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Preservação Linguística

Fúria da cidade

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Para preservar idioma, França proíbe termos “e-sports” e “streamer”



França

Imagem: Reprodução/Unsplash

O órgão responsável pela preservação linguística da França proibiu a utilização de termos como “streamer” e “e-sports” no país. Eles devem ser substituídos por “joueur-animateur en direct” (jogador anfitrião ao vivo) e “jeu video de competition” (videogame competitivo), respectivamente.

De acordo com a entidade, a medida tem a finalidade de preservar a língua francesa. A determinação foi publicada no equivalente francês do Diário Oficial da União, e atinge apenas órgãos oficiais do governo, que não podem em nenhuma hipótese usar os termos em inglês.

Outras expressões como “cloud gaming” e “pro gamer” também foram proibidas, porque, segundo o órgão, podem ser um obstáculo para a compreensão de pessoas que não estão habituadas com o vocabulário gamer.

De acordo com a BBC, a Académie Française, responsável por proteger o idioma nativo da França, foi fundada em 1635. Desde então mantém várias tradições da época em que iniciou atividades, com direito a espadas que são carregadas pelos seus 40 membros.

A entidade está há bastante tempo concentrando esforços para tirar termos anglicanos usados no mundo dos games e na tecnologia e que acabam ganhando espaço em diversos países não falantes do inglês graças à internet.

A Academia Francesa recentemente também fez campanha para incentivar o banimento de palavras inglesas do mundo tecnológico como, por exemplo, “wi-fi”. A recomendação era o uso do termo “access sans fil” (acesso sem fio). A tarefa é difícil porque os mais jovens continuam usando a expressão em inglês.

 
E a gente pensava que só no Brasil tinha jecas que poderiam imaginar ser possível "salvar a língua" na base da proibição legal... Que vergonha alheia! Aldo Rebelo se réjouit.
 
Questão é que línguas são como animaizinhos metidos.. qualquer tentativa de forçar ou impedir um comportamento vai falhar ou, no máximo, criar uma variante de prestígio separada da usual. Isso vale para essa eliminação de palavras estrangeiras, forçar outras tantas (não consigo não pensar no caso da "courriel"), forçar ou proibir aqueles pronomes modernosos bizarros (elx, elu), etc.
 
Imposição forçada dificilmente dá o resultado esperado imediato.

Eu sempre defenderei um meio termo bem razoável e bastante justo, que é sempre adaptar o termo a escrita da língua local, como os mineiros aqui fizeram muito bem colocando "Uaifai" em muitos lugares.
 
Seria inócuo aportuguesas essas formas. As pessoas tendem a preferir as estrangeiras por prestígio, razões técnicas ou qualquer outro motivo.

O aportuguesamento inevitavelmente ocorre na fonologia, já que nós tendemos a realizar palavras estrangeiras com os fonemas disponíveis no nosso idioma, e aos poucos na semântica, criando sentidos distintos, dando uma "cor" diferente para a palavra.

O aportuguesamento serviria no máximo pra respaldar uma ortografia oficial que na prática não é muito usada. Coisa pra se cobrar em concurso público e retirar uns tantos candidatos da jogada.
 
Não nego, porém, que esse tipo de movimento, como qualquer coisa em língua, possa ser proveitoso no futuro, a depender do quão usado ele seja.

Muitos termos gramaticais que usamos até hoje, por exemplo substantivo e adjetivo, eram na origem a forma como os gramáticos latinos traduziram termos técnicos da gramática grega como hypokéimenon (lit.: o que se mantém por debaixo) e epítheton (lit.: o que fica ao lado).

Na filosofia isso aconteceu também. Moral é a tradução que Cícero deu para o grego ética, aproveitando-se que a palavra grega viria de "éthos", costume, e que em latim sua correspondente seria "mos, moris".
 
Vindo de uma instituição de 1635 seguramente tem a ver com a concorrência histórica pela supremacia de influência no território entre inglês e francês na produção das potências principais que encabeçam esses idiomas. Por sinal, a guerra de 100 anos foi apenas um episódio de um longuíssimo atrito de mais de 700 anos de guerra. (o caso da venda cancelada de submarinos desse ano foi uma treta que ocorreu justamente com país anglófono)

Atualmente também há uma mistura de agenda para apaziguar o interior agrícola francês ao mesmo tempo em que se disputa com o patriotismo e nacionalismo francês.
 
Seria inócuo aportuguesas essas formas. As pessoas tendem a preferir as estrangeiras por prestígio, razões técnicas ou qualquer outro motivo.

O aportuguesamento inevitavelmente ocorre na fonologia, já que nós tendemos a realizar palavras estrangeiras com os fonemas disponíveis no nosso idioma, e aos poucos na semântica, criando sentidos distintos, dando uma "cor" diferente para a palavra.

O aportuguesamento serviria no máximo pra respaldar uma ortografia oficial que na prática não é muito usada. Coisa pra se cobrar em concurso público e retirar uns tantos candidatos da jogada.

É claro que não podemos comparar o momento histórico que vivemos com outros períodos pré-internet em que os principais meios de comunicação escrita de notícias eram basicamente jornais e revistas. Também tínhamos palavras estrangeiras chegando (train, football, basketeball, etc), mas as versões aportuguesadas vieram, essas mídias tiveram um papel fundamental e usamos normalmente sem nenhum problema.

Hoje a velocidade com que os termos estrangeiros chegam é muito maior, mas bastaria apenas fazer a adaptação acompanhar na mesma velocidade e os veículos de comunicação imediatamente implementarem, pois eles ainda tem poder de força e influência..
 

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