Fúria da cidade
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Maldição de Super Vicky levou atores à sarjeta e a abandono de carreira
IMAGENS: DIVULGAÇÃO/METROMEDIA
A atriz Tiffany Brissette em ensaio fotográfico de Super Vicky; estrela mirim dos anos 1980 sumiu do mapa
JOÃO DA PAZ - Publicado em 07/09/2020, às 06h55
No final dos anos 1980, tempo no qual séries eram exibidas nos finais da tarde na Globo, a comédia Super Vicky (1985-1989) conquistou o público com sua garota robô como protagonista. Rotulada como a pior sitcom de todos os tempos, a atração jogou uma maldição no elenco. A praga levou atores ao abandono de carreira e até a falência.
Nesta segunda-feira (7), Super Vicky completa 35 anos. Além de passar duas vezes na Globo, a comédia foi exibida pela Record em vários horários, entre eles diariamente às 16h30, em 1993. A fofa menina humanoide era interpretada por Tiffany Brissette, que passou quatro anos de sua infância forçando a voz sem mudar de tom, fora o fato de apresentar zero emoções na frente das câmeras.
Esse trabalho maçante traumatizou a garota. Muito cobrada pela mãe, que investia na carreira de atriz da filha, projetando-a como futura estrela de Hollywood, Tiffany sofreu dos nove aos 13 anos de idade, trocando a época de brincadeiras pela rotina de uma profissional, daquelas que aparecem nos principais programas da TV.
E olha que o sucesso de Super Vicky (Small Wonder, nos Estados Unidos) foi por acaso. Uma produção independente, sem vínculo com nenhuma das redes americanas de sinal aberto, a comédia alcançou uma popularidade inimaginável, alicerçada na personagem de Tiffany.
Sempre vestindo a mesma roupa e se comportando de um jeito robótico, Victoria Ann Smith-Lawson era um androide criado pelo engenheiro Ted Lawson (Dick Christie) para emular uma criança de dez anos de idade. Ela era apresentada como filha adotiva, um truque para enganar a vizinhança fofoqueira.
Sem uma linha narrativa específica, Super Vicky pouco apresentava de concreto e atraente, além das peripécias da menina robô com superpoderes, capaz de levantar uma pessoa pelo braço ou limpar a sujeira do quintal apenas com um sopro. A pobreza dos cenários, quase nada além da casa dos Lawsons, com a mãe Joan (Marla Pennington) sempre na cozinha, contribuiu para a série entrar para a história como uma das piores produções já feitas nos Estados Unidos.
Mas, como Tiffany se destacava, o futuro se mostrava esperançoso para ela. Desde os dois anos no mundo artístico, fazendo de comerciais a dublagens, a atriz emplacou uma única série após o fim de Super Vicky. Em 1990 ela entrou no drama Equal Justice, contracenando com Sarah Jessica Parker. Porém, a atração terminou um ano depois, cancelada pela baixa audiência.
Esse foi o último trabalho de Tiffany na TV. Depois disso, ela sumiu do mapa e perdeu contato com Hollywood. A última vez que ela apareceu na TV foi em 2009, no programa The Morning Show with Mike & Juliet, informando ao público que virou enfermeira e que morava em uma pequena cidade no Estado do Colorado, interior dos EUA. Em 26 de dezembro, Tiffany completará 46 anos.
Os atores Tiffany Brissette, Jerry Supiran e Emily Schulman em cena da comédia Super Vicky
Debaixo do viaduto
Não foi só a protagonista a amaldiçoada da série. O ator Jerry Supiran, que viveu o sabichão Jamie, o "irmão" da menina robô, não fez nada de relevante em Hollywood depois da série. Em 2016, ele foi visto morando embaixo de um viaduto em uma cidade no centro do Estado da Califórnia. O tabloide The National Enquirer o entrevistou e ele contou como foi parar ali.
Aos 18 anos, Supiran saía com uma stripper, que roubou o dinheiro dele quase todo. Depois disso, um dos seus assessores surrupiou US$ 500 mil. O ator passou a ganhar a vida trabalhando em churrascarias, até ser demitido e não conseguir arranjar outro emprego.
Há cinco anos, em entrevista para o site Yahoo!, a atriz Marla Pennington contou que Supiran deu a volta por cima. Mãe do garoto na sitcom, ela informou que ele conheceu uma mulher "que lhe faz muito bem". Eles mantêm contato com frequência. A atriz, por sua vez, abandonou a carreira também após Super Vicky.
No papo com o Yahoo!, Marla comentou por que acha que Tiffany fez o mesmo e se escondeu de Hollywood: "Eu acredito que ela só quer viver uma vida normal. Naquela época, ela era muito pressionada. A mãe dela ficava em cima, exageradamente".
Quem também desistiu dos holofotes foi Emily Schulman, que deu vida à vizinha enxerida Harriet. O ano de 1995 foi o seu último como atriz, mas a ruiva se manteve em Hollywood. Ela se tornou empresária de atores e foi dona de uma agência de talentos durante 20 anos. Atualmente, é professora de atuação.
Do quinteto principal de Super Vicky, só um escapou da maldição, para fazer jus ao ditado de que toda regra tem uma exceção. Dick Christie, o engenheiro da história, segue na ativa e há sete anos está no elenco da novela The Bold and the Beautiful.
Veja abaixo chamada de Super Vicky na Globo:
IMAGENS: DIVULGAÇÃO/METROMEDIA
A atriz Tiffany Brissette em ensaio fotográfico de Super Vicky; estrela mirim dos anos 1980 sumiu do mapa
JOÃO DA PAZ - Publicado em 07/09/2020, às 06h55
No final dos anos 1980, tempo no qual séries eram exibidas nos finais da tarde na Globo, a comédia Super Vicky (1985-1989) conquistou o público com sua garota robô como protagonista. Rotulada como a pior sitcom de todos os tempos, a atração jogou uma maldição no elenco. A praga levou atores ao abandono de carreira e até a falência.
Nesta segunda-feira (7), Super Vicky completa 35 anos. Além de passar duas vezes na Globo, a comédia foi exibida pela Record em vários horários, entre eles diariamente às 16h30, em 1993. A fofa menina humanoide era interpretada por Tiffany Brissette, que passou quatro anos de sua infância forçando a voz sem mudar de tom, fora o fato de apresentar zero emoções na frente das câmeras.
Esse trabalho maçante traumatizou a garota. Muito cobrada pela mãe, que investia na carreira de atriz da filha, projetando-a como futura estrela de Hollywood, Tiffany sofreu dos nove aos 13 anos de idade, trocando a época de brincadeiras pela rotina de uma profissional, daquelas que aparecem nos principais programas da TV.
E olha que o sucesso de Super Vicky (Small Wonder, nos Estados Unidos) foi por acaso. Uma produção independente, sem vínculo com nenhuma das redes americanas de sinal aberto, a comédia alcançou uma popularidade inimaginável, alicerçada na personagem de Tiffany.
Sempre vestindo a mesma roupa e se comportando de um jeito robótico, Victoria Ann Smith-Lawson era um androide criado pelo engenheiro Ted Lawson (Dick Christie) para emular uma criança de dez anos de idade. Ela era apresentada como filha adotiva, um truque para enganar a vizinhança fofoqueira.
Sem uma linha narrativa específica, Super Vicky pouco apresentava de concreto e atraente, além das peripécias da menina robô com superpoderes, capaz de levantar uma pessoa pelo braço ou limpar a sujeira do quintal apenas com um sopro. A pobreza dos cenários, quase nada além da casa dos Lawsons, com a mãe Joan (Marla Pennington) sempre na cozinha, contribuiu para a série entrar para a história como uma das piores produções já feitas nos Estados Unidos.
Mas, como Tiffany se destacava, o futuro se mostrava esperançoso para ela. Desde os dois anos no mundo artístico, fazendo de comerciais a dublagens, a atriz emplacou uma única série após o fim de Super Vicky. Em 1990 ela entrou no drama Equal Justice, contracenando com Sarah Jessica Parker. Porém, a atração terminou um ano depois, cancelada pela baixa audiência.
Esse foi o último trabalho de Tiffany na TV. Depois disso, ela sumiu do mapa e perdeu contato com Hollywood. A última vez que ela apareceu na TV foi em 2009, no programa The Morning Show with Mike & Juliet, informando ao público que virou enfermeira e que morava em uma pequena cidade no Estado do Colorado, interior dos EUA. Em 26 de dezembro, Tiffany completará 46 anos.
Os atores Tiffany Brissette, Jerry Supiran e Emily Schulman em cena da comédia Super Vicky
Debaixo do viaduto
Não foi só a protagonista a amaldiçoada da série. O ator Jerry Supiran, que viveu o sabichão Jamie, o "irmão" da menina robô, não fez nada de relevante em Hollywood depois da série. Em 2016, ele foi visto morando embaixo de um viaduto em uma cidade no centro do Estado da Califórnia. O tabloide The National Enquirer o entrevistou e ele contou como foi parar ali.
Aos 18 anos, Supiran saía com uma stripper, que roubou o dinheiro dele quase todo. Depois disso, um dos seus assessores surrupiou US$ 500 mil. O ator passou a ganhar a vida trabalhando em churrascarias, até ser demitido e não conseguir arranjar outro emprego.
Há cinco anos, em entrevista para o site Yahoo!, a atriz Marla Pennington contou que Supiran deu a volta por cima. Mãe do garoto na sitcom, ela informou que ele conheceu uma mulher "que lhe faz muito bem". Eles mantêm contato com frequência. A atriz, por sua vez, abandonou a carreira também após Super Vicky.
No papo com o Yahoo!, Marla comentou por que acha que Tiffany fez o mesmo e se escondeu de Hollywood: "Eu acredito que ela só quer viver uma vida normal. Naquela época, ela era muito pressionada. A mãe dela ficava em cima, exageradamente".
Quem também desistiu dos holofotes foi Emily Schulman, que deu vida à vizinha enxerida Harriet. O ano de 1995 foi o seu último como atriz, mas a ruiva se manteve em Hollywood. Ela se tornou empresária de atores e foi dona de uma agência de talentos durante 20 anos. Atualmente, é professora de atuação.
Do quinteto principal de Super Vicky, só um escapou da maldição, para fazer jus ao ditado de que toda regra tem uma exceção. Dick Christie, o engenheiro da história, segue na ativa e há sete anos está no elenco da novela The Bold and the Beautiful.
Veja abaixo chamada de Super Vicky na Globo:
Maldição de Super Vicky levou atores à sarjeta e a abandono de carreira
No final dos anos 1980, tempo no qual séries eram exibidas no final da tarde na Globo, a comédia Super Vicky (1985-1989) conquistou o público com sua garota robô como protagonista. Rotulada como a pior sitcom de todos os tempos, a atração jogou uma maldição no elenco
noticiasdatv.uol.com.br