Ícone do site Valinor

í“rquico e Fala Negra

I: Órquico

Relativo à linguagem dos Orcs nos Tempos Antigos "é dito que eles não tinham uma linguagem própria, mas tomavam o que podiam das outras línguas e pervertiam ao seu bel-prazer, mesmo assim faziam apenas jargões brutais, dificilmente suficientes mesmo para suas próprias necessidades, a menos que fosse para maldições e ofensas" (Apêndice F). Um exemplo de seu pegar "o que podiam das outras línguas e pervertiam ao seu bel-prazer" pode ser encontrado no Contos Inacabados, onde aprendemos que Golug era um nome em Órquico para os Noldor, claramente baseado no Sinarin Golodh (plural Gelydh) e aparentemente uma distorção arbitrária desta palavra Élfica.

 

Nos tempos de Frodo, a situação linguística estava a mesma: "Os orcs e goblins têm linguagens próprias, tão repugnante quanto as outras coisa de que fazem uso ou criam, e uma vez que um resto de boa vontade, pensamento livre e percepção são necessários para se mantes mesmo uma linguagem vil viva e utilizável mesmo para propósitos vis, sua língua era infinitamente diversificada na forma, como eles eram mortalmente monótonos em propósito, fluente apenas em expressões de abuso, ódio e medo". De fato "estas criaturas, sendo cheias de malícia, odiando mesmo sua própria raça, assim também era sua língua, o Órquico, de pouco uso para eles na comunicação entre tribos diferentes" (Apêndice F). Portanto não existe um único Órquico para analizarmos. A única coisa que parece ser verdadeira para todas as linguagems Orkish em todos os tempos é que eram "repugnantes e tolas e totalmente diferentes das linguagens dos Quendi". De fato, "Orcs e Trolls falavam como podiam, sem amor às palavras e às coisas" (Apêndice F). Então suas atitudes ante as Linguagens era totalmente diferente da dos Elfos, que amavam e cultivavam sua língua. Tolkien mesmo era um filólogo, e tal título literalmente implica amor ou amizade das palavras, e em seu mundo inventado, total ausência de amor pela linguagem poderia apenas ser uma carcterística do mal.

A diversidade e mutabilidade dos Órquicos são de fato um obstáculo para um Poder negro usando Orcs como soldados. Então, para o propósito de administração eficiente (leia-se totalitarismo absoluto), Sauron gastou tempo para fazer um Esperanto para seus servos – a única linguagem construída conhecida em Arda, se não contarmos a linguagem dos sinais (iglishmêk) dos Anões.

II: A Fala Negra 

"É dito que a Fala Negra foi inventada por Sauron nos Anos Escuros," Apêndice E nos informa, "e que ele desejou fazer dela uma linguagem para todos os que o serviam, mas falhou neste propósito. Da Fala Negra, contudo, foram derivadas muitas das palavras que na Terceira Era eram amplamente difundidas entre os Orcs, como ghâsh fogo, mas após a primeira derrota de Sauron esta linguagem na sua antiga forma foi esquecida por todos exceto os Nazgûl. Quando Sauron surgiu novamente, ela se tornou novamente a linguagem de Barad-dûr e dos capitães de Mordor." Mais tarde é dito que os Olog-hai, a terrível raça de Trolls criada por Sauron na Terceira Era, não conhecia outra língua a não ser a "Fala Negra" de Barad-dûr. Olog-hai é por si mesma uma palavra da Fala Negra. O termo "Fala Negra" pode não ter sido o nome dado por Sauron para sua língua, mas os invés disso um nome dado pelo desprezos de outros. Por outro lado, a Fala Negra nomeia Barad-dûr como Lugbúrz significando Torre Escura, tal como o nome Sindarin, entào talvez Sauron gostasse de ser associado com a escuridão e esta fosse sua cor oficial. Esta certamente parece ser a cor dominante no uniforme de seus soldados.

Mesmo Tolkien não gostava da Fala Negra de forma alguma. Um admirador enviou-lhe uma taça de aço, mas para seu desapontamento ele descobriu que esta estava "gravada com as terríveis palavras vistas no Anel. Claro que eu nunca bebi dela, mas a uso para cinza de tabaco" (Letters:422). Ele evidentemente dividia a opinião de Elfos e Homens da Terceira Era, que certamente não pensavam nada melhor da Fala Negra quanto das outras línguas usadas pelos orcs: "é tão cheia de sons duros e repugnantes e palavras vis que outras bocas têm dificuldade de compreender, e poucos realmente têm o desejo de fazer uma tentativa". Não existe base objetica para o que constituiria um som "duro e repugnante" ou uma palavra "vil", estas características devem ser vistas como subjetivas, refletindo um preconceito geral contra todas as coisas dos Orcs e tudo que provém de Sauron (apesar de pode-se ser argumentado que este preconceito foi milhares de vezes merecido). É difícil dizer exatamente quais são os son "duros e repugnantes". A Fala Negra possui os sons explosivos b, g, d, p, t, k, os aspirados th, gh e possivelmente f e kh, vistas apenas em nomes de Orcs), a lateral l, o vibrante r, as nasais m e n e as sibilantes s,z,sh. Esta pode não ser uma lista completa, dado nosso pequeno corpus. As vogais são a,i,o e u; a vogal o é dita ser rara, por Tolkien. A Fala Negra não parece usar o e. Osâ e û longos são existentes (este último também falado ú, mas An Introduction to Elvish p. 166-167 está provavelmente correto em assumir que esta é apenas uma simples inconsistência de escrita por parte de Tolkien). Existe pelo menos um ditongo, ai e au ocorre em nomes de Orcs (como é incerto a qual língua o nome pertence esta não mais será tratada aqui).

O que então parece desagradável aos Elfos? É declarado que os Orcs usavam um r uvular, como o r que é comum no Francês e Alemão, e os Eldar achavam este som detestável. Foi sugerido que esta era a pronúncia padrão do r na antiga Fala Negra (An Introduction to Elvish p. 166). A Fala negra também contém certos grupos consonantais que não aparecem no SIndarin moderno: sn, thr, sk inicial e rz, zg final. Seja qual for a causa, a língua é geralmente sentida como singularmente dura: Quando Gandalf citou a inscrição do Anel durante o Conselho de Elrond, "a mudança na voz do mago foi impressionante. Repentinamente ela se tornou ameaçadora, poderosa, dura como pedra. Todos tremeram, e os Elfos tamparam seus ouvidos" – que reação! A conclusão era que este fato se devia principalmente em um ódio a tudo proveniente "da Sombra" e não a alguma desagradabilidade inerente à Fala Negra.

De onde o vocabulário da Fala Negra é proveniente? Certamente Sauron não tinha mais "amor às palavras e às coisas" do que seus servos, e pode-se pensar que ele simplesmente inventou palavras arbitrariamente. Isto pode ser verdade em alguns casos, mas parece que ele também coletou palavras de outras fontes,
mesmo línguagens Élficas: "A palavra uruk que ocorre na Fala Negra, inventada (como é dito) por Sauron para servir como língua comum para seus servos, foi provavelmente tomada de línguas Élficas de tempos anteriores". Uruk pode ser similar ao Quenya urco, orco ou Sindarin orch, mas é idêntico à forma Élfica antiga *uruk (variantes *urku,*uruku, de onde vem o Quenya urco, e *urkô, de onde talvez venha o Sindarin orch). Mas como Sauron pode ter conhecido o Quenya Primitivo? Teria ele tomado conta dos Elfos que Morgoth capturou em Cuiviénen. ou talvez mesmo responsável pela "engenharia genética" que tranformou-os em Orcs? Como um Maia, ele poderia facilmente ter interpretado suas falas. Para os primeiros Elfos, Morgoth e seus servos seriam *uruki ou "horrores", pois o sentido original da palavra é vago e geral, e Sauron poder ter se deleitado dizendo ao Elfos capturados que ele mesmos se tornariam *uruki. Em sua mente, a palavra evidentemente se ficou.

Mas existiram também outras fontes para o vocabulário da Fala Negra. A palavra para "anel" era nazg, muito similar ao elemento final da palavra Valarin mâchananaÅ¡kâd "Círculo da Lei" ("the Doom-ring"). Sendo um Maia, Sauron poderia conhecer Valarin, está poderia ser mesmo sua "língua-mãe". Pode parecer blasfêmia sugerir que a língua dos Deuses pode ter sido um ingrediente para a Fala Negra de Sauorn, "cheia de sons repugnantes e duros e palavras vis", mas deve-se lembrar que de acordo com Pengolodh, "o efeito do Valarin sobre os ouvidos dos Elfos não era agradável". Morgoth, tecnicamente sendo um Vala, deveria conhecer Valarin (ou pelo menos tê-lo aprendido durante as Eras em que ficou cativo em Valinor). De acordo com o Snhor dos Anéis, ele o ensinou a seus escravos em uma forma "pervertida". Se foi assim, o Valarin naÅ¡kâd "anel" pode ter gerado nazg em um dos dialetos Órquicos da Segunda Era, do qual Sauron a copiou.

O que aconte ceu à Fala Negra depois da queda de Sauron? Sempre de forma mais aletrada ela pode ter continuado por um tempo entre seus antigos usuários. Mesmo hoje, ela não parece inteiramente morta (ver ensaio A Fala Negra de Mordor Atualmente).

 

 

Sair da versão mobile