Bilbo é, claro, um sobrenome real que, embora raro, sobrevive nos tempos modernos: quando meu pai estava crescendo perto de Hopo, Arkansas, no começo dos anos 30, entre seus vizinhos estavam os Bilbos, alguns dos quais ainda viviam na área em meados da década de 70. Infelizmente, a pessoa com este sobrenome mais conhecida é o notório senador Theodore Bilbo, do Mississippi (1877-1947) um político infame, mesmo para os padrões não tão exigentes do seu tempo, por seu racismo e sua corrupção; por sorte, ele não pode ser a fonte para o uso do nome por Tolkien, pois não alcançou a proeminência nacional até 1934, tempo em que Tolkien já tinha completado o primeiro rascunho para o Hobbit.
Finalmente, como o Oxford English Dictionary (OED) testemunha, “bilbo” também existe, sozinho ou em combinação, em muitos substantivos comuns arcaicos, o mais importante desses sendo o nome de espada bem-temperada e flexível, originada de Bilbao, na Espanha. Tais “espadas-bilbow” eram frequentemente simplesmente chamadas “uma Bilbo”, frequentemente com a inicial maiúcula (sem dúvida por causa do substantivo próprio que deu a elas o seu nome) […] Similarmente, um tipo de algemas era conhecido em meados do século XVI como “um bilbo” ou “um bilbow”, e um jogo de bilboquê popular nos séculos XVIII e XIX era chamado “bilbo-catch” [bilbo-captura”] (mais antigamente bilboquet [NT: daí o nome em português!]. Mas parece improvável que o nome do nosso Bilbo derive de algum desses[…].
(Excerto do livro Mr Baggins, primeiro volume da série The History of The Hobbit, do estudioso tolkieniano John D. Rateliff).
Feliz aniversário, Bilbo Baggings!