Fúria da cidade
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Chance desperdiçada pelo River Plate no clássico contra o Boca JuniorsImagem: Reprodução/Twitter
Já está na história. O lance ocorreu anteontem (14), mas a Argentina continua falando sem parar do incrível gol perdido pelo River Plate contra o Boca Juniors na Bombonera. Estava 1 a 1 quando o zagueiro Izquierdoz, do Boca, desviou a bola e encobriu o goleiro Andrada, mas a pelota deslizou muito perto da linha e teimou em não entrar aos...44 do segundo tempo (!).
A cena surreal foi logo tratada pelos argentinos como um "milagre" de Diego Armando Maradona, lenda do Boca morto em novembro. Ele, afinal, é o "La Mano de Dios" pelo seu gol com o punho contra os ingleses na Copa de 1986, e gerou até uma interjeição própria para esta jogada de domingo na Bombonera, a "Fua, el Diego!", algo em português como "Nossa, o Diego!"
A coluna ouviu o técnico argentino Caruso Lombardi para as explicações do lance. Somando seus anos de jogador e treinador, Caruso frequenta a Bombonera desde 1981 (exatos 40 anos). O que ele nos diz:
"A primeira coisa a se notar é o efeito da bola. Quando há uma dividida ou desvio, ela pode pegar um efeito contrário, como o slice, no tênis. É algo normal, nada místico. É pelo efeito, por exemplo, que a bola bate na trave e entra ou sai do gol. Em alguns casos, ela bate dentro do gol e volta. Nesta jogada de domingo, não foi um golpe em cheio. Foi um lance acidental, de um zagueiro contra seu próprio gol. É um desvio, não uma batida seca, chapada, na 'cara' da bola."
"Precisamos ver também onde este lance aconteceu: foi perto da linha do gol. Todas as áreas são um pouco desniveladas. A Bombonera é assim, o estádio do Independiente também, são duas das áreas mais desniveladas da Argentina, até por uma questão de drenagem, sempre reforçada nas áreas. E perto da cal o piso é ainda mais irregular. O goleiro está sempre ali perto da linha do gol, a grama absorve o impacto contínuo e fica um pouco deformado."
"O que também pode ter influenciado é o momento, 44 do segundo tempo, com o gramado totalmente seco. Fazia calor. Se a grama está mais molhada, a bola pode tomar outra direção."
"É lindo que falem do Maradona, ele vai ser sempre amado pelos argentinos que são mesmo criativos demais, basta ler os livros e ver os nossos filmes para saber, mas as explicações técnicas dão o verdadeiro sentido da jogada."
Tales Torraga - Não foi Maradona: cal e calor explicam "milagre" do Boca contra o River
Já está na história. O lance ocorreu anteontem (14), mas a Argentina continua falando sem parar do incrível gol perdido pelo River Plate contra o Boca Juniors na Bombonera. Estava
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