Tag: O Senhor dos Anéis os Filmes

  • Versões Estendidas de Senhor dos Anéis em DVD no Brasil

    Se por um lado a novela sobre a adaptação para o cinema de O Hobbit parece não ter fim, aparentemente os fãs brasileiros finalmente terão motivos para comemorar a conclusão de uma outra longa história: o lançamento das versões estendidas de O Senhor dos Anéis no Brasil. Quem chamou a atenção para isso foi o blog JBC, que anunciou a notícia na madrugada de hoje.

    De acordo com o blog, é possível encontrar em pré-venda a caixa com 12 DVDS no site DVD World, com lançamento previsto para 21 de outubro. Ainda não há informações sobre preço, ou mesmo quais são os extras que a caixa apresentará (fora o óbvio: menu interativo e seleção de cenas), mas para os mais céticos que estão achando que é venda da caixa importada, consta informação sobre áudio e legendas em português, além de ser região 4.

    É sempre bom lembrar que ainda falta um anúncio oficial da Warner Home Video ou mesmo a pré-venda do produto em outros endereços para ter a notícia como oficial, mas de qualquer forma já é um bom indício para os fãs, que depois de tanta baldada de água fria quando o assunto é a chegada das estendidas provavelmente só vai acreditar na hora que tiver a caixa em mãos.

  • Análise do Filme O Senhor dos Anéis:O Retorno do Rei, Parte 1

    A Valinor dá continuidade à publicação da Análise Psicológica dO Senhor dos Anéis, agora com a primeira parte da análise dO Retorno do Rei. As primeiras partes podem ser lidas neste endereço.
     
     
    DENETHOR : IDENTIFICAÇÃO COM A PERSONA E COM O COMPLEXO DE PODER
     
    "O orgulho seria tolice, se desdenhasse ajuda e aconselhamento na
    necessidade, mas você distribui essas dádivas de com seus próprios
    desígnios. Apesar disso, o Senhor de Gondor não deve ser transformado
    na ferramenta dos propósitos de outros homens, não importa quanto sejam
    valorosos.E para ele não há propósito mais alto no mundo, como ele se
    apresenta agora, do que o bem de Gondor e a lei de Gondor, meu senhor,
    é minha e de nenhum outro homem, a não ser que o rei retorne."
      (1)

     

    Logo de início podemos observar que, Denethor é alguém  identificado com seu posto, o regente de Gondor. Denethor não se coloca como o administrador e responsável pelo cumprimento das leis em Gondor, ele diz ser a própria lei. O Senhor de Gondor é um sujeito identificado com a persona de regente. Esta é a definição do conceito de  persona :

    "Persona :  Designa originalmente, no teatro antigo, a máscara usada pelos atores. A persona é o sistema de adaptação ou a maneira por que se dá a comunicação com o mundo.Cada estado ou cada profissão, por exemplo, possui sua persona característica.O perigo está, no entanto, na identificação com a persona; o professor com seu manual, o tenor com sua voz.Pode-se dizer, sem exagero,que a persona  é aquilo que não é verdadeiramente, mas o que nós mesmos e os outros pensam que somos." (2)

    A identificação com a persona traz grandes prejuízos ao desenvolvimento da personalidade.O sujeito identificado com a persona tem um grande obstáculo pela frente caso venha desejar atingir a meta do processo de individuação, o obstáculo de interagir e de se relacionar com o mundo apenas através desta persona.No caso do Regente, ele se vê como o regente em todos os aspectos de sua vida, fator este que veio a ser o responsável por fazer com que o mesmo viesse a exercer um papel de pai questionável no relacionamento com seus dois filhos.

    Denethor exerceu papel de Regente com os seus filhos Boromir e Faramir, não há uma relação fraternal e amorosa do pai com os filhos. Há uma relação de poder entre o Regente e seus filhos, que são vistos  como subordinados da Lei de Gondor, e não como filhos de Denethor.

    "Por quê? Por que fogem os tolos?- Disse Denethor- É melhor ser queimado mais cedo que mais tarde, pois esse será nosso fim.Voltem para a sua fogueira! E eu?Irei agora para a minha pira.Para a minha pira.Nada de túmulo para Denethor e Faramir.Nada disso!Nada de longos sonos de morte embalsamada.Vamos arder como arderam os reis bárbaros antes que qualquer navio tivesse vindo do oeste para cá.O ocidente fracassou.Voltem e queimem!"
      (3)

    Minas Tirith estava sendo arrasada  pelos exércitos de Sauron, a ajuda de Rohan  estava demorando a chegar e o poder de Denethor começava a desmoronar. Denethor estava perdendo o controle das coisas, estava perdendo seu poder e ainda que a guerra   pela Terra Média não existisse, ele teria de entregar a lei de Gondor ao rei, que estava por vir. Se desprender de seu cargo e entregar a autoridade de Gondor ao herdeiro de Isildur, era  algo contra Denethor  resistia. A forma como o regente compreendeu que poderia manter seu posto, sem ter de entregá-lo a Aragorn, foi morrendo ainda no posto com a lei de Gondor sob sua responsabilidade e autoridade.Aqui, fica clara a onipotência e arrogância de Denethor, para ele é preferível morrer a deixar de ter poder. É preferível morrer "no topo" vítima de seu apego ao poder, do que viver de maneira simples e equilibrada.

    "- O que é isso, meu senhor? – disse o mago – As casas dos mortos não são lugar para os vivos.E por que há homens lutando aqui no Recinto Sagrado, quando já existe guerra o suficiente diante do Portão? Ou será que nosso Inimigo conseguiu até mesmo chegar à Rath Dinen?- Desde quando o Senhor de Gondor te deve explicações? Disse Denethor.- Ou será que não posso comandar meus servidores? – Você pode- disse Gandalf –Mas outros podem contestar sua vontade, se ela voltar para a loucura e a maldade.Onde está Faramir, seu filho?
    – Está deitado lá dentro – disse Denethor, queimando, já está queimando.Atearam fogo à sua carne.Mas em breve todos estarão queimando.O oeste fracassou.Tudo irá pelos ares numa grande fogueira, e tudo estará terminado.Cinzas! Cinzas e fumaça carregadas pelo vento!"
    (4)

    " – A autoridade não lhe foi dada, Regente de Gondor, para ordenar a hora de sua morte- respondeu Gandalf – E apenas os reis bárbaros, sob o domínio do Poder Escuro, fizeram isso, matando-se por orgulho e desespero, assassinando seus parentes para aliviar a própria morte." (5)

    "Pois continua alimentando esperanças! – disse rindo Denethor – Então não te conheço Mithrandir? Tua esperança é governar em meu lugar, ficar atrás de todos os tronos, do norte, do sul ou do oeste. Li tua mente e suas políticas. Achas que não sei que tu ordenaste a este Pequeno que ficasse calado?Que tu o trouxeste aqui para ser um espião em meu próprio aposento? Apesar disso, em nossa conversa eu soube os nomes e os propósitos de todos os teus companheiros. Eu sei! Com a mão esquerda tu me usarias por um tempo como um escudo contra Mordor, enquanto com a mão direita trarias este Guardião do Norte para me suplantar.
    – Mas eu te digo, Gandalf  Mithrandir, não serei teu brinquedo! Sou um Regente da Casa de Anárion. Não vou me rebaixar para ser o camareiro caduco de um arrivista. Mesmo que a reivindicação dele se mostrasse autêntica, ainda assim ele apenas pertence à linhagem de Isildur. Não me curvaria diante desse sujeito, o ultimo representante de uma casa destruída, há muito tempo desprovida de realeza e dignidade.
     – Então, o que escolheria você – disse Gandalf  -, se seu desejo pudesse ser realizado?
    – Eu escolheria as coisas como elas sempre foram em todos os dias de minha vida – respondeu Denethor – e nos dias de meus antepassados que me precederam: ser o Senhor desta Cidade em paz, e deixar meu lugar para um filho depois de mim, um filho que fosse dono da própria vontade, e não o pupilo de um mago.Mas, se o destino me nega isso, então não quero nada: nem a vida diminuída, nem o amor pela metade, nem a honra abalada.
    – A mim não pareceria que um Regente que com fidelidade entrega seu cargo fica diminuído em amor ou em honra – disse Gandalf – E pelo menos você não privaria seu filho do poder de escolha, enquanto ainda há dúvidas sobre sua morte."
    (6)

    Neste diálogo de Denethor com Gandalf , podemos notar que a maior motivação para o Regente de Gondor decidir pelo suicídio se deve ao fato de ter de entregar o poder a Aragorn, herdeiro por direito do trono. Outra característica de alguém identificado com o complexo de poder, é a paranóia e o constante sentimento de ameaça em que vive este sujeito.

    Nota-se também a falsa idéia de ser o portador de uma onisciência divina, uma vez que Denethor diz ter lido a mente de Gandalf. Sendo o poder  o único fator  a ter espaço e importância na vida do Regente, acaba-se por perder o equilíbrio psicológico, o bom senso, o amor, a cordialidade e o respeito por si mesmo e pelas outras pessoas.Pois,  o contato com a totalidade da personalidade foi perdido e assim desta maneira, vive-se uma unilateralidade, arbitrária e centralizadora.

    A consciência e o discernimento de Denethor se encontram de tal forma prejudicados, que faz com o mesmo chegue a se achar no direito de decidir sobre a vida ou morte de Faramir. Pois uma vez que Denethor vive sua vida para ser o regente, nada mais passa a ter sentido ou significado o bastante, que o motive a viver. O triste fim do Senhor de Gondor, nos remete ao mito de Ícaro, mito este que nos conta sobre o perigo que existe quando o excesso, o desejo pelo poder e a unilateralidade se tornam mais importante do que outras coisas na vida de alguém, podendo levar o portador deste desejo a trágicas conseqüências .

    Os textos abaixo nos conta sobre o mito:

    "Filho de Dédalo e de uma escava, Ícaro morreu vítima das invenções do pai, que ele utilizou sem fazer caso das advertências paternas.Eu te previno, Ícaro, tens de fixar teu curso numa altura média.Aprisionado no labirinto, com seu pai que ajudara Ariana e Teseu a matar Minotauro, ele consegue evadir-se com o auxílio de Parsífae e graças ás asas que Dédalo lhe fez e que ele fixou com cera sobre os ombros.Ícaro voou por cima do mar.E desprezando todos os conselhos de prudência, elevou-se cada vez mais alto,cada vez mais perto do Sol. A cera derrete e ele se precipita no mar.Imagem das ambições desmesuradas do espírito, Ícaro é o símbolo do intelecto que se tornou insensato… da imaginação pervertida. É uma personificação mítica da deformação do psiquismo caracterizada pela exaltação sentimental e vaidosa. Ícaro representa o emotivo e a sorte que o espera. A tentativa insana de Ícaro é proverbial pela emotividade no mais alto grau, por uma forma de aberração do espírito: a mania das grandezas, a megalomania (DIES, 50).Ícaro é o símbolo do excesso e da temeridade, a dupla perversão do juízo e da coragem." (7)

     
    analise_rdr_1.jpg
    ´´A Queda de Ícaro“, quadro de Jacob Peter Gowy, feito entre 1636-1637
     
    "… tendo engenhosamente fabricado para si e para o filho dois pares de asas de penas, presas aos ombros com cera, voou pelo vasto céu, em companhia de Ícaro, a quem recomendara que não voasse muito alto, porque o sol derreteria a cera, nem muito baixo, porque a umidade tornaria as penas assaz pesadas. O menino, no entanto, não resistindo ao impulso de se aproximar do céu, subiu demasiadamente. Ao chegar perto do sol, a cera fundiu-se, destacaram-se as penas e ele caiu no mar Egeu, que daí por diante, passou a chamar de Ícaro…" (8)

    "Apesar da admoestação paterna, para que guardasse um meio termo, "o centro", entre as ondas do mar e os raios do sol, o menino insensato ultrapassou o métron, foi além de si mesmo e se destruiu. Ícaro é o símbolo da temeridade, da volúpia ´das alturas`; em síntese: a personificação da megalomania." (9)

    Como se pode observar nestes textos, o mito de Ícaro traz algumas semelhanças com a relação de Denethor com o poder e com Gandalf. Denethor se porta da mesma forma como o menino alado, não dando atenção aos conselhos  que viriam a se tornar apelos posteriormente vindos da parte de Gandalf .

    No mito de Ícaro, Dédalo é um pai preocupado com a segurança e o futuro do filho, da mesma forma Gandalf pensa a respeito de Denethor. Porém a obsessão em manter o posto, cega o entendimento do Senhor de Gondor, que confunde seu mandato com a própria vida, pois a conclusão de Denethor é  de que com o fim do mandato de regente, chega-se o fim da própria vida. Tanto Dédalo, como Gandalf aconselham para que Ícaro e Denethor não se postem  nem no  mais alto e nem na mais baixa profundidade, e sim que busque o caminho do meio, ou seja o equilíbrio psicológico.Retomamos o seguinte trecho:

    "Mas, se o destino me nega isso, então não quero nada: nem a vida diminuída, nem o amor pela metade, nem a honra abalada.
    – A mim não pareceria que um Regente que com fidelidade entrega seu cargo fica diminuído em amor ou em honra – disse Gandalf – E pelo menos você não privaria seu filho do poder de escolha, enquanto ainda há dúvidas sobre sua morte."
    (10)

    O equilíbrio psicológico diz respeito a você conciliar pólos opostos em sua vida, adotar posturas diferentes em contextos diferentes.
    Como foi dito anteriormente, no momento em que se exigiu de Denethor para que este assumisse a postura de pai diante de Boromir e Faramir, seus filhos o mesmo não conseguiu se desvencilhar de seu posto de regente para assumir o papel paterno. A relação de Denethor e seus filhos é baseada no poder, e não no amor, pois o poder é inerente ao cargo de regente.E, o amor é inerente ao papel de pai. A questão não é optar pelo amor ou pelo poder, a solução é conciliar ambos e saber se utilizar destes recursos nos momentos apropriados durante a vida.

    A filosofia chinesa, já há séculos atrás falava sobre o homem saber conciliar os opostos dentro de si. É o Tao, que significa "um modo, um caminho." O Tao reúne os opostos yin e yang, e da mesma forma a psicologia nos dias de hoje propõe a todos aqueles que desejem alcançar o equilíbrio interno.

    Denethor não venceu o conflito, se apegou ao seu posto , não seguiu o conselho de Gandalf quis o poder, ou seja quis se manter no alto e não no meio assim como Ícaro voou próximo ao sol, ocasionando assim sua morte trágica. Embora a morte trágica esteja longe de muitos de nós por conta de uma conduta não saudável psicologicamente, as conseqüências prejudiciais por conta de uma postura similar a de Denethor não estão distantes de quem a praticar. Denethor era alguém apegado à sua persona de regente, fato este que fez com que  o mesmo tivesse conseqüências trágicas por conta desta atitude. Muitos de nós podemos ter a atitude semelhante a de Denethor sem percebermos.

    Como exemplos podemos citar a boa filha ou bom filho que deseja agradar a todo mundo a todo o momento, o pai e a mãe que são workaholics, são exemplos de como podemos nos distanciar de quem nós somos em nossa totalidade, doutores e deputados que acreditam terem seus títulos e cargos impressos na  cédula de identidade. Que o caminho do meio, a meta da individuação, seja a escolha a ser feita.

    GOLLUM E OS HOBBITS : CONDENAÇÃO E SALVAÇÃO, UNIÃO DOS OPOSTOS

    "- Gollum – disse Pippin – Como é que eles poderiam estar andando com ele, até mesmo seguindo-o ?E pude perceber que Faramir não gostou mais do que você no lugar para o qual ele os estava levando. Qual é o problema?
    – Não posso responder isso agora – disse  Gandalf – mesmo assim, meu coração de alguma forma sabia que Frodo e Gollum iriam se encontrar antes do fim. Para o bem ou para o mal.
    Mas sobre Cirith Ungol não falarei esta noite. Traição, é a traição que receio; traição daquela criatura miserável. Mas precisava ser assim vamos nos lembrar de que um traidor pode trair-se a si mesmo e fazer o bem que não pretende. Pode ser assim algumas vezes.Boa noite!"
    (11)

    "A piedade de Bilbo pode governar o destino de muitos.
    Bilbo foi destinado a encontrar o anel , e você destinado a carregar o anel.
    Gollum ainda tem um papel a cumprir."
    (12)

    Foram distribuídos: 3 anéis aos elfos,7 anéis aos anões mineradores e 9 anéis aos homens. A raça dos hobbits foi a raça excluída e desprezada, na distribuição maligna e destruidora de Sauron. Este fator, contribui de maneira significativa para que através dos hobbits, o Anel fosse resgatado e destruído.

    Desta forma ao observarmos o tema do "4 – 1" , isto nos remete a um tema bastante comum dentro do processo de análise, o tema do conteúdo oculto, reprimido ou desprezado pela consciência. A raça dos hobbits é relatada algumas vezes durante a obra como sendo desconhecida por boa parte dos habitantes da Terra Média. Desprezados, desconhecidos e tidos até como uma raça inferior os hobbits, simbolizam os conteúdos do inconsciente, mediante o contexto das outras três raças, que reunidas simbolizam a consciência.

    Na alquimia a lapis philosophorum, a pedra ou o ouro filosófico, embora seja a meta a ser alcançada por todo alquimista , também  é rejeitada e desprezada pelos homens que buscam apenas os valores materiais, pois a lapis representa os valores elevados e ou espirituais, distantes da sociedade na Idade Média e distante de nós nos dias de hoje.
    Os alquimistas traçavam um paralelo da lapis com Cristo:

    1 Pedro 2; 6-8 a.
    "6- Pois na Escritura se diz:
    Vede, ponho em Sião uma pedra angular eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido.

    7- Ora, para vós, os que credes, essa pedra é preciosa. Mas para os descrentes, a pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta como principal de esquina,

    8- e: Uma pedra de tropeço e rocha de escândalo."(13)

    A pedra filosofal simboliza a união da psique consciente com a psique inconsciente, a totalidade, o Self, a meta da individuação
    E assim como a lapis a raça dos hobbits também simboliza o Self, a totalidade da psique. Então, podemos pensar na raça dos hobbits como sendo um conteúdo que antes era desprezado pelo ego que agora vem à tona e passa a ser assimilado, enriquecendo a personalidade do indivíduo.

    Ao acompanharmos a Trilogia do Anel, ficamos sabendo do papel de suma importância que a raça do hobbits teve ao longo da jornada.
    Tendo como representantes Bilbo, Frodo, Sam, Merry, Pippin e Gollum.Gollum? Sim, Gollum.Não fosse Gollum, a jornada não poderia estar completa.

    O papel de Frodo competia em carregar o Anel e o papel de Gollum competia em destruir o Anel. Frodo tinha o desprendimento e desapego pelas questões envolvendo o poder e a ganância.Gollum reunia em si o apego ao poder e a ganância, características complementares e  opostas as de Frodo. Gollum e o Um  Anel eram um só, há uma relação fusionada, simbiôntica entre ambos, a vida de Gollum, estava ligada ao Um Anel, da mesma forma como a vida de Denethor estava ligada ao cargo de Regente, e caso este não pudesse  mais ser o Senhor de Gondor, era preferível a morte.E esta acabou por ser a escolha do Regente. Esta fala de Gollum deixa claro que ele e O Um Anel, estavam ligados simbioticamente, eram um só :

    " – Não mate nós – chorava ele – Não machuque nóss com aço cruel e mau! Deixe nós viver, é sim, viver um pouco mais. Perdidos, perdidos! Estamos perdidos. E quando o Precioso se for vamos morrer, é sim,  morrer na poeira ssuja . – Levantou um pouco das cinzas da trilha com os dedos descarnados – Ssuja ! – chiou ele." (14)

    Porém, a destruição de Gollum juntamente com o Um Anel, vai além de uma morte egoísta , pois com este fato veio a salvação da Terra Média.
    Na alquimia durante o opus, a obra alquímica, o processo que visava a obtenção da pedra filosofal, eram sempre utilizadas duas espécies de matérias-primas; o enxofre e o mercúrio. Numa correlação com estes dois símbolos alquímicos, podemos traçar o paralelo da seguinte forma:

     Frodo/ Ego              +         Gollum/ Inconsciente            = Self (pedra filosofal)
      (mercúrio, princípio passivo)         (enxofre, princípio ativo)  
     
    "MERCÚRIO
    O mercúrio é um símbolo alquímico universal e geralmente aquele do princípio passivo, úmido, yin. O retorno ao mercúrio é, em termos de alquimia, a solução, a regressão ao estado indiferenciado.Do mesmo modo que a mulher está sujeita ao homem, o mercúrio é o servidor do enxofre. Segundo certas tradições ocidentais, o mercúrio é a semente feminina e o enxofre, a masculina: sua união subterrânea produz os metais. O mercúrio tem o poder de purificar e fixar o ouro. É um  alimento de imortalidade, mas também um símbolo de libertação."
    (15)

    A descrição  acima a respeito do mercúrio, traz algumas características relacionadas a Frodo. Assim como o mercúrio no processo alquímico de obtenção da lapis, Frodo é o elemento passivo, ele é o portador do Anel. Frodo escolheu ser o portador voluntariamente, sem coação, sem ameaças violentas, sem apelos. Frodo compreendeu qual era seu papel, qual era sua parte na jornada, ele é o servidor que se desprende, se abstém e se sacrifica em prol do sucesso da empreitada da Sociedade do Anel.

    Frodo representa simbolicamente o ego em processo de individuação, que se vê obrigado a se desvencilhar e recusar a satisfazer apenas as vontades e objetivos  egoístas, que são de natureza unilaterais e parciais.  E de maneira voluntária  o ego se torna o servidor do Self, objetivando atingir os objetivos da totalidade da personalidade que englobam também o inconsciente, e não apenas os do ego.

    Outras características relacionadas ao mercúrio e Frodo, são as de terem o papel de purificador e libertador. Frodo tinha como objetivo salvar o Condado da malignidade dominadora de Sauron, tomando sobre si o peso de ser o Portador do Um Anel. Assim como o ego no processo de individuação que resolve tomar sobre si o peso, o desconforto e constrangimento de sua confrontação com a sombra.

    O ego ao se confrontar com a sombra, se purifica e se liberta de seus hábitos nocivos e velhos vícios de comportamento que dominam o indivíduo muitas vezes por uma vida toda. O papel de Frodo consistia em ser o portador do Anel. Porém, destruí-lo não cabia ao portador.

    "ENXOFRE
    O enxofre é o princípio ativo da alquimia, aquele que fecunda, ou o mata. O enxofre corresponde ao fogo, como o mercúrio à água. É o princípio gerador masculino, cuja ação sobre o mercúrio produz os metais subterraneamente. A ação do enxofre sobre o mercúrio o mata e , ao transmutá-lo, produz o cinabre*, que é uma droga da imortalidade. A constante relação do enxofre com o fogo por vezes também o associa ao simbolismo infernal (ELIF, GUET). Em Jó, 18, 15, o enxofre aparece como um símbolo de esterilidade, à maneira de um desinfetante. Espalha-se na morada do Rei dos terrores. É o aspecto infernal  e destruidor do símbolo, o seu sentido positivo invertido em sentido contrário.

    Segundo outra tradição esotérica, que se associa à primeira, o enxofre simboliza o sopro ígneo e designa o esperma mineral.  É,  portanto, igualmente associado ao princípio ativo. Produz a luz ou a cor (ALLA, 245). Para os alquimistas, o enxofre estava para o corpo como o sol está para o universo (MONA, 60). O ouro, a luz, a cor amarela, interpretadas no sentido infernal de seu símbolo, denotam o egoísmo orgulhoso que só busca a sabedoria em si mesmo, que se torna a sua própria divindade, seu princípio e seu fim (PORS, 84).

    A chama amarela esfumaçada com enxofre é,  para a Bíblia, essa antiluz atribuída ao orgulho de Lúcifer; a luz transformada em trevas … vê bem se a luz que há em ti não é treva (Lucas, 11, 36).

    É um símbolo de culpa e punição, razão pela qual era empregado no paganismo para a purificação dos culpados, segundo G. Portal (PORS, 86)." (16)

    O texto acima traz uma descrição a respeito das características do enxofre e sua representatividade simbólica. Podemos notar que as características descritas a respeito do enxofre, também são características pertencentes a Gollum. Assim como o enxofre é o princípio ativo no processo da obtenção da pedra filosofal, Gollum também é o princípio da ação na destruição do Um Anel.

    Pois Gollum foi o responsável pela ação direta na destruição do Precioso. O Um Anel  e Gollum tinham se tornado um só tal como uma relação fusionada e simbiôntica entre ambos, desta forma se o Um tinha de ser destruído, Gollum também deveria ser destruído, pois eram um só.
    Outras características, dizem respeito ao egoísmo orgulhoso que busca a sabedoria em si mesmo, se tornando sua própria divindade, seu princípio e seu fim.

    Na luta pela obtenção do Precioso, Sméagol assassinou Déagol, com  medo, com culpa e desesperado,  Sméagol passa a viver uma vida de isolamento e solidão, por conta de seu sentimento de culpa e por egoísmo orgulho, ele se torna auto-suficiente pois todo aquele que é culpado merece ser punido, a punição é o isolamento e distanciamento de tudo e de todos.

    Gollum simboliza o ego orgulhoso que se recusa a admitir suas falhas e insuficiências , que ao mesmo tempo vive se culpando e se punindo ao persistir nos mesmos erros, a conseqüência por muitas vezes são os relacionamentos superficiais com as pessoas, podendo chegar até mesmo ao isolamento social. Mas, como Gandalf disse:
     

    "Gollum ainda tem um papel a cumprir." (17)

    Ao guiar Frodo até a toca de Laracna, Gollum tinha por objetivo se apossar de seu Precioso,após a aranha gigante atacar e devorar Frodo. Porém,  este poderia não ser o objetivo de Sméagol.Sméagol e Gollum, representam duas personalidades opostas, pertencentes a um mesmo indivíduo. Sméagol representa a personalidade de um pacato e humilde hobbit, sociável, simples e sem ambições egoísticas.

    Gollum representa um padrão de personalidade que não é  aceito dentro da sociedade do Condado, logo as características referentes a Gollum, devem ser reprimidas pela consciência de todo hobbit, pois caso contrário, seria rejeitado e considerado não apto para o convívio em sociedade. Gollum simboliza a sombra coletiva de todo o povo hobbit, uma vez que ele expressa um padrão de comportamento oposto ao da consciência da sociedade do Condado.

    Porém, todo conteúdo reprimido pela consciência, não é eliminado, tal conteúdo que é rejeitado, considerado hostil e não aceitável pela consciência, continua vivo e atuante na sombra do indivíduo. Estamos falando de um povo, que considera como sendo referentes ao seu padrão de comportamento as características de serem simples, humildes, pacatos, sociáveis e sem ambições egoísticas. Em contrapartida, o povo hobbit rejeita e reprime os conteúdos referentes a serem agressivos, individualistas, orgulhosos, e de ambições egoísticas.

    Uma vez que, todo o conteúdo reprimido retorna a consciência, logo os conteúdos reprimidos iriam tomar a forma de uma personalidade autônoma e tomariam o controle da consciência de um hobbit que expressaria todo o drama de um povo.Este hobbit é Sméagol . Sméagol simboliza a neurose e cisão do povo hobbit. Como resultado desta cisão a personalidade autônoma de conteúdos considerados hostis pela consciência dos Pequenos, tomou todo o espaço e controle na consciência de Sméagol. Esta personalidade autônoma, recebeu o nome de Gollum. Agora, desta vez a personalidade de Sméagol é a que fora reprimida, passando a ocupar o lugar na sombra, lugar que antes  era de Gollum.

    E assim como Gollum pretendia tomar seu lugar na consciência, desta vez, Sméagol passa a ser a personalidade reprimida na sombra, que buscará novamente seu espaço na consciência do hobbit atormentado. Vamos retomar a seguinte fala de Gandalf :

    "…– mesmo assim, meu coração de alguma forma sabia que Frodo e Gollum iriam se encontrar antes do fim. Para o bem ou para o mal.
    Mas sobre Cirith Ungol não falarei esta noite. Traição, é a traição que receio; traição daquela criatura miserável. Mas precisava ser assim vamos nos lembrar de que um traidor pode trair-se a si mesmo e fazer o bem que não pretende. Pode ser assim algumas vezes."
    (18)

    Enquanto Gollum deseja o Um Anel e tem sua vida ligada a ele, Sméagol vive com sua culpa por ter assassinado Déagol . Sméagol é a sombra de Gollum, e como já foi dito, todo conteúdo na sombra deseja retornar a consciência. Afim de que o ego se conscientize a respeito dos conteúdos reprimidos, a sombra, passa verdadeiras "rasteiras" no ego. Um grande exemplo, do que pode ser uma "rasteira" ou atuação da sombra, é este aqui :

    "Mas Gollum, dançando como um louco erguia o anel, com um dedo ainda enfiado no circulo, que agora brilhava como se realmente fosse feito de fogo vivo.
    – Precioso, precioso, precioso!  – gritava Gollum – Meu Precioso! Ó, meu Precioso! – E assim, no momento em que erguia os olhos para se regozijar com sua presa, deu um passo grande demais, tropeçou, vacilou por um momento na beirada, e então com um grito agudo caiu. Das profundezas chegou seu último gemido, Precioso, e então ele se foi."
    (19)

    No texto acima, temos um belo exemplo de como a sombra se manifesta, atuando de maneira autônoma, decisiva e às vezes, até de  forma trágica, como no caso de Gollum. Podemos entender este passo grande demais, o tropeço e o vacilo, como a atuação da personalidade de Sméagol, querendo ocupar seu lugar na consciência novamente.

    E, além de retomar seu espaço, Sméagol também tinha sua culpa, sua autocondenação de séculos, que poderia ser compensada por um ato de bravura,  como interferindo de forma decisiva na destruição do Um Anel, frustrando para sempre os planos de Gollum e de Sauron, consecutivamente, livrando a Terra Média para sempre do poder maligno do agora ex- Senhor de Mordor. O hobbit Gollum / Sméagol trouxe a paz e a salvação não pretendidas por ele, através da resolução de seu conflito interno. Embora , tenha sido de forma trágica, ainda assim foi uma resolução de conflito psíquico.

    Outra representatividade simbólica que encontramos em Sméagol / Gollum, é referente a um símbolo encontrado na alquimia, o símbolo da serpente ou dragão Uroboros (também conhecida como Ouroboros). Este símbolo é a imagem de uma serpente ou dragão, que devora o próprio rabo ou cauda, formando a figura de um circulo, uma mandala, símbolo do Self, a totalidade psíquica. Esta é a definição de mandala :

    " Mandala : Círculo mágico. Na obra de C.G.Jung, símbolo do centro da meta, e do si-mesmo, enquanto totalidade psíquica; auto-representação de um processo psíquico de centralização da personalidade, produção de um centro novo desta última. A mandala exprime-se, simbolicamente por um círculo, um quadrado ou um quatérnio, num dispositivo simétrico do número quatro e de seus múltiplos." (20)

    De acordo com a definição acima , a respeito do símbolo da mandala, podemos traçar um paralelo com Sméagol Gollum e o Uroboros. O Uroboros ao devorar sua própria cauda, representa o início e o fim de um ciclo de evolução em si mesmo, um símbolo de morte e renascimento, de desenvolvimento e renovação da personalidade.

     
    analise_rdr_2.jpg
     Dragão Uroboros devorando a própria cauda, símbolo da totalidade psíquica, o Self.
     
     
    Basta lembramos que Sméagol / Gollum é responsável direto pela ressurreição e  destruição do Um Anel. Ou seja a jornada do Um Anel tem o seu começo e o seu final em Sméagol / Gollum.
     
    analise_rdr_3.jpg
    Serpente Uroboros devorando a própria cauda, símbolo do Self.
     
     
    O começo, quando ele se apossa do seu Precioso na beira do lago após assassinar Déagol, o final quando o Anel é destruído  na Montanha da Perdição. Sméagol / Gollum representa também o início e o fim de uma era da Terra Média. O fim da terceira era, a era dos elfos, e o início da quarta era, a era dos homens, vemos aqui o símbolo do quatérnio, outro símbolo representante da totalidade psíquica, já explorado na análise de "As Duas Torres". E, como não poderia deixar de ser, o próprio Um Anel por ser um circulo e por estar fusionado com Gollum, também simboliza uma mandala, símbolo do Self.
     
     
    analise_rdr_4.jpg
    Um Anel, símbolo da mandala, outro símbolo representante da totalidade psíquica.
     
     
    (Fim da parte 1. Continua)
  • Beowulf vs O Senhor dos Anéis

    beowulf_salon_1.jpgO novo filme de Robert Zemeckis "Beowulf" dá um sentido inteiramente novo à frase "o sublime e o ridículo". Zemeckis pegou o mais antigo e mais importante texto da língua inglesa e o tornou em uma viagem 3-D à Disneylândia tão pipoca que poderia ser chamada de "Anglo-Saxões do Caribe". Claro, não há nada novo ou surpreendente sobre isso. Hollywood tem profanado a história e a literatura desde muito antes de Cecil D. DeMille ter colocado Charlton Heston como Moisés. Se a Bíblia não é sagrada, porque o mais antigo poema da ancestral língua inglesa seria?

     
    Mas a vestimenta de "Beowulf" é especialmente brilhante, devido ao óbvio contraste com outro trabalho que minou no mesmo campo antigo: "O Senhor dos Anéis" de J.R.R. Tolkien. "Beowulf" não é apenas um filme ruim, embora visualmente espetacular, é também uma enorme oportunidade perdida. Com suficiente ousadia imaginativa, Zemeckis poderia ter criado um universo mítico, um que encontra as linhas misteriosas que conectam o passado distante ao nosso tempo. Ao invés disso, ele tornou nossa herança cultural em um desenho animado. (Isto não feriu “Beowulf” na renda de cinema: foi o filme que mais vendeu ingressos nos EUA após sua primeira semana).

    Comparar “Beowulf” à obra-prima de Tolkien é colocar os parâmetros muito altos, mas a escolha de Zemeckis por “Beowulf” a tornou inevitável. Não há nenhuma razão para embarcar em “Beowulf” a menos que você queira ir até o fim. Isto é verdade não apenas porque é um texto canônico, mas porque não há uma maneira de fazer um filme dele. Quando encarando o impossível, é melhor você trazer alguma magia ao empreendimento. Você precisa mais do que efeitos especiais 3-D – você precisa de uma imaginação 3-D.

    "Beowulf" é a peça mais antiga da literatura Européia vernicular, e permanece talvez como a mais profunda, uma visita sobrenatural a um canto escuro perdido de nossa história, uma era presa entre paganismo e Cristandade. A inescrutabilidade de "Beowulf" o tornou campo de disputa para estudiosos por mais de um século. Uma vez que mesmo os especialistas não conseguem concordar sobre o que ele significa, como um artista moderno poderia abordá-lo?

    Claro que não há resposta correta ou errada a esta pergunta. Zemeckis tinha o direito de escolher qualquer material fonte que desejasse, e fazer o que quisesse com ele. E talvez sua extravagância high-tech desperte interesse não apenas no antigo poema, mas mesmo na herança germânica esquecida dos americanos e ingleses – talvez na própria história. Mas se o fizer, não será por causa de sua visão artística.

    Para aqueles leitores que fizeram como diz Woody Allen em “Annie Hall” e tiraram uma soneca em todas as aulas que incluíam “Beowulf”, aqui vai um resumo. “Beowulf” é um poema de 3.183 linhas, escrito por um poeta desconhecido em Inglês Arcaico (também conhecido como Anglo-Saxão, a língua germânica falada na Inglaterra antes da Conquista Normanda), provavelmente no século 8, mas possivelmente alguns séculos depois. O poema existe em um único manuscrito, uma cópia feita por volta do ano 1.000 e que está no Museu Britânico. Os eventos que ele relata se passam no que agora é a Dinamarca por volta do ano 500, de forma que o autor já está olhando para um passado distante. Crucialmente, ele é um Cristão, que tem uma relação altamente ambígua com o herói pagão que celebra. Estudiosos continuam a debater a sua exata natureza, a de seu poema e a de sua audiência Cristã e atitude com relação ao paganismo – bem como praticamente tudo mais sobre o poema.

    A história é austera e estranha. Um monstro chamado Grendel, um descendente do bíblico Cain, tem aterrorizado o reino da Dinamarca por 12 anos. Um grande guerreiro chamado Beowulf jura matar Grendel. Ele e 14 homens navegam de seus lares em Geatland (sul da Suécia) para a Dinamarca, onde Beowulf mata o monstro e então a horrível mãe do monstro. Ele recebe presentes e honrarias do idoso rei Dinamarquês e volta para casa, onde reina por 50 anos. Quando um dragão assola seu reino, Beowulf procura o monstro e o mata, mas ele também é mortalmente ferido. Após sua morte ele é lembrado por seu povo como o mais gentil dos reis e o mais ávido pela fama.

    Sejam quais forem suas virtudes históricas e literárias, não é sua história que vai colocá-lo no cinema local. Qualquer adaptação fiel de “Beowulf” quase certamente seria um fracasso comercial, devido à essência mítica do poema. Seus personagens são unidimensionais e só há uma linha de roteiro: o herói envelhece e morre. Sua grandeza está em sua linguagem, não sua história. “Beowulf” é um poema difícil e assombrado, que evoca o que o “Cambridge History of English Literature” chama de “desconhecido vago e palpável”. Inglês Arcaico é uma língua estranha, mas se você conhecer inglês e ler uma edição bilíngüe, como a bela tradução de Seamus Heaney, de quando em quando encontrará uma palavra familiar, como uma pequena pedra atirada em um mar turbulento. Para Tolkien, um filólogo que desde criança era naturalmente sensitivo ao som da língua como o jovem Mozart era para música, o próprio som do Inglês Arcaico é revelatório. Como professor de Anglo-Saxão em Oxford, Tolkien empolgava suas turmas com sua recitação dramática do início de “Beowulf”. (Em uma carta a Tolkiem, W.H. Auden escreve reverentemente, “Sua voz era a voz de Gandalf”.)

    Existe uma versão cinematográfica de “Beowulf” que é literalmente verdadeira á original: o ator Benjamin Bagby recita o poema inteiro no original em Inglês Arcaico, tocando harpa Anglo-Saxônica. É uma atuação memorável, mas é improvável que o filme seja mostrado em locais que cobram entrada.

    Visando uma audiência mais ampla, o filme de Zemeckis e as três versões anteriores de “Beowulf” alteraram radicalmente a história. Dois dos filmes mais antigos tomam uma abordagem não-mitológica tentando imaginar que eventos reais deram origem ao conto sobrenatural. “Beowulf e Grendel”, feito em 2005 e filmado na Islândia, faz de Grendel um simpático Pé-Grande, um ser solitário e vagamente Neanderthal que está se vingando dos Dinamarqueses após estes terem matado seu pai. “O Décimo-terceiro Guerreiro” (1999), baseado em um romance de Michael Chichton, também elimina o sobrenatural: os monstros são humanos vestidos em peles de urso. Em um toque divertido, ele é contado da perspectiva de um diplomata Árabe que inadvertidamente se encontra no bando de Beowulf. Ambos são esforços válidos e o excêntrico “Beowulf e Grendel” algumas vezes se eleva a uma intensidade hipnótica, embora seja dolorosamente irregular. O “Beowulf” de 1999, estrelado por Christopher Lambert, é comicamente terrível, um candidato perfeito para um episódio do “Mystery Science Theater”. Ele é ambientado em um futuro pós-apocalíptico, com Beowulf sendo um herói taciturno e obcecado. A grande inovação é a mãe de Grandel, que se tornou uma monstra horrível/gostosa, encenada por uma modelo loira da Playboy vestindo uma rede, que previamente seduzira o velho rei (de cuja união profana Grendel surgiu) e tenta usar seus poderes malignos em Beowulf acariciando sua espada. Quando isto falha, ela se torna em uma harpia meio-pterodáctila, cheia de asas.

    O “Beowulf” de Zemeckis usa a mesma narrativa, embora não tão comicamente. Mais uma vez a mãe de Grendel é uma gostosa demoníaca (elevada de uma mera Coelhinha para Angelina Jolie) que também dorme com o velho rei. O roteirista Roger Avary e o estimável Neil Gaiman (que deve estar lamentando o dia em que aceitou participar deste projeto) “avançam” esta narrativa também fazendo Beowulf sucumbir aos charmes malignos dela. A corrupção de Beowulf volta para caçá-lo 50 anos depois, quando ele se redime de seus pecados lutando contra o dragão maligno em uma batalha climática que resulta em sua morte.

    beowulf_salon_2.jpgO problema com o “Beowulf” de Zemeckis não é que ele se distancia da história original, ou que seu roteiro é inerentemente intrabalhável. Para gerar qualquer tipo de tensão narrativa, Beowulf tem que mudar, ser algo mais além de um heróis virtuoso e bravo. A solução do filme, embora muito óbvia e de alguma forma anacrônica (a figura da bruxa corruptora e sexualmente poderosa é mais associada com a baixa Idade Média, em um personagem como Morgana le Fay, do que com a literatura Anglo-Saxã), teoricamente poderia ter funcionado. Mais ainda, ele poderia ser justificado nos termos de certas leituras críticas do poema: de acordo com uma forte interpretação Cristã, a morte de Beowulf é sua redenção pelo pecado do orgulho, no qual ele sucumbiu enquanto rei. Por exemplo, em seu livro de 1989 “The Condemnation of Heroism in the Tragedy of Beowulf” Fidel Fajardo-Acosta argumenta que a “batalha com a mãe de Grendel representa a iniciação de Beowulf em sociedade de gigantes Caínicos, e ao estado de ser demoníaco”.

    “Beowulf’ não falha por ter alterado a história: falha porque está tão ocupado embelezando a história que não cria um universo mítico. Não tem visão transfigurante. Baseia-se em um conto antigo, cujas raízes invisíveis são profundas em nossas psiques, e o utiliza para construir um entretenimento brilhante e de plástico. Toma um conto selvagem e o transforma em uma besta domada. Mas “Beowulf” é o tipo de história que não tem sentido a menos que seja parte de uma cosmologia. Ele é, resumidamente, um mito.

    J.R.R. Tolkien, o autor que criou o universo mítico mais poderoso de nosso tempo, também era um renomado estudioso de “Beowulf”. “O Senhor dos Anéis” foi profundamente influenciado por este poema e Tolkien escreveu aquele que continua sendo um dos textos seminais sobre o mesmo. A análise Tolkieniana de “Beowulf”, e mais genericamente da fantasia e mito, esclarecem porque ele foi capaz de criar uma obra-prima mitopoética moderna e porque “Beowulf” falha.

    “Beowulf: The Monsters and the Critics”, publicado em 1936, marca um ponto de virada nos estudos críticos do poema. Antes do ensaio de Tolkien, a maioria dos estudiosos se referia ao uso, pelo poeta desconhecido, de elementos sobrenaturais – o monstro Grendel, sua igualmente monstruosa mãe e o dragão – como primitivo ou infantil. Argumentando que estes temas “triviais” falhavam em fazer justiça à bela linguagem do poema, eles viam “Beowulf” como sendo de interesse primariamente histórico, não artístico. Como o estudioso W.P. Ker escreveu em 1904, “A coisa em si é de pouco valor; a moral e o espírito dela só podem encontrar iguais entre os mais nobres autores”. Tolkien mudou estas concepções. Ele argumentou que o poema deveria ser lido como um poema e reconhecido como um grande poema. Os elementos fantásticos em “Beowulf”, longe de serem embaraçosos, são inseparáveis de sua majestade artística.

    Em uma famosa alegoria, Tolkien compara o autor de “Beowulf” com um homem que, herdando um campo cheio de pedras antigas, as usa para construir uma torre. Seus amigos, reconhecendo que as pedras pertenceram a uma construção mais antiga, destruíram a torre “para olhar as gravações escondidas e inscrições”. O que ele não perceberam, termina Tolkien, era que “do topo daquela torre o homem foi capaz de olhar o mar”.

    O ponto de Tolkien é que os elementos fantásticos em “Beowulf” são arquétipos antigos que têm raízes profundas nas crenças, medos e desejos humanos – mitos, em outras palavras. E em “Beowulf”, ele argumenta, estes mitos são partes essenciais do conto trágico cujo tema é “homem em guerra contra um mundo hostil, e sua inevitável derrocada no Tempo”. A grandeza de Beowulf deriva do fato de que é um poema criado em “um momento carregado de equilíbrio”: é balanceado entre uma visão de mundo Cristã, na qual morte e derrota são ambas derrotadas definitivamente por Cristo, e uma Germânica, pagã, na qual o destino governa tudo e apenas a coragem de um homem confere nobreza. Ele é, Tolkien escreve, não um poema primitivo, mas um tardio. O mundo pagão já é passado, mas o poeta continua a celebrar ser poder já inexistente. O fato do um poema escrito há mais de mil anos atrás estar ele próprio olhando para trás, para um mundo perdido, dá ao poema uma ressonância sobrenatural duplicada ao leitor moderno: “se o funeral de Beowulf era como um eco de um antigo hino funerário, distante e sem esperança, é pra nós uma memória trazida por sobre as colinas, um eco de um eco”.

    O brilhante artigo de Tolkien pode ser visto como uma sonora defesa não apenas de “Beowulf”, mas do trabalho que ele estava prestes a empreender, outra grande torre composta de pedras antigas. E os temas de tardiedade, de perda heróica, sendo pegos entre uma era e outra (seu mundo não é chamado de “Terra-média” à toa), são as partes mais profundas e sublimes de seu épico: eles são a atmosfera metafísica assombrada através da qual seus personagens – homens, elfos e hobbits – devem cruzar. O desaparecimento dos elfos, o duro amanhecer da idade dos homens, representam um desencantamento do mundo idêntico ao desencantamento que Tolkien achou insuportavelmente comovente em “Beowulf”. Introduzindo este tema soturno, Tolkien deu expressão artística às dúvidas que ele próprio pode ter sentido sobre o mito que criara – e assim os transcendeu.

    beowulf_salon_3.jpg Tolkien foi capaz de utilizar as pedras antigas de “Beowulf” para construir uma obra-prima moderna porque ele reconheceu que o poder duradouro dos mitos deriva de suas verdades profundas. Isto não significa que ele acreditava que orcs e goblins e elfos realmente existiram; isto deriva de sua crença de que o mundo era encantado, iluminado por uma luz sagrada e que as sub-criações humanas que chamamos mitos – “formas vivas que se movem de mente para mente”, como as chamou em um poema que escreveu para C.S. Lewis – são faíscas daquela luz primordial. Para Tolkien, a origem última de encantamento era o Deus Cristão, mas não é necessário compartilhar esta fé para sentir o poder de sua criação.

    Os criadores do filme “Beowulf”, contudo, falharam em reconhecer até mesmo que o épico é composto de pedras antigas ou que aquelas pedras poderiam ter algo a nos dizer hoje em dia. Eles gastaram milhões de dólares replicando o visual do passado, mas eles esqueceram de algo que nenhuma tecnologia de captura de movimentos é capaz de capturar: poesia. A essência de “Beowulf”, ou qualquer poema, não pode ser invocada apenas por imagens. Ela deve ser imaginada. E a tradução daquela visão em imagens cinematográficas é uma forma de arte: não pode ser feita por computador.

    Neste sentido, a magnífica versão cinematográfica de “O Senhor dos Anéis” feita por Peter Jackson pode levar os diretores a pensar que tudo que devem fazer para contar um conto mitológico é filmar as ações e deixar que o poder do filme preencha as lacunas poéticas. Mas não é assim tão fácil. O filme de Jackson tem sucesso não porque captura o visual do mundo de Tolkien, mas porque ele captura seu coração.

    É injusto e pode parecer até mesmo cômico, discriminar um entretenimento trivial como “Beowulf” por falhar em ter a profundidade de uma obra-prima antiga. Há muitas mansões no mundo da arte, e há uma sala para os óculos 3-D e batalhas digitalizadas, bem como para Mahler e Edith Wharton. Mas nós temos muitos contos de fada ruins e coisas high-tech de mau gosto e poucos “Beowulf”. Pelo menos podemos pedir àqueles que se aventuram naqueles reinos distantes e obscuros que não vistam roupas de palhaço. Eles estragam nossa visão do mar.

     
    Fonte: Salon 
  • Trilha Sonora Completa de RdR dia 20/11

    rdr_ost_completa.jpgAs vendas de "The Lord of the Rings: The Return of the King – The
    Complete Recordings
    " (a trilha sonora de RdR na íntegra), terão início
    na próxima terça-feira, dia 20. Houve um atraso de alguns dias,
    devido a um incêndio que obrigou a fábrica onde os discos estão sendo
    produzidos e ficar fechada por um período.
     
     
    Os interessados podem adquirir o box com 5 discos e 52 faixas, por US$
    59,99 (pouco mais de R$100,00), mais frete e impostos, através da Amazon.com. Vale lembrar que, dos 5 discos da trilha, 4 são audio e o 5º é um DVD apresentando a
    trilha completa em Som Surround de Resolução Avançada, Som Stereo de
    Resolução Avançada, Som Surround Dolby Digital e Som Stereo Dolby
    Digital.
  • O Senhor dos Anéis nO Hobbit

    bilbo_withring_half.jpg
    Antes de qualquer coisa precisamos definir exatamente sobre o que estou
    falando neste artigo especulatório sobre O Hobbit : nosso objetivo é
    analisar os personagens que aparecem nos filmes dO Senhor dos Anéis e
    verificar a plausibilidade da presença dos mesmos personagens e mesmos
    atores em uma versão cinematográfica dO Hobbit e na possível Preqüência
    dO Senhor dos Anéis
    (já discutida neste artigo – e que será chamada
    simplesmente de Preqüência de agora em diante). Não analisaremos
    personagens menores como os Anões que aparecem de relance no Conselho
    de Elrond, pois o assunto então seria quase inesgotável.
     
    A análise é feita com base nos eventos descritos nO Hobbit e nos Apêndices dO Senhor dos Anéis e apesar de especulações não fogem ao escopo da obra literária. Não são simples chutes do tipo "ah, ele podia se encaixar aqui e pronto". Como sabemos que a mente dos roteiristas pode ser um tanto distorcida podemos esperar qualquer coisa, mas aqui nos ateremos ao preto-no-branco dos Apêndices e dO Hobbit.

    Como há que se ter um ponto de partida em termos de datas, estou adotando a tomada de Erebor por Smaug em 2770 da Terceira Era – aproximadamente 172 anos antes dos acontecimentos dO Hobbit e 248 anos antes da Guerra do Anel – como data mais longínqua a ter um evento filmado tanto para O Hobbit quanto para a Preqüência, sem que nos percamos em datas e por este evento em particular ser o "causador" dO Hobbit. E, claro, temos que nos ater apenas aos Apêndices dO Senhor dos Anéis e aO Hobbit porque os direitos das outras obras não foram vendidos, logo não há possibilidade de enxertar histórias de outros livros como O Silmarillion onde a última seção poderia ser muito bem utilizada, a "Sobre os Anéis de Poder e a Terceira Era".

    Analisando os eventos na Linha do Tempo Resumida (logo no final deste artigo) ouso afirmar que nO Hobbit teremos, além da trama do livro, uma trama enxertada dos Apêndices mas que ocorre em paralelo aos eventos dO Hobbit: a reunião do Conselho Branco – razão pela qual Gandalf não acompanha toda a jornada – e a "expulsão" de Sauron de Dol Guldur. E, cá entre nós, a perspectiva desta história mais densa e mais ligada aO Senhor dos Anéis dentro dO Hobbit não me desagrada não.

    Claro que há algumas variantes, mas neste artigo assume-se que realmente teremos dois filmes, um focado fielmente nos acontecimentos dO Hobbit (talvez incluindo a "Expulsão do Necromante de Dol Guldur" – de agora em diante mencionado coo ENDG) e outro focando acontecimentos mais ou menos entre O Hobbit e O Senhor dos Anéis. Há também a possibilidade de que aconteçam dois filmes lineares no tempo, com os eventos dO Hobbit começando em um e terminando em outro, entremeados e entrecortados por outros acontecimentos. Caso aconteça um filme só, basta ignorar o item preqüência ou mesclá-lo com O Hobbit, de acordo com o gosto do diretor.

    Então vamos lá, ao nosso exercício de futurologia tolkieniana. E me permitam tomar a liberdade de tratar Peter Jackson como diretor dO Hobbit, é minha parte fã que o exige.

    HOBBITS
    Elijah Wood / Frodo
    * O Hobbit: simplesmente impossível sua aparição, pois ele nasce 26 anos depois dos acontecimento retratados no livro e olha que o Peter Jackson o faz parecer ainda mais jovem nO Senhor dos Anéis, onde deveria ter 33 anos na depesdida de Bilbo e 50 quando decide partir do Condado.
    * Preqüência: cenas interessantes como a morte de seus pais e sua mudança para Bolsão se encaixam bem no período entre-livros. E como Frodo só se muda para Bolsão com 21 anos Elijah Wood não estaria descartado do papel, uma vez que Peter Jackson optou por alterar O Senhor dos Anéis fazendo Frodo parecer mais novo. E Elijah tem aquela eterna cara de piá chorão.

    Ian Holm / Bilbo
    * O Hobbit: como personagem principal deve ocupar boa parte da trama e como, de acordo com a obra, depois desta aventura Bilbo não envelhece mais, Ian Holm poderia ser o ator desde que conseguissem deixá-lo com a mesma aparência do início de O Senhor dos Anéis.
    * Preqüência: não acontece muito na vidinha de Bilbo neste período, além de adotar Frodo e iniciar os trabalhos no Livro Vermelho. Talvez algumas cenas dele escapando dos Sacola-Bolseiros, como alívio cômico.

    Sean Astin / Samwise Gamgi
    * O Hobbit: não nasce antes de 41 anos terem se passado do final da aventura dO Hobbit.
    * Preqüência: um pouco forçado e com tempo distorcido, mas poderia ser mostrado bem jovem, auxiliando o Feitor como jardineiro de Bolsão, à época da chegada de Frodo. Forçado pois Samwise pelos livros teria então 6 anos, mas como Peter Jackson não se intimida por essas coisas, nada impede colocá-lo com 15 a 20 anos naquele momento. Já pensou que momento tocante? Frodo chega a Bolsão e seus olhos cruzam com os de um jovem jardineiro suado, Frodo lhe oferece uma limonada… e tudo começa assim! Infelizmente pouca chance para Sean Astin, mas maquiagem e computação hoje em dia fazem milagres.

    Dominic Monaghan / Merry
    * O Hobbit: não nasce antes de 40 anos terem se passado do final da aventura dO Hobbit.
    * Preqüência: pode ter conhecido Frodo na Buquelândia quando era criança e Frodo um jovem órfão, antes de morar em Bolsão.  Ou isso ou a preqüência poderá chegar bem perto do início dO Senhor dos Anéis, mostrando, como dito nos livros, que Frodo tinha mais afinidade com os Hobbits novos que com os antigos do Condado, mas acredito que Dominic Monaghan esteja descartado

    Billy Boyd / Pippin
    * O Hobbit: não nasce antes de 48 anos terem se passado do final da aventura dO Hobbit.
    * Preqüência: só se Peter Jackson fizer outra revolução temporal para tê-lo antes da festa de despedida de Bilbo pois ele só nasce depois de Frodo ter se mudado para Bolsão. A não ser que aconteça o mesmo que foi citado no Meriadoc, com a preqüência quase se encostando ao início dO Senhor dos Anéis, tchau tchau Billy Boyd

    Andy Serkis / Sméagol
    * O Hobbit: um dos personagens principais da história… quem não está ansioso pelas charadas?
    * Preqüência: a busca de Góllum pelo Um pode ser muito bem descrita, com a ida dele a Mordor, sua prisão e soltura, o primeiro encontro com Shelob, sua caçada por Aragorn e Gandalf. Bastante potencial dramático que com certeza será aproveitado.

    HOMENS
    Viggo Mortensen / Aragorn
    * O Hobbit: seguindo o que está escrito Aragorn teria só 10 anos à época das aventuras de O Hobbit, mas a história é suculenta demais para Peter Jackson não morder ou pelo menos não fazer uma preparação para a Preqüência. Eventos ligados a Aragorn que acontecem antes dO Hobbit: a morte de Arador (avô de Aragorn) nas mãos dos Trolls, o casamento de Arathorn e Gilraen, a defesa silenciosa das fronteiras do Condado, o jovem Aragorn sendo escondido em Imladris e desconhecendo sua origem. Tenha certeza que isso tudo não faltará, seja nO Hobbit seja na Preqüência. Só o Viggo que não deve começar a trabalhar antes da Preqüência, por causa da idade.
    * Preqüência: supondo que Peter Jackson resolva bancar o purista logo agora, todos os fatos citados aí no parágrafo anterior acontecerão na Preqüência. E mais o primeiro encontro de Aragorn e Arwen com direto a juras de amor eterno à luz do luar de Imladris, o início da amizade de Gandalf e Aragorn e algumas fantásticas possibilidades durante as duas décadas que Aragorn passa em Rohan e Gondor, servindo incógnito aos governantes sob o nome de Thorongil, ganhando experiência e sabedoria. Aragorn é o fio condutor deste filme, unindo todas as personagens e histórias, talvez até mesmo como narrador, escrevendo suas memórias já quando Rei de Gondor. E Viggo Mortensen é mais do que perfeito para o papel.

    Sean Bean / Boromir
    * O Hobbit: não nasce antes de 36 anos terem se passado do final da aventura dO Hobbit.
    * Preqüência: o encontro entre Aragorn e Boromir não se encaixa nas datas já que teria apenas 2 anos quando Aragorn encerra suas viagens, mas com algum jogo de cintura aqui e ali, Aragorn pode, no papel de Thorongil, ser o instrutor de armas do infante Boromir. Mas acho que Sean Bean fica de fora desta.

    David Wenham / Faramir
    * O Hobbit: não nasce antes de 41 anos terem se passado do final da aventura dO Hobbit.
    * Preqüência: assim como Boromir, o encontro entre Aragorn e Faramir não se encaixa nas datas já que este nasce 3 anos após a partida de Aragorn. Com um jogo de datas, talvez antecipando em 10 anos seu nascimento e o de Boromir, um jovem quase no fraldário ali com seus sete anos poderia acompanhar o treinamento de um Boromir pré-adolescente por Thorongil, mas nada de David Wenham.

    John Noble / Denethor II
    * O Hobbit: tinha 11 anos à época, mas é difícil encaixar Gondor no contexto geral dO Hobbit, ainda mais que não estavam envolvidos no ENDG. Eu aposto que Gondor não será nem citada nO Hobbit, a não ser que por motivos não literários opte-se por incluir Gondor no Conselho Branco (fala sério).
    * Preqüência: aqui temos algumas possibilidades muito, muito interessantes. Além do fato de Aragorn ser apenas um ano mais novo do que Denethor, Aragorn circula por Rohan e Gondor por vários anos, período em que Denethor tinha entre 27 e 50 anos, ou seja, durante praticamente toda a idade adulta Denethor poderia estar em contato com Thorongil, possivelmente como comandante deste. Denethor só se torna regente alguns anos após a partida de Aragorn, mas há todo um lapso de tempo sem referências escritas, aberto à imaginação do roteirista e do diretor. E cabe muito bem mostrar a mudança de Denethor II de regente sábio a um louco transtornado por Sauron através do Palantír.

    Bernard Hill / Théoden
    * O Hobbit: não nasce antes de 6 anos terem se passado do final da aventura dO Hobbit.
    * Preqüência: de seus 9 a 30 anos Aragorn empreende aquele período de viagens e serviços a Gondor e Rohan. Muito possivelmente Théoden conheceu e comandou Aragorn antes de se tornar Rei no mesmo ano da partida de Aragorn, uma vez que os herdeiros do trono são normalmente os comandantes militares dos reinos. Talvez Thorongil tenha sido tutor marcial de Théoden, quem sabe? Seria necessária uma boa dose de maquiagem para trazer Bernard Hill ali para o final dos 20 anos, se é que isso é possível.

    Karl Urban / Éomer


    * O Hobbit: não nasce antes de 49 anos terem se passado do final da aventura dO Hobbit.
    * Preqüência: dificilmente há espaço para o personagem, a não ser muito jovem ou como criança.

    Miranda Otto / Éowyn
    * O Hobbit: não nasce antes de 54 anos terem se passado do final da aventura dO Hobbit.
    * Preqüência: caso ainda mais complicado do que o de Éomer. Dama Branca de Rohan, ainda mais com Miranda Otto, só com muita mexida de pauzinhos.

    OUTROS
    Ian McKellen / Gandalf
    * O Hobbit: um dos personagens principais, sem tirar nem por. Ian McKellen está com o cachê garantido
    * Preqüência: encontros do Conselho Branco, invasão de Dol Guldur, Aragorn. É difícil achar um lugar onde Gandalf não apareça. A conta bancária de Ian McKellen ganhará mais alguns zeros.

    Christopher Lee / Saruman
    * O Hobbit: não aparece nO Hobbit a não ser que tenhamos o evento ENDG, no qual ele é bem importante já que é líder do Conselho Branco e tenta impedir Gandalf e os demais de agirem contra Sauron, antes do que considera adequado a seus planos.
    * Preqüência: após ENDG Saruman se isola em Isengard, sempre mantendo a busca pelo Um, além de começar contato com Sauron através do Palantír e se tornar de fato um traidor. Não há muito Saruman na Preqüência, além duma grande preparação para O Senhor dos Anéis, inclusive explicando melhor de onde, afinal, vieram tão grandes exércitos. Talvez o maior problema seja a idade de Christopher Lee pois em 2007 ele já tem 85 anos.

    Sala Baker / Sauron
    * O Hobbit: embora um pouco afastado no tempo, a invasão de Gandalf em Dol Guldur é uma ótima chance de aparecer além de não ser fora da história, afinal é um flashback contado em Valfenda por Gandalf, mesmo tempo acontecido quase 90 anos antes. E temos o evento ENDG, uma bela oportunidade de mostrar uma nova e imensa fortaleza do mal e um ataque à mesma.
    * Preqüência: deixa Dol Guldur, retorna a Mordor, corrompe Saruman, invade Ithilien, incentiva os Haradrim a atacar Gondor e assim por diante. É, de novo, o inimigo principal, mas não a ser enfrentado diretamente, não antes dO Senhor dos Anéis. A história da "coleta" dos Anéis também é interessante assim como a da retomada de Dol Guldur pelos Nazgûl. Aposto que será mostrado em forma física desta vez, a não ser que Peter seja um daqueles estranhos que não acreditam que Sauron tivesse forma física na Terceira Era. Eu espero sinceramente que não seja o caso ou qe ele releia os livros e seus olhos se abram à verdade.

    Nazgûl
    * O Hobbit: talvez durante o evento ENDG, mas só.
    * Preqüência: há muito que os Nazgûl estão em Minas Morgûl e preparando Mordor para o retorno de Sauron. Também há a retomada de Dol Guldur por três dos Nazgûl, bem entre O Hobbit e O Senhor dos Anéis. Ou seja, sim, teremos Nazgûl!

    Barbárvore
    * O Hobbit: humm… não.
    * Preqüência: também não, a não ser que mostrem Saruman usando o conhecimento de Barbárvore, mas é sempre importante ressaltar que os Ents viveram bem isolados por muito tempo. Acho difícil.

    ANÕES
    John Rhys-Davies / Gimli
    * O Hobbit: um Anão bastante jovem com 62 anos ao tempo dO Hobbit, e sabemos muito bem que ele não participa como um dos companheiros de Bilbo. E acho que Peter Jackson não seria louco o suficiente pra trocar algum dos Anões por Gimli… ou seria? De qualquer forma ele poderia muito bem estar na Batalha dos Cinco Exércitos, talvez lutando ao lado de Legolas, sem perceber. John Rhys-Davies pode se encaixar.
    * Preqüência: não nascido na época da tomada de Erebor por Smaug nem na Batalha dos Portões de Moria, não se encaixa em nenhuma aventura citada. Para aparecer neste filme uma história alternativa deveria ser criada, o que é um tanto preocupante.

    ELFOS
    Orlando Bloom / Legolas
    * O Hobbit: como Elfo da Floresta das Trevas Legolas pode ser tranqüilamente encaixado, afinal é filho de Thranduil, que aparece com algum destaque no livro. Também há espaço para ele na grande Batalha dos Cinco Exércitos. Ou seja, Orlando Bloom e suas peripécias élficas têm espaço garantido no filme desde que seja tomado algum cuidado com a continuidade, impedindo contato antes do tempo com Gandalf, Gimli e Bilbo.
    * Preqüência: um pouco mais complicado, mas poderia aparecer como coadjuvante no Conselho Branco e no ataque a Dol Guldur. As Orlandetes agradecem.

    Hugo Weaving / Elrond
    * O Hobbit: uns dos personagens mais importantes. Hugo Weaving garantido.
    * Preqüência: aparece em quase todas as linhas de história, desde a infância de Aragorn até os eventos do Conselho Branco. Não parece sair muito de Imladris, mas nem precisa. Hugo Weaving mais do que garantido e seria interessante vê-lo na ENDG.

    Liv Tyler / Arwen
    * O Hobbit: na época dos eventos, está em Lórien. E nada de forçar a barra com Aragorn conhecendo Arwen antes da hora. Já imaginou o jovem Aragorn, pirralho de tudo, olhando e babando praquela elfona e pensando "espera eu crescer!". Nah, muito tosco.
    * Preqüência: espaço garantido e maior do que nO Senhor dos Anéis, com o enlace amoroso com Aragorn. Pode se preparar para grandes cenas românticas em Imladris e Lothlórien ao som de algumas músicas estilo celta/new age, possivelmente em élfico. Só não sabemos se a Liv Tyler ainda agüenta o tranco de bancar a elfa "ninfeta".

    Cate Blanchett / Galadriel
    * O Hobbit: só se aparecer telefonando para Elrond, não há espaço para ela a não ser que aconteça o evento ENDG. E por isso mesmo que eu estou cada vez mais convencido de que a Expulsão acontecerá mesmo nO Hobbit, é uma ótima oportunidade de encaixar personagens conhecidos dO Senhor dos Anéis.
    * Preqüência: boas chances de atuar no Conselho Branco e como avó da Arwen, talvez incentivando os avanços do jovem Aragorn – ou tentando impedi-los. De qualquer forma, interessante potencial. E com a Cate Blanchet mesmo.

    Marton Csokas / Celeborn
    * O Hobbit: não. A não ser na ENDG.
    * Preqüência: uma chance de desfazer a imagem de bobão, atuando no Conselho Branco e atacando Dol Guldur. Pode manter o Marton Csokas mesmo.

    RESUMÃO

    Lista de personagens/atores e suas possibilidades nO Hobbit e Preqüência, com relação, claro, à história a aos personagens e não considerando problemas de agenda, dificuldades de convivência e/ou falta de interesse, Nenhuma tor foi convidado ainda, é uma lista especulativa de quem podemos esperar ver nO Hobbit e na Preqüência.

    * Certeza: Andy Serkis (Sméagol/Góllum), Ian McKellen (Gandalf), Christopher Lee (Saruman), Hugo Weaving (Elrond), Viggo Mortensen (Aragorn), Sala Baker (Sauron), Nazgûl, Liv Tyler (Arwen), Cate Blanchett (Galadriel) e Marton Csokas (Celeborn)
    * Probabilidade Alta: John Noble (Denethor), Orlando Bloom (Legolas) e John Rhys-Davies (Gimli)
    * Necessita Muita Maquiagem ou Mudanças: Ian Holm (Bilbo), Elijah Wood (Frodo), Sean Astin (Samwise) e (Bernard Hill) Théoden
    * Mudanças Drásticas Demais ou Aparecem Apenas Muito Mais Jovens: Billy Boyd (Pippin), Dominic Monaghan (Merry), David Wenham (Faramir), Sean Bean (Boromir), Karl Urban (Éomer) e Miranda Otto (Éowyn)


    LINHA DO TEMPO PARCIAL DA TERCEIRA ERA
    2770 – Smaug toma Erebor
    2799 – Batalha entre Orcs e Anões nos Portões Leste de Moria
    2850 – Gandalf entra em Dol Guldur e descobre que o Necromante é Sauron; recupera mapa e chave de Thráin
    2851 – Conselho Branco se reune
    2879 – Gimli nasce
    2890 – Bilbo nasce
    2929 – Arathorn II se casa com Gilraen
    2930 – Arador morto por Trolls
    2930 – Denethor II nasce
    2931 – Aragorn II nasce
    2933 – Arathorn II morre; Aragorn II levado a Imladris
    2941 e 2942 – "O Hobbit"
    2941 – Conselho Branco ataca Dol Guldur; Sauron escapa para Mordor em segredo
    2948 – Nasce Théoden
    2949 – Gandalf e Balin visitam Bilbo
    2951 – Sauron se revela; Elrond revela passado de Aragorn II; Aragorn II encontra Arwen; Nazgûl reocupam Dol Guldur
    2953 – Última reunião do Conselho Branco
    2954 – Montanha da perdição entra em erupção
    2956 – Aragorn conhece Gandalf
    2957 a 2980 – Aragorn em Rohan e Gondor
    2968 – Frodo nasce
    2978 – Boromir nasce
    2980 – Gollum encontra Laracna; Théoden rei de Rohan
    2982 – Merry nasce
    2983 – Faramir nasce; Samwise nasce
    2984 – Denethor II regente
    2989 – Frodo em Bolsão
    2989 – Balin entra em Moria
    2990 – Pippin nasce
    2991 – Éomer nasce
    2994 – Balin é morto e colônia dos Anões em Moria é extinta
    2995 – Éowyn nasce
    3001 – despedida de Bilbo
    3007 – Gilraen morre
  • A Vida Pós-SdA: Orlando Bloom

    orlando_bloom_total.jpg
    Orlando Jonathan Blanchard Bloom completou 30 anos em 2007 (é de 13 de
    janeiro de 1977) e, apesar de sua dislexia, conseguiu se tornar ator e
    mais, um ator que aparece em quatro do quinze filmes com maior
    bilheteria em toda a história. E a explosão de popularidade aconteceu
    justamente com "O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel" em 2003.
     

    Trabalhos Pós-SdA
    Após o trabalho em "O Senhor dos Anéis", pelo qual recebeu prêmios de melhor elenco mas nunca um prêmio individual, Orlando Bloom estrelou a trilogia "Piratas do Caribe", ao lado de Keira Knightley e Johnny Depp, onde arrematou U$ 2,5 bilhões para seus já impressionates números. Além disso, ele fez o papel principal em dois blockbusters do Cinema, Kingdom of Heaven e Troy.

    Também participou de produções menos conhecidas como Ned Kelly, The Calcium Kid, Elizabethtown, Love and Other Disasters e Haven, fazendo uma média de dois filmes por ano, além de aparecer na série de humor "Extras" onde representou uma versão narcisista e arrogante de si mesmo que absolutamente detesta Johnny Depp.


    Prêmios e Destaques
    Em 2002 ele foi escolhido pela Teen People como um das "Mais Quentes Estrelas com Menos de 25" e foi consagrado pela People como o mais "quente" solteiro de Hollywood na lista de 2004. Mas, apesar disso, ele não recebeu maiores indicações a prêmios (nem prêmios) por atuações pessoais nos filmes em que atuou.

    Os filmes dos quais participou arrecadaram mais de U$ 6,2 bilhões mundialmente e ele está presente em 5 dos 15 filmes com maior bilheteria na história do cinema. Em 2006 ele foi a pessoa do sexo masculina mais procurada no Gooogle News.

            
    Futuro Profissional
    Bloom, que tem a intenção de se tornar um ator de tetro após se graduar na Guildhall School of Music and Drama, afirmou que gostaria de deixar os filmes por algum tempo e aparecer em papeis nos palcos, e está "avidamente procurando pelo tipo certo de material com o qual ele possa fazer algo" e "retornar ao básico". Bloom atualmente está participando de um Londoin revival de "In Celebration", uma peça de David Storey. Seu personagem é um de três irmãos que retornam para casa para o aniversário de 40 anos de casamento de seus pais. Em 24 de agosato de 2007 ele fez sua primeira aparição em um comercial de TV, tarde da noite na TV japonesas, promovendo a marca Uno de cosméticos, de Shiseido. Uma versão "uma única noite" de 2 minutos  do comercial, com temática sci-fi, deu início à campanha de marketing dos produtos.

    Filmografia pós-SdA
    2003    Pirates of the Caribbean: The Curse of the Black Pearl, como Will Turner     
            Ned Kelly, como Joe Byrne
    2004    Troy, como Paris     
    2005    The Calcium Kid, como Jimmy Connelly
            Elizabethtown, Drew Baylor     
            Kingdom of Heaven, como Balian of Ibelin     
    2006    Love and Other Disasters, Hollywood Actor playing Paolo
            Haven, como Shy
            Pirates of the Caribbean: Dead Man’s Chest, como Will Turner     
    2007    Pirates of the Caribbean: At World’s End, como Will Turner

  • Trilha Sonora COMPLETA de O Retorno do Rei

    rdr_ost_completa.jpgFinalmente temos a listagem completa das faixas da trilha sonora de O
    Retorno do Rei estendido, conforme você pode visualizar abaixo, com
    alguns comentários. A ordenação é nome original em inglês/tradução 
    para o português/comentários:
     
    1. Roots and Begginings / Raízes e Começos
    2. Journey To The Cross-roads / Jornada à Encruzilhada
    3. The Road To Isengard / A Estrada para Isengard
    4. The Foot Of Orthanc / Aos Pés de Orthanc
    5. Return To Edoras / Retorno a Edoras
    6. The Chalice Passed / Passagem do Cálice
    7. The Green Dragon / O Dragão Verde (com Billy Boyd)
    8. Gollum’s Villainy / A Vilania de Gollum
    9. Éowyns Dream / O Sonho de Éowyn
    10. The Palantir / O Palantir
    11. Flight From Edoras / Fuga de Edora
    12. The Grace Of Undómiel / A Graça de Undómiel (com Renée Fleming)
    13. The Eyes Of The White Tower / Os Olhos da Torre Branca
    14. A Coronal Of Silver And Gold / Uma Coroa de Prata e Ouro
    15. The Lighting Of The Beacons / O Acender dos Faróis
    16. Osgiliath Invaded / Osgiliath Invadida (com Ben Del Maestro)
    17. The Stairs Of Cirith Ungol / As Escadas de Cirith Ungol
    18. Allegiance To Denethor / Ao Serviço de Denethor
    19. The Sacrifice Of Faramir / O Sacrifício de Faramir (com Ulrich Herkenhoff)
    20. The Parting Of Sam And Frodo / A Partida de Sam e Frodo
    21. Marshalling At Dunharrow / Reunião em Dunharrow
    22. Andúril – Flame Of The West / Andúril – A Chama do Oeste
    23. The Passing Of The Grey Company / A Passagem de Companhia Cinzenta
    24. Dwimorberg – The Haunted Mountain / Dwimorberg – A Montanha Assombrada
    25. Master Meriadoc, Swordthain / Mestre Meriados, Thain da Espada
    26. The Paths Of The Dead / As Sendas dos Mortos
    27. The Siege Of Gondor / O Cerco de Gondor
    28. Shelobs Lair / Covil de Laracna
    29. Merrys Simple Courage / A Coragem Simples de Merry
    30. Grond – The Hammer Of The Underworld / Grond – O Martelo do Submundo
    31. Shelob The Great / Shelob a Grande
    32. The Tomb Of The Stewards / O Túmulo dos Regentes
    33. The Battle Of The Pelennor Fields / A Batalha dos Campos de Pelennor
    34. The Pyre Of Denethor / A Pira de Denethor
    35. The Mûmakil / Os Mûmakil
    36. Dernhelm In Battle / Derhelm em Batalha
    37. A Far Green Country / Um País Bem Mais Verde
    38. Shieldmaiden Of Rohan / Escudeira de Rohan
    39. The Passing Of Théoden / A Passagen de Théoden
    40. The Houses Of Healing / As Casas de Cura (com Liv Tyler)
    41. The Tower Of Cirith Ungol / A Torre de Cirith Ungol
    42. The Last Debate / O ùltimop Debate (com Sissel)
    43. The Land Of Shadow / A Terra das Sombras
    44. The Mouth Of Sauron / A Boca de Sauron (com Sir James Galway)
    45. For Frodo / Por Frodo (com Ben Del Maestro)
    46. Mount Doom / A Montanha da Perdição (com Renée Flemin g)
    47. The Crack Of Doom / As Fendas da Perdição
    48. The Eagles / As Águias (com Renée Fleming)
    49. The Fellowship Reunited
    50. The Journey To The Grey Havens / A Jornada aos Portos Cinzentos
    51. Elanor / Elanor (com Sir James Galway)
    52. Days Of The Ring / Dias do Anel (com Annie Lennox)

  • A Vida Pós-SdA: Ian McKellen

    A Valinor começa hoje uma série de artigos "A Vida Pós-SdA" onde
    acompanharemos um pouco da vida pós-Senhor dos Anéis dos atores que
    interpretaram no cinema os personagens principais na trilogia de Peter
    Jackson. O primeiro ator retratado é Sir Ian "Gandalf" McKellen, cuja
    biografia completa pode ser conferida aqui mesmo na Valinor.
     
     

    ianmckellen_aknightout.jpgNascido em 25 de Maio de 1939 Sir Ian McKellen completou 69 anos em 2007 e continua levando uma vida bastante ativa em três áreas principais: Teatro, Cinema e Defesa do Direito dos Homossexuais.


    Teatro
    Desde 1994 McKellen trabalha em uma peça de um homem só chamada, A Knight Out. A peça obteve grande sucesso e continua a ser encenada ainda hoje e Sir Ian a considera como permanentemente "em construção". Ele é uma das pessoas que auxilia o Rose Theatre em Londres e em janeiro de 2006 inaugurou uma "blue plaque" no prédio deste. Em 2007 ele retorna para a Royal Shakespeare Company, nas produções de Trevor Nunn , atuando em The Seagull  e no papel de Rei Lear, grandemente aclamado.

    Cinema e TV
    ianmckellen_magneto.jpgEm 2003, McKellen apareceu nOs Simpsons, em um episódio com temática britânica chamado "The Regina Monologues", junto com Tony Blair e J. K. Rowling. Em abril e maio de 2005 ele realizou um sonho antigo: participou da mais longa novela da história – ainda em andamento – chamada Coronation Street ("Rua da Coroação"). Essa novela estreou em 9 de dezembro de 1960 e está, portanto, há quase 47 anos no ar! Ian McKellen atuou no papel de Mel Hutchwright. Em 2006 ele faz uma ponta na série de comédia "Extras", do ator Rick Gervais, onde faz o papel de si mesmo dirigindo Andy Millman (Ricky Gervais) em uma peça sobre amantes gays. McKellen recebeu uma indicação ao Emmy de 2007 por esta atuação.

    McKellen também apareceu em alguns filmes de lançamento limitado, como Emile (filmado em pouco dias, durante a filmagem de X-Men 2), Neverwas e Asylum. Sir Ian atuou também como Sir Leigh Teabing no The Da Vinci Code, um dos poucos atores elogiados do filme.

    Ativismo
    ianmckellen_simpsons.pngSir Ian continua sendo um ativista em prol dos direitos dos homossexuais, nunca escondendo sua opção sexual quando perguntado e tornando-a amplamente pública em 1988. No premiação do Oscar de 2002 ele compareceu com seu então namorado, o neo-zelandês Nick Cuthell. Em 2006, McKellen discurson no pré-lançamento do "2007 LGBT History Month" no Reino Unido, levando seu apoio à organização e à sua fundadora, Sue Sanders, uma amiga pessoal (vídeo do discurso). Em 5 de janeiro de 2007 McKellen se tornou patrono do "The Albert Kennedy Trust", uma organização que dá apoio a jovens gays, lésbicas e transexuais sem lar.

    Prêmios
    2004: Manila, Philippines Pride International Film Festival – Prêmio de Distinção e Carreira
    2006: Eleito pelo Independent como a personalidade homossexual mais influente na Grã-Bretanha (em 2007 ficou na quinta posição)
    2007: Annie Award por Melhor Atuação de Voz em uma Produção de Desenho Animado, por Flushed Away

    Projetos
    ianmckellen_lear.jpgSegue uma lista dos projetos dos quais Ian McKellen participou após O Senhor dos Anéis:
    2003        – Cinema – Emile, como Emile
    2003        – Cinema – X2: X-Men United, como Eric Lensherr/Magneto
    2004        – Cinema – Eighteen, como Jason Anders
    2004 e 2005 – Teatro – Aladdin, como Old Vic
    2005        – Cinema – Neverwas, como Gabriel Finch
    2005        – Cinema – Asylum, como Dr. Peter Cleave     
    2005        – Cinema – The Magic Roundabout, como a voz de Zebedee
    2006        – Teatro – The Cut, como Donmar Warehouse
    2006        – Cinema – Displaced (voz)     
    2006        – Cinema – Flushed Away, como a voz do Sapo
    2006        – Cinema – X-Men: The Last Stand, como Eric Lensherr/Magneto     
    2006        – Cinema – The Da Vinci Code, como Sir Leigh Teabing     
    2007        – Teatro – King Lear de William Shakespeare, como Lear
    2007        – Teatro – The Seagull de Anton Chekov, como Sorin
    2007        – Cinema – Magneto, como Eric Lensherr/Magneto (anunciado)
    2007        – Cinema – The Colossus, como Cecil Rhodes (pré-produção)

  • Trilha Sonora Completa de RdR em breve!

    Um pequeno anúncio já pode começar a atiçar os fãs das trilhas sonoras de "O Senhor dos Anéis". O site oficial de Howard Shore , o mago por trás das fantásticas músicas presentes nos filmes, afirma que "The Lord of the Rings: The Return of The King – The Complete Recordings", ou seja, a "versão estendida" da trilha sonora da última parte da trilogia, sairá este nesta primavera (outono no hemisfério norte).
     
    rdr-trilha-completa-2007.jpg
    Levando-se em conta que as trilhas completas dos dois primeiros filmes foram lançadas em novembro de 2005 e 2006, respectivamente, é provavel que o mesmo aconteça com RdR. Mal dá pra esperar… por enquanto, só nos resta imaginar o que vem por aí.
     
    Você pode adquirir as trilhas completas de "A Sociedade do Anel" e "As Duas Torres" na Amazon.com.
    Confira nos links a seguir:
     
     

      

  • Fã turco faz maquete de Minas Tirith

    Quem não gostaria de
    visitar Minas Tirith e conhecer seus mínimos detalhes? Quem passa pela Valinor
    já deve ter ouvido falar do Minas Tirith Project (www.minastirithproject.com),
    em que que alguns fãs que não se contentaram apenas em ter um vislumbre da
    cidade na trilogia cinematográfica Senhor dos Anéis e resolveram fazer
    uma maquete virtual da mesma.
     

    Mas um dos fã
    turco não se limitou apenas ao campo virtual e botou a mão na massa e está
    fazendo uma maquete de verdade, com 74 cm de comprimento por 80 cm de altura e
    extremamente detalhada! Vocês podem conferir aqui um vídeo do trabalho em
    desenvolvimento,
    bem como muitas fotos em sua página no DeviantArt:

    http://minas-tirith-hakan.deviantart.com/gallery.