Fúria da cidade
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Taça da Copa Sul-Americana, segundo torneio de clubes do continente Imagem: REUTERS/Jorge Adorno
A mudança no formato de disputa da Copa Sul-Americana, agora com fase de grupos, mas principalmente pelo privilégio a brasileiros e argentinos, que terão ao menos seis times cada nessa etapa atuando seis jogos no mínimo cada um, fazem a Conmebol projetar considerável aumento de receita para a competição, com novos acordos comerciais e de direitos de transmissão.
Se isso se tornar realidade é provável que também haja um acréscimo significativo na premiação dada aos clubes que participam da Sul-Americana, hoje com valores bem inferiores aos da Libertadores. Não há números fechados, até porque é preciso capitalizar primeiro, mas há uma estimativa de aumento de pelo menos 50%. O campeão da Sul-Americana 2020, se for um time que iniciou a competição da primeira fase, fará 11 partidas e receberá US$ 6,57 milhões (R$ 37 milhões).
Em 2021 uma equipe que iniciar pela Sul-Americana, e não migrando da Libertadores direto para as oitavas (como terceiro de grupo), atuará 13 vezes, duas a mais portanto. Mas poderá ganhar quase US$ 10 milhões (R$ 56,7 mi) se levantar a taça, sempre na estimativa hoje feita por parceiros da Conmebol. O campeão da Libertadores de 2020 receberá US$ 22,5 milhões (R$ 127,6 mi).
A Confederação Sul-Americana e a FC Diez Media, empresa criada por IMG e Perform para vender direitos dos torneios de clubes sul-americanos, quebraram a cabeça para encontrar uma fórmula que tornasse a Sul-Americana mais atraente a patrocinadores e detentores de direito de transmissão. Ouviram de quase todos que o torneio, em formato mata-mata desde o início, se tornava imprevisível, com times de maior expressão caindo rapidamente e fazendo, na pior das hipóteses, somente dois jogos.
2020 é um bom exemplo: dos seis brasileiros classificados, quatro caíram ainda na primeira fase. Sobraram Vasco e Bahia, que devem receber a companhia do São Paulo migrando da Libertadores como terceiro do seu grupo. A ideia de receber times da principal competição do continente, por sinal, foi uma das primeiras para tentar tornar a Sul-Americana mais atraente.
Mas foi pouco e agora, com a fase de grupos, os times jogarão ao menos seis vezes até serem eliminados. E Conmebol e a empresa parceira foram além: no regulamento apresentado, os times brasileiros e argentinos (seis de cada país) ganham vaga automática na fase de grupos, enquanto 32 times dos outros oito países do continente farão um mata-mata local para definir 16 vagas. Outros quatro se agregam da terceira fase da Libertadores (que podem, inclusive, ser brasileiros e argentinos).
Nesse formato times do Brasil e da Argentina ganham uma espécie de proteção na competição — poderemos ter até oito brasileiros na fase de grupos da Sul-Americana em 2021, se os dois classificados do país para as primeiras etapas da Libertadores caírem antes da fase de grupos. Tudo isso foi feito para tentar valorizar o torneio.
Com a garantia de que haverá vários jogos de times do Brasil e da Argentina espera-se vender anúncios exclusivos para a Sul-Americana e turbinar os direitos de transmissão. No Brasil, por exemplo, hoje nenhuma empresa detém acordo após a rescisão do DAZN, que desde 2019 tinha exclusividade.
A Conmebol criou sua própria TV, em parceria com a Band, mas espera para 2021 vender os direitos para TVs aberta e fechada com novos patrocinadores e manter o seu produto como pay-per-view.
Marcel Rizzo - Plano da Conmebol para "bombar" Sul-Americana beneficia Brasil e Argentina
A mudança no formato de disputa da Copa Sul-Americana, agora com
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