Fúria da cidade
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Seleção de San Marino, a pior do mundo na atualidade, posa para foto antes de enfrentar Gibraltar Imagem: Divulgação
Davide Simoncini joga pela seleção do país onde nasceu desde 2006. Ao longo desses últimos 14 anos, disputou 66 partidas, mas nunca venceu. Por isso, comemorou como se não houvesse amanhã os empates sem gol contra Liechtenstein, no mês passado, e Gibraltar, no último sábado.
O zagueiro de 34 anos e 1,85 m, que nunca foi 100% profissional de futebol, veste as cores de San Marino, uma pequena república com cerca de 30 mil habitantes, encravada no meio da Itália, que possui a pior seleção do planeta.
Dentre os 210 países filiados à Fifa, nenhum ostenta resultados tão pobres no ranking da entidade quanto os da pátria de Simoncini. Com 812 pontos, os europeus aparecem logo abaixo de Sri Lanka, Ilhas Virgens, Ilhas Virgens Britânicas e Anguilla na listagem dos piores dentre os piores.
Aceita como integrante da comunidade internacional do futebol há 30 anos, San Marino carrega recordes capazes de fazer inveja a zero pessoas.
Das 174 partidas oficiais que disputou durante sua história, só não perdeu sete. Foram seis empates (incluindo os dois deste ano, em confrontos da última divisão da Liga das Nações da Uefa) e uma mísera vitória.
Nem na única vez que saíram de campo vitoriosos (1 a 0 sobre Liechtenstein, em abril de 2004), os samarineses puderam festejar os três pontos. Afinal, essa não era uma partida válida por alguma competição, mas sim um amistoso entre as duas piores seleções da Europa na época.
Depois dessa vitória, no entanto, San Marino chegou a completar dez anos só perdendo. Entre setembro de 2004 e outubro de 2014, foram 61 derrotas consecutivas.
Foi durante esse período que o time levou 13 a 0 da Alemanha, nas eliminatórias da Euro-2008. Essa é, até hoje, a maior goleada já registrada em um confronto de competição entre duas seleções da Uefa.
Mas não foram só os germânicos que humilharam a pior equipe nacional do mundo. Outras seis seleções já conseguiram fazer pelo menos dez gols contra a defesa do minúsculo país em 90 minutos de futebol: Noruega, Bélgica, Alemanha, Polônia, Holanda e Croácia.
Por outro lado, San Marino jamais meteu mais de duas bolas nas redes em uma mesma partida. E mesmo isso só aconteceu duas vezes, no empate por 2 a 2 contra Liechtenstein (sempre ele), em amistoso jogado em 2003, e na derrota por 3 a 2 para Malta, também em partida que não valia pontos, em 2012.
O maior artilheiro da história do país é o ex-atacante Andy Selva, autor do gol da vitória de 2004. Ele balançou as redes oito vezes com a camisa samarinesa e é responsável por um terço de todos os gols já anotados pela seleção (só 24).
Gol é um artigo tão raro para San Marino que, além de Selva, só um outro jogador marcou mais de uma vez com a camisa da seleção: Manuel Marani, que meteu uma bola na rede em 2007 e outra em 2012.
A equipe chegou a ficar 20 partidas consecutivas sem ver a bola cruzando a linha de gol dos seus adversários. O tabu começou em outubro de 2008 e só terminou em agosto de 2012.
Mas nem tudo são notícias ruins para San Marino.
Pela primeira vez na história, a lanterna do ranking da Fifa vai fechar um ano com duas "não derrotas". Graças aos empates contra Liechtenstein e Gibraltar, a pior seleção do mundo pode considerar que está em uma boa fase.
Rafael Reis - Pior seleção do mundo venceu uma vez em 30 anos e emendou 20 jogos sem gol
Blog do Rafael Reis conta a história de San Marino, pior seleção do mundo, que chegou a ficar ficou 20 jogos consecutivos sem marcar gol
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