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Guardiões da Galaxia

  • Criador do tópico Criador do tópico Guilbor
  • Data de Criação Data de Criação

Guilbor

Old Man
Uma tutorial para conhecer melhor o grupo:
HQM disse:
MATÉRIA - GUARDIÕES DA GALÁXIA - PARTE 1
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Por: Cláudio Roberto Basílio



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Fantastic Four #65: estreia de Ronan e dos Krees. Arte de Kirby.


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Captain Marvel #33: Capitão Marvel contra Thanos. Arte de Starlin.


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Marvel Two In One Annual #02: duelo final contra Thanos. Arte de Starlin.


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Nova #01: estreia do Nova. Arte de John Buscema.


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Infinity Gauntlet #01: o retorno de Thanos. Arte de George Pérez.


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Anúncio de Operation: Galactic Storm. Arte de Geoff Isherwood.


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Maximum Security #01: Ronan aterroriza a Terra. Arte de Jerry Ordway.


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Annihilation #01: todos contra o Aniquilador. Arte de Gabriele Dell´Otto.

Meus amigos, minhas amigas: vocês gostam dos filmes produzidos pelo Marvel Studios? Vibraram nos cinemas com obras como Capitão América: o Primeiro Vingador, Homem de Ferro,Thor, Os Vingadores e tantos outros? Acreditamos que “sim” é a resposta para essas perguntas, e acreditamos também que vocês já devem saber que o próximo filme da Marvel que estreará no Brasil no dia 31 de julho se chamará Guardiões da Galáxia. Provavelmente, parte da nossa audiência se pergunta: quem diabos são os Guardiões da Galáxia? Responder a este questionamento específico é justamente o objetivo desta série de artigos publicados aqui, no HQM! Mas, para adquirirmos um pleno conhecimento sobre os Guardiões da Galáxia precisamos saber mais sobre, como dizem em Star Trek, “a fronteira final”, ou seja, o Espaço Sideral do Universo Marvel! Venha conosco nessa viagem até os mais longínquos cantos do Cosmo!

:: As Fronteiras Finais do Universo Marvel

Segundo vários especialistas em Literatura, o chamado gênero “Super-Herói” nada mais é do que uma variação da Ficção Cientifica, e todos nós sabemos que um dos territórios favoritos do sci-fisempre foi o Espaço Sideral. Ora, diante desta constatação, foi natural que desde o momento em queStan Lee e Jack Kirby conceberam o Universo Marvel os seus heróis encarassem ameaças alienígenas, e logo de cara em 1962 no gibi Fantastic Four #2 o Quarteto Fantástico bateu de frente com os Skrulls, uma belicosa raça de transmorfos que planejava dominar a Terra.

Em 1966, em Fantastic Four #48, Lee e Kirby fizeram com que a Terra fosse atacada por Galactus. Também conhecido como O Devorador de Mundos, Galactus é uma entidade cósmica que sobrevive através da absorção da energia vital da biosfera de planetas com vida. Acompanhado doSurfista Prateado (Silver Surfer) – o seu arauto, encarregado de encontrar mundos que pudessem servir de “refeição” para o seu mestre – o Devorador ameaçou destruir a Terra, e teria conseguido cumprir este intento se não fosse a intervenção do Quarteto Fantástico, que aliado ao Vigia (um alienígena que vivia na Lua e se dedicava passivamente ao registro de todos os eventos na Terra) e ao rebelado Surfista Prateado conseguiram derrotar o vilão.

Galactus e o Surfista Prateado viraram personagens recorrentes da Marvel, todavia Lee e Kirby entenderam que novos personagens espaciais eram necessários, e em 1967 na revista Fantastic Four#65 o Quarteto enfrentou Ronan, o Acusador (Ronan, the Accuser), um poderoso alienígena que representava os Krees, um povo que comandava um poderoso império extraterrestre e que alimentava uma histórica rivalidade com os Skrulls, além de também aspirar a dominação da Terra. Aliás, em uma rápida visita ao nosso planeta durante a pré-história os Krees realizaram uma série de experiências com as populações primitivas, experiências essas que redundaram no surgimento dosInumanos (Inhumans), uma raça de superseres que protagonizou inúmeras histórias da Marvel. E também em 1967 justamente ao vir para Terra investigar nossas defesas em Marvel Super-Heroes#12 um batedor kree chamado Mar-vell se encantou de tal forma pelo povo terrestre que abandonou o Império Kree, se transformando no herói e vingador mais conhecido como Capitão Marvel.

A já citada rivalidade entre os Krees e Skrulls atingiu um novo patamar durante a Guerra Kree-Skrull (Kree-Skrull War), um arco de histórias concebido por Roy Thomas e publicado entre 1971 e 1972 na série mensal The Avengers, onde o nosso planeta ficou no fogo-cruzado entre as duas potências alienígenas, com os Vingadores ao lado do Capitão Marvel tentando evitar o pior.

:: O Titã Louco
Republicada recentemente no Brasil pela Panini, a Guerra Kree-Skrull foi uma das primeiras tentativas da Marvel em criar uma aventura em larga escala e de longa duração, entretanto a Casa das Ideias pretendia ir ainda mais longe: em 1973, inspirado pelos trabalhos de Jack Kirby na DC Comics, o roteirista e desenhista Jim Starlin – ao lado do co-roteirista Mike Friedrich – apresentou aos leitores em Iron Man #55 Thanos, um poderosíssimo extraterrestre oriundo de Titã (uma das luas de Saturno) que nutria uma insana paixão pela Morte, que o fez receber o “singelo” apelido de “Titã Louco”.

A apresentação de Thanos foi apenas o inicio de uma longa saga concebida por Starlin que passou por vários gibis da Marvel entre 1973 e 1974, especialmente na série bimestral Captain Marvel, onde o guerreiro kree teve que enfrentar Thanos que, em posse do Cubo Cósmico (um objeto que realizava quase todos os desejos do seu portador) pretendia eliminar a maior parte da vida sapiente do universo, como um “presente” para a sua amada Morte. Em meio à batalha, uma milenar entidade conhecida como Eon concedeu ao Capitão Marvel o dom da Consciência Cósmica (uma habilidade psíquica que aumentava a sua sensibilidade em relação a todas as coisas existentes) e nomeou-o Protetor do Universo.

Os planos de Thanos foram frustrados, porém Starlin gostava tanto do personagem que o fez dar novamente o ar da graça nas aventuras de Adam Warlock, um super-humano criado artificialmente na Terra por um grupo de cientistas renegados conhecidos como o Enclave. Após várias idas e vindas pelo Espaço, Warlock foi obrigado a enfrentar a Igreja Universal da Verdade (uma instituição religiosa que era liderada por Magus, um maligno alter ego futurista do herói), e teve Thanos como um improvável aliado nesta luta. Entretanto, tal ajuda não foi à toa: o Titã Louco desejava a joia espiritual que Warlock usava em sua fronte. Tal joia era um antigo artefato que permitiria ao vilão atingir um dos seus caros objetivos, que era a destruição de dezenas de sistemas estelares como uma oferenda para a Morte.

Homem-Aranha, Coisa, Warlock, Capitão Marvel e os Vingadores enfrentaram Thanos em uma batalha final que foi originalmente publicada em 1977 nas revistas Avengers Annual #7 e Marvel Two-In-One Annual #2, batalha esta que terminou com o falecimento do Warlock e do vilão. Hoje, os duelos de Thanos contra o Capitão Marvel e Warlock são considerados um dos pontos altos da Marvel Comics nos anos setenta, e aqui no Brasil eles foram reunidos e publicados pela última vez pela Editora Abril entre 1992 e 1993 na minissérie A Saga de Thanos.

A Marvel continuou a investir em personagens cósmicos, e em 1976 foi lançada a série mensal The Eternals. Concebida por Jack Kirby e inspirada nos livros do pesquisador suíço Erich Von Daniken, nessa série os leitores foram apresentados aos Celestiais, uma antiquíssima e colossal raça extraterrestre que viaja pelo Cosmo realizando experimentos genéticos com populações primitivas. Em sua primeira visita à Terra (ocorrida há cinco milhões de anos) as experimentações dos Celestiais redundaram no surgimento de três populações distintas: a raça humana, os Deviantes (que habitavam os subterrâneos da Terra e apresentavam grande instabilidade genética) e os Eternos, dotados de vastos poderes físicos e psíquicos e de uma longevidade que beirava a imortalidade. Curiosamente, anos mais tarde o roteirista Roger Stern definiu que Thanos era um descendente direto dos Eternos.

Também em 1976 Chris Claremont e Dave Cockrum introduziram nas aventuras dos X-Menos Shiars, um império intergaláctico que rivalizava em poderio e influência com os Krees e os Skrulls e que era protegido pela Guarda Imperial (Imperial Guard), um supergrupo de alienígenas liderado pelo Gladiador (Gladiator), um dos individuos mais poderosos do Universo Marvel no quesito “força física”. E, em setembro deste mesmo ano chegou nas bancas a revista Nova. Criada pelo escritorMarv Wolfman a partir de algumas ideias concebidas por ele durante a infância, a série mostrava como o jovem e suburbano Richard Rider se transformou no super-herói chamado Nova ao herdar os poderes do moribundo alienígena Rhomann Dey. De lambuja, Rider virou membro daTropa Nova, uma força militar e policial extraterrestre baseada no distante planeta Xandar.

Ora, desde os tempos de Stan Lee e Jack Kirby poderosos alienígenas visitavam a Terra e batiam de frente com os seus heróis, e em 1978 o roteirista e editor Jim Shooter decidiu agrupar algum deles ao criar o conceito dos Anciões do Universo (Elders of the Universe), ou seja, muitos desses extraterrestres na verdade seriam os últimos sobreviventes das primeiras raças humanoides que surgiram no Cosmo e, dentro desta condição, eles eram dotados de imortalidade e de poderes incomensuráveis. Entre os Anciões, merecem ser destacados o Colecionador (obcecado pela coleta de formas de vidas), Grão-Mestre (fanático por jogos e apostas), Jardineiro (que viaja pelo Universo reflorestando planetas mortos) e o Campeão (apaixonado por confrontos físicos).

:: As Joias do Infinito
Nos anos oitenta esses personagens até que continuaram a dar o ar da sua graça no Universo Marvel, porém sem muito destaque. Um ponto alto desta época foi a dramática graphic novel A Morte do Capitão Marvel (Death of Captain Marvel), publicada originalmente em 1982 e no Brasil em 1988 pela Editora Abril. Nessa edição especial Jim Starlin fez com que o herói kree falecesse devido a um câncer terminal, e tivesse a sua “passagem para o outro lado” facilitada pelo espírito do falecido Thanos.

Outro momento importante dos anos oitenta foi que, durante a sua passagem pelo titulo The Avengers, o escritor Roger Stern criou Nebulosa (Nebula), uma terrorista interestelar de pele azulada que alegava ser neta e herdeira do legado de Thanos! E, no final desta década foi lançada a revista Quasar, onde o escritor Mark Gruenwald fez com que Wendell Vaughn – que atuava como herói desde o final dos anos setenta ao receber os braceletes quânticos do Marvel Boy, um obscuro personagem dos anos cinquenta da Marvel – herdasse o título de Protetor do Universo que outrora pertencia ao falecido Capitão Marvel.

Nos anos noventa Jim Starlin voltou a trabalhar na Marvel, e voltou também para Thanos, ressuscitando-o na série mensal Silver Surfer. Ao ressurgir, o vilão iniciou uma busca pelas Joias do Infinito, seis gemas capazes de manipular diferentes aspectos do Universo e que, se forem usadas em conjunto concedem ao seu portador poderes ilimitados. Esse foi justamente o mote para Starlin conceber a minissérie em seis partes Desafio Infinito (Infinity Gauntlet), onde praticamente todas as forças cósmicas e heróis da Marvel – ao lado de um também revivido Adam Warlock – enfrentam um Thanos dotado de poderes transcendentais graças ao uso das Joias do Infinito.

Obviamente, Thanos foi derrotado, porém voltaria aparecer nas minisséries Guerra Infinita (Infinity War) e Cruzada Infinita (Infinity Crusade), onde diferentes aspectos da personalidade de Adam Warlock colocaram em risco a Vida no Universo. Hoje, esse conjunto de minisséries é conhecido como a Trilogia do Infinito e foi publicada originalmente nos EUA entre 1991 e 1993, e aqui no Brasil entre 1995 e 1997 pela Editora Abril.

Entre março e maio de 1992 todos os títulos mensais vinculados aos Vingadores trouxeram a sagaOperação: Tempestade Galáctica (Operation: Galactic Storm), onde novamente a Terra se envolveu no conflito armado entre dois impérios intergalácticos, no caso os Krees e os Shiars. Aqui na nossa terrinha esse arco de histórias foi publicado entre as edições #194 e 199 da revista Capitão América, na segunda metade de 1995.

:: Aniquilação
Na virada do Século XX para o Século XXI os elementos cósmicos ficaram um tanto quanto em baixa. Não que eles tenham sido esquecidos ou deixados completamente de lado: no inicio de 2000 o escritor Peter David e o artista ChrisCross encabeçaram o relançamento de uma nova série mensal do Capitão Marvel, onde coube a Gennis-Vell (o filho de Mar-vell, gerado a partir de técnicas de clonagem e engenharia genética) herdar o nome heroico, poderes e responsabilidades do pai. No final do mesmo ano foi lançada a minissérie em três partes Segurança Máxima (Maximum Security). Esta série fechada – concebida por Kurt Busiek e desenhada por Jerry Ordway – se interligou com vários títulos mensais da Marvel, e o seu mote não poderia ser mais simples: uma conspiração armada pelos principais impérios intergalácticos transforma a Terra em um campo de batalha onde os principais heróis terrestres tiveram que lutar contra alguns dos piores vilões espaciais da Marvel. No Brasil, essa aventura foi publicada pela Panini em 2002 nos gibis X-Men Extra #3 e 4.

Jim Starlin já admitiu publicamente ser obcecado por Thanos, e em 2002 ele fez da sua criação favorita a estrela de Abismo Infinito (Infinity Abyss), uma minissérie em seis partes onde, ao lado de Warlock e de vários heróis da Marvel, o Titã Louco precisa lidar com um grupo de antigos vassalos que desejam desencadear a destruição final do Universo. E, já que falamos de “destruição final do Universo”, em 2003 este foi o mote da minissérie O Fim do Universo (Marvel Universe: The End) onde, após derrotar a entidade conhecida como Akhenaten (um antigo faraó egípcio dotado de desmedidos poderes ancestrais) Thanos adquiriu poder supremo sobre todas as coisas do Cosmo, com consequências funestas. Os fãs brasileiros tiveram a oportunidade de ler Abismo Infinito nas edições #8 e 9 da série bimestral Marvel Apresenta, e O Fim do Universo nas edições #12 e #13 da mesma revista, publicadas pela Panini entre 2003 e 2004.

Naturalmente, as “consequências funestas” foram desfeitas, e no final de 2003 a Marvel apostou em uma serie mensal do Titã Louco, que teve as seis primeiras edições proverbialmente escritas e desenhadas por Jim Starlin. Posteriormente, Keith Giffen assumiu os roteiros do gibi até a décima-segunda edição, que marcou o cancelamento da série em 2004.

A revista mensal de Thanos pode ter sido cancelada, mas ele era um personagem importante demais para ser esquecido em canto qualquer. E o mesmo se aplica a todos os demais personagens cósmicos da Marvel, o que em 2005 motivou o editor Andy Schmidt e Keith Giffen a bolarem a sagaAniquilação (Annihilation), que pretendia trazer de revolta a ribalta todos os heróis, vilões e conceitos cósmicos da Casa das Ideias.

O terreno para Aniquilação foi preparado pela minissérie em quatro partes Prelúdio Para Aniquilação: Drax, O Destruidor (Drax the Destroyer), estrelada por Drax, o Destruidor, um personagem recorrente nas primeiras aparições de Thanos e que nutria um ódio mortal pelo Titã Louco. Preparado o terreno, Aniquilação foi lançada em dezembro de 2005 no formato de minissérie de seis edições (que traziam os principais fatos da saga) com quatro minisséries de quatro edições fortemente associadas a ela, protagonizadas pelo Surfista Prateado, Nova, Super-Skrull (um soldado skrull que possuí todos os poderes do Quarteto Fantástico) e Ronan, o Acusador. Mas, afinal de contas, do que se trata Aniquilação?

Ora, tudo começou com o Aniquilador (Annihilus), um antigo inimigo do Quarteto Fantástico oriundo da Zona Negativa, uma espécie de universo paralelo ao nosso e constituído de antimatéria. Desejoso por expandir o seu poder para além da Zona Negativa, o Aniquilador invadiu o nosso universo, liderando uma força de ataque constituída por milhões de criaturas insectóides. Dezenas de mundos foram literalmente aniquilados diante do poder do exercito do vilão, e para fazer frente a ele Nova reuniu um grupo de contra-ataque constituído por personagens há muito tempo sumidos dos gibis da Marvel, como o Senhor das Estrelas (Starlord), Gamora, Ronan, Quasar, Drax e muitos outros. Após várias escaramuças e longas batalhas, a guerra contra as tropas do Aniquilador terminou, com perdas para ambos os lados: Quasar e Thanos morreram, o Aniquilador foi executado por Nova e, por fim, um armistício foi assinado entre os dois lados, e pelos termos do acordo o exército do recém-falecido Aniquilador tomou posse em definitivo de partes dos territórios do Império Kree.

Em terras brasileiras a minissérie Prelúdio Para Aniquilação: Drax, O Destruidor foi publicada em uma edição especial em janeiro de 2007, e Aniquilação e todas as suas minisséries correlatas foram reunidas em uma série especial de sete edições iniciada em fevereiro do mesmo ano. Todas essas revistas foram lançadas pela Panini. E, pelo visto, as vendas de Aniquilação devem ter agradado aos chefões da Marvel, já que imediatamente após o término da saga Nova ganhou uma série mensal e, praticamente alguns meses depois uma continuação desta saga foi lançada em 2007, batizada comoAniquilação 2: A Conquista (Annihilation: Conquest).

Aniquilação 2
começou com o Universo em pandarecos após o enfrentamento contra as tropas do Aniquilador, e isso o tornou o alvo perfeito para ameaças oportunistas como a Falange (Phalanx), uma raça tecnorgânica desejosa por conquistas e que no passado enfrentou os X-Men. Novamente, vários personagens cósmicos da Marvel se reuniram para debelar a ameaça, e no transcorrer das batalhas foi descoberto que Ultron (um ser robótico oriundo da Terra e que era um dos principais inimigo dos Vingadores) era o líder da Falange. Graças à intervenção decisiva de Phyla-Vell (filha do Capitão Marvel e herdeira do nome heroico e dos braceletes quânticos que pertenciam a Wendell Vaughn) e de Adam Warlock, que juntos conseguiram derrotar o maligno robô, a Falange por fim foi derrotada, e a Paz novamente se restabeleceu no Universo.

Concebida pelos roteiristas britânicos Dan Abnett e Andy Lanning, Aniquilação 2 foi publicada de forma similar a sua antecessora, com uma minissérie principal em seis partes e três minisséries relacionadas, estreladas por Quasar (no caso, Phyla-Vell), Espectro (Wraith, um personagem criado especialmente para o evento) e Senhor das Estrelas, além de uma edição especial de prólogo lançada antes das demais. Por aqui, a Panini lançou o prólogo em agosto de 2008 e a partir do mês seguinte todas as demais minisséries reunidas em uma série limitada de seis edições.

Pois é, pois é... E qual foi a grande consequência de tantas “aniquilações”? As barreiras do Tempo e do Espaço ficaram demasiadamente fragilizadas, e com o propósito de evitar novas tentativas de conquista universal como as empreendidas pelo Aniquilador e pela Falange o simpático Senhor das Estrelas convidou vários participantes das batalhas a se reunirem em um grupo fixo que agiria de maneira proativa toda vez que alguma ameaça surgisse. E esse foi o inicio dos Guardiões da Galáxia!

Mas, esperem um pouco... Não existia no Universo Marvel outro grupo de heróis espaciais com esse nome? Eles não eram do futuro? Pois bem... De fato esse grupo existia, e somos aqui obrigados a falar sobre essa equipe! Dito isso, convidamos todos os membros da nossa audiência a ler a segunda parte de nossa série de artigos, onde iremos discorrer sobre a história dos Guardiões da Galáxia do Século XXXI! Até lá!
 
Parte 2:
HQM disse:
MATÉRIA: GUARDIÕES DA GALÁXIA - PARTE 2
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Por: Cláudio Roberto Basílio



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Marvel Super Heroes #18: Estreia dos Guardiões. Arte de Colan.


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Marvel Two-In-One #5: Coisa ao lado dos Guardiões. Arte de Sal Buscema.


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Guardiões junto com os Defensores. Arte de Buscema.


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Marvel Presents #3: Guardiões ganham série própria. Arte de Milgrom.


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Avengers #167: inicio da Saga de Korvac. Arte de George Pérez.


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Guardians of the Galaxy #1: série mensal dos personagens. Arte de Jim Valentino.


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Vance Astro adquire o escudo do Capitão América. Arte de Valentino.


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Guardians of the Galaxy #9: os heróis enfrentam Rancor. Arte de Valentino.

Pois é... Sejam bem-vindos de volta! Recentemente, publicamos a primeira parte de uma série artigos sobre os Guardiões da Galáxia, os próximos heróis da Marvel que terão as suas aventuras adaptadas para o Cinema. Ora, no primeiro artigo (clique aqui para acessá-lo) através da descrição de vários personagens, povos e sagas da Marvel esmiuçamos o “lado cósmico” da editora desde os anos sessenta, até chegarmos ao instante em que o Senhor das Estrelas propôs a criação de um grupo de combate que enfrentasse grandes ameaças cósmicas. O grupo foi batizado com o singelo nome de Guardiões da Galáxia, porém havia algo que talvez muitos fãs não soubessem: já havia existido na Marvel uma equipe com este nome! Querem saber mais sobre esses Guardiões da Galáxia? Então venham conosco em uma viagem que nos levará para o século XXXI... Por favor, nos acompanhem rumo ao futuro do Universo Marvel!

:: A Origem dos Guardiões
A primeira aparição dos Guardiões da Galáxia ocorreu em 1969, no gibi Marvel Super-Heroes#18, uma publicação da Marvel Comics destinada ao lançamento e teste de novos conceitos junto ao público leitor.

Escrita pelo recém-chegado na Marvel Arnold Drake (que nos vintes anos anteriores trabalhou naDC Comics, onde criou personagens como Desafiador e a Patrulha do Destino) e desenhada por Gene Colan, nesta aventura os leitores foram apresentados ao major da Força Aérea Americana e astronauta Vance Astrovik – mais conhecido como Vance Astro –, que no ano de 1988 (lembrem-se: esta era uma data futurista em 1969!) participa de um projeto espacial que pretende levar o primeiro terrestre para Alpha Centauri, o sistema solar mais próximo do nosso. Dada a tecnologia da época, Astro sabia que levariam centenas de anos para ele chegar ao seu destino final, porém ele topou a empreitada, mesmo porque durante boa parte da viagem sua vida seria preservada através de técnicas criogênicas e do uso de um traje especial que envolvia toda a sua pele. Astro só não contava com três coisas: com o tempo o seu corpo ficou tão adaptado ao traje especial que a sua remoção causava a rápida degeneração de sua pele; a longa viagem fez com os suas habilidades telecinéticas latentes aflorassem (ele era um mutante e não sabia!); e por fim, ao chegar em Alpha Centauri no ano de 3006 ele soube que duzentos anos após a sua partida a Humanidade desenvolveu tecnologias que permitiam viagens espaciais em velocidades superiores a da luz, e fez uso delas para colonizar todo o nosso Sistema Solar e cercanias. Resumindo: a longa viagem de Vance Astro redundou em um sacrifício inútil!

Rapidamente, Astro se deparou com outra grande surpresa: quase todas as colônias terrestres foram atacadas e dominadas pelos Badoons, uma raça alienígena de características reptilianas que objetivava a dominação universal e que tinha aparecido pela primeira vez no Universo Marvel em 1968 no gibiSilver Surfer #2 (no Brasil, Biblioteca Histórica Marvel – Surfista Prateado, 2008, Panini). Neste processo, as populações das colônias foram quase totalmente extintas e, de peripécia em peripécia Astro acabou reunindo-se com três sobreviventes: Yondu, um caçador oriundo de Alpha Centauri e especialista no uso de arco e flecha, além de ser dotado de poderes empáticos e místicos;Charlie-27, um militar nascido em Júpiter que possuía um corpo completamente adaptado para suportar a enorme força gravitacional do seu planeta natal; e Martinex, que era dotado de uma epiderme cristalina que permitia a sobrevivência nas temperaturas extremas de Plutão (seu planeta de origem), além de dotá-lo da capacidade de emitir ondas de calor e de frio. Reunidos, estes quatro indivíduos entenderam que deveriam unir suas forças e talentos para enfrentar os Badoons e libertar a Via-Láctea do seu jugo. E assim nasceram os Guardiões da Galáxia...

Segundo depoimento concedido pelo escritor e editor Roy Thomas para a revista Back Issue(especializada em quadrinhos americanos dos anos setenta e oitenta) a premissa original que norteou a criação dos Guardiões foi ideia dele: “’Guardiões’ inicialmente era uma ideia minha. Era sobre super-guerrilheiros que lutavam contra russos e chineses comunistas que se apossavam dos EUA. Creio que tive a aprovação de Stan Lee (na época editor-chefe da Marvel) e então dei a ideia para Arnold Drake, pois eu não tinha tempo para escrevê-la ou pesquisá-la. Arnold se reuniu com Stan, e Stan (e talvez Arnold, também) decidiram mudar a ideia para um contexto interplanetário. E todos os personagens e situações em ‘Guardiões’ foram criados por Arnold e/ou Stan.”.Muito simpático tudo isso, não acham? Apesar da boa recepção dos fãs, os Guardiões ganharam uma passagem para o Limbo dos Quadrinhos e somente voltariam a dar o ar da sua graça cinco anos depois...

:: A Volta
Em 1974, atendendo a uma sugestão do escritor e amigo Tony Isabella, o roteirista Stever Gerber (um dos sujeitos mais subversivos que já trabalharam Marvel, e criador de Howard, o Pato) junto com o desenhista Sal Buscema trouxe os Guardiões da Galáxia de volta na quarta e quinta edição do gibi Marvel Two-in-One, que usualmente trazia encontros do Coisa (o mais popular membro do Quarteto Fantástico) com outros heróis da Marvel. Nesta aventura, atendendo ao apelo de uma viajante do Tempo ao lado do Capitão América, o nosso herói rochoso vai para o ano de 3014, e ao chegar lá ele se alia aos Guardiões da Galáxia na luta pela libertação da cidade de Nova York do domínio Badoon. Ah, antes que nos esqueçamos: esta história foi publicada nas terras tupiniquins em novembro de 1979 no gibi Super-Heróis Marvel #5, daRGE (atual Editora Globo).

Nesta aparição os Guardiões ganharam novos e mais vistosos uniformes – cortesia do artista Dave Cockrum –, e pelo visto Gerber tomou gosto pelos personagens, e novamente ao lado de Buscema em 1975 ele fez uso deles em uma história dividida em cinco partes (inédita no Brasil) que começou em Giant-Size Defenders #5 (desenhada por Don Heck) e continuou entre a vigésima-sexta e vigésima-nona edição da revista The Defenders, onde com o apoio dos Defensores (uma super-equipe da Marvel dos anos setenta que na época contava com o Hulk, Doutor Estranho e outros heróis) os nossos guerrilheiros interplanetários desferiram um poderoso golpe contra a dominação Badoon na galáxia. De lambuja, nessa aventura os Guardiões ganharam um novo membro: Águia Estelar (StarHawk), um misterioso indivíduo vindo do planeta Arcturus IV e dotado de vastos poderes cósmicos, que incluíam geração e manipulação de energia, precognição, invulnerabilidade, capacidade de voo e de sobrevivência aos rigores do espaço sideral.

Provavelmente os fãs gostaram do que viram, já que em 1976 a partir da terceira edição do gibiMarvel Presents os Guardiões ganharam a sua primeira série regular de aventuras, inicialmente escritas por Gerber e desenhadas por Al Milgrom. Logo na sua primeira história os Guardiões finalmente conseguiram expulsar os Badoons da Terra e de suas colônias, porém no processo eles literalmente ficaram sem nenhuma função ou objetivo na vida. Sem nada melhor para fazer, eles por fim atenderam ao chamado do Águia Estelar, e embarcando na nave espacial “Capitão América” (batizada com esse nome por Vance Astro em homenagem ao seu ídolo de infância) decidiram explorar a Via-Láctea, em busca de novas aventuras.

Mas, fica uma pequena pergunta no ar: o que motivou Gerber a escrever roteiros para esses personagens? Ele mesmo explicou a sua motivação na vigésima-primeira edição da revista FOOM, uma espécie de fanzine oficial da Marvel publicado nos anos setenta: “A maioria das séries que escrevi até então eram ambientadas no presente. Eu queria fazer algo que combinasse os elementos típicos do gênero ‘super-herói’ com alguma coisa um pouquinho diferente, que pudesse deixar a minha imaginação um pouco mais solta. [...] Eu sentia que os personagens em sua história original não tinham a sua caracterização bem definida. Eu queria fazer Vance Astro um pouco mais ‘insano’ do que ele era antes, depois de ficar trancado em uma capsula espacial por mais de duzentos anos – e eu queria fazer Charlie um pouco mais militar, Yondu mais espiritualizado e Martinex mais dotado de talentos científicos. E Nikki foi jogada lá como um elemento-surpresa”.Um momento: quem é essa tal de Nikki, que Gerber acabou de citar? Última sobrevivente do planeta Mercúrio, a jovem Nicholette “Nikki” Gold fugiu de seu planeta natal durante a invasão Badoon e nos anos subsequentes vagou sozinha pelo espaço, até ser encontrada pelos Guardiões no gibi Marvel Presents #4. Perita em combate corpo-a-corpo e no uso de armas de fogo, como todo mercuriano ela exibia uma cabeleira flamejante e era apta a sobreviver em ambientes extremamente quentes ou radioativos. Naturalmente, ela se tornou membro da equipe e o seu jeito “espevitado” adicionou um leve toque de tensão sexual as aventuras dos Guardiões.

Mas existia outro elemento muito mais importante nas histórias dos Guardiões concebidas por Gerber: “Eu realmente não queria me aprofundar na continuidade do Universo Marvel – eu não queria falar sobre o Homem de Ferro, que morreu em 1998, ou colocar os Guardiões se encontrando com os Krees, Skrulls ou o Vigia, ou qualquer outro personagem conhecido – basicamente porque não queria colocar ninguém em uma posição onde fosse necessário explicar toda essa bagunça. Por isso, me pareceu melhor criar novos inimigos e novas raças para eles encontrarem”.

:: A História do Águia Estelar
Sem nenhum compromisso com a cronologia da Casa das Ideias, Gerber (junto o roteirista Roger Stern) nas nona e décima edição de Marvel Presents decidiu contar a origem do Águia Estelar. Tudo começou no início do século XXI, quando o planeta Vésper (habitado por estranhas criaturas mutantes) foi atacado por tropas oriundas de Arcturus IV. Após o fim da batalha – que terminou com a vitória dos arcturianos – um militar chamado Ogord encontrou em meio as ruínas de Vésper um recém-nascido de aparência humana. Orgod adotou o bebê, que batizou com o nome de Stakar, e o criou ao lado de Aleta, a sua filha biológica.

O menino cresceu, e ao lado da sua irmã adotiva ele descobriu em um sitio arqueológico um enorme e inativo robô que personificava o Deus-Águia (HawkGod), uma antiga e belicosa divindade arcturiana. O que os dois jovens não sabiam é que dentro de si este robô guardava de fato a essência do Deus-Águia, e acidentalmente a energia vital de Aleta o reativou. Um rastro de destruição tomou conta de Arcturus IV, e após muito esforço Stakar conseguiu contatar o espírito de Aleta dentro do ser mecânico, e nesse processo o impensável aconteceu: o robô se autodestruiu, e todos os poderes e conhecimentos do Deus-Águia foram absorvidos por Stakar e por Aleta. Mas essa vitória teve um preço: Stakar e Aleta passaram a dividir o mesmo corpo!

Com a personalidade de Stakar dominando o novo corpo, ele passou a se chamar Águia Estelar, e abandonou Arcturus IV, vagando por centenas de anos pelo universo em busca de aventuras. Eventualmente, Aleta (cuja consciência ainda vivia dentro do corpo do herói) se apaixonou pelo seu irmão adotivo, e em alguns momentos eles conseguiram se separar temporariamente e consumar o seu amor. O que foi o suficiente para eles terem três filhos: Tara, Sita e John, que foram deixados sozinhos em um asteroide escondido, quando Stakar decidiu se unir aos Guardiões para libertar a Terra dos Badoons.

Posteriormente, em Marvel Presents #10 os filhos de Stakar e Aleta foram sequestrados pelo “vovô” Ogord, que pretendia usar as crianças como um instrumento de vingança contra os pais. Infelizmente, no transcorrer desses eventos as crianças morreram, e a relação entre as duas pessoas que constituíam o Águia Estelar se tornou mais complicada, pois Aleta passou a culpar Stakar pela morte dos filhos. No futuro, isso teve importantes desdobramentos tanto para Stakar e Aleta quanto para os Guardiões, mas sobre esse assunto falaremos mais daqui a pouco.

:: A Saga de Korvac
A primeira série contínua dos Guardiões encontrou o seu fim em Marvel Presents #12, e todas essas histórias permanecem inéditas no Brasil. Porém, ao contrário de 1969 os nossos heróis espaciais não ficaram afastados por um longo período: em 1977 na revista Thor Annual #6 o escritor Len Wein e o desenhista Sal Buscema fizeram com que os Guardiões se aliassem ao Deus do Trovão para enfrentarem Michael Korvac, um terrestre que durante a ocupação Badoon na Terra foi transformado em um perigoso ciborgue pelos alienígenas reptilianos.

Korvac pretendia tomar para si toda a Via-Láctea, e naturalmente Thor e seus aliados conseguiram frustrar seus planos. Mas, o que parecia ser apenas uma aventura corriqueira do Filho de Odin acabou se transformando no “pontapé inicial” para uma das mais famosas e importantes sagas dosVingadores.

Em 1978 os Guardiões da Galáxia viajaram novamente para o Século XX e se encontraram os Vingadores em The Avengers #167. Rapidamente, eles explicaram para os Maiores Heróis da Terra o motivo da sua vinda: aparentemente, Korvac havia viajado para nossa época com o propósito de assassinar o ainda pré-adolescente Vance Astro e assim impedir a fundação dos Guardiões no Século XXXI. Sem muitas delongas, os Vingadores se colocaram a disposição para ajudar os seus colegas do futuro, que secretamente passaram a vigiar e proteger o jovem Vance Astro.

De fato, Korvac estava no Século XX e procurava meios de se desforrar dos Guardiões, e essa busca o levou a base estelar de Galactus, uma entidade cósmica temida em todo o Cosmo por se alimentar da energia vital de planetas. Ao tentar acessar os computadores da base, a sobrecarga de informações transfigurou Korvac, que repentinamente passou a reter os poderes quase absolutos de um deus! Com a sua recém-adquirida divindade, Korvac abandonou seus planos de vingança contra os Guardiões, e passou a vislumbrar uma nova e ambiciosa meta: a imposição de uma benigna ordem universal, onde a injustiça e o caos seriam coisas do passado. Obviamente, essa ordem seria comandada por ele...

Com o tempo os Guardiões e os Vingadores tomaram conhecimento dos objetivos de Korvac, e emThe Avengers#177 eles o combateram, em uma das mais sangrentas batalhas já ocorridas em um gibi da Marvel, batalha essa que redundou na morte da maioria dos heróis! Mas, como assim, a ”morte da maioria dos heróis”? Bem, alguns meses antes dessa luta Korvac tomou como esposaCarina, uma bela mulher oriunda dos Anciões do Universo, um dos mais antigos e poderosos agrupamentos alienígenas do Universo Marvel. Ao ver a carnificina executada por seu marido, Carina abandonou-o e, tomado pelo remorso por suas ações, Korvac fez uso de seus vastos poderes para ressuscitar os heróis, falecendo no processo.

Escrita por Jim Shooter, Bill Mantlo e David Micheline e desenhada por vários artistas, como falamos anteriormente esse conjunto de aventuras se iniciou em The Avengers #167 e foi finalizado em The Avengers #177, e hoje é conhecido pelos fãs como a Saga de Korvac. Aqui no Brasil, a maioria das histórias que constituem essa saga foi publicada pela Editora Abril no segundo semestre de 1986 na revista Heróis da TV, e posteriormente finalizada no final do mesmo ano em Grandes Heróis Marvel #14.

:: Mais Aparições Especiais
Findada a Saga de Korvac, os Guardiões ganharam o status de membros honorários dos Vingadores e pelo visto, eles tomaram gosto pelo Século XX, já que eles novamente voltaram a se encontrar com outros heróis do Universo Marvel.

No final de 1979 os Guardiões se aliaram ao Homem-Aranha em uma aventura publicada na revista Marvel Team-Up #86, (e inédita no Brasil) com o propósito de impedir que uma corporação da nossa época tomasse posse de segredos científicos do século XXXI. No início de 1980, o Coisa, Águia Estelar e a heroína conhecida como Serpente da Lua se encontraram com Parágona(anteriormente conhecida como Ela, e mais tarde autodenominada Kismet), uma super-humana criada artificialmente na Terra por um grupo de cientistas malignos conhecidos como Enclave. O propósito de Parágona era reviver o recém-falecido herói Adam Warlock (também criado pelo Enclave) e tomá-lo como esposo, porém ela falha em seus objetivos. Lançada entre as sexagésima-primeira e sexagésima-terceira edições de Marvel Two-In-One, no Brasil essa história foi publicada no comecinho de 1985 no número #19 e 20 do gibi O Incrível Hulk, da Editora Abril.

Na revista Marvel Two-In-One #69, em um surto de insensatez Vance Astro parte em busca de seu jovem “alter ego” do Século XX, na tentativa de convencê-lo a não seguir carreira como astronauta, e consequentemente não passar pelo sofrimento de vagar sozinho durante mil anos pelo espaço sideral. Tal atitude de Astro poderia causar danos irreparáveis no tecido do Espaço e do Tempo, e o Coisa aliado aos Guardiões tentou evitar tal encontro. Eles falharam nesta missão, e o encontro de Vance Astro com o seu “jovem eu” fez com que o pré-adolescente Vance Astrovik tivesse os seus poderes telecinéticos de origem mutante despertados de maneira precoce.

O “tecido do Espaço e do Tempo” não foi “esgarçado”, porém essa pequena aventura concebida porMark Gruenwald e Ralph Macchio e desenhada por Ron Wilson teve outras consequências mais interessantes: tempos depois Gruenwald (um escritor/editor fanático pela sistematização da cronologia do Universo Marvel) definiu que os heróis futuristas eram oriundos da Terra-691, uma realidade alternativa que surgiu justamente por causa de todas as idas e vindas dos Guardiões da Galáxia pelo Tempo; o jovem Vance Astrovik não virou astronauta, porém ao ficar mais velho decidiu seguir carreira super-heróica, adotando inicialmente a alcunha de Marvel Boy (mudando-a mais tarde para Justiça) e posteriormente se tornando membro dos Novos Guerreiros (um supergrupo constituído de heróis adolescentes) e dos Vingadores e, por fim, os Guardiões foram mandados para o Limbo dos Quadrinhos e ficaram durante todos os anos oitenta sem dar as caras em nenhum gibi da Marvel.

:: Mil Anos no Futuro
Em 1990, o seriado televisivo Jornada nas Estrelas – A Nova Geração (Star Trek – The Next Generation) arrebanhava uma enorme quantidade de fãs, e tal fato fez com que o então editor-chefe da Marvel Tom DeFalco se perguntasse se não seria interessante colocar no mercado uma serie futurista estrelada por heróis da editora, e o fez também perceber que os Guardiões da Galáxia eram os personagens perfeitos para esta nova empreitada da Casa das Ideias.

DeFalco esboçou uma proposta para a nova série, porém mesmo assim pediu para que os colaboradores da Marvel trouxessem ideias para o projeto. Pouco tempo depois, ele recebeu outra proposta, elaborada pelo escritor e desenhista Jim Valentino, conforme ele relatou para o site especializado em quadrinhos Newsarama: “Eu decidi criar uma proposta para uma nova série dos Guardiões da Galáxia que envolvesse uma grande organização chamada ‘Os Guardiões’ e fosse focada em uma equipe específica. [...] Eu li as ideias de Jim, que foram colocadas em uma ‘bíblia’ básica, e ele me mostrou como elas poderiam funcionar como uma minissérie fechada ou como uma série sem término previsto. Eu comparei a proposta de Jim com a minha e entendi que a dele era melhor, e o resto é história”.Mas, no que consistia a proposta de Valentino? Basicamente, ele tomou uma direção oposta a de Steve Gerber nos anos setenta, de acordo com o depoimento dele para o Newsarama: “Meu conceito para os Guardiões da Galáxia era a exploração do Universo Marvel mil anos no futuro. Para isso, eu não queria apenas ter imortais, descendentes de antigos heróis ou novos personagens que carregassem algum tipo de legado. Eu também queria fazer algumas coisas diferentes”.Os fãs conheceram as ideias de Valentino em junho de 1990, quando chegou nas comics shops a primeira edição da nova série mensal Guardians of the Galaxy. Após uma rápida recapitulação da origem da equipe e dos personagens, logo de cara os nossos heróis são obrigados a enfrentar uma desconhecida e perigosa raça alienígena: os Starks! Ora, eles tinham algum tipo de relação comTony Stark, mais conhecido como Homem de Ferro? A resposta é... Sim!

A maneira como Valentino concebeu os Starks era uma demonstração de como ele pretendia retratar o futuro do Universo Marvel: durante uma invasão extraterrestre empreendida por marcianos (relatada na série setentista da Marvel chamada Killraven, que por sua vez foi claramente inspirada no romance sci-fi Guerra dos Mundos, de H.G. Wells) ocorrida no final do Século XX, Tony Stark bota toda a sua tecnologia em um foguete e a envia para fora da Terra, já que ele temia que ela pudesse ser roubada pelo inimigo. O que Stark não sabia é que o seu foguete iria pousar em um planeta habitado por um uma população primitiva, porém inteligente o bastante para, após algumas gerações, obter pleno domínio dos seus projetos e, graças a eles, se tornar uma belicosa civilização.

Mas não pensem que as citações ao Universo Marvel do Presente ficaram restritas aos Starks: além de enfrentar os “herdeiros” do Homem de Ferro logo no seu primeiro arco de histórias os Guardiões partiram em busca do escudo do Capitão América, que estava perdido há centenas de anos e era pretendido por um grupo de malfeitores. Após algumas peripécias, Vance Astro tomou posse do escudo, e no transcorrer da série em homenagem ao seu ídolo ele mudou o nome para Major Vitória (Major Victory).

Este primeiro arco de histórias (batizado com o nome de “Quest for the Shield” A Busca pelo Escudo) foi publicado no Brasil entre o final de 1991 e o começo de 1992 entre as edições #6 e 9 da revista Marvel Force da Editora Globo, e infelizmente foram as únicas aventuras desta série dos Guardiões lançadas por aqui. De um jeito ou de outro, a série continuou a ser publicada nos EUA, e algumas pequenas surpresas foram reservadas para os leitores.

Nas edições seguintes novos membros passaram integrar a equipe, como Talon, um humanoide de características felinas descendente dos Inumanos, uma dos mais antigos povos do Universo Marvel;Réplica, uma skrull dotada de poderes transmórficos inerentes ao seu povo; Jaqueta Amarela, uma redimida ex-vilã do Século XX que havia roubado o equipamento e a fórmula redutora de tamanho de Henry Pym (o Jaqueta Amarela original) e que após uma viagem temporal buscou a autorredenção no futuro; e Hollywood, o ex-membro dos Vingadores mais conhecido comoMagnum e que sobreviveu a passagem do Tempo graças aos seus poderes iônicos. Mas que graça teria a aparição de novos integrantes se eles não viessem acompanhados de novos e interessantes vilões?

O gibi Guardians of the Galaxy #7 marcou a estreia de Malevolence, a maligna e poderosa filha deMefisto, o arquidemônio do Universo Marvel, e na edição seguinte os leitores conheceram Rancor, a sanguinária rainha de uma colônia mutante que alegava ser descendente direta de Wolverine e, como perigo pouco é bobagem em Guardians of the Galaxy #25 os nossos heróis enfrentaram Galactus ao lado do Surfista Prateado e do Senhor do Fogo, ex-servos do Devorador de Mundos que também chegaram vivos até o Século XXXI.

Jim Valentino abandonou a série após Guardians of the Galaxy #29 e foi trabalhar na Image Comics, onde hoje exerce o cargo de Vice-Presidente, e antes de sua partida ele recontou novamente a origem dos Guardiões da Galáxia na vigésima-sexta edição da série, revelando um pequeno segredo: os eventos que levaram os membros originais a se reunirem em Marvel Super-Heroes #18 apenas ocorreram graças a sutis – e secretas – manipulações do Águia Estelar, que viu nos indivíduos envolvidos o potencial para formarem uma força de resistência contra os Badoons. Mas, como a Vida segue, Valentino foi substituído nos roteiros por Michael Gallagher.

Gallagher continuou seguindo a premissas estabelecidas por Valentino para a série, e uma delas foi a separação física de Águia Estelar e de sua esposa Aleta. Ressentida com o seu marido por causa da morte dos filhos, Aleta rompeu os laços com ele, passou a atuar de forma mais ativa junto aos Guardiões e iniciou um romance com Vance Astro. Outros pequenos “easter eggs” e homenagens ao Presente do Universo Marvel continuaram a aparecer no gibi, porém as maiores surpresas estavam reservadas justamente para o Águia Estelar.

Vocês se lembram de Parágona, também conhecida como Kismet, que foi citada no meio deste artigo? Pois bem, em Guardians of the Galaxy #59 o mais poderoso membro dos Guardiões descobriu que ela era a sua verdadeira mãe, e que seu pai era ninguém mais ninguém menos queQuasar, um herói terrestre portador de poderosos braceletes quânticos e que durante um tempo foi guindado a posição de “Protetor do Universo” pela entidade conhecida como Eon. O Águia Estelar nasceu em Vésper porque durante as invasões marcianas (também já citadas aqui!) temendo pelo bem-estar da sua amada o herói levou-a para este distante planeta, e por lá o seu filho recém-nascido foi encontrado por Ogord.

Já que falamos da invasão marciana, a série mensal Guardians of the Galaxy se encerrou em meados de 1995 na sexagésima-segunda edição, tendo justamente elas como tema, uma vez que em uma missão suicida no melhor estilo “Exterminador do Futuro” os Guardiões retornam novamente no Tempo para tentar impedir que a Terra seja invadida pelas forças de Marte. Para azar dos nossos heróis, eles perdem a sua nave espacial e ficam impossibilitados de voltar para o Século XXXI, deixando em aberto o destino final dos heróis.

:: De volta ao Século XXXI
Após o término da sua revista mensal, nos anos subsequentes os Guardiões da Galáxia se restringiram a poucas e ligeiras participações especiais em outras séries ou minisséries, como Paraíso X eVingadores Eternamente, e aparentemente os nossos heróis futuristas estavam condenados a ser uma mera nota de rodapé na História do Universo Marvel, porém ambiciosos planos da Casa das Ideias fizeram com que eles voltassem para a ordem do dia. E por fim, em outubro de 2014 eles ganharão uma nova série mensal, entitulada Guardians 3000!

Concebida pelo roteirista britânico Dan Abnett e desenhada por Gerardo Sandoval, a nova série tentará resgatar os conceitos básicos dos personagens, segundo depoimento dado ao site Newsarama pelo autor: “Fiel as histórias originais, nessas aventuras eles estão tentando salvar o futuro da ameaça dos Badoon. [...] Eu quero manter este elemento, e tentarei não contradizer nenhuma continuidade. E, por fim, e acima de tudo, eles são guerrilheiros, encarando uma imensa e hostil cultura. Entretanto, eles logo descobrirão que os Badoons são apenas a ponta do iceberg, uma ameaça oportunista tirando vantagem de uma crise desconhecida e muito mais profunda”.
Legal, não acham? Porém, provavelmente a maior parte da nossa mui amada audiência deve ter constatado que os heróis celebrados nesta matéria aparentemente não tem nada a ver com aqueles que apareceram no material de divulgação do filme Guardiões da Galáxia liberado até o momento pelo Marvel Studios. Ora, para saber mais sobre os personagens que de fato irão aparecer nas telonas brasileiras no dia 31 de julho, convidamos você a continuar acessando o HQ Maniacs, onde publicaremos a terceira e última parte desta série de artigos. Até lá!
 
Ultima parte :mrgreen:

HQM disse:
MATÉRIA: GUARDIÕES DA GALÁXIA - PARTE 3
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Por: Cláudio Roberto Basílio



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Guardians of the Galaxy #1: estreia da nova equipe. Arte de Clint Langley.


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War of Kings #1: Krees contra Shiars. Arte de Brandon Peterson.


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Avengers Assemble #6: Guardiões ao lado dos Vingadores. Arte de Mark Bagley


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Guardians of the Galaxy #1: a mais recente série dos Guardiões. Arte de Steve McNiven.


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Marvel Preview #4: Estreia do Senhor das Estrelas. Arte de Gray Morrow.


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Primeira aparição de Drax. Arte de Jim Starlin.


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Primeira aparição de Gamora. Arte de Jim Starlin.


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Rocket Raccoon #1: minissérie do guaxinim. Arte de Mignola.

Olá! Sejam bem-vindos novamente ao HQ Maniacs! Recentemente iniciamos uma série de artigos sobre os Guardiões da Galáxia, e na primeira parte (clique aqui para acessá-la) visitamos os longínquos rincões do Espaço Sideral e, na segunda parte (é só clicar aqui para vê-la), demos um “pulinho” até o Século XXXI e conhecemos os Guardiões da Galáxia originais. Pois bem... Sem mais delongas, finalmente saberemos um pouco mais sobre os Guardiões da Galáxia que de fato estarão nos cinemas a partir do dia 31 de julho! Dito isso, continuem conosco e saibam como um bando de personagens de terceira categoria se tornaram astros de primeira grandeza do Universo Marvel!

:: Uma equipe proativa
Logo após o término da saga Aniquilação 2: A Conquista (onde várias forças e personagens cósmicos da Marvel tiveram que enfrentar a ameaça da Falange) a galáxia estava “mais-pra-lá-do-que-pra-cá”. Antigos impérios passavam por grande instabilidade política e após tantas catástrofes seguidas até mesmo as barreiras do Espaço, do Tempo e as que separavam nosso Universo de outras dimensões estavam esboroadas. Resumindo tudo: o Cosmo inteiro estava tão fragilizado que qualquer um que tivesse ousadia e poder o bastante poderia tentar conquistá-lo! Para evitar esse tipo de situação o herói conhecido como Senhor das Estrelas convidou alguns dos indivíduos que participaram do combate contra a Falange para integrarem uma equipe proativa, que reagisse prontamente a qualquer perigo em escala universal.

Mas quais foram os indivíduos que passaram a integrar essa nova equipe de heróis em sua estreia, que ocorreu em julho de 2008 no gibi Guardians of the Galaxy #1, escrito pela dupla britânica de roteiristas Dan Abnett e Andy Lanning, e desenhado por Paul Pelletier? Além do Senhor das Estrelas (no papel de líder), o grupo era inicialmente formado por Quasar (Phyla-Vell, a filha doCapitão Marvel e possuidora dos braceletes quânticos que pertenceram ao falecido Quasar original); Adam Warlock (que no passado foi um dos principais inimigos do vilão Thanos); Rocky Racum (um guaxinim falante especialista no uso de armamento pesado e mestre em estratégia e tática); Gamora (uma assassina que foi treinada pessoalmente por Thanos); Drax, o Destruidor(um exímio e fortíssimo lutador que nutria um ódio mortal pelo Titã Louco); Groot (um enorme ser vegetal) e Mantis (uma artista marcial e sensitiva que no passado chegou a fazer parte dosVingadores). Como base, atendendo a uma sugestão de Nova eles escolheram LugaNenhum(Knowhere), a gigantesca cabeça de um Celestial morto que, além de ser habitada por milhares de pessoas vindas dos mais diversos cantos do Universo, também servia como portal de teletransporte para qualquer lugar da galáxia. Chefiando a segurança de LugaNenhum e eventualmente servindo como apoio operacional para a equipe estava lá Cosmo, um cão que foi enviado para o espaço pelos russos nos anos sessenta e que, além de inteligência desenvolveu habilidades telecinéticas e telepáticas.

Do ponto de vista editorial, a razão para o lançamento de uma nova série estrelada por heróis cósmicos foi mais do que óbvia: o sucesso de Aniquilação e Aniquilação 2 deixou o mercado preparado para mais um gibi ambientado no espaço, conforme explicaram Abnett e Lanning para o site Comic Book Resources: “’Aniquilação 2: A Conquista’ reabilitou muitos personagens cósmicos legais.[...] Nós percebemos então que o lado cósmico do Universo Marvel estava implorando por uma revista estrelada por um supergrupo para ser publicada lado a lado com a série mensal do Nova”. E sobre o nome da série, os roteiristas acrescentaram: “Nós brincamos com vários outros nomes (Vingadores Cósmicos, Aniquiladores, Fantásticos Quebradores de Caras), mas ‘Guardiões da Galáxia’ sempre foi a escolha óbvia de nome para qualquer equipe cósmica da Marvel”.Abnett e Lanning sempre foram fãs assumidos do trabalho de Jim Valentino (que escreveu e desenhou a série mensal dos Guardiões do Século XXXI nos anos noventa) e em Guardians of the Galaxy #2 eles prestaram a sua homenagem às histórias escritas por ele ao fazerem a sua recém-formada equipe encontrar congelado em uma anomalia cósmica ninguém mais ninguém menos que um desmemoriado Major Vitória, o líder dos Guardiões originais. Naturalmente, ele passou a integrar a nova equipe, e o mistério da sua aparição permeou o titulo durante toda a sua duração, já que no seu rastro apareceu o Águia Estelar, avisando a todos que a presença do Major Vitória no século XXI acarretaria em graves danos para o continuum espaço-temporal.

Além do Major Vitória, com o passar do tempo outros personagens passaram a integrar as fileiras dos Guardiões como Jack Flag (um relutante herói que apareceu nas histórias do Capitão América nos anos noventa), Besouro (um ágil guerreiro de características insectóides) e Serpente da Lua, uma telepata terrestre criada em Titã (o satélite de Saturno onde nasceu Thanos) que era filha de Drax e membro-reserva dos Vingadores. E a entrada dos novos membros foi providencial, já que desde o inicio a equipe enfrentou grandes ameaças como a Igreja Universal da Verdade, uma organização religiosa que venerava Magus, um maligno alter ego de Adam Warlock. Porém, o grande teste para o time reunido pelo Senhor das Estrelas estava reservado para a próxima saga cósmica da Marvel.

Publicada entre março e agosto de 2009 e concebida por Abnett e Lanning, Guerra dos Reis (Wars of Kings) foi uma saga constituída por uma série principal de seis partes e por duas minisséries secundárias: Darkhawk (estrelada pelo Falcão de Aço, um herói da Marvel dos anos noventa) eWar of Kings: Ascension, que mostrava a reação de vários personagens cósmicos da Marvel ao evento. E do que se trata a saga? O Império Kree (liderado por Raio Negro, o rei dos Inumanos) e o Império Shiar (comandado por Vulcano, o irmão de Ciclope e Destrutor, dos X-Men) entraram em guerra, e cabia aos Guardiões da Galáxia e a Nova impedirem que tal guerra estraçalhe totalmente o Universo.

Com muito esforço os Guardiões conseguiram pacificar os dois lados do conflito, porém a guerra teve altos custos: os avisos de Águia Estelar se concretizaram quando no final da saga Adam Warlock sucumbiu ao seu lado negro e se transfigurou em Magus. Os Guardiões tiveram que lidar com Magus, e na esteira dele um velho adversário acabou retornando do mundo dos mortos em Guardians of the Galaxy #24: Thanos! E a volta do Titã Louco não foi á toa, já que uma grande ameaça pairava sobre o Universo... Infelizmente, tais desdobramentos não foram mostrados em Guardians of the Galaxy, já que a revista foi cancelada após a vigésima-quinta edição.

Coube à minissérie em seis partes Thanos Imperative (publicada em 2010 e concebida por Abnett e Lanning) mostrar que Magus se aliou a invasores do Cancerverso, uma realidade paralela similar à nossa. Liderados por uma versão maligna do Capitão Marvel, os invasores pretendiam dominar o nosso universo, e para atingir tal meta eles pretendiam fazer a mesma coisa que fizeram em sua dimensão: literalmente eles queriam “matar” a Morte, transformando todos em imortais! Obviamente, a Morte do nosso universo não concordava com tal curso de ação (que desordenaria o delicado equilíbrio cósmico) e para evitar isso ressuscitou Thanos, o seu eterno “apaixonado”.

Relutantemente, as principais entidades cósmicas do Universo Marvel e os Guardiões da Galáxia se aliaram ao Titã Louco, e nas batalhas que se seguiram o Cancerverso foi rechaçado, porém como em toda guerra houve perdas: Thanos desapareceu do radar de todos e Nova, Senhor das Estrelas e Drax foram dados como mortos.

Ah, para quem queira saber: no Brasil Guardians of the Galaxy foi publicada de forma irregular pelaPanini, que em 2009 reuniu as sete primeiras edições da série na revista Marvel Apresenta #42. A saga Guerra dos Reis e a maior parte das suas aventuras correlatas foram reunidas em uma série fechada de seis partes publicada em 2010, e infelizmente Thanos Imperative continua inédita em nossa terrinha.

:: Um Universo expandido
Com o fim da sua série mensal e de Thanos Imperative, o futuro não parecia muito promissor para os Guardiões da Galáxia. Porém, no meio do caminho deles havia um rapaz chamado Kevin Feige.

Feige é presidente e produtor do Marvel Studios (o braço cinematográfico da Casa das Ideias) e nestas funções ele amealhou inúmeros sucessos de bilheteria na última década. Desde 2010, quando perguntado quais personagens da Marvel poderiam ser adaptados para o cinema, como quem não quer nada Feige sempre citava os Guardiões da Galáxia, afirmando que eles seriam os personagens perfeitos para expandirem a versão cinematográfica do Universo Marvel para além dos limites óbvios do gênero “super-herói”.

As citações de Feige decididamente não eram “conversa para boi dormir”: em 2012 o produtor anunciou que estava em pré-produção um filme estrelado pelos Guardiões da Galáxia, e do ponto de vista editorial os impactos de tal anúncio foram imediatos.

Em 2012 as comic shops americanas receberam a revista mensal Avengers Assemble, lançada na esteira do sucesso cinematográfico Os Vingadores. Com uma formação similar à apresentada no filme, os Maiores Heróis da Terra de cara são obrigados a enfrentar uma conspiração comandada por Thanos, e para tanto eles se aliam aos Guardiões da Galáxia, novamente liderados pelo Senhor das Estrelas, que junto com Drax voltou do mundo dos mortos sem nenhuma explicação! No Brasil, esse arco de histórias foi publicado em 2013 na revista Avante, Vingadores! #0, da Panini.

Este crossover foi muito bem recebido pelos fãs, e em 2013 os Guardiões ganharam novamente uma série mensal, desta vez escrita por Brian Michael Bendis, o mais prestigiado roteirista da Marvel. De cara, assim como a equipe original eles enfrentaram os Badoons, e para adequar a revista ao roteiro cinematográfico concebido pelo Marvel Studios, Bendis definiu uma nova e mais enxuta formação para a equipe, que passou a ser constituída basicamente pelo Senhor das Estrelas, Drax, Gamora, Rocky Racum e Groot. Como as vendas dessa nova revista estão em um excelente patamar, provavelmente iremos nos deparar muito com os Guardiões em nossos gibis!

Pois é... Falamos muito sobre os Guardiões aqui e percebemos que em quase todas as suas formações o grupo era formado por personagens obscuros do Universo Marvel. Vocês gostariam de saber mais sobre alguns deles? Partindo do pressuposto que a resposta da nossa audiência é “sim”, continuaremos por aqui, e apresentaremos as origens nos quadrinhos do Senhor das Estrelas, Drax, Gamora, Rocky Racum e Groot, os heróis que estarão nas telas do cinema no próximo dia 31 de julho!

:: Um Aventureiro Espacial
Criado em 1976 por Steve Englehart e Steve Gan, o Senhor das Estrelas (Starlord) estreou em uma aventura futurista publicada no magazine em preto-e-branco Marvel Preview #4. Em sua primeira aparição (inédita no Brasil), descobrimos que Peter Jason Quill era um típico menino interiorano apaixonado por ficção científica, até que nos anos setenta a sua mãe – a bela e jovemMeredith Quill – foi morta em uma misteriosa incursão alienígena. Tal incidente fez com que o jovem desenvolvesse uma personalidade fria e distante, além de um ódio mortal pelos assassinos da sua mãe, porém mesmo assim ao virar adulto nos anos noventa Quill ingressou na NASA, a famosa agência espacial americana.

Em uma de suas missões como astronauta, Quill e seus colegas se encontraram com o Mestre do Sol, uma entidade cósmica que (sabe-se lá por que!) decidiu transformar um dos terrestres em uma espécie de policial/aventureiro espacial chamado Senhor das Estrelas. Inicialmente, um dos companheiros de Quill foi escolhido para receber a dádiva do Mestre do Sol, o que o deixou furioso, já que esta dádiva o possibilitaria a andar pelo Cosmo em busca dos assassinos da sua mãe. Passando todos os seus amigos para trás, Quill chegou até o Mestre do Sol e exigiu a dádiva do alienígena, que percebeu o profundo ódio dentro dele. Após uma pequena “lavagem cerebral” (onde Quill teve a ilusão de ter encontrado e executado os assassinos da sua mãe) a raiva do jovem astronauta foi dissipada e ele se tornou o Senhor das Estrelas. Para ajudá-lo em sua missão o Mestre do Sol concedeu a Quill a Arma Elemental (capaz de disparar rajadas de água, fogo, ar e até mesmo terra) e uma nave espacial senciente, batizada com o proverbial nome de Nave.

Apesar da aparente pegada scif-fi, na verdade Englehart pretendia com o Senhor das Estrelas criar uma série um pouco mais esotérica, já que em seus planos originais o personagem viajaria por todos os planetas do nosso Sistema Solar, e em cada um desses astros ele teria aventuras relacionadas com aspectos da Astrologia. Os planos de Englehart foram abortados quando ele abandonou a Marvel em 1976, e daí em diante o personagem tomou outro rumo.

Em 1977 o Senhor das Estrelas reapareceu em Marvel Preview #11, em uma típica aventura do gênero space opera concebida por Chris Claremont e John Byrne (e que foi publicada no Brasil em 1985, nas edições #70 e 71 de Heróis da TV, da Editora Abril), onde o herói enfrentou um grupo de escravagistas siderais e, de quebra, descobriu a sua verdadeira origem: anos atrás, um extraterrestre chamado Jason (herdeiro do império galáctico chamado Spartax) caiu acidentalmente na Terra, e foi resgatado por Meredith Quill. Rapidamente os dois iniciaram um romance, que não foi adiante porque Jason precisava retornar para Spartax. Meredith ficou grávida, e ao tomar conhecimento disso o príncipe Gareth (o tio de Jason) enviou assassinos para executar Meredith e seu filho, já que secretamente ele conspirava para usurpar o trono do seu sobrinho. Obviamente, os assassinos conseguiram executar Meredith, e falharam na tentativa de matar Peter.

Na condição de herdeiro de um império galáctico, o Senhor das Estrelas poderia levar uma vida mansa, porém ele preferiu continuar navegando sem rumo pelo Universo em busca de novas aventuras, que foram publicadas de maneira esparsa entre 1978 e 1982 na Marvel Preview, Marvel Comics Super Special, Marvel Spotlight e Marvel Premiere, e podemos afirmar aqui que nenhuma dessas histórias marcou época, e o personagem passou a maior parte dos anos oitenta e noventa desaparecido dos gibis da Marvel.

Em 1996, ao lado do desenhista Dan Lawlis, o escritor Timothy Zahn (famoso por escrever romances relacionados à saga cinematográfica Star Wars) trouxeram de volta a baila o Senhor das Estrelas em uma minissérie em três partes, ou melhor, na verdade ele criou o personagem Sinjin Quarrel, que herdou o manto de Quill após o seu desaparecimento.

Para efeitos de continuidade, a aventura escrita por Zahn foi descartada, assim como os aspectos futuristas das primeiras aparições do Senhor da Estrelas, que finalmente voltou a dar o ar da sua graça em 2004 na série mensal de Thanos. Daí em diante, foi um pulo para ele ser aproveitado emAniquilação e Aniquilação 2.No último relançamento de Guardians of Galaxy Brian Michael Bendis recriou alguns aspectos da origem do personagem, fazendo com que sua mãe fosse assassinada por Badoons e transformando a Arma Elemental em uma herança do seu pai. E o que pretende Bendis com isso? Precisaremos acompanhar a série mensal dos Guardiões para saber!

:: O Destruidor
Drax, o Destruidor (Drax the Destroyer) apareceu pela primeira vez em 1973 no gibi Iron Man#55 (que também trouxe a estreia de Thanos) e de cara os fãs foram apresentados aos detalhes da sua origem: o Titã Louco estava amealhando um grande poderio militar para levar a cabo seus planos de extinguir a Vida no Universo, e temendo pelo pior, Mentor (o pai de Thanos) pediu ajuda aKronos, uma antiga entidade cósmica.

A ajuda de Kronos passava por Arthur Douglas, um terrestre que, alguns anos antes quando viajava com a família teve o azar de esbarrar com Thanos durante uma das incursões secretas do Titã na Terra. Douglas e sua esposa foram mortos pelo vilão, e sua pequena filha ficou abandonada ao léu, até ser encontrada por Mentor, que a levou para Titã, onde após vários anos de treinamento ela se tornou a heroína telepata conhecida como Serpente da Lua. E Kronos – com uma providencial ajuda de Mentor – ressuscitou Douglas, rebatizando-o como Drax e concedendo a ele capacidade de voo e de emissão de raios energéticos, superforça e a habilidade de rastrear Thanos em qualquer canto do Universo.

Drax foi figura destacada nas primeiras sagas em que Thanos foi o vilão principal, e com a morte do Titã Louco ele perdeu completamente o propósito. Após um curto período acompanhando o Capitão Marvel ele decidiu ficar ao lado de Serpente da Lua, e juntos eles viajaram pelo Universo. Ao chegarem a um remoto planeta, Serpente da Lua – em um surto de loucura e megalomania – decidiu dominar a população local. Com a ajuda dos Vingadores Drax tentou dissuadir a sua filha em Avengers#220 (publicada originalmente em 1982 e inédita no Brasil), porém pagou um alto preço, já que graças a um violento ataque psíquico ele foi assassinado pela própria filha.

Thanos voltou a dar as caras nos anos noventa na série mensal do Surfista Prateado e na minissérieDesafio Infinito, e na esteira deste evento Kronos ressuscitou Drax aumentando consideravelmente seus poderes, com um indesejável efeito colateral: como Kronos não levou em consideração as sequelas do ataque psíquico que matou Drax, o herói renasceu burro como uma porta!

Após o término de Desafio Infinito, Drax passou a ser membro regular da Guarda do Infinito, um grupo formado por Adam Warlock para guardar as Joias do Infinito, gemas capazes de manipular vários aspectos do Universo. E, de aparição em aparição, em 1996 Drax retomou a sua inteligência normal no quarto capitulo da minissérie em cinco partes Cosmic Powers Unlimited (inédita no Brasil). E por fim, no inicio da última década após algumas aparições na série mensal Captain Marvelo personagem aparentemente encontrou paz e sossego em Kai, um mundo subatômico que apareceu várias vezes nas aventuras do Hulk.

Em 2005, Drax voltou a ter destaque ao ser o personagem principal da minissérie Prelúdio para Aniquilação: Drax, o Destruidor. Sem maiores explicações, ele apresentava um visual completamente diferente das suas aparições anteriores, e seus poderes estavam notadamente reduzidos, uma vez que ele passou a fazer uso de adagas e de armas de fogo e se tornou muito mais frio e violento do que antes. E justamente este “novo” Drax passou a integrar os Guardiões da Galáxia após Aniquilação 2, e estará na versão cinematográfica dos personagens.

:: A Mulher Mais Perigosa da Galáxia

Concebida por Jim Starlin em 1975 e estreando na revista Strange Tales #180, inicialmente Gamora foi retratada como uma bela e perigosíssima mulher que buscava se aliar a Adam Warlock. Naquela época Warlock estava atarantado com Magus, o seu alter ego maligno que comandava a Igreja Universal da Verdade, e rapidamente descobrimos as verdadeiras motivações de Gamora: ela pretendia assassinar Magus, a mando de um “misterioso chefe”. E quem seria esse “misterioso chefe”? Ora, era ninguém mais ninguém menos que Thanos!

O Titã Louco sabia que a ascensão de Magus colocaria em risco os seus planos, e para evitar isso ele arquitetou um plano mirabolante: ele viajou no Tempo e assistiu uma pacífica raça chamada Zen Whoberi literalmente ser extinta pela Igreja Universal da Verdade. Antes do extermínio, Thanos salvou uma menina, e levou-a para a sua base, e além de criá-la quase como se fosse uma filha ele prometeu que ela teria a oportunidade de vingar o seu povo. Para tanto, Thanos impôs a menina um pesado treinamento em artes marciais, além de aumentar as capacidades físicas dela com uma série de tratamentos místicos e cibernéticos, o que rapidamente rendeu para a moça a singela alcunha de “A Mulher Mais Perigosa da Galáxia”.

Gamora falhou em sua primeira tentativa de matar Magus, porém posteriormente, ao lado de Thanos e Warlock eles conseguiram eliminar o vilão. Todavia, a lealdade de Gamora foi colocada à prova quando ela descobriu que os planos do seu “pai adotivo” incluíam a destruição de boa parte da vida senciente do universo. O resultado disso foi a sua morte nas mãos do Titã Louco.

Posteriormente, os Vingadores, Capitão Marvel, Homem-Aranha e o Coisa conseguiram derrotá-lo em Marvel Two-In-One Annual #2.

A personagem ressuscitaria junto com Adam Warlock nos anos noventa no bojo da minissérie Desafio Infinito, e após o fim desta saga, junto com Drax e Warlock ela passou a fazer parte da Guarda do Infinito. A série da Guarda durou quarenta e duas edições, e após o seu término restou a Gamora uma ou outra participação especial nas revistas mensais da Marvel e nas minisséries Abismo Infinitoe O Fim do Universo. Tudo indicava que a assassina se tornaria mais uma nota de rodapé na história do Universo Marvel, mas como no meio do caminho havia algumas Aniquilações e... Ela se tornou membro dos Guardiões da Galáxia!

:: Um Guaxinim Falante
Vocês conhecem os Beatles, não conhecem? E já ouviram falar do famoso Álbum Branco, não ouviram? E a canção Rocky Raccoon, que é uma das trinta faixas do Álbum Branco? Pois é... Foi justamente esta adorável música composta por Paul MacCartney e John Lennon que serviu de inspiração para a criação de Rocky Racum (Rocket Racconn), o mais carismático membro dos Guardiões da Galáxia!

Racum deu o ar da sua graça pela primeira vez em 1976 no magazine Marvel Preview #7, em uma história futurista escrita por Bill Mantlo e desenhada por Keith Giffen, onde ele (batizado originalmente com um nome idêntico ao da canção dos Beatles) ajudou o Principe Wayfinder (um personagem pra-lá-de-obscuro da Marvel dos anos setenta) na busca da Sword in the Star (Espada na Estrela), um poderoso artefato místico.

Em um primeiro momento Rocky estava destinado a ser um personagem incidental em uma aventura sem importância, porém Mantlo gostou do pequeno guaxinim, tanto que o reaproveitou em uma aventura do Hulk publicada em 1982 em Incredible Hulk #271 (e no Brasil em 1985 em Incrivel Hulk #24, da Editora Abril). Nessa história o personagem teve seu nome original modificado para Rocket Raccoon (provavelmente para evitar problemas com direitos autorais!), porém mesmo assim Mantlo fez diversas e sutis referências à canção dos Beatles ao desenvolver a caracterização e a origem do personagem. E, por falar em origem, de onde diabos veio o personagem?

Racum era uma espécie de soldado/policial do Quadrante de Keystone, um setor do espaço isolado do restante do universo graças a uma enorme muralha galáctica que o circundava. Lá, havia o Meio-Mundo (Halfworld), um planeta dividido basicamente em dois territórios: um era habitado por seres cibernéticos que se dedicavam exclusivamente a montagem de uma gigantesca nave-robô, e o outro era o lar de afáveis animais antropomorfizados. Bem, nem todos eram afáveis: o maligno Toupeira Terrífico (Judson Jakes) desejava o Livro das Origens (Gideon´s Bible), um ininteligível manuscrito que supostamente descrevia as origens do Quadrante de Keystone e seria a chave para o domínio daquele setor espacial.

Aliados, Hulk e Racum frustraram os planos do Toupeira Terrífico, e posteriormente o simpático guaxinim foi a estrela principal de uma minissérie em quatro partes, publicada originalmente em 1985 (e inédita no Brasil). Escrita por Mantlo e desenhada por Mike Mignola, essa série fechada extrapolou ainda mais as maluquices do Quadrante de Keystone, e após o seu fim Racum abandonou o seu planeta natal em busca de aventuras.

Daí em diante, o herói teve algumas participações especiais no inicio dos anos noventa nas revistasQuasar e Sensational She-Hulk... Nada muito digno de nota, assim como foi sua posterior aparição no gibi mutante Exiles #73, em 2006. Todavia, essa aparição deve ter chamado a atenção de alguém na Marvel, já que no ano seguinte Racum foi uma das estrelas de Aniquilação 2: a Conquista.

Neste retorno, foi definido que além de ser um mestre em táticas militares e em armamentos Racum era amigo de longa data do Senhor das Estrelas. E, como quem não quer nada, Peter Quill convidou seu velho amigo para ser membro dos Guardiões da Galáxia!

:: O Soberano do Planeta X
Nos anos cinquenta a Marvel era muito diferente do que é hoje. Basicamente, a editora lançava gibis estrelados por monstros alienígenas que vinham para a Terra com o objetivo de aterrorizar a população local, até serem derrotados por algum cientista ou aventureiro. E um desses monstros era justamente o simpático Groot, uma enorme e poderosa árvore falante que ainda por cima andava!

Estreando como vilão em 1960 na revista Tales to Astonish #13, Groot foi criado por Stan Leee Jack Kirby, e em sua primeira aparição ao entrar em contato com os humanos o alienígena afirmou que era soberano do Planeta X, e que sua “visita” objetivava a captura de terráqueos para o uso em experimentos científicos. Tudo estava indo muito bem para Groot, só que ele não contava com o cientista Leslie Evans, que conseguiu derrotá-lo fazendo uso de... Cupins superdesenvolvidos, que literalmente devoraram o rei do Planeta X!

Derrotado, Groot sumiu de vez, até que em 1976 na revista Incredible Hulk Annual #5 um clone dele foi criado pelo vilão Xemnu e enviado contra o Hulk, em uma história escrita por Chris Claremont e Len Wein e desenhada por Sal Buscema que prestava homenagem aos gibis de monstros da Marvel dos anos cinquenta. No Brasil, essa aventura saiu em 1982 no Almanaque do Hulk #2, da RGE. Ora, convenhamos: o soberano do Planeta X merecia muito mais que um clone!

Em 2006 o personagem finalmente reapareceu na série mensal Nick Fury´s Howling Commandos, como um relutante voluntário de uma unidade especial da S.H.I.E.L.D. (a famosa agência de espionagem do Universo Marvel) especializada em monstros e aberrações. Daí, ele foi escalado como um dos personagens de apoio da saga Aniquilação 2, e o seu vasto vocabulário – restrito basicamente à expressão “Eu sou Groot” – deve ter encantando Abnett e Lanning, que o tornaram membro efetivo dos Guardiões da Galáxia!

:: E, por fim...
Então, colegas... É isso. No próximo dia 31 de julho os Guardiões da Galáxia finalmente chegarão aos cinemas brasileiros, e pelo que foi visto nos trailers e imagens liberados até agora a trama dirigida porJames Gunn mostrará o Senhor das Estrelas (Chris Pratt) liderando um grupo de criminosos e desajustados constituído por Gamora (Zoe Saldana), Drax (Dave Bautista), Rocky Racum (Bradley Cooper) e Groot (Vin Diesel) em uma missão para salvar a galáxia de uma ameaçada comandada por Ronan, o Acusador (Lee Pace). Mas será que Ronan realmente é o inimigo? Ou será que a verdadeira ameaça é Nebulosa (Karen Gillan)? Ou quem sabe o Colecionador(Benicio del Toro)? Ou talvez, Thanos (Josh Brolin)? Só saberemos isso quando assistirmos ao filme!

Bem... Dito tudo isso, nos despedimos da nossa sempre respeitável audiência, e como sempre agradecemos a todos vocês pela paciência em nos acompanhar. E, de maneira humilde, aproveitamos este momento para pedir para todos vocês que continuem nos visitando cotidianamente, porque a missão do HQ Maniacs é fornecer as melhores notícias e matérias sobre quadrinhos, cinema, seriados, videogames e toys. Sempre! Até a próxima!
 

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