Quando demoro pra comentar, é porque não vou escrever pouco. Vamos lá...
Como não tinha ideia de como seria o começo, até me pegou levemente de surpresa a forma como ele conta sua história a partir de uma sala numa clinica de reabilitação numa longa sessão de terapia, narrando desde sua infância, uma relação familiar bem complicada, tendo um pai extremamente frio e distante e uma mãe difícil que em alguns aspectos também não fica muito atrás.
É um filme em que o Elton não procurou amenizar e passar muito pano em cima dos seus problemas com álcool/drogas, dramas, carências, frustrações, decepções amorosas e inclusive chegando a um momento bem crítico que é ter mostrado sua tentativa de suicido, mas que ao mesmo tempo o diretor soube fazer muito bem a transição dessas cenas mais dramáticas para algo mais leve, pois usou muito bem o recurso da fantasia. E usar a fantasia como uma ponte pra transitar entre esses momentos e logicamente para os tão esperados momentos musicais, tudo isso foi muito bem explorada, as vezes soando exagerada é verdade, mas não podemos esquecer que quando vemos tantos figurinos diferentes que foram usados em centenas de shows, no final das contas você olha e entende que toda essa fantasia tem o seu devido valor e combinou muito bem com o estilo Elton John de ser!
Logicamente foi bastante importante o destaque dado ao Bernie Taupin, o qual eu já tinha um certo conhecimento por causa do documentário
Two Rooms de 1991, que aborda todo o processo criativo dele com o Elton nas canções, (pra quem é fã dele vale a pena conferir). Em
Rocketman notei que não foi dado um grande enfoque em cima disso, mas acima de tudo o quanto a parceria, o respeito e a admiração que ele tinha pelo Elton eram importantes e mesmo afastados, da parte dele isso nunca deixou de existir, mesmo o próprio Elton sendo uma pessoa difícil de lidar, mas que mesmo depois de um breve período de afastamento trabalhando com outros compositores, ele reconhece depois a importância do seu grande e principal parceiro.
E logicamente o seu grande e imenso parceiro, que dispensa apresentações que é o piano! Filme de Elton John que passar mais de 15 minutos sem mostra-lo tocando um, não é filme de Elton John!
Quanto aos momentos musicais, com certeza fica aquela famosa sensação que podia ter tido um pouco mais, com um final musical ainda mais alongado já que na carreira dele não faltaram lugares maravilhosos onde ele fez apresentações memoráveis. Daí até entendo as inevitáveis comparações com o
Bohemian Rhapsody, aonde foi dado um destaque maior a isso no final e também a parte do processo criativo que eu mencionei antes. No mais,
Rocketman foi melhor e mais interessante em outros aspectos e o ator intérprete do Elton com certeza mandou muito bem.
Bom, eu não gosteeeeeei porque detesto musicais - quero dizer, esse formato de congelar a cena e se desconectar da história para um número dançante -, e assisti sem saber que era assim.
Como regular frequentador de teatro (até bem mais do que salas de cinema), lhe asseguro que isso em espetáculos musicais é algo extremamente comum. O que varia é apenas o percentual entre trechos com diálogos e trechos cantados.
Ontem eu finalmente consegui baixar um pirateixon e assisti. Sozinha, pq ninguém lá em casa quis assistir comigo.
Infelizmente acabei passando batido o período que o filme estava em cartaz e assisti dessa forma também. Pelo menos pude aproveitar da presença da minha mãe e eu prometi que jamais assistiria esse filme sem estar ao lado dela, pois se sou fã das músicas do Elton John foi graças a vasta coleção que ela tem de vinis e CD´s e ela colocava pra tocar bastante em casa.