Ilmarinen
Usuário
A JBC lançou essa semana a tradução nacional do primeiro mangá da Clamp, o RG Veda ( pronuncia-se "Rigu Veda" pra diferenciar direto dos textos sagrados do hinduismo, os Rig Veda).
Primeiro trabalho profissional do futuro grupo superstar, a história junta mitologia védica-budista ( a mesma construção mitopóetica sincrética de Shurato, daí os mesmos nomes pros guardiões do Mundo Celestial) com uma profecia cheia de reviravoltas à la Macbeth, Hamlet e Édipo Rei como plot central, onde a marca registrada do grupo Clamp já aparecia:
A tradução brasileira preserva o lavor arcaico da linguagem empregada em japonês, tão rebuscada no original que não é qualquer um que dá conta de ler tudo o que elas colocam lá. A JBC também acrescentou algumas notas que rastreiam as referências míticas, ajudando o leitor a se situar na tessitura da coisa.
Li o mangá há doze anos atrás, comprando o original em japonês em Sampa e lendo com scripts em inglês, tendo, na época, que "pular" os volumes 3 a 5, que só consegui ler 2 anos depois, quando scripts deles foram disponibilizados por muito pouco tempo na Internet.
Embaixo na citação o grosso da resenha, com as jpgs facilmente visualizáveis sem poluir o visual da tela e sem o tagg de spoiler:
Primeiro trabalho profissional do futuro grupo superstar, a história junta mitologia védica-budista ( a mesma construção mitopóetica sincrética de Shurato, daí os mesmos nomes pros guardiões do Mundo Celestial) com uma profecia cheia de reviravoltas à la Macbeth, Hamlet e Édipo Rei como plot central, onde a marca registrada do grupo Clamp já aparecia:
nada é o que aparenta ser ( esse que vos fala ficou 4 dias traumatizado ao ler o final no décimo e último volume da saga... )
A tradução brasileira preserva o lavor arcaico da linguagem empregada em japonês, tão rebuscada no original que não é qualquer um que dá conta de ler tudo o que elas colocam lá. A JBC também acrescentou algumas notas que rastreiam as referências míticas, ajudando o leitor a se situar na tessitura da coisa.
Li o mangá há doze anos atrás, comprando o original em japonês em Sampa e lendo com scripts em inglês, tendo, na época, que "pular" os volumes 3 a 5, que só consegui ler 2 anos depois, quando scripts deles foram disponibilizados por muito pouco tempo na Internet.
Embaixo na citação o grosso da resenha, com as jpgs facilmente visualizáveis sem poluir o visual da tela e sem o tagg de spoiler:
Origens-a autoria do crime
Se vc acha que George R.R. Martin é cruel com seus personagens em A Canção do Gelo e do Fogo, prepare-se pra ver o que Clamp faz com os dela
Como mulheres com visuais tão meigos podem ser tão cruéis??
Tendo os mangás originais posso dizer: o tratamento gráfico está bom, com um papel e impressão mais caprichados do que a média da JBC pra primeira edição de um mangá, sem aqueles efeitos de preto "fosco" do mangá do X ( afinal é Clamp, e o Clamp mais cult e de arte mais requintada publicado aqui desde o X depois que o grupo já virou notoriedade por essas bandas). Mantiveram as ilustrações duplas coloridas de frontispício, coisa que, por exemplo, não fizeram com Ga-Rei do Hajime Segawa ( do qual também gostei muito e que, claro, bebe da fonte clampiniana, sendo influenciado por X e RG Veda além de trocentas outras coisinhas como Caça-Fantasmas e X-Men) e nem com XXXHolic.Nem o recente Kobato, também da Clamp, entretanto, teve esse privilégio de ter a arte a cores mantida na primeira edição nacional. Ponto pra JBC, que,implicitamente, a meu ver, reconhece a importância do lançamento.
InfluênciasA arte da Clamp, na época, pra esse mangá, era um combo do character design de duas séries que influenciaram muito o plot e tratamento/design dos personagens ( principalmente em suas versões animadas): Cavaleiros do Zodíaco ( do recém falecido Shingo Araki, morto em 2011) e Shurato ( de Matsuri Okuda que lançou livros temáticos da série com ilustrações de cair o queixo).A Clamp principiou sua carreira fazendo dojinshis dessas duas sagas e "verteu" adaptou/processou essas influências no RG Veda, "descontruindo" o material de forma soberba.
Reparem nos easter eggs: Gai Kuroki, o Rei Yasha do Shurato, é o modelo pro character design de Taishakuten, enquanto Shiryu de Dragão, do Saint Seiya, é a base pro visual do "Sanraat" Yasha do RG Veda. Os 12 cavaleiros do Zodíaco propriamente ditos, os doze caveleiros de ouro, foram homenageados como a guarda pessoal do Ashura-Oh (Samraat Ashura) do mangá da Clamp, aparecendo na história prequel do primeiro volume.
Reconhecíveis aí em cima: homenagens clampinianas a Saga de Gêmeos, Kamus de Aquário, Shura de Capricórnio,Aiolia de Leão.
Rei Yasha e Shurato no dojinshi da Clamp, a mão em garra em cima do peito exposto já prenuncia o tratamento que a Clamp daria aos muito amores disfuncionais do RG Veda e de diversos dos seus outros trabalhos...Brrrr!!
O rosto da versão adulta de Ashura parece extremamente reminiscente do de Pandora, da saga de Hades de Saint Seiya.
Em todo caso, o trabalho das meninas da Clamp no RG Veda foi totalmente groundbreaking, sem deixar de homenagear diversas influências como os já citados Shurato e Saint Seiya, além do longa animado/mangá Arion, ambientado na mitologia grega ( que, muito suspeitamente, já prenunciava alguns temas e acontecimentos da coqueluche mítica de nossos dias, God of War), e o manga do Kujaku, investigador/exorcista, mais explicitamente homenageado no Tokyo Babylon através da dupla de Omyoujis Subaru Sumeragi e Seishirou Sakurazukamori, mas referido com um homônimo misterioso no RG Veda.
Evil Puppeteers? A semelhança entre o Apolo de Arion e o Kujaku-Oh de RG Veda não deve ser mera coincidência, embora as aparências sejam sempre enganosas onde a Clamp estiver envolvida.
Arion, um dos melhores longas metragens animados em animês da segunda metade dos anos oitenta
Spirit Warrior (esquerda) que, no fim da década de 80, serviu pra batizar TODO o estilo de animê do qual Shurato e Saint Seiya faziam parte, "spirits", foi uma tremenda influência no RG Veda; aí, na contraposição dessas duas capas, vemos à esquerda: Kujaku e Ashura e, do outro lado, Ashura e Kujaku-Oh. Coincidência? Não. A ilustração da esquerda, na verdade, é a capa do Dojinshi de Kujaku-ou feito pela própria Clamp...publicado dois anos antes do lançamento do RG Veda. As mangakas,literalmente, vestiram a camiseta da influência colocando a referência/homage na capa do seu primeiro trabalho publicado.
Aí embaixo transcrito post comentando a pedigree e influência do mangá de Makoto Ogino:
Re: [Anime] Spirit Warrior, great stuff but wtf?
To answer your answer, no, you did not miss anything because what you saw is mostly unconnected with the rest; the rest are independent OAVs unrelated to each other but in the characters.
IIRC, what you saw was the typical anime condensation of a long manga arc: in other words, maddeningly incoherent and unsatisfying.
Peacock King the manga is a very old but very influential work from the 80's, in that it caused a boom and interest in the occult and occult-themed media. CLAMP's Tokyo Babylon was one such, but not the only, manga influenced by it. There are two series, of which the first one is vastly superior. The first was the first mainstream manga to delve deeply into esoteric Buddhist, Daoist, Elizabethan, Hindu, Shinto magical practices, explaining and featuring in depth various incantations and rituals used by real life sects and groups. It also featured various meticulously researched monsters from Chinese, Japanese, Indian and Western mythologies. Unfortunately, it also liked to delve into kinky S&M, sadomachochistic sex, xenophobia and racism.
It's the type of manga unlikely to be bought over here--for various reasons, though I don't know if it's being scanlated.
The second series was sort of a reboot of the first one, after the mangaka found that his subsequent works sucked and he needed money. Needless to say, while the manga featured IMO better art, the story stank. He had ran out of real life monsters and occult practices and decided to invent all sorts of weird stuff to compensate. It was, at best, good.
Back to the topic, I actually like the OAVs better than the mini-movie you had watched. While the art is much better with the movie, with the Madhouse animating, the stories are more entertaining in the OAVs.
For instance, the first OAV has Kujaku confronting the Harry Potter of Japan (so as not to spoil the twist). The subsequent ones see him fighting Cherubim, the ghost of Nobunaga, etc.
What we learn from history is that no one learns from history.
The road to Auschwitz was built by hate, but paved with indifference.
Every alliance implies a horse and a rider; the function of diplomacy is to secure that you are the rider and your ally the horse.
Nem o X escapa da influência do Peacock King
Kujaku, o Rei Pavão mangá feito por Makoto Ogino e transformado em animê OAV no começo dos anos noventa e fim dos oitenta. Já era, provavelmente, uma das influências do Shurato junto com Arion logo acima.A semelhança com a capa do primeiro volume do RG Veda salientada pelo próprio images do Google já entrega a coisa. Pra não falar que a mocinha da parte da direita da picture acima é a Ashura do Peacock que é uma pirocinética cujo patrono é a divindade homônima japonesa sincrética com as matrizes hindu-budistas, o deus da guerra Ashura, aparecendo no fundo da picture bem atrás dela.
No fundo, atrás de Ashura do RG Veda, o equivalente na Clamp
Compare com o design dessa ilustração de Makoto Ogino pro Spirit Warriors- Kujaku-Oh Peacock King.
Aí embaixo o casalsinho Kujaku-Ashura do Peacock King Spirit Warrior.
Correspondentes do RG Veda:
Outras homages espertinhas pra quem tem olho e memória treinados vão pra coisinhas como Krull, o filme fantasia épica anos oitenta da minha geração, e algumas referências de background que remetem pra Duna, o livro de Frank Herbert do qual Nanase Okawa é fã e pra Saga das Sete Cidadelas da Geraldine Harris, uma trama de fantasia épica do fim dos setenta e início dos oitenta que foi traduzida pra diversas línguas, inclusive o japonês, mas que, infelizmente, caiu no esquecimento, soterrada pela avalanche de Tolkien clones da década seguinte que floodou o mercado editorial de fantasia nos EUA.Tem diversas coisas dessa saga em quatro partes que parecem ter sido referidas no RG Veda e no X.
Filosofia e "mensagem"
Vale muito a pena ver a primeira abordagem sobre o conceito de "destino" como trabalhado pela Clamp, denominado hitsuzen, que ilustra perfeitamente a teologia e metafísica do conceito tal como empregado por Tolkien e pela teologia do Cristianismo que é a pedra fundamental da Narn Chîn Húrin.
Corresponde à noção de que existe, deveras, um "destino" que NÃO EXCLUI o livre-arbítrio e a possibilidade de "mudança" em função desse. O Tolkien dizia, referindo-se, obviamente, ao encontro "fortuito" "fatídico" entre Laio e Édipo em Sófocles, ( e ao igualmente fortuito e fatídico encontro de Túrin e Nienor com ela pelada no túmulo de Finduilas) que alguém pode estar "destinado" a encontrar alguém na estrada, mas NÃO ESTÁ destinado a maltratá-lo ou ser rude com ele (ou fazer qualquer outra coisa) após esse encontro acontecer.
One of the main themes in xxxHOLiC is the concept of hitsuzen — probably best translated as "inevitability" or "inevitable fate" (although what is inevitable is influenced by your mindset and past choices, this is more like a slightly fatalistic Chaos Butterfly than the Western concept of destiny) — which affects many of the characters' actions throughout the story. Yuuko told Watanuki when they first met that it was hitsuzen.
Fica a indicação de uma excelente aquisição pro admirador de mangás aqui do Brasil finalmente conhecer um trabalho já repleto de bagagem "histórica" ( era citado por N outros trabalhos da própria Clamp além de, junto com o X e o Tokyo Babylon ter influenciado toda uma nova geração de mangakas) e influente sobre várias obras que foram publicadas aqui na terrinha antes dela, como Ga-Rei, Angel Sanctuary, Hellsing ( bem nas entrelinhas. mas não posso spoilear), Claymore e outras similares.
Díptico-Ashura-Yasha-H.R.Giger nem um pouco hein?
Lista de trabalhos da Clamp incluindo os dojinshis (incluem Shurato, Peacock King e Saint Seiya)
Doujinshi:
#1987
Shinjuku Junai Monogatari (doujinshi: Maou Den); str.126;
Kujaku Myouou Darani (doujinshi: Kujakuou); str. 153;
Yoiko no Saint Daihyakka (doujinshi: Saint Seiya); str. 268;
Shining Star; republikacja wyd. Kadokawa Shoten w 1990;
# 1988
POTATO CLUB (doujinshi: Capitain Tsubasa); str. 192;
Ginga Eiyuu Densetsu Satsujin Jiken (doujinshi: Gin-Ei-Den Souryuuden); str. 90;
Seiden Disco Version (doujinshi: Seiden); str.98;
Seiden Disco Version Saishuu Fukkokuban (doujinshi: Seiden);
Hisshou! Tanaka Yoshiki Sensei Kouryakuhou (doujinshi: Ginga Eiyuu Densetsu Souryuuden); str. 116;
LET'S PLAY WITH EARTHIANIN PON PAN! (tytuł alternatywny: Earthian to Asobou! Pinponpan); (doujinshi: Erthian); str. 52
Karura Bonodori! (doujinshi: Karura Mau!); str. 44;
SHOTEN 1;
Fuuun Samurai Trooper Jou (doujinshi: Troopers); str. 212;
# 1989
SHOTEN 2;
Seiden Kessakushuu (doujinshi: Seiden); str. 92;
BREAK SHOT INSTRUCTION in CLAMP (doujinshi: Break Shot); str. 60;
SHOTEN: „SPECIAL”;
SHOTEN 3;
Watashi no Himitsu Heiki (doujinshi: Shurato); str. 76;
#1990
SHOTEN 4;
Heart nibun no Kyojin no hoshi (doujinshi: Kyojin no Hoshi);
SHOTEN 5;
# 1991
„Shinkyoku dj - La Divina Commedia” (tytuł alternatywny: Shinkyoku Debide); geika, komedia; story: Ohkawa Ageha, art: Apapa Mokona, Nekoi Tsubaki, Akiyama Tamayo, Sei Leeza; 1 tom; (doujinshi: Devilman);
Manga:
1989 „DerayD” (tytuł alternatywny: Deraido Sinsouban); geika, fantasy; story: Ohkawa Ageha, Akiyama Tamayo, art: Akiyama Tamayo; wyd. Shinkigensha; 1 tom;
1989 „Tenshi no Bodyguard”; wyd. Kobunsha (czasopismo: Val Pretty ); oneshot;
1989-2006 „RG Veda” (tytuł alternatywny: Seiden RG Veda); geika, shounen-ai, shoujo-ai, dramat, fantasy; story: Ohkawa Ageha, art: Apapa Mokona; wyd. Shinshokan (czasopismo: Wings); 10 tomów;
1990 „Shiawase ni Naritai”; oneshot;
1990 „Tenku Senki Shurato Original Memory: Dreamer”; wyd. Kadokawa Shoten (czasopismo: Comic Genki); oneshot;
1990 „Koi wa Tenka no Mawarimono”; wyd. Hakusensha; oneshot;
1990-1991 „20 Mensou ni Onegai!!” (tytuł alternatywny: Man of Many Faces); komedia, shoujo, fantasy; story: Ohkawa Ageha, art: Apapa Mokona; wyd. Kadokawa Shoten (czasopismo: Comic Genki); 2 tomy;
1990 „Gakuen Tokukei Duklyo” (tytuł alternatywny: CLAMP School Defenders); geika, komedia, mecha; story: Ohkawa Ageha, art: Apapa Mokona; wyd. Kadokawa Shoten (czasopismo: Comic Genki);2 tomy;
1990-1995 „Cluster”; geika, fantasy, maho-shoujo; story: Ohkawa Ageha, Akiyama Tamayo, art: Akiyama Tamayo; wyd. Shinkigensha; 7 tomów;
1991-1994 „Tokyo Babylon”; dramat, shounen-ai, fantasy, mistery, maho; story: Ohkawa Ageha, art: Apapa Mokona;wyd. Kodansha, wyd. Shinshokan (czasopismo: Wings); 7 tomów;
1991-1992 „Combination” (tytuł alternatywny: Konbinesyoo); geika, shounen; story: CLAMP, Leeza Sei, art: Leeza Sei; wyd. Kobunsha; 2 tomy;
1992-1993 „Clamp Gakuen Tanteidan” (tytuł alternatywny: Clamp School Detectives); gakuen mono, geika, komedia, shoujo; story: Ohkawa Ageha, art: Apapa Mokona; wyd. Kadokawa Shoten (czasopismo: Mystery DX); 3 tomy;
1992 „Shirahime-Syo”; dramat, fantasy, maho; story: Ohkawa Ageha, art: Apapa Mokona; wyd. Kadokawa Shoten (czasopismo: Asuka), wyd. Koubunsha (czasopismo: Haru Pretty); 1 tom;
1992 „Gakuen Tokkei Duklyon”; wyd. Kadokawa Shoten; 2 tomy;
1992-2003 „X”; dramat, shoujo, geika, shounen-ai; story: Ohkawa Ageha, art: Apapa Mokona; wyd. Kadokawa Shoten (czasopismo: Asuka); 19 tomów;
1993-1995 „Mahou Kishi Rayearth” (tytuł alternatywny: Magic Knight Rayearth); geika, shoujo, mecha fantasy; story: Ohkawa Ageha, art: Apapa Mokona; wyd. Kodansha (czasopismo: Nakayoshi); 6 tomów;
1994 „Hidarite” (tytuł alternatywny: Left Hand); horror; story: Ohkawa Ageha, art: Apapa Mokona; wyd. Shinshokan (czasopismo: South Summer); oneshot;
1994 „Suito no Yonkyodai Sohryuden Gaiden”; wyd. Kadokawa Shoten (czasopismo:Monthly Mystery DX); oneshot;
1994 „Mokona Oujo no Ehon”; geika, shoujo; story&art: Nekoi Tsubaki; wyd. Kadokawa Shoten; 1 tom; ilustrowana książka dla dzieci;
1995 „Mahou Kishi Rayearth 2”; geika, shoujo, mecha fantasy; story: Ohkawa Ageha, art: Apapa Mokona; wyd. Kodansha (czasopismo: Nakayoshi); 3 tomy;
1995 „Fushigi no Kuni no Miyuki-chan” (tytuł alternatywny: Miyuki-chan in Wonderland); geika, fantasy, shoujo-ai, ecchi; story: Ohkawa Ageha, art: Apapa Mokona; wyd. Kadokawa Shoten (czasopismo: Newtype); 1 tom;
1995 „Watashi no Suki na Hito” (tytuł alternatywny: The One I Love); josei; story&art: Nekoi Tsubaki; wyd. Kadokawa Shoten (czasopismo: Young Rose); 1 tom;
1996 „Yumegari”; wyd. Kadokawa Shoten (czasopismo: Asuka); oneshot;
1996-2000 „Card Captor Sakura”; fantasy, maho-shoujo, gakuen mono; story: Ohkawa Ageha, art: Apapa Mokona; wyd. Kodansha (czasopismo: Nakayoshi); 12 tomów;
1996 „Shin Shunkaden” (tytuł alternatywny: Legend of Chun Hyang); historical, geika, fantasy, shoujo; story: Ohkawa Ageha, art: Apapa Mokona; wyd. Hakusensha; 1 tom;
1996-1998 „Wish”; shoujo, fantasy, shounen-ai; story: Ohkawa Ageha, art: Nekoi Tsubaki; wyd. Kadokawa Shoten; 4 tomy;
1997-1999 „Clover”; fantasy, s-f, shoujo; story: Ohkawa Ageha, art: Apapa Mokona; wyd. Kodansha (czasopismo: Amie); 4 tomy;
1999-2001 „Kidou Tenshi Angelic Layer” (tytuł alternatywny: Angelic Layer); geika, s-f, shounen; story: Ohkawa Ageha, art: Apapa Mokona; wyd. Kadokawa Shoten (czasopismo: Shonen Ace); 5 tomów;
1999-2000 „Suki” (tytuł alternatywny: Suki Dakara Suki); dramat, shoujo, gakuen mono; story: Ohkawa Ageha, art: Nekoi Tsubaki; wyd. Kadokawa Shoten (czasopismo: Asuka); 3 tomy;
2000 „Clamp in Wonderland EX”; komedia; story: Ohkawa Ageha, art: Apapa Mokona, Nekoi Tsubaki; 4 oneshoty;
2001-2004 „Chobits”; komedia, ecchi, s-f, seinen; story: Ohkawa Ageha, art: Apapa Mokona; wyd. Kodansha (czasopismo: Young Magazine); 8 tomów;
2002-2003 „Gohou Drug” (tytuł alternatywny: Legal Drug); shounen-ai, mystery, maho; story: Ohkawa Ageha, art: Nekoi Tsubaki; wyd. Kadokawa Shoten (czasopismo: Asuka; Shoujo Teikoku); 3 tomy;
2002 „Murikuri”; komedia, seinen; story: Ohkawa Ageha, art: Nekoi Tsubaki; wyd. Kodansha (czasopismo: Young Magazine); oneshot;
2002 „Ano Hi o Shiru Mono wa Saiwai Dear ”; wyd. Kodansha (czasopismo: Young Magazine Zoukan: Sports Sou); oneshot;
2003 „Tsubasa: Reservoir Chronicle”; geika, fantasy, dramat, romans; story: Ohkawa Ageha, art: Apapa Mokona; wyd. Kodansha (czasopismo: Weekly Shonen Magazine); 25 tomów;
2003 „xxxHoLic”; komediodramat, maho, fantasy; story: Ohkawa Ageha, art: Apapa Mokona, Nekoi Tsubaki; wyd. Kodansha (czasopismo: Young Magazine); 14 tomów;
2005 „Watashi no Suki no Hito” (tytuł alternatywny: The One I Love); shoujo; story: Ohkawa Ageha, art: Nekoi Tsubaki; wyd. Kadokawa Shoten; 1 tom;
2006 „Kobato”; geika, komedia, fantasy, shoujo; story: Ohkawa Ageha, art: Apapa Mokona; wyd. Kadokawa Shoten (czasopismo: Newtype), wyd. Shogakukan (czasopismo: Sunday Gene-X); 4 tomy (w trakcie tworzenia);
2007 „Horitsuba Gakuen” (tytuł alternatywny: Private Institute Horitsuba); komedia, gakuen mono, shoujo, fantasy; story: Ohkawa Ageha; wyd. Kodansha (czasopismo: Weekly Shounen Magazine); 2 oneshoty (w trakcie tworzenia);
2007 „Okimono Kimono”; story: Ohkawa Ageha, art: Nekoi Tsubaki; wyd. Kawade Shobo Shinsha; oneshot;
2008 „Washizu-sama to Yukai na Nakama-tachi”;
2009 „Shiritsu Horitsuba Gakuen”; shounen; wyd Kodansha (czasopismo: Magazine Dragon Zoukan); oneshot;
Współpraca:
1993-2007 „Soryuden”; story: Yoshiki Tanaka, art: CLAMP; wyd. Kodansha; powieść; 13 tomów;
1993 „Rex Kyouryuu Monogatari”; fantasy, shoujo; story: Ohkawa Ageha, Hata Masanori, art: Nekoi Tsubaki, Apapa Mokona; wyd. Kadokawa Shoten (czasopismo: Asuka); manga; 1 tom;
1993-1994 „Night Head”; story: Jouji Iita, art: CLAMP; wyd. Kadokawa Shoten; powieść; 2 tomy;
1993 „Koi”; josei, shoujo; story: Ohkawa Ageha, art: Okazaki Takeshi; wyd. Shinshokan; manga; 1 tom;
1994 „Souryuuden Gengashuu” (tytuł alternatywny: Legend of the Dragon Kings, Soryuden: The Dragon Kings in the city of water); geika, maho, dramat, fantasy; story: Tanaka Yoshiki, art: Apapa Mokona; wyd. Kadokawa Shoten (czasopismo: Mystery DX); manga; 1 tom;
1995 „Clamp School Paranormal Investigators”; komedia, gakuen mono; autor: Matsumoto Tomiyuki; art: CLAMP; wyd. Kadokawa Shoten; powieść; 3 tomy;
2000 „Kei Yoake no Vampire”; autor: Matsumoto Tomiyuki; art: CLAMP; wyd. Kadokawa Shoten; powieść; 1 tom;
2002 „Oshiroi Chouchou”; autor: Kamon Nanami, art: CLAMP; wyd. Kadokawa Shoten; powieść; 1 tom;
2004 „Soel to Larg: Mokona=Modoki no Bouken”; geika, komedia, fantasy; 1 tom; powieść ilustrowana;
2004 „Sweet Valerian” - manga; fantasy, maho-shoujo; story: Hatano Hiyoko, art: Hatano Hiyoko&CLAMP; wyd. Kodansha (czasopismo: Nakayoshi); 1 tom;
2004 „Sweet Valerian” - anime; fantasy, maho-shoujo; chara design, story: CLAMP; studio: Madhouse Production; 26 odc/4 min.
2006 „Majoutachi he Youkoso”; autor: Tsukumo Youko; wyd. Kodansha; powieść.
2006 „Code Geass: Lelouch of the Rebellion” - anime; Chara design: CLAMP; studio Sunrise”
Artbooks:
1991 „RG Veda - Hiten Muma”; wyd. Shinshokan; 2 tomy;
1995 „Magic Knight Rayearth Illustrations Collection”; wyd. Kodansha; 1 tom;
1996 „Tokyo Babylon Photographs”; wyd. Shinshokan; 1 tom;
1996 „Magic Knight Rayearth 2 Illustrations Collection”; wyd. Kodansha; 1 tom;
1998 „Card Captor Sakura Illustrations Collection”; 1 tom;
2000 „X Illustrated Collection – X”; wyd. Kadokawa Shoten (republikacja w 2005); 1 tom;
2000 „Card Captor Sakura Illustrations Collection 2”; 1 tom;
2000 „Card Captor Sakura Illustrations Collection 3”; 1 tom;
2001 „Card Captor Sakura Memorial Book”; 1 tom;
2001 „RG Veda - Tenma Gouka”; wyd. Shinshokan; 1 tom;
2001 „Wish ~Zutto Isshoni Ite Hoshii~ Memorial illust collection”; wyd. Kadokawa Shoten; 1 tom;
2002 „CLAMP no E Shigoto - South Side”; wyd. Kadokawa Shoten; 1 tom;
2002 „CLAMP no E Shigoto - North Side”; wyd. Kadokawa Shoten; 1 tom;
2003 „Chobits - Your Eyes Only”; wyd. Kodansha; 1 tom;
2004 „Soryuden Genga-shu”;
2007 „Tsubasa Gengashuu -ALBuM De REProDUCTioNS”;
Marcin "Suzume" Wróbel
Anexos
Última edição: