Hehehehe
O título do tópico é uma referência óbvia a este tópico polêmico. E eu queria ir um pouco além na provocação. Não quero sustentar ponto algum, apenas fomentar uma discussão.
O artigo defende a existência de "níveis" de literatura [e eu vou sempre aspear esse termo aqui]. Os leitores que ficam estagnados na cultura pop estariam se contentando com um "nível" literário inferior. Só aqueles que escalam para obras mais consagradas pela academia podem se dar ao luxo de se sentir "mais inteligentes" como consumidores de literatura.
Em vez de questionar essa conclusão, eu quero partir dela e mudar a pergunta. Vamos tomar esse leitor que tem na bagagem milhares de obras literárias, das mais vulgares às mais complexas; que lê de tudo e com frequência. Ele necessariamente leva vantagem sobre o consumidor assíduo de outras artes, ou de outros canais de conhecimento e comunicação?
Por que a gente costuma achar que há mais mérito (ou resultado) intelectual em ler um livro do que em, por exemplo, assistir a um filme que tem a mesma abordagem?
Vou tomar Hemingway como exemplo. Adeus às Armas é um clássico celebrado, e é bastante provável que o autor do famigerado artigo o considere literatura de alto "nível". Mas o que o livro te entrega mais do que o filme? Em que ele te desafia mais do que o filme? São basicamente diálogos, tão objetivos quanto de um roteiro de cinema, assim como são as passagens de cena. Eu deveria me sentir mais inteligente porque li o livro?
Existe algum processo cognitivo que só acontece quando lidamos com a narrativa impressa?
Ou será que a diferença está nas sensações? Há algo de profundamente intrínseco nas palavras, na ausência de apelo visual ou sonoro, que não pode ser reproduzido em outros formatos? É a ausência total de outros estímulos que faz a gente sentir aquela coisa que só a leitura de um livro nos proporciona?
E, se há, determinados formatos não podem ser considerados literatura autêntica? Há uma perda irreparável quando acrescentamos outros estímulos? Quadrinhos são literatura? Audiobooks?
Quero opiniões!
O título do tópico é uma referência óbvia a este tópico polêmico. E eu queria ir um pouco além na provocação. Não quero sustentar ponto algum, apenas fomentar uma discussão.
O artigo defende a existência de "níveis" de literatura [e eu vou sempre aspear esse termo aqui]. Os leitores que ficam estagnados na cultura pop estariam se contentando com um "nível" literário inferior. Só aqueles que escalam para obras mais consagradas pela academia podem se dar ao luxo de se sentir "mais inteligentes" como consumidores de literatura.
Em vez de questionar essa conclusão, eu quero partir dela e mudar a pergunta. Vamos tomar esse leitor que tem na bagagem milhares de obras literárias, das mais vulgares às mais complexas; que lê de tudo e com frequência. Ele necessariamente leva vantagem sobre o consumidor assíduo de outras artes, ou de outros canais de conhecimento e comunicação?
Por que a gente costuma achar que há mais mérito (ou resultado) intelectual em ler um livro do que em, por exemplo, assistir a um filme que tem a mesma abordagem?
Vou tomar Hemingway como exemplo. Adeus às Armas é um clássico celebrado, e é bastante provável que o autor do famigerado artigo o considere literatura de alto "nível". Mas o que o livro te entrega mais do que o filme? Em que ele te desafia mais do que o filme? São basicamente diálogos, tão objetivos quanto de um roteiro de cinema, assim como são as passagens de cena. Eu deveria me sentir mais inteligente porque li o livro?
Existe algum processo cognitivo que só acontece quando lidamos com a narrativa impressa?
Ou será que a diferença está nas sensações? Há algo de profundamente intrínseco nas palavras, na ausência de apelo visual ou sonoro, que não pode ser reproduzido em outros formatos? É a ausência total de outros estímulos que faz a gente sentir aquela coisa que só a leitura de um livro nos proporciona?
E, se há, determinados formatos não podem ser considerados literatura autêntica? Há uma perda irreparável quando acrescentamos outros estímulos? Quadrinhos são literatura? Audiobooks?
Quero opiniões!