um suspense que confunde o leitor a cada virada.
Numa quente manhã de verão em North Carthage, Missouri, é o aniversário de 5 anos de casamento entre Nick e Amy. Presentes estão sendo embalados e reservas estão sendo feitas quando a inteligente e charmosa esposa de Nick Dunne desaparece de sua casa alugada nas margens do rio Mississippi. O "Marido do Ano", Nick, não ajuda a si mesmo com suas atitudes, mas os trechos do diário de Amy revelam um perfeccionismo que testaria os limites de qualquer um. Sob grande pressão da polícia e da mídia, sem contar os pais de Amy, o menino de ouro da cidade desfila mentiras sem fim, enganos e comportamento inapropriado. Nick é estranhamente evasivo, e definitivamente amargo, mas será que é um assassino? Com sua irmã gêmea, Margo, a seu lado, Nick garante que é inocente. O problema é, se não foi Nick, onde está a linda esposa? E o que tem dentro da caixa de presente encontrada no fundo do guarda-roupas do quarto do casal?
Usando a escrita afiada que já virou marca registrada e um conhecimento psicológico seguro, Gillian Flynn apresenta um suspense de ritmo acelerado, diabolicamente obscuro e engenhosamente traçado que confirma seu status como uma das melhores escritoras atuais.
Sobre Gillian
Gillian Flynn nasceu em 24 de fevereiro de 1971 em Kansas City [Missouri, não Kansas], filha de dois professores: a mãe ensinava leitura/interpretação e o pai, cinema. Portanto, Gillian cresceu rodeada de livros e filmes, a ponto de ter livros arrancados de suas mãos na hora do jantar e ver filmes como Alien e Pshyco quando ainda tinha 7 anos de idade. Ela teve uma boa infância.
No colegial, teve trabalhos estranhos, como embalar e desembalar presuntos ou se fantasiar de "yoghurt cone" [casquinha de iogurte?], com terno. Por quê terno? Uma questão que a assombrou por anos.
Fez faculdade na Universidade do Kansas, de onde saiu com diplomas de Inglês e Jornalismo.
Depois de passar 2 anos escrevendo sobre recursos humanos para uma revista de negócios da Califórnia, Flynn mudou-se para Chicago. Lá fez mestrado em jornalismo na Northwestern University e descobriu que era muito covarde para ser uma repórter criminal.
Por outro lado, ela era uma movie geek com diploma de jornalista, então se mudou para Nova York e foi trabalhar na revista Entertainment Weekly, onde passou 10 felizes anos visitando sets ao redor do mundo (incluindo Nova Zelândia e O Senhor do Anéis). Nos últimos 4 anos de EW, Flynn foi crítica de TV (melhor programa de todos os tempos: The Wire).
Seu primeiro romance, lançado em 2006, foi Sharp Objects, um livro de mistério. Foi finalista do Edgar Award e ganhou dois Britain’s Dagger Awards (o primeiro livro a ganhar dois Daggers no mesmo ano). Os direitos de filmagem foram vendidos.
O segundo romance, Dark Places, New York Times bestseller de 2009, também ganhou vários prêmios e terá o filme lançado em breve, com Charlize Theron no papel da protagonista.
O terceiro romance, Gone Girl, foi lançado em 2012 e o filme, com roteiro da própria Gillian e direção de David Fincher, estreou em outubro de 2014.
O trabalho de Flynn já foi publicado em 28 países. Atualmente, ela vive em Chicago com o marido, Brett Nolan, dois filhos e um gato preto gigante chamado Roy. Teoricamente, ela está trabalhando no próximo livro...
Sharp Objects
MALVADA acima do quadril, GAROTA sobre o coração
Palavras são como um mapa para o passado da jornalista Camille Preaker. Recém saída de um hospita psiquiátrico, sua primeira tarefa como repórter de um jornal de segunda linha a leva de volta a sua cidade natal para cobrir os assassinatos de duas pré-adolescentes.
INDECENTE no joelho, BABYDOLL na perna [não tem tradução pro termo]
Desde que saiu da cidade há 8 anos, Camille quase não falou com sua mãe neurótica e hipocondríaca ou com a meia-irmã qua mal conhece: uma linda e misteriosa garota de 13 anos. Agora, mais uma vez instalada na mansão da família, Camille é assombrada pela tragédia que marcou sua infância e que ela passou a vida inteira tentando esquecer.
PERIGOSA no pulso, PUTA no tornozelo
À medida que Camille tentar descobrir a verdade sobre os crimes hediondos, ela começa a se identificar com as vítimas, talvez até demais. As pistas não levam a lugar nenhum, forçando Camille a desvendar o labirinto psicológico que é o seu passado para entender a história atual. Persistente, Camille tem que enfrentar o que aconteceu anos atrás se quiser sobreviver a esta volta para casa.
Um texto bem legal onde a própria autora explica de onde veio a vontade de escrever o livro. Link
I Was Not a Nice Little Girl...
by Gillian Flynn
I was not a nice little girl. My favorite summertime hobby was stunning ants and feeding them to spiders. My preferred indoor diversion was a game called Mean Aunt Rosie, in which I pretended to be a witchy caregiver and my cousins tried to escape me. Our most basic prop was one of those pink, plastic toy phones most little girls owned in the '80s. (Pretty girls love to talk on the phone!) Alas, it was always snatched from their fingers before they could call for help. (Mwahaha) In down time, I also enjoyed watching soft-core porn on scrambled cable channels. (Boob, bottom, static, static, boob!) And if one of my dolls started getting an attitude, I'd cut off her hair.
My point is not that I was an odd kid (although looking at this on paper now, I worry). Or that I was a bad kid (here's where I tell you — for the sake of my loving parents — that I had enjoyed happy wonder years back in good old Kansas City). But these childhood rites of passage — the rough-housing, the precocious sexuality, the first bloom of power plays — really don't make it into the oral history of most women. Men speak fondly of those strange bursts of childhood aggression, their disastrous immature sexuality. They have a vocabulary for sex and violence that women just don't. Even as adults. I don't recall any women talking with real pleasure about masturbating or orgasms until Sex and the City offered its clever, cutie-pie spin, presenting the phrases to us in a pre-approved package with a polka-dot bow. And we still don't discuss our own violence. We devour the news about Susan Smith or Andrea Yates — women who drowned their children — but we demand these stories be rendered palatable. We want somber asides on postpartum depression or a story about the Man Who Made Her Do It. But there's an ignored resonance. I think women like to read about murderous mothers and lost little girls because it's our only mainstream outlet to even begin discussing female violence on a personal level. Female violence is a specific brand of ferocity. It's invasive. A girlfight is all teeth and hair, spit and nails — a much more fearsome thing to watch than two dudes clobbering each other. And the mental violence is positively gory. Women entwine. Some of the most disturbing, sick relationships I've witnessed are between long-time friends, and especially mothers and daughters. Innuendo, backspin, false encouragement, punishing withdrawal, sexual jealousy, garden-variety jealousy — watching women go to work on each other is a horrific bit of pageantry that can stretch on for years.
Libraries are filled with stories on generations of brutal men, trapped in a cycle of aggression. I wanted to write about the violence of women.
So I did. I wrote a dark, dark book. A book with a narrator who drinks too much, screws too much, and has a long history of slicing words into herself. With a mother who's the definition of toxic, and a thirteen-year-old half-sister with a finely honed bartering system for drugs, sex, control. In a small, disturbed town, in which two little girls are murdered. It's not a particularly flattering portrait of women, which is fine by me. Isn't it time to acknowledge the ugly side? I've grown quite weary of the spunky heroines, brave rape victims, soul-searching fashionistas that stock so many books. I particularly mourn the lack of female villains — good, potent female villains. Not ill-tempered women who scheme about landing good men and better shoes (as if we had nothing more interesting to war over), not chilly WASP mothers (emotionally distant isn't necessarily evil), not soapy vixens (merely bitchy doesn't qualify either). I'm talking violent, wicked women. Scary women. Don't tell me you don't know some. The point is, women have spent so many years girl-powering ourselves — to the point of almost parodic encouragement — we've left no room to acknowledge our dark side. Dark sides are important. They should be nurtured like nasty black orchids. So Sharp Objects is my creepy little bouquet.
There are no good women in Sharp Objects. Camille, my narrator of whom I'm obsessively fond — she's witty, self-aware, and buoyant — is the closest to good. And she uses booze, sex, and scissors to get through the day. As I wrote about Camille, I was pondering how a girl who's been raised to please — in an unpleasable, poisonous home — would grow up. How she'd react to a mother who was at once both physically insidious — a constantly poking, prodding woman — and utterly unnurturing. What kind of violence that might foster in this girl. A looping one, I realized. Camille has a craving to carve herself up. The cutter is both victimizer and victim — the bully and the sufferer. But the act includes healing: One has to cleanse and bandage the wounds afterward. Hurt, suffer, heal, hurt, suffer, heal. It's a trinity of violence, all bound up in one person. It's the loneliest act in the world. Camille is an inherently lonely human being.
Camille's mother was inspired by my love of Brothers Grimm as a child: Screw the blonde, gentle heroines, it was those wicked queens and evil stepmothers I adored. ("The Juniper Tree" was well-thumbed.) So that's what Camille's mother is: She's a lovely, regal woman filled with needles. She's a consumer of others' pain. If Camille's violence is self-contained, her mother's is the definition of self-centered. As for the murdered little girls, I didn't want these doomed girls to be just flashes of dimples and hair ribbons. That would be too easy. (Poe said, "The death of a beautiful woman is a poetic thing," and the death of a pretty girl is apparently more so — considering the current media madness surrounding JonBenet and other lost girls.) The murdered girls of Sharp Objects aren't doll-like victims; they have vicious streaks themselves; they were fighters. Camille's half-sister, Amma, also has a temper. Unlike Camille, her haunted home didn't turn her aggression inward, but shot it out in the grabbiest, flashiest way.
When I think of the women of Sharp Objects, I think of a 1948 photo by Frederick Sommer, called Livia (the name of the murderous Roman empress). It's a black-and-white shot of a young girl with all the accoutrements of innocence: Blonde braids, lace-edged dress. But her eyes are startlingly intelligent, her lips stubborn, her whole face mischievous — perhaps malevolent. It's one of my favorite photos in the world, a reminder that girls — and women — can be bad.
I Was Not a Nice Little Girl...
by Gillian Flynn
I was not a nice little girl. My favorite summertime hobby was stunning ants and feeding them to spiders. My preferred indoor diversion was a game called Mean Aunt Rosie, in which I pretended to be a witchy caregiver and my cousins tried to escape me. Our most basic prop was one of those pink, plastic toy phones most little girls owned in the '80s. (Pretty girls love to talk on the phone!) Alas, it was always snatched from their fingers before they could call for help. (Mwahaha) In down time, I also enjoyed watching soft-core porn on scrambled cable channels. (Boob, bottom, static, static, boob!) And if one of my dolls started getting an attitude, I'd cut off her hair.
My point is not that I was an odd kid (although looking at this on paper now, I worry). Or that I was a bad kid (here's where I tell you — for the sake of my loving parents — that I had enjoyed happy wonder years back in good old Kansas City). But these childhood rites of passage — the rough-housing, the precocious sexuality, the first bloom of power plays — really don't make it into the oral history of most women. Men speak fondly of those strange bursts of childhood aggression, their disastrous immature sexuality. They have a vocabulary for sex and violence that women just don't. Even as adults. I don't recall any women talking with real pleasure about masturbating or orgasms until Sex and the City offered its clever, cutie-pie spin, presenting the phrases to us in a pre-approved package with a polka-dot bow. And we still don't discuss our own violence. We devour the news about Susan Smith or Andrea Yates — women who drowned their children — but we demand these stories be rendered palatable. We want somber asides on postpartum depression or a story about the Man Who Made Her Do It. But there's an ignored resonance. I think women like to read about murderous mothers and lost little girls because it's our only mainstream outlet to even begin discussing female violence on a personal level. Female violence is a specific brand of ferocity. It's invasive. A girlfight is all teeth and hair, spit and nails — a much more fearsome thing to watch than two dudes clobbering each other. And the mental violence is positively gory. Women entwine. Some of the most disturbing, sick relationships I've witnessed are between long-time friends, and especially mothers and daughters. Innuendo, backspin, false encouragement, punishing withdrawal, sexual jealousy, garden-variety jealousy — watching women go to work on each other is a horrific bit of pageantry that can stretch on for years.
Libraries are filled with stories on generations of brutal men, trapped in a cycle of aggression. I wanted to write about the violence of women.
So I did. I wrote a dark, dark book. A book with a narrator who drinks too much, screws too much, and has a long history of slicing words into herself. With a mother who's the definition of toxic, and a thirteen-year-old half-sister with a finely honed bartering system for drugs, sex, control. In a small, disturbed town, in which two little girls are murdered. It's not a particularly flattering portrait of women, which is fine by me. Isn't it time to acknowledge the ugly side? I've grown quite weary of the spunky heroines, brave rape victims, soul-searching fashionistas that stock so many books. I particularly mourn the lack of female villains — good, potent female villains. Not ill-tempered women who scheme about landing good men and better shoes (as if we had nothing more interesting to war over), not chilly WASP mothers (emotionally distant isn't necessarily evil), not soapy vixens (merely bitchy doesn't qualify either). I'm talking violent, wicked women. Scary women. Don't tell me you don't know some. The point is, women have spent so many years girl-powering ourselves — to the point of almost parodic encouragement — we've left no room to acknowledge our dark side. Dark sides are important. They should be nurtured like nasty black orchids. So Sharp Objects is my creepy little bouquet.
There are no good women in Sharp Objects. Camille, my narrator of whom I'm obsessively fond — she's witty, self-aware, and buoyant — is the closest to good. And she uses booze, sex, and scissors to get through the day. As I wrote about Camille, I was pondering how a girl who's been raised to please — in an unpleasable, poisonous home — would grow up. How she'd react to a mother who was at once both physically insidious — a constantly poking, prodding woman — and utterly unnurturing. What kind of violence that might foster in this girl. A looping one, I realized. Camille has a craving to carve herself up. The cutter is both victimizer and victim — the bully and the sufferer. But the act includes healing: One has to cleanse and bandage the wounds afterward. Hurt, suffer, heal, hurt, suffer, heal. It's a trinity of violence, all bound up in one person. It's the loneliest act in the world. Camille is an inherently lonely human being.
Camille's mother was inspired by my love of Brothers Grimm as a child: Screw the blonde, gentle heroines, it was those wicked queens and evil stepmothers I adored. ("The Juniper Tree" was well-thumbed.) So that's what Camille's mother is: She's a lovely, regal woman filled with needles. She's a consumer of others' pain. If Camille's violence is self-contained, her mother's is the definition of self-centered. As for the murdered little girls, I didn't want these doomed girls to be just flashes of dimples and hair ribbons. That would be too easy. (Poe said, "The death of a beautiful woman is a poetic thing," and the death of a pretty girl is apparently more so — considering the current media madness surrounding JonBenet and other lost girls.) The murdered girls of Sharp Objects aren't doll-like victims; they have vicious streaks themselves; they were fighters. Camille's half-sister, Amma, also has a temper. Unlike Camille, her haunted home didn't turn her aggression inward, but shot it out in the grabbiest, flashiest way.
When I think of the women of Sharp Objects, I think of a 1948 photo by Frederick Sommer, called Livia (the name of the murderous Roman empress). It's a black-and-white shot of a young girl with all the accoutrements of innocence: Blonde braids, lace-edged dress. But her eyes are startlingly intelligent, her lips stubborn, her whole face mischievous — perhaps malevolent. It's one of my favorite photos in the world, a reminder that girls — and women — can be bad.
Dark Places
Existe algo mesquinho dentro de mim, tão real quanto um órgão.
Libby Day tinha 7 anos de idade quando sua mãe e suas irmãs foram assassinadas no "Sacrifício Satanista de Kinnakee, Kansas". Enquanto sua família morria, Libby fugiu da pequena casa de fazenda para a congelante neve de janeiro. Ela perdeu alguns dedos dos pés e das mãos, mas sobreviveu e declarou que deu irmão de 15 anos, Ben, era o assassino. Vinte e cinco anos depois, Ben está na prisão, e a problemática Libby vive o fim do dinheiro que conseguiu através de doações quando o caso estava na mídia.
O Clube da Morte é uma sociedade secreta macabra, obcecada com crimes notórios. Quando localizam Libby e perguntam sobre detalhes e provas, na expectativa de inocentar Ben, ela bola um plano pra lucrar com sua trágica história. Por uma certa quantia de dinheiro, ela vai procurar pessoas envolvidas nos acontecimentos daquela noite e relatar o que descobrir para o Clube. Talvez até admita que seu testemunho não era tão confiável assim...
À medida que a pesquisa de Libby a leva de boates decréptas em Missouri a cidades turísticas abandonadas em Oklahoma, a narrativa volta para 2 de janeiro de 1985. Os eventos daquele dia são narrados pelos olhos de Patty (mãe de Ben, Michelle, Debby e Libby) e de Ben, um adolescente solitário e com raiva da situação financeira da família que se aproxima da "nova garota" da cidade. Pouco a pouco, a verdade inimaginável surge, e Libby se encontra mais uma vez onde tudo começou: fugindo de um assassino.
Gone Girl
Casamento pode ser um verdadeiro assassino. Uma das escritoras de suspense mais aclamadas pela crítica atual, Gillian Flynn leva essa frase ao seu local mais escuro nesta obra-prima sobre um casamento que deu muito, muito errado. Citando The Washington Post, o livro "atrai o leitor e o mantém lendo com a força de um vício puro mas desagradável". A inteligência afiada de Gone Girl, junto com a prosa arrepiante, cria um suspense que confunde o leitor a cada virada.
Numa quente manhã de verão em North Carthage, Missouri, é o aniversário de 5 anos de casamento entre Nick e Amy. Presentes estão sendo embalados e reservas estão sendo feitas quando a inteligente e charmosa esposa de Nick Dunne desaparece de sua casa alugada nas margens do rio Mississippi. O "Marido do Ano", Nick, não ajuda a si mesmo com suas atitudes, mas os trechos do diário de Amy revelam um perfeccionismo que testaria os limites de qualquer um. Sob grande pressão da polícia e da mídia, sem contar os pais de Amy, o menino de ouro da cidade desfila mentiras sem fim, enganos e comportamento inapropriado. Nick é estranhamente evasivo, e definitivamente amargo, mas será que é um assassino? Com sua irmã gêmea, Margo, a seu lado, Nick garante que é inocente. O problema é, se não foi Nick, onde está a linda esposa? E o que tem dentro da caixa de presente encontrada no fundo do guarda-roupas do quarto do casal?
Usando a escrita afiada que já virou marca registrada e um conhecimento psicológico seguro, Gillian Flynn apresenta um suspense de ritmo acelerado, diabolicamente obscuro e engenhosamente traçado que confirma seu status como uma das melhores escritoras atuais.