dermeister
Ent cara-de-pau
Quem tem interesse em tecnologia de satélites e sensoreamento remoto, ou mesmo quem só acompanha lançamentos, definitivamente conhece as missões do NRO (National Reconnaissance Office, a agência dos EUA responsável pela aquisição de inteligência de sinais e imagem por satélite).
Os detalhes dos satélites e do perfil das missões são, naturalmente, secretos mas todos sabemos que são coisas muito, muito, suculentas. Imaginem câmeras com resolução de centímetros, imagens multi-espectrais, antenas capazes de pegar emissões de rádio fraquíssimas (e identificá-las automaticamente por análise de tráfego), radares de abertura sintética de deixar a comunidade científica com água na boca, etc. Enfim, qualquer coisa que a gente consegue imaginar com os dos pés no chão, eles definitivamente tem -- eles só não usam a tecnologia alienígena porque o que podia ajudar nisso fugiu e está passeando junto com o Simon Pegg e o Nick Frost (dsclp aí, é bobo mas eu gostei do filme).
Exceto pelo fato de que não dá para realmente esconder um satélite; dependendo das características da missão pode-se deixá-los mais ou menos discretos, mas nunca ocultá-los totalmente. Satélites de IMINT precisam ficar em órbitas baixas e missões de SIGINT são observáveis por causa das antenas enormes. Existe uma comunidade relativamente grande de pessoas interessadas em rastrear cada lançamento, determinar a natureza da missão, obter os elementos orbitais e atualizá-los periodicamente -- algumas vezes encontra-se coisas surpreendentes como um satélite geoestacionário "estacionado" ao lado de um Thuraya para espionar a telefonia celular via satélite no Oriente Médio inteiro (não precisam nem decriptar a comunicação para ser útil, metadados matam). Claro que isso é no mundo dos hobbies e nenhuma informação pública (OSINT) que temos aí sequer chega aos pés do que é obtido pelas agências de inteligência dos outros países (que tem suas próprias missões, mas não tem o orçamento quase infinito do Departamento de Defesa dos EUA).
Se não dá para esconder uma missão, a segunda melhor solução é divulgá-la controladamente e fazer marketing em cima (é tudo parte do black budget, mas sempre é bom que o público veja como parte do dinheiro é gasto) e assim chegamos nos famosos distintivos de missão dos NROL (eles são para cada missão, mas algumas envolvem mais de um satélite compartilhando o distintivo). Alguns dos meus preferidos:
NROL-37 precisa de um Cavaleiro Negro? Sem problema!
O NROL-55 é Vulcano também (o deus grego, não o Spock):
NROL-11 é um radar, e se ele fica corujando por aí ("corujar" também é gíria de radioamador) por que não ir direto ao ponto?
NROL-79: Atena é bem-vinda também:
NROL-34 para não deixar o Odin de fora (tem um olho só mas são dois satélites... Huginn e Muninn?)
NROL-35 tem uma feiticeira bad-ass!
NROL-39 criou um monte de controvérsia na época dele. Mas, ei, é uma missão de uma agência de inteligência para ajudar em objetivos militares que certamente envolvem descer morte e terror sobre os inimigos. Estavam querendo os ursinhos carinhosos?!
Mas o mais recente da turma, que deveria ter subido hoje se a missão não tivesse sido adiada. Senhoras e senhores, eis o NROL-101 (bem grandão porque esse distintivo merece):
É isso, temos tengwar no espaço agora.
Os detalhes dos satélites e do perfil das missões são, naturalmente, secretos mas todos sabemos que são coisas muito, muito, suculentas. Imaginem câmeras com resolução de centímetros, imagens multi-espectrais, antenas capazes de pegar emissões de rádio fraquíssimas (e identificá-las automaticamente por análise de tráfego), radares de abertura sintética de deixar a comunidade científica com água na boca, etc. Enfim, qualquer coisa que a gente consegue imaginar com os dos pés no chão, eles definitivamente tem -- eles só não usam a tecnologia alienígena porque o que podia ajudar nisso fugiu e está passeando junto com o Simon Pegg e o Nick Frost (dsclp aí, é bobo mas eu gostei do filme).
Exceto pelo fato de que não dá para realmente esconder um satélite; dependendo das características da missão pode-se deixá-los mais ou menos discretos, mas nunca ocultá-los totalmente. Satélites de IMINT precisam ficar em órbitas baixas e missões de SIGINT são observáveis por causa das antenas enormes. Existe uma comunidade relativamente grande de pessoas interessadas em rastrear cada lançamento, determinar a natureza da missão, obter os elementos orbitais e atualizá-los periodicamente -- algumas vezes encontra-se coisas surpreendentes como um satélite geoestacionário "estacionado" ao lado de um Thuraya para espionar a telefonia celular via satélite no Oriente Médio inteiro (não precisam nem decriptar a comunicação para ser útil, metadados matam). Claro que isso é no mundo dos hobbies e nenhuma informação pública (OSINT) que temos aí sequer chega aos pés do que é obtido pelas agências de inteligência dos outros países (que tem suas próprias missões, mas não tem o orçamento quase infinito do Departamento de Defesa dos EUA).
Se não dá para esconder uma missão, a segunda melhor solução é divulgá-la controladamente e fazer marketing em cima (é tudo parte do black budget, mas sempre é bom que o público veja como parte do dinheiro é gasto) e assim chegamos nos famosos distintivos de missão dos NROL (eles são para cada missão, mas algumas envolvem mais de um satélite compartilhando o distintivo). Alguns dos meus preferidos:
NROL-37 precisa de um Cavaleiro Negro? Sem problema!
O NROL-55 é Vulcano também (o deus grego, não o Spock):
NROL-11 é um radar, e se ele fica corujando por aí ("corujar" também é gíria de radioamador) por que não ir direto ao ponto?
NROL-79: Atena é bem-vinda também:
NROL-34 para não deixar o Odin de fora (tem um olho só mas são dois satélites... Huginn e Muninn?)
NROL-35 tem uma feiticeira bad-ass!
NROL-39 criou um monte de controvérsia na época dele. Mas, ei, é uma missão de uma agência de inteligência para ajudar em objetivos militares que certamente envolvem descer morte e terror sobre os inimigos. Estavam querendo os ursinhos carinhosos?!
Mas o mais recente da turma, que deveria ter subido hoje se a missão não tivesse sido adiada. Senhoras e senhores, eis o NROL-101 (bem grandão porque esse distintivo merece):
GOODNESS PERSISTS
É isso, temos tengwar no espaço agora.
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