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Sauron, O Ferreiro E O Feiticeiro Vêm Do Mesmo Ninho.

Tar-Mairon

DARK LORD AND LOVING DAD
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Para começar, é preciso afirmar que esta noção de que ''o ferreiro e o feiticeiro vêm do mesmo ninho'' está presente em diversas culturas.

Mais sobre este assunto aqui:

https://www.passeidireto.com/arquivo/5519368/eliade-mircea-ferreiros-e-alquimistas

Pelo que Tolkien dá a entender, o Elemento Morgoth, em sua mitologia, é o fator fundamental daquilo que conhecemos por feitiçaria, bruxaria etc. Daí deduzimos que todo feiticeiro ou bruxo é, em essência, um ''técnico'' especializado na manipulação, de acordo com as suas capacidades inatas, do Ingrediente Melkor.

Sobre o Elemento Morgoth, é interessante notar que a sua disseminação não foi homogênea, alguns materiais foram mais contaminados do que outros. Assim sendo, concluímos que algumas áreas o concentram em muito maior grau do que outras (uma jazida de ouro, por exemplo, pode ser considerada uma autêntica usina do dito cujo enquanto que, em uma região onde a água predomine, os seus níveis devem ser baixíssimos). E tais características devem ser levadas em conta quando analisamos artefatos criados (também) para ter acesso a ele, ou seja, sobre o esforço e o tempo necessários para, dependendo do lugar e do seu grau de contaminação, acessar a força vital disseminada pelo Vala Caído.

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De acordo com o Professor, Melkor, no fim da Primeira Era, havia se tornado menos poderoso do que Sauron seria na era seguinte (mas sem dizer exatamente quando e como isto ocorreu).

A interpretação mais óbvia é que Sauron tornou-se assim graças ao Anel Mestre, mas, em uma visão alternativa destes temas, talvez possamos afirmar que Mairon, após a superação dos traumas decorrentes da derrota na Guerra da Ira e da traição de seu mestre, pôde desenvolver todo o conhecimento adquirido de Morgoth (principalmente no que diz respeito à versatilidade), atingindo assim a plenitude de suas potencialidades e se tornando, por assim dizer, um ''pequeno Melkor'' (em comparação ao Vala Caído original, no ápice do seu poder).

De qualquer forma, Sauron foi o mais poderoso e o mais próximo de seu mestre dentre os seguidores de Morgoth, isto, por si só, explica a sua desenvoltura na manipulação do Ingrediente Melkor.

Ou seja, penso que (no universo de Tolkien) não é exagero afirmar que Gorthaur é o "Demônio Padroeiro" de todos os feiticeiros ou, como preferirem, o criador da Ciência da Manipulação do Elemento Morgoth.

Na próxima postagem, Númenor e os numenoreanos e a sua relação com o Ingrediente Melkor.

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Por sinal, em um texto sobre forjadura de espadas topei com um ferreiro comentando sobre “aço masculino” e “aço feminino” visando categorizar as inclinações próprias dentre os tipos de aço disponíveis de um modo parecido às certas decisões tomadas nos livros.



Na apresentação do elemento ouro em seu universo Tolkien dá a entender, quando fala de “Prata Verdadeira” que não apenas seres vivos, mas seres do reino mineral se apresentam com características positivas ou negativas estando vulneráveis a corrupção tanto quanto um organismo, havendo da mesma forma rochas e luzes contaminados de falsidade tanto quanto poderia haver anões, elfos e homens falsos.



Das inclinações naturais (que o Vala realçava e corrompia ao invés de criar), das quais Melkor se aproveitava como substrato na prática da bruxaria se comportavam como portadores corrompidos resultando que um material tão maleável quanto o ouro encerre em si a rebeldia completa e inflexível que visava desfigurar o material diante do desejo daqueles que admiravam o metal.



Por exemplo, Smaug e os dragões são extremamente movidos por ganância e inveja dentro de um conjunto específico de emoções que os alimentavam.



A partir das inclinações decorre que Melkor e Sauron passam a adquirir habilidades não apenas por seus talentos, mas porque a inveja e a diferença com os pares Ainur os move naquela direção. É então que Sauron recebe a descrição de ser alguém que tortura as próprias colinas.



Beleriand em específico, apresenta um potencial de corrupção acima de outras terras e a inveja do Vala se volta com mais força para a lá, atraente como as duas árvores. Em outras palavras, a região equivalia a ouro nos planos dele. E aonde houvesse ouro haveria conflito também.



A partir do momento em que vai mestrando a arte da forja a tortura vai se tornando mais evidente, começam a aparecer “lâminas de bruxaria” como uma contra-parte oposta às espadas encantadas élficas num reflexo do desenvolvimento do conhecimento que alcançou o ápice com o Um Anel.
 
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Em Númenor, não havia jazidas de ouro ou de qualquer outro metal precioso. A grande ilha
também não possuía jazidas de pedras preciosas.

Qual a razão disto? Seria porque tais materiais eram, para os Valar, difíceis de purificar do Elemento Morgoth?

De qualquer forma, era um lugar abençoado por eles, e suas bençãos perduraram por muito tempo mesmo após o rompimento de relações da maioria da população dúnedain - inclusive da Casa Real de Elros - com eles. Só sendo retiradas depois que a adoração a Melkor, da qual faziam parte sacrifícios humanos, passou a ser a ''religião oficial'' de Númenor. Após isto, Ponente passou a ser assolada por todo tipo de intempérie.

Seria isto uma consequência da ira indignada dos Valar ou, como aventou o @Ragnaros. , Sauron criando pretextos (utilizando os seus poderes e também manipulando o Ingrediente Melkor contido na gigantesca quantidade de ouro, trazido da Terra-Média, que havia em Númenor) para enfurecer os dúnedain e levá-los, o quanto antes, a declarar guerra aos Ainur?

Ou seria apenas a Natureza em ação? Afinal a grande ilha já não era mais um lugar protegido.

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Muitos não curtem essa vertente saurística, porém eu como shippo angbang loucamente (angbang = Sauron e Melkor como casal homossexual) fiz algumas abstrações sobre como Sauron se aproveitaria do fogo negro de Melkor de maneira calculista e meio "psicopata" mesmo.

Quem quiser ver, veja, mas TEM INSINUAÇÃO SEXUAL, portanto não recomendado a menores ou pessoas que não curtem o tema! Embora seja interessante de ver como o Sauron na verdade era apaixonado é por poder e fogo negro, por isso se atraiu ao Melkor.

https://www.fanfiction.net/s/11693171/1/A-Força
 
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Em "O Conto De Adanel'' é dito que Ilúvatar - irado após ter perdido a disputa* com Melkor** pelos corações dos primeiros seres humanos - resolve puni-los diminuindo o tempo que deveriam viver e, a partir disto, dentre diversas outras mazelas, eles passam a adoecer e a morrer em consequência de suas enfermidades. Assim sendo, a pergunta que fica é: eles foram expostos ao Elemento Morgoth? Pois da mesma forma que Eru os protegia dos perigos da água, do fogo, dos animais e das plantas, ele poderia muito bem protegê-los do ingrediente Melkor.

Portanto, não vejo problemas em deduzir que o Elemento Morgoth é a fonte de todos os males que afligem a humanidade*** em questões fisiológicas, além de desequilibrar a balança do livre arbítrio em favor do mal, na mitologia de Tolkien.

* Não é dito, em "O Conto De Adanel", que há uma disputa pela adoração dos primeiros humanos entre Melkor e Ilúvatar, mas ela me parece óbvia devido às circunstâncias em que todo o drama ocorre.

** Há uma incongruência entre "O Conto De Adanel" e "O Silmarillion" pois neste é dito que, após o entrevero com Ungoliant, Melkor não mais conseguia assumir uma forma bela. E é como alguém muito bonito (e também muito andrógino) que ele se apresenta à humanidade recém nascida.

*** Os elfos também são afetados pelo Ingrediente Melkor e somente os que nascem e crescem em Aman atingem a plenitude do seu potencial genético. E também não são imunes à influência dele em questões morais. Muito embora pareçam ser menos influenciados por ele do que os seres humanos, mas isto talvez se deva a diversos fatores ligados à sua condição de elfos no que diz respeito à sexualidade, por exemplo.

"O Conto De Adanel"

https://www.valinor.com.br/107

Terá continuação.

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Bem, antes uma recapitulação...





Segundo se conta a voz de Eru não podia oferecer respostas diretas para que não se sabotasse a autodescoberta através da livre escolha que é um aprendizado delicado que depende da ausência (ao invés da presença) para ser ensinado, especialmente se houver intervenção decisiva de um poder muito grande como um Ainu ou Eru.



Também é verdade que dentro do mundo era parte do destino dos homens terem em seus corações um desejo que não se sentisse aplacado nem confortável demais num mundo que não estivesse destinado a eles, mas aos elfos.



A partir das escolhas dos homens o julgamento de Ilúvatar se apresenta de maneira revelatória a exemplo do que houve com os Ainur quando cantaram a música e que foi transformada em imagens. No que é diante da escolha equivocada que se emite profecia de descaminho igual Mandos para com Fëanor antes de atravessar o Helcaraxe.



A maioria dos homens então vira as costas para a primeira voz sem levar em conta que estão se voltando contra o primeiro dom, que é o da própria existência (demonstrada pelo abandono do desenvolvimento pessoal), o único dom verdadeiramente dado as criaturas de Eru mas que foi recusado em favor de receber presentes passivamente. A voz então se afasta quando os rebeldes rejeitam o primeiro dom.



A escolha os tornara fracos, vulneráveis e diminuiu o “aterramento” ou laço do destino que os fixava no mundo material pelo tempo regular. É nesse momento, a partir do abalo físico que Melkor se oferece para substituir a vida com uma outra fonte de poder, escura, como sucedânea da natureza nutridora que se negava a sustentar homens que em verdade já estavam enfastiados com o mundo, mas que não o admitiam. Então alguns começam a viver longamente com vidas amaldiçoadas e apodrecidas, existências zumbis e bruxuleantes, protótipos de nazguls e vampiros... Uma classe de homens possuídos de dons sobrenaturais, mas voltada apenas para uma apavorante “supernatureza” negra.



Resumindo, depois que os pais dos homens abriram as portas (os ouvidos) Melkor desfigurou uma parte que não podia ser mais plenamente corrigida.



Em raros momentos, a depender do nível de poder aplicado a deterioração podia ser em grande parte aliviada como foi com os Poderes quando restauram um pouco da vitalidade dos Numenorianos, mas não foi uma cura total e não foi em todos os homens. As decisões dos pais deles (tal qual ocorreu com anões e elfos) foi responsável por destiná-los indefinidamente nos caminhos do futuro*.

*O tempo do ponto de vista de Eru também não é linear nem rígido. A princípio pode parecer que primogênitos sejam a melhor escolha, mas realmente do ponto de vista bíblico quem estiver mas pronto para fazer a vontade de Eru é que é a melhor escolha (Esaú e Jacó).
 
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Muito do que eu vejo, nos termos de aplicabilidade (e não alegoria), da figura de Morgoth diante da existência do universo é o fato de que sua índole de vacuidade e niilismo se interliga à um aspecto natural do próprio universo - A Entropia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Entropia

A entropia (do grego εντροπία, entropía), unidade [J/K] (joules por kelvin), é uma grandeza termodinâmica que mensura o grau de irreversibilidade de um sistema, encontrando-se geralmente associada ao que denomina-se por "desordem", não em senso comum [Nota 1], de um sistema termodinâmico. Em acordo com a segunda lei da termodinâmica, trabalho pode ser completamente convertido em calor, e por tal em energia térmica, mas energia térmica não pode ser completamente convertida em trabalho. Com a entropia procura-se mensurar a parcela de energia que não pode mais ser transformada em trabalho em transformações termodinâmicas à dada temperatura.

Entropy.jpg


Fiquei a pensar nisso por perceber os Ainur como aspectos inerentes à fabricação da própria realidade, do universo descrito por Tolkien no Silma. Quando ele fala a palavra Mundo - com "M" maiúsculo, me dá a sensação que ele se refere ao universo com suas galáxias, suas estrelas, seus planetas, etc - lembrando que na época de Galileu Galilei o universo era chamado de...mundo, veja só esse trecho da carta de abjuração pós julgamento:

“Eu, Galileu Galilei, filho do finado Vincenzio Galilei de Florença, com setenta anos de idade, vindo pessoalmente ao julgamento e me ajoelhando diante de vós Eminentíssimos e Reverendíssimos Cardeais, Inquisidores Gerais da República Cristã Universal, contra a corrupção herética, tendo diante de meus olhos os Santos Evangelhos, que toco com minhas própria mãos, juro que sempre acreditei, e, com o auxílio de Deus, acreditarei no futuro, em tudo a que a Santa Igreja Católica e Apostólica de Roma sustenta, ensina e pratica.

Mas como fui aconselhado, por este Ofício, a abandonar totalmente a falsa opinião que sustenta que o Sol é o centro do mundo e que é imóvel, e proibido de sustentar, defender ou ensinar a falsa doutrina de qualquer modo; e porque depois de saber que tal doutrina era repugnante diante das Sagradas Escrituras, escrevi e imprimi um livro, no qual trato da mesma e condenada doutrina, e acrescendo razões de grande força em apoio da mesma, sem chegar a nenhuma solução, tendo sido portanto suspeito de grave heresia; ou seja porque mantive e acreditei na opinião que diz que o Sol é o centro do mundo e está imóvel, e que a Terra não é o centro e se move, desejo retirar esta suspeição da mente de vossas Eminências e de qualquer Católico Cristão, que com razão era feita a meu respeito, e por isso, de coração e com verdadeira fé, abjuro, amaldiçoo e detesto os ditos erros e heresias e de uma maneira geral todo erro ou conceito contrário `a dita Santa Igreja; e juro não mais no futuro dizer ou asseverar qualquer coisa verbalmente ou por escrito que possa levantar suspeita semelhante sobre minha pessoa; mas que, se souber da existência de algum herege ou alguém suspeito de heresia, o denunciarei a este Santo Ofício, ou ao Inquisidor do lugar onde me encontrar.

Juro ainda mais e prometo que satisfarei totalmente e observarei as penitências que me forem ou me sejam ditadas pelo Santo Ofício. Mas se acontecer que eu viole qualquer de minhas promessas, juramentos, e protestos (que Deus me defenda!) sujeito-me a todos os castigos que forem decretados e promulgados pelos cânones sagrados e outras determinações particulares e gerais contra crimes deste tipo. Assim, que Deus me ajude, bem como os Santos Evangelhos, os quais toco com as mãos, e eu, o acima chamado Galileu Galilei, abjuro, juro, prometo e me curvo como declarei; e em testemunho do mesmo, com minhas próprias mãos subscrevi a presente abjuração, que recitei palavra por palavra.”

E o Silmarillion retrata em diversas passagens a grandiosidade do..Mundo (Eä - Universo):

Estavam, porém, apaixonados pela beleza da visão e fascinados pela evolução do Mundo que nela ganhava existência, e suas mentes estavam totalmente voltadas para isso; pois a história estava incompleta, e os círculos do tempo, ainda não totalmente elaborados quando a visão foi retirada.

Aconteceu, assim, de entre os Ainur alguns continuarem residindo com Ilúvatar fora dos limites do Mundo, mas outros, e entre eles muitos dos mais fortes e belos, despediram-se de Ilúvatar e desceram para nele entrar.

Assim teve início sua enorme labuta em espaços imensos e inexplorados, e em eras incontáveis e esquecidas, até que nas Profundezas do Tempo e no meio das vastas mansões de Eä, veio a surgir à hora e o lugar em que foi criada a habitação dos Filhos de Ilúvatar.

Já os outros Ainur contemplaram essa habitação instalada nos vastos espaços do Universo, que os elfos chamam de Arda, a Terra.

Por isso que esse modelo (e entendimento) não servem para descrição da cosmologia do Silma:

arda-e-o-universo.jpg


O verdadeiro modelo tem mais ligação com isso:

14469931698586-if-you-tweet-it-the-universe-will-come-6289f27522.jpg


Todos sabem que Melkor acaba introduzindo seus próprios temas de discórdia e desordem na grande música que criou tudo. Assim, ele garante que, mesmo depois de se afastar de Arda, sua própria marca de caos persistiria, conforme esse diálogo entre Morgoth com Húrin aponta:

Tudo em Arda se curva lenta e seguramente à minha vontade.

É por isso que os Elfos estariam decaindo quando saíram de Valinor, conforme apontado por Mandos:

E aqueles que resistirem na Terra-média e não vierem para Mandos ficarão cansados do mundo como de um peso enorme e definharão, tornando-se como que espectros de remorso diante da raça mais jovem que virá.

Neste sentido, esse seria o motivo para a criação dos anéis de poder que justamente afastariam esse decaimento, a decadência entrópica, o cansaço do mundo e a tendência de desordem em Arda. Esse hálito de mortalidade parece que foi acelerado com a morte das Duas Árvores (que eu vejo muita gente não dando tanta importância), uma vez que a luz em Valinor era o substrato para a existência da própria vida e a preservação de Arda, e a criação do Sol (considerado possuidor de uma luz de segunda categoria, se comparado com as árvores) acelerou ou deu início ao decaimento:

No entanto, nem o Sol nem a Lua conseguem trazer à lembrança a luz que existia antes, a que emanava das Árvores antes que elas fossem tocadas pelo veneno de Ungoliant. Aquela luz sobrevive agora apenas nas Silmarils.

Ademais:

A partir dessa época foram contados os Anos do Sol. Mais rápidos e breves são eles do que os longos Anos das Árvores em Valinor. Foi nesse período que o ar da Terra-média se tornou pesado com o hálito do crescimento e da mortalidade; e a transformação e o envelhecimento de todas as coisas foram muito acelerados.
 
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